28 de Maio de 2009
Escrevi, na altura, a propósito do som ensurdecedor do espectáculo dos MBV: "À entrada, nos dois primeiros dias, respectivamente os dos concertos dos irlandeses no palco principal e no auditório, a organização distribuía aos participantes tampões para os ouvidos. É que -- e eu só vi o concerto do palco principal -- o volume e o ruído que ali se produziram desafiou tudo o que até hoje já se viu, perdão ouviu, à frente de um palco. Não espanta que haja quem fique com a audição reduzida depois destes concertos de regresso da banda de Kevin Shields (a começar pelo próprio). A demonstração de maior coragem, tanto por parte da banda como do público, veio com 'You Made Me Realise', com que os MBV têm encerrado estes concertos, onde no meio surgem quase vinte minutos de ruído intenso, só eventualmente comparável ao que se ouvirá no interior de um reactor de um avião ou pairando por entre nuvens em permanente colisão."
52. PAN SONIC @ LUX
5 de Novembro de 2004
Escrevi, na altura: "Devastador. Depois das armas não convencionais, depois das armas químicas, teremos, um dia destes, alguém do outro lado do Atlântico a exigir que a Finlândia (*) entregue o seu arsenal de armamento sonoro, onde a mais destruidora peça de artilharia são os Pan Sonic, que ontem fizeram parada militar no Lux, por ocasião do Número Festival 2005. (Continua...)"
53. THE YOUNG GODS @ AULA MAGNA
18 de Março de 2001
Por mais vezes que tivesse visto, até à altura (ou depois), o trio suíço, cada espectáculo, como foi o caso deste, continua a mexer não só nas memórias de adolescência, como a produzir emoções e frémitos bem presentes. E o estrondo na Aula Magna foi potente.
54. RADIOHEAD @ COLISEU DOS RECREIOS
22 de Julho de 2002
Esta era, arriscaria, a melhor fase dos Radiohead. Não estive no primeiro concerto deles por cá, porque nunca consegui perceber aqueles primeiros discos, mas pouco ou nada me faria perder a ocasião de os ver com esta nova atitude.
55. ESTILHAÇOS: ADOLFO LUXÚRIA CANIBAL + ANTÓNIO RAFAEL @ ZDB
21 de Janeiro de 2006
O line up é muito simples. O Rafael ocupa-se do piano e das programações enquanto o Adolfo lê excertos do seu livro "Estilhaços" (em apresentações posteriores, juntar-se-ia ao projecto o Henrique Fernandes no contrabaixo). Escrevi, então: "'Estilhaços', o espectáculo, é muito mais do que uma simples leitura de textos. O Adolfo, sentado, evita a declamação e entrega-se à performance dramática, a partir dos ambientes que já se liam nas entrelinhas dos seus textos. A escolha destes textos é variada, desde aqueles que foram escritos há quase trinta anos, como o frenético 'Braga, Meu Amor', durante a sua vida de estudante em Lisboa, como o diário de viagens entre o bairro dos Prazeres e a Graça patente em 'Orçamento Geral de Estado', ou outros, mais recentes, marcados por quotidianos parisienses, como no alegre 'O Tempo que Passa' ou no pungentemente triste 'A Filha Surda'. O Rafael, por sua vez, ajuda a sublinhar as dinâmicas do texto, com um piano que soa a neoclássico, como Wim Mertens a fazer música para Greenaway. Ficou muito acima de qualquer expectativa levada para esta minha primeira experiência com o 'Estilhaços' ao vivo."
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