terça-feira, 31 de março de 2009

Group Doueh e Omar Souleyman em Junho!



Entre as datas conjuntas que o Group Doueh e Omar Souleyman vão fazer na Europa, há uma para Lisboa, a realizar na Fundação Calouste Gulbenkian, com mão da Filho Único: 21 de Junho.
Group Doueh é um dos nomes mais relevantes (e em actividade, diga-se de passagem) do catálogo Sublime Frequencies, o selo norte-americano que desde há meia-dúzia de anos tem vindo a editar gravações mais ou menos obscuras de artistas mais ou menos obscuros de paragens mais ou menos obscuras dos continentes africano e asiático. Há dois anos, a Sublime Frequencies deu a conhecer ao mundo mais atento este grupo de guitarras eléctricas do Sahara Ocidental através do LP de edição limitada "Guitar Music from the Western Sahara", excelente como documento, embora o péssimo som lhe manche a ambição de objecto de entretenimento que se encontra noutros trabalhos recentes também vindos do Norte de África, onde também blues, guitarras eléctricas e deserto costumam ser as quatro palavras mais citadas nos textos sobre eles discorridos. Não deixa, porém, de ser um documento fantástico. E também ali se assiste a uma contaminação interessante de influências ocidentais nas tradições locais, em proporções muito semelhantes aos grupos antes citados de rés-vés. Vai ser interessante deixar para trás a imaginação que o disco proporciona e comprovar ao vivo o valor do Group Doueh.
A acompanhá-los vai estar outro nome do catálogo da SF, o sírio Omar Souleyman. Meio folk, meio pop, completamente chunga, está para a folk local quase como o fasil das pistas de dança actual está para o fasil turco antigo, ou como o Bhangra Pop está para a folk indiana. Não há como perder esta noite. 21 de Junho na Gulbenkian.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Quarta-feira



Cinema São Jorge, 21h30. Primeira parte com os Murdering Tripping Blues. Bilhetes: 18€.

quinta-feira, 26 de março de 2009

E aí está o anunciado Festim

Chama-se Festim, é um festival de músicas do mundo espalhado por diversos municípios do distrito de Aveiro e vai ter a sua primeira edição entre 29 de Maio e 24 de Julho próximos. A cargo da Orfeu, de Águeda, que já organizava na sua cidade o Festival Temático das Músicas do Mundo desde 2002, o novo Festim alarga-se a seis concelhos vizinhos. E para primeiro cartaz, há a notar a presença do brasileiro Hermeto Pascoal, do guineense Manecas Costa e do basco Kepa Junkera (o meu primo já deve ter nacionalidade portuguesa por estes dias...), entre outros nomes provenientes de diversos países. Eis o cartaz completo:

Sex 29 Maio - Manecas Costa @ Estarreja, Cine-Teatro
Sex 5 Jun - Antonio Rivas @ Ovar, Jardim do Cáster
Sáb 6 Jun - Antonio Rivas @ Sever do Vouga, CAE
Qua 10 Jun - Amsterdam Klezmer Band @ Estarreja, Praça Francisco Barbosa
Sex 12 Jun - Amsterdam Klezmer Band @ Ovar, Centro de Arte
Sáb 13 Jun - Amsterdam Klezmer Band @ Sever do Vouga, CAE
Qui 18 Jun - Hermeto Pascoal @ Estarreja, Cine-Teatro
Sex 19 Jun - Hermeto Pascoal @ Ovar, Centro de Arte
Sáb 20 Jun - Hermeto Pascoal @ Sever do Vouga, CAE
Sex 26 Jun - Le Vent du Nord @ Ovar, Centro de Arte
Sáb 27 Jun - Le Vent du Nord @ Sever do Vouga, Parque Urbano
Sex 3 Jul - Musafir - Gypsies of Rajasthan @ Estarreja, Cine-Teatro
Sáb 4 Jul - Musafir - Gypsies of Rajasthan @ Sever do Vouga, Parque Urbano
Qui 9 Jul - Kepa Junkera @ Águeda, Largo 1º de Maio
Qua 15 Jul - Manecas Costa @ Oliveira do Bairro, Espaço Inovação
Qui 16 Jul - Manecas Costa @ Águeda, Largo 1º de Maio
Sex 17 Jul - Manecas Costa @ Ovar, Largo do Tribunal
Sáb 18 Jul - Manecas Costa @ Albergaria-a-Velha, Alameda 5 de Outubro
Qui 23 Jul - Amsterdam Klezmer Band @ Águeda, Largo 1º de Maio
Sex 24 Jul - Amsterdam Klezmer Band @ Aveiro, Rossio

Outro festival para adicionar à lista de ontem

O Offf Festival, encontro devoto às artes digitais, do design à música, vai voltar a realizar-se em Portugal, desta vez em Oeiras, entre 7 e 9 de Maio. O cartaz musical vai contar com a presença de Alva Noto, AtomTM, Fennesz, Frank Bretschneider e Vladislav Delay, entre outros. Mais informação em www.offf.ws.

Rokia Traoré de volta!

A voz mais doce do Mali vai voltar aos palcos portugueses. Rokia Traoré tem concertos agendados para Lisboa e Porto, em Maio, no âmbito da digressão europeia cujas datas podem ser observadas no seu site. Dia 27, toca na Casa da Música, sendo que no dia seguinte desce até à capital para um concerto no Lux.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lisboa, Capital, República, Popular!

É incrível o cartaz que o Musicbox vai promover em Abril, sob a designação "Lisboa, Capital, República, Popular":

Quinta-feira, 16 de Abril
Sérgio Godinho + J.P. Simões + Couple Coffee
Sexta-feira, 17 de Abril
Janita Salomé + Sam the Kid + Cool Hipnoise
Sábado, 18 / 04
José Mário Branco + Camané + Dead Combo

O PR deste evento, que a seguir se publica, explicita de forma perfeita o leitmotiv destas noites. Os bilhetes custam 10 euros/dia e podem ser comprados nos locais habituais, além da própria bilheteira do MusicBox.

Será que hoje, volvidos 35 anos sobre a revolução dos cravos, em plena era digital em que as novas velocidades da comunicação alteraram quer a ordem mundial quer a forma como vemos e nos vemos no mundo, ainda farão sentido as palavras de ordem que foram apanágio do 25 de Abril?

Será que o combate pela Liberdade, Igualdade e Democracia ainda está na ordem do dia?

Será que, neste momento da história em que se questionam todos os sistemas políticos, os ideais humanistas e o desejo de criar uma sociedade mais justa, ainda prevalecem como razões para a luta?

Será que os ideais que moveram os capitães de Abril ainda se justificam como motor de um qualquer movimento social?

Apesar de nas últimas três décadas a nossa sociedade ter assistido a um desenvolvimento crescente, e de actualmente o acesso à saúde, à educação e à cultura - e a muitas das outras chamadas conquistas de Abril - serem um facto adquirido para a generalidade da população, é inegável o desconforto social vigente, tenha ele origem nas crescentes assimetrias, desigualdades e falta de oportunidades, ou no colapso do “el dourado” sistema económico liberal.

Numa era em que se vislumbram novas formas de controlo do tecido e contestação social, em que alguns agentes nos impõem novos formatos de censura através de uma profusão de informação em que se torna difícil descortinar a verdade faz, ainda e como é óbvio, sentido falar de Liberdade; dessa Liberdade que nos urge a não deixar apagar da memória colectiva as lutas e os combates travados por ideais que são de sempre. Mas, mais do que lembrar Abril, há que dar-lhe vida e fazer da Revolução que elegeu uma flor – o cravo – como símbolo de paz, mudança e transformação, o motivo e o mote para uma reflexão permanente e actual.

Aqui lançamos debate: Quais são hoje as grandes causas? Como nos relacionamos com elas? Como é que as comunicamos? Como, e para quê, se mobilizam as novas gerações? Como se motivam as mais velhas?

Aqui estamos prontos para o combate e a nossa arma é uma das mais poderosas: a Canção. Eis pois Lisboa, Capital, República, Popular! Um evento para lembrar Abril e os seus arquitectos, um acontecimento que queremos como inspiração para pensar e agir, como ponte entre o passado e o futuro.

Crise nos festivais portugueses?

Só se for para o ano. Pelo menos, olhando apenas para o lado da oferta e a esta altura do campeonato, os promotores estão confiantes na época festivaleira que se aproxima, anunciando-se até o regresso de alguns eventos, como é o caso do Festival da Ilha do Ermal ou, ainda por confirmar, de Vilar de Mouros.
Enquanto os festivais de maior envergadura na área exclusiva do rock -- Alive, Paredes de Coura, Sudoeste ou até o modificado Super Rock -- vão anunciando nomes para os respectivos cartazes, surgem notícias de que o Ilha do Ermal poderá regressar em Agosto, depois de três anos ausente dos calendários (notícia), e que está em discussão na Câmara de Caminha o regresso do Vilar de Mouros, que não se realizou em 2007 e 2008 (notícia). É sabido que o Marés Vivas, de Gaia, vai também realizar-se em 2009, assim como o Lisbon Calling, para audiências mais nostálgicas (e este ano há outro, o Here and Now), e ainda o Surf Fest.
Noutras áreas mais abrangentes (e mais interessantes até), permanecem o FMM (Sines), MED (Loulé), Cascais CoolJazz, Delta Tejo, etc. No campo das novidades, além dos festivais de músicas do mundo que vão continuar a surgir por todo o país (nos próximos dias vai saber-se mais sobre um festival intermunicipal, o Festim, a decorrer em Aveiro), há ainda o festival de reggae na Ericeira, da Música no Coração, embora pouco ou nada se saiba dos moldes em que se vai realizar e que artistas apresentará.
Se de fora nos vão chegando notícias de cancelamentos, de encurtamento de dias e de cartazes, parece que 2009 continuará a ser um ano carregado de festivais por cá.

29 de Maio - Here and Now
9 de Junho - Lisbon Calling
24 a 28 de Junho - MED Loulé
(final de Junho?) - (Festival de reggae na Ericeira)
3 a 5 de Julho - Delta Tejo
9 a 11 de Julho - Alive
10, 22 e 29 de Julho - Cascais CoolJazz
16 a 18 de Julho - SBSR
16 a 18 de Julho - Marés Vivas
17 a 25 de Julho - FMM Sines
23 de Julho a 2 de Agosto - Ocean Spirit (Torres Vedras)
29 de Julho a 1 de Agosto - Paredes de Coura
3 a 9 de Agosto - Andanças
5 a 9 de Agosto - Sudoeste
Agosto - Ilha do Ermal
Agosto? - Vilar de Mouros?
Setembro - Planície Mediterrânica (Castro Verde)

terça-feira, 24 de março de 2009

Leonard Cohen de volta

Alegrem-se todos aqueles que não puderam ver Leonard Cohen no ano passado. O músico canadiano vai regressar ao nosso país para um concerto no Pavilhão Atlântico, dia 30 de Julho, pela mão da Everything is New, conforme revela o Blitz.pt. Os bilhetes são postos à venda na próxima quinta-feira, com preços entre os 30 e os 75 euros:

PLATEIA VIP * 75,00 EUROS
PLATEIA A * 55,00 EUROS
PLATEIA B * 45,00 EUROS
BALCÃO 0 A * 65,00 EUROS
BALCÃO 0 B * 50,00 EUROS
BALCÃO 0 C * 45,00 EUROS
BALCÃO 1 A * 55,00 EUROS
BALCÃO 1 B * 45,00 EUROS
BALCÃO 1 C * 40,00 EUROS
BALCÃO 2 * 30,00 EUROS

E OqueStrada abrem o FMM

Seguindo a tradição do FMM em ter uma banda portuguesa a inaugurar o festival, pelo menos no que diz respeito aos palcos principais (Porto Covo e Castelo de Sines), a edição de 2009 vai ter os almadenses OqueStrada a cumprir tal papel, tal como confirmado pelos próprios elementos da banda.
Os OqueStrada, de Miranda (voz), Pablo (contrabacia), Donatello (acordeão), Zeto (guitarra rítmica) e Lima (guitarra portuguesa), preparam-se para lançar em breve o seu álbum de estreia e já amanhã dão o último de uma série de concertos com que animaram as noites de quarta-feira no Maxime, ao longo deste mês de Março. A não perder por esse país fora, seja no formato de OqueStrada ou na produção mais alargada da Incrível Tasca Móvel.

Primeiro nome para o MED Loulé

A sexta edição do festival MED vai decorrer entre os dias 24 e 28 de Junho e já conta com um nome no cartaz, de acordo com o jornal Região Sul: os catalães Ojos de Brujo vão trazer a Loulé o seu flamenco contaminado por mil e uma formas musicais.

domingo, 22 de março de 2009

Meia dúzia de notas soltas e rápidas sobre um inesquecível fim-de-semana minhoto

Um, o Vila Flor, em Guimarães, é das coisas mais bonitas deste país.
Dois, a Incrível Tasca Móvel confirmou uma vez mais que é uma produção em massa de alegria em estado puro.
Três, o Bailarico foi uma magnifica selvajaria que nenhum de nós se esquecerá.
Quatro, não é novidade nenhuma que as mulheres minhotas são as mais bonitas do país.
Cinco, a noite de Braga está uma merda, mas safa-se a preservação do hábito de se conversar num bar até às tantas da manhã.
Seis, o Hocho, o sushi bar da Marta e do Adolfo, em Braga, é deleite máximo para o paladar e para o estômago. Peixe cru em terra de postas e rojões, o desplante!

sexta-feira, 20 de março de 2009

FMM: o expoente do jazz latino em Chucho Valdés



Nome grande para o FMM 2009: o pianista Chucho Valdés, uma das maiores referências do jazz cubano vai pisar o palco do Castelo de Sines no dia 23 de Julho. A acompanhar o músico que grava discos desde 1963, os quais já lhe deram cinco grammies, vai estar uma banda composta por Mayra Valdés (voz), Lázaro Alarcón (baixo), Juan Carlos Castro Rojas (bateria), Yaroldi Abreu (percussão), German Velazco (sax alto), Carlos Manuel Miyares Hernandez (sax tenor), Alexander Abreu e Maikel Gonzalez (trompetes).
Chucho Valdés é a segunda confirmação oficial por parte da Câmara Municipal de Sines, mas já há outros nomes com datas apontadas para o festival. Além de Lee "Scratch" Perry (a outra confirmação), já anunciaram a sua presença Circo Abusivo (Itália), Kasaï Allstars (Congo-Kinshasa), Dele Sosimi (Nigéria/Reino Unido), Victor Démé (Burquina Faso), Speed Caravan (Argélia/França) e Chicha Libre (EUA).anos.

quarta-feira, 18 de março de 2009

Gallon Drunk em Lisboa e Porto



Os Gallon Drunk vão regressar no próximo fim-de-semana a Portugal, depois do brilhante concerto que prestaram no Barreiro Rocks de 2006. Sexta-feira, tocam no Armazém do Chá, no Porto, e no sábado descem para um Wonderland Club no Gasoil, em Lisboa (fica na rua da Madalena, para quem não sabe).

Eis que, finalmente, o mercado do Ao Vivo ultrapassa o do Disco

Apesar da neblina de incertezas que se abateu sobre quase tudo o que é negócio neste mundo, de que falava há dias, eis a primeira confirmação de algo que era expectável há já muito tempo: no Reino Unido, o mercado da música servida ao vivo suplantou o mercado da música gravada em disco. Assim conclui, pelo menos, uma das partes, representada pelo economista-chefe da Perfoming Rights Society, que avaliou o mercado do "ao vivo" em 904 milhões de libras, em 2008, mais oito milhões do que representou a indústria discográfica no mesmo período. A notícia é da edição de ontem do Guardian.

«While the UK's booking agents will bring out the champagne, label executives must be weeping into their drinks. And music pirates, well, they've got the challenge of transforming the multi-sensory gig experience (including all those expensive drinks) into something downloadable.»

Skatalites no Alquimista!



Skatalites a 5 de Abril STOP Alquimista STOP Produção Xuxa Jurássica STOP

terça-feira, 17 de março de 2009

Morte ao Atlantic Waves, viva o LIFEM

Já se sabia que a edição de 2009 do Atlantic Waves, festival de divulgação de música portuguesa em Londres, se encontrava em risco, depois de a delegação de Londres da Fundação Calouste Gulbenkian ameaçar cortar com o apoio financeiro que vinha a sustentar o evento desde 2001. Além do mais, a saída de Miguel Santos, promotor e programador da iniciativa, da fundação, veio precipitar este desfecho. Segundo o próprio, em declarações à agência Lusa, é definitivo que o Atlantic Waves não se realizará: "A fundação não vai continuar com o festival nem me deixou continuar com o Atlantic Waves".
Mas, entretanto, Miguel Santos já fez anunciar que pretende levar avante o mesmo conceito do Atlantic Waves, mas sem a exclusivade da música portuguesa, num novo festival, o LIFEM - London International Festival of Exploratory Music, que acontecerá entre 4 e 7 de Novembro. "A Gulbenkian não quer apoiar, a embaixada não quer apoiar, o Turismo de Portugal não quer apoiar e por isso o festival não vai ter artistas portugueses. É a cultura portuguesa que perde com esta situação", disse o promotor à Lusa.

The Bug cancelado

A actuação do The Bug na ZDB, na próxima sexta-feira, já não vai acontecer. A galeria colocou este aviso no site:

É com muita pena que anunciamos o cancelamento da actuação de THE BUG feat. FLOWDAN. Por motivos a que somos completamente alheios, a mini-digressão nacional dos músicos britânicos foi totalmente cancelada. Pedimos muitas desculpas por este incómodo. Quaisquer questões que tenham quanto a este assunto, por favor enviem para muzique@zedosbois.org.

ACTUALIZAÇÂO: fazer estas notas à pressa dá nisto - obviamente, a actuação do Porto, no Plano B, está também cancelada.

Quando os mundos se tocam



América do Sul e deserto africano unem-se em território niponófilo. Chicha Libre com Alhousseini Mohamed Anivolla, dos Etran Finatawa (Níger), no Japanese American Museum, em Los Angeles. Não há Torres de Babel na música.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Três nomes africanos para o FMM 2009

Avançam as Crónicas da Terra, o Raízes & Antenas e o Grandes Sons. O FMM 2009 vai servir de palco aos Kasaï All Stars (à terceira é de vez), à banda de afrobeat multinacional e multiétnica de Dele Sosimi (enorme espectáculo no ano passado, na Póvoa de Varzim), e a Victor Démé (Burquina Faso).

Além destes nomes, é anunciada também a presença dos Speed Caravan (tanto que o camarada António Pires fez eco do concerto deste projecto no Womex do ano passado) e dos magníficos Chicha Libre (um projecto de cumbias radicado em Brooklyn, Nova Iorque).

Fazendo ponto de situação, já temos os seguintes nomes para o cartaz de 2009 do FMM:
Lee "Scratch" Perry (Jamaica)
Circo Abusivo (Itália)
Kasaï Allstars (Congo-Kinshasa)
Dele Sosimi (Nigéria/Reino Unido)
Victor Démé (Burquina Faso)
Speed Caravan (Argélia/França)
Chicha Libre (EUA)

sexta-feira, 13 de março de 2009

Publicist, hoje e amanhã



A não perder mesmo, tanto hoje como amanhã, é o espectáculo de Publicist, ou seja, Sebastian Thomson, o baterista magnífico dos Trans Am, na companhia do vocalista não menos magnífico Ian Svenonius, dos saudosos Make-Up. Hoje, a festa dá-se no Lounge, com entrada livre. Amanhã, é a vez do Plano B receber a dupla, numa noite Oportunista, promovida pela Matéria Prima.

Hoje há...

quinta-feira, 12 de março de 2009

A crise, a música e o mercado do "ao vivo"

Talvez por "defeito" de formação, vejo-me recorrentemente a pensar neste assunto. Até há pouco tempo, pensávamos que o negócio da música ao vivo, especialmente por comparação com o cada vez mais moribundo negócio da música gravada, ia de vento em popa. Mas talvez estejam a começar a chegar ventos de mudança (para pior).

A crise financeira que abalou o mundo tem, pelo menos a curto prazo, um impacte particularmente negativo ao nível do consumo. As notícias da crise disseminam pelos consumidores uma espécie de vírus a que vulgarmente chamamos pessimismo. Mesmo que a situação neste momento até seja simpática face às desgraças pelas quais já passa uma grande parte da população, imaginamos que o mais certo é também perdermos o emprego, imaginamos que haverá uma altura em que não vamos conseguir pagar a prestação da casa e não sabemos como iremos suportar a creche da miudagem, quanto mais sabermos como vamos conseguir pagar as prestações de um carro que praticamente já não sai do sítio porque a gasolina está cara, receamos que a nossa moeda perca valor e que os mil e um tipos de produtos importados que fazem parte do nosso cabaz de consumo fiquem além das nossas capacidades. Não acreditamos em nada e prescindimos de férias, de jantares semanais, de cinemas, concertos ou de despesas mais fúteis que vão além daquelas que temos como essenciais para o dia-a-dia.

Mas voltemos ao mercado do "ao vivo". Se o pessimismo no consumo atacar o público dos concertos, goram-se as expectativas de milhares de actores económicos que investiram fortemente neste mercado que tinha, como dizia mais acima, excelentes horizontes. Talvez seja ainda cedo, mas já se diz à boca larga que existem muitos agentes e promotores com a corda na garganta, com crises de tesouraria que lhes impedem de fazer face a custos fixos ou a bilheteiras pouco simpáticas ou a custos diferidos como os impostos. E se estes agentes vão ao fundo, uma boa parte do negócio da música ao vivo, de grandes festivais a pequenos promotores, de bandas com pequenas ou grandes ambições, enterra-se com eles.

O Reino Unido, por exemplo, foi sempre um ponto de passagem fundamental para digressões, não necessariamente porque haja mais público, mas porque é o Reino Unido, porque é o centro histórico de todos os negócios que mexem com a música, porque é garantia de maior visibilidade internacional, porque ajudará, eventualmente, a negociar com maior tranquilidade o resto da digressão ou de futuras digressões. Num clima de pessimismo dos consumidores, num clima de forte descida do valor da libra como aquele a que assistimos, como é que o mercado europeu do "ao vivo" reagirá?

É cedo demais para se tirarem conclusões, mas uma coisa é certa: algo vai mudar e não há razão para grandes optimismos. Vejamos como decorre este Verão de festivais.

Hoje há diamantes



Fabulous Diamonds, australianos de hoje que trazem a no wave nova-iorquina de ontem na bagagem. Hoje, na ZDB, com Tropa Macaca na primeira parte.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Mapas, mapas, mapas



O Last FM tasteOgraph (imagem acima) dispõe e cruza num mapa os gostos de utilizadores do Last.fm que seleccionemos. O Last.fm Tools faz isso e muito mais a partir da mesma base de informação. O Musicmap pede-nos artistas ou discos e apura ligações a partir dos interesses dos clientes da Amazon. E há muito mais.
O português Manuel Lima, "arquitecto de informação" e uma das 50 mentes mais criativas e influentes para a revista Creativity (vejam o artigo de hoje na página 6 do caderno P2 do Público) reúne em visualcomplexity.com várias centenas de exemplos de projectos que procuram tratar informação particularmente complexa e apresentar resultados de uma forma visualmente perceptível. O trabalho desta gente é absolutamente essencial para os tempos de overdose de informação que vivemos.

Não irão muito além de Baltimore...

segunda-feira, 9 de março de 2009

Lee Perry no FMM!



Lee "Scratch" Perry. É o primeiro nome divulgado oficialmente, via twitter, pela organização do Festival Músicas do Mundo de Sines. E que nome. Aos 73 anos e ainda exemplo de juventude irrequieta e absolutamente chanfrada, como mostram o último disco e o último DVD gravado a partir do palco, a maior lenda viva do dub e do reggae desloca-se novamente a Portugal, para um concerto no derradeiro dia do festival, 25 de Julho.
Tratando-se do último dia, a actuação do "Upsetter" merecerá certamente, ainda que tal não esteja garantido na nota da organização, honras de fogo de artifício. E, nas duas vezes em que Jamaica rimou com fogo, nas edições em que o apogeu da festa se deu com os Black Uhuru (com Sly & Robbie), em 2001, ou com os Skatalites, em 2003, houve autêntica magia, como todos que lá estiveram seguramente testemunharão.
Faltam 130 dias para o FMM, 139 para o Lee "Scratch" Perry. Já faltou mais.

domingo, 8 de março de 2009

As novas caixas mágicas?

Há alguns meses, falei aqui, por brincadeira, dos sistemas Jarbas e Alfredo, que, num exercício de imaginação, corresponderiam aos futuros (mas não muito distantes) centros de multimédia, quer no carro, quer no domicílio. Futuros não muito distantes, mesmo. Até há pouco tempo, precisávamos, do lado de cá dos cabos que nos ligam ao mundo, de um computador para o qual descarregávamos música, filmes, etc. Vieram, entretanto, as set-top boxes das operadoras de telecomunicações, que nos permitem, além de gravarmos os programas de TV, alugar filmes e outros conteúdos.
Da mesma forma, até hoje, para acedermos de forma livre (ou ilegal, de acordo com alguns sistemas penais) ao mesmo tipo de conteúdos, continuávamos a precisar do dito computador.
Até hoje. Ora reparem agora no que o mininova, um dos mais populares trackers de torrents, está a vender: caixinhas wireless destinadas a tirar o máximo proveito, em casa, dos conteúdos que os p2p têm para oferecer. Até a Amazon as vende. Mas, mesmo com estas caixas, o computador ainda não será totalmente dispensável. Só que, e já não é novidade nenhuma, afinal, pois a Wired já disso tinha falado há quase um ano, há caixas que já vêm com o acesso aos trackers de torrents... incorporado.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Rock to Cuba

O Motoclube do Montijo vai receber no próximo fim-de-semana um festival original. Todas as receitas que dele resultem, da bilheteira, do bar e dos patrocinadores, destina-se ao financiamento da viagem e do tratamento em Cuba de Helena Simão, paraplégica desde 2006 em resultado de uma operação à medula que não correu como esperado. Na sexta-feira e no sábado, há diversas bandas, que, à semelhança dos restantes envolvidos na organização, não vão cobrar qualquer despesa. E entre elas estão os inesquecíveis Tequilla Mal, que agora regressam depois da ausência dos palcos que começaram a pisar justamente há 20 anos.

Dia 6:
Pneumonics
Moe´s Implosion
Nicotine´s Orchestra
Duendes do Umbigo

Dia 7:
Marbles
The Great Lesbian Show
Canal Caveira
Tequilla Mal

Bilhetes: 5€ (um dia) ou 8€ (dois dias), à venda no Smash - Clube de Ténis, Rua das Camélias, Montijo (antecipadamente) e no Motoclube do Montijo nos dias do festival (6 e 7 de Março)
Mais informação em rocktocuba.blogspot.com ou em myspace.com/rocktocuba.

terça-feira, 3 de março de 2009

Bailarico e Incrível Tasca Móvel n'«Os Dias a Crescer», em Guimarães

O Centro Cultural de Vila Flor, em Guimarães, prepara um fim-de-semana de festa para acolher a chegada da Primavera. Nos dias 21 e 22 de Março (sábado e domingo), o Vila Flor vai ter concertos e fanfarras, intervenções de artistas plásticos, marionetas, cinema de animação, oficinas diversas e outros motivos de animação. Destaque para a Incrível Tasca Móvel, a festa rija que reúne Ó Qu'estrada e Anonima Nuvolari, à qual se segue, pelo resto da noite, o Bailarico Sofisticado.

Programação completa d'«Os Dias a Crescer»
Sábado, 21, e Domingo, 22 de Março

SÁBADO
•14h30, Praça da Oliveira --> CCVF - Cortejo de abertura com Bomboémia
•15h00-19h00, Terreiro do CCVF - Mercado de produtos frescos e tradicionais
•15h00-17h00, Sala de Ensaios - A Viagem da Mãe Ganso (oficina de música/dança)
•15h00-18h00, Terreiro do CCVF - Oficina de moinhos de vento
•15h00-19h00, vários espaços - Animação pelos alunos das Turmas de Iniciação Teatral
•15h00-22h00, vários espaços - Intervenções de artistas plásticos
•15h00 + 16h00 + 17h00, Palácio Vila Flor/Sala 1 - CINANIMA selecção infantil
•15h00 + 16h00 + 17h00, Café-Concerto - ANIMAR 4 extensão CCVF
•15h30-16h00, Terreiro do CCVF - Teatro D. Roberto
•15h30 + 17h30 + 19h30, Início no Palácio Vila Flor - Visitas guiadas ao CCVF + concerto de música clássica
•16h00 + 18h00, Palácio Vila Flor - Visitas guiadas às exposições
•17h00-17h30, Espaço a definir - Um Mundo muito próprio (clown)
•17h30-19h00, vários espaços - Fanfarra Recreativa Improvisada Colher de Sopa
•19h00-22h00, Jardim do CCVF - Incrível Tasca Móvel
•22h00-02h00, Jardim do CCVF - Bailarico Sofisticado

DOMINGO
•14h30, Praça da Oliveira --> CCVF - Cortejo de abertura com Quarteto de clarinetes
•15h00-17h00, Sala de Ensaios - A Viagem da Mãe Ganso (oficina de música/dança)
•15h00-17h00, Jardim do CCVF - Oficina de criação de retalhos para a toalha gigante
•15h00-19h00, vários espaços - Animação pelos alunos das Turmas de Iniciação Teatral
•15h00-19h00, vários espaços - Intervenções de artistas plásticos
•15h00 + 16h00 + 17h00, Palácio Vila Flor/Sala 1 - CINANIMA selecção infantil
•15h00 + 16h00 + 17h00, Café-Concerto - ANIMAR 4 extensão CCVF
•15h30 + 17h30, Início no Palácio Vila Flor - Visitas guiadas ao CCVF + concerto de música clássica
•15h30-16h00, Terreiro do CCVF - Teatro D. Roberto
•16h00-17h00, Jardim do CCVF - Banda Plástica de Barcelos
•17h00, Jardim do CCVF - Abertura da Toalha Gigante
•17h00-19h00, Jardim do CCVF - Piquenique comunitário
•17h30-19h00, Jardim do CCVF - Bailebúrdia

segunda-feira, 2 de março de 2009

Hanggai, o som (moderno) das pradarias mongóis ou como a busca da tradição pode ser contra-cultura



«Não deixemos a nossa canção acabar
Não deixemos as nossas riquezas definharem
Um copo para sempre nas nossas mãos
Uma canção para sempre nas nossas gargantas.»

(em "Drinking Song")

Numa antiga língua mongol, a palavra "Hanggai" era usada para descrever paisagens idílicas, onde os rios correm livremente por entre montanhas cravejadas de árvores e recortadas no céu azul. Uma autêntica utopia para a juventude urbana da sobre-populada e sobre-poluída Pequim, no seio da qual se assiste ao nascimento de um movimento de contra-cultura -- leia-se de reacção à imitação ocidental -- em que é respeitada a língua nativa, onde são recuperadas e reconstruídas as tradições milenares, quase apagadas pelo passado mais recente do grande império chinês. No centro desta revolução, encontram-se grupos como os Hanggai. Ilchi, o principal mentor, liderava uma banda punk quando ouviu um dia alguém praticar o canto gutural. Viajou até à terra do seu pai, na Mongólia Interior, para aí aprender a técnica do canto e conhecer o reportório local. Por lá, conheceu dois estudantes de música, Hugejiltu e Bagen, e com eles formou os Hanggai.
Os Hanggai estrearam-se em edições no ano passado, com o álbum "Introducing Hanggai", trazido para o Ocidente pela World Music Network. Dez canções construídas a partir do canto gutural, do morin khuur (um violino com cordas de crina de cavalo) e do tobshuur (uma espécie de banjo de duas cordas, também de crina), que vão de afirmações mais ou menos fiéis às raízes -- mas nunca como nos Huun-Huur-Tu, "vizinhos" de Tuva, por exemplo -- às transgressões mais inspiradas (e mais traquinas), que colocam os Hanggai para a tradição mongol como os Hedningarna estavam para a nórdica. "Five Heroes", por exemplo, que conta a história de cinco Robin Hoods do imaginário mongol, começa por um desempenho sério no canto gutural, para depois se transformar, por entre berimbaus de boca e guitarras eléctricas, no que poderia ser a banda sonora de um western, melhor, de um "eastern", filmado nas pradarias mongóis. A acreditar em temas como "Yekul Song", a Mongólia até fica mais perto do que parece, porque já ouvimos isto em recuperações das canções da Lapónia e do povo sámi (novamente os Hedningarna), o que faria introduzir aqui o velho tema da relação entre as culturas fino-úgricas e o Extremo Oriente, mas fica para outra altura. O que é importante reter é que um álbum como este deve ser muito bem estimado. Não só pelo papel revolucionário que desempenha, mas também pela qualidade intrínseco de todas as canções que o compõem, que merecem ser ouvidas em qualquer altura, em qualquer contexto. Como se diz no site do grupo, para se "sentir saudades de uma terra onde nunca se esteve".
Myspace: myspace.com/hanggaiband