terça-feira, 29 de abril de 2014

Mulatu, Kidjo e muitos outros em Sines

O anúncio publicado na revista Songlines ajuda a perceber mais do que vai ser o cartaz da próxima edição do FMM Sines, que decorre entre 18 e 26 de julho. É uma lista de nomes (ver abaixo) que vão aos quatro cantos do mundo, trazendo música de paragens inéditas no próprio historial do festival.

Comecemos por África. É de lá que vem dois dos maiores nomes anunciados, o veterano Mulatu Astatke, o fundador do jazz etíope, e, com origem no Benin, Angélique Kidjo, uma das maiores divas de África que, salvo erro, nunca terá pisado um palco português (algumas semanas antes do FMM, Kidjo vai estar no Rock in Rio, para um espetáculo conjunto com Rui Veloso e o brasileiro Lenine) [ATUALIZAÇÃO: Sim, já pisou um palco português e para concerto em nome próprio, precisamente no RiR 2004 - obrigado, Vasco]. Do grande continente há ainda a registar com agrado o regresso da maliana Fatoumata Diawara, que tão boas impressões deixou em 2012, e que agora irá aparecer ao lado do pianista cubano Roberto Fonseca. Do Zimbabué, vem Oliver “Tuku” Mtukudzi, um antigo companheiro de Thomas Mapfumo. Há também, vindo da Tanzânia, o coletivo Jagwa Music (pode vir a ser explosivo – ver vídeo abaixo). Do Burkina Faso, vem o guitarrista Abdoulaye Traoré, que se junta ao cantor griot maliano Mohamed Diaby no grupo Debademba. De muito perto, do Níger, vem Mamar Kassey. Do outro lado, da ilha de Madagáscar, teremos Teta, o “guitarrista dos dedos de fogo”. No que à expressão portuguesa diz respeito, iremos ter a franco-cabo-verdiana Mó Kalamity e o angolano Nástio Mosquito.



A edição deste ano contará com o contigente asiático mais numeroso da história do festival. Só do Irão, país que surge pela primeira vez num cartaz do FMM, vêm Mohammad Reza Mortazavi e, para outro espetáculo, Kayah Kalhor, que se junta ao turco Erdal Erzincan. De Israel, vem a festa dos Balkan Beat Box, que há anos andam a escapar do cartaz de Sines, e o Istikal Trio. Dali de perto, da Arménia, vem o pianista Tigran Hamasyan, que regressa a Sines depois de no ano passado ter sido surpreendido pela ausência forçada de Trilok Gurtu, com quem ia tocar, e de ter surpreendido todos o que o viram e ouviram pela entrega que deu em palco, sozinho. De França, mas com origem libanesa, teremos ainda o trompetista Ibrahim Maalouf. Além do Médio Oriente, também a Península Índica contará com uma boa representação: Mudiyett e Niladri Kumar, ambos da Índia, Bachu Khan, também da Índia, mas da zona do Rajastão, e um coletivo de música qawall, algo que é sempre bem recebido para os lados de Sines, o Fareed Ayaz & Abu Muhammad Qawwal, vindos do Paquistão. Saltando para o Extremo Oriente, temos mais um país a estrear-se, a Coreia do Sul, de onde virão os Jambinai, que colocam os instrumentos locais no mapa do pós-rock (ver vídeo abaixo). Da China, virão os Ajinai.



Das Américas, teremos os colombianos Meridian Brothers, aposta da Soundway, e Orange Hill, grupo de música calipso e soca. Da Argentina, há La Yegros e Soema Montenegro. Do Canadá, vem Melissa Laveaux, de origem haitiana. Do México, teremos Arreola+Carballo, um power trio composto Alonso Arreola, um virtuoso do baixo, pelo seu irmão Chema Arreola, baterista, e pelo ator-escritor-e-vocalista Mardonio Carballo (ver vídeo abaixo).



De latitudes mais próximas, teremos Acid Arab (França), Jungle By Night (Países Baixos), Shazalakazoo (Sérvia), Krismenn (Bretanha), Karolina Chicha (Polónia) e, claro, os portugueses Júlio Pereira, Gisela João e Soaked Lamb.



Importa dizer que este é apenas um apanhado do cartaz final. Nas próximas semanas, deverão vir a ser revelados mais nomes. Este é o ano em que o FMM volta a Porto Covo, que vai receber concertos no primeiro fim-de-semana. Pela primeira vez, o cartaz dos DJs (e live acts) que encerrarão as últimas noites do festival será composto exclusivamente por nomes internacionais.

Line-up revelado até agora:

Angélique Kidjo (Benin/EUA)
Balkan Beat Box (Israel/EUA)
Mulatu Astatke (Etiópia)
Ibrahim Maalouf (Líbano/França)
Fatoumata Diawara & Roberto Fonseca (Mali/Cuba)
Oliver Mtukudzi & The Black Spirits (Zimbabué)
Kayhan Kalhor & Erdal Erzincan (Irão/Anatólia-Turquia)
Meridian Brothers (Colômbia)
Jagwa Music (Tanzânia)
Tigran (Arménia)
La Yegros (Argentina)
Mó Kalamity & The Wizards (Cabo Verde/França)
Fareed Ayaz & Abu Muhammad Qawwal (Paquistão)
Acid Arab (França/Mundo Árabe)
Orange Hill (Colômbia)
Ajinai (China)
Debademba (Burkina Faso/Mali)
Melissa Laveaux (Haiti/Canadá)
Jungle By Night (Países Baixos)
Jambinai (Coreia do Sul)
Mamar Kassey (Níger)
Niladri Kumar (Índia)
Mohammad Reza Mortazavi (Irão)
Soema Montenegro (Argentina)
Teta (Madagáscar)
Bachu Khan (Rajastão – Índia)
Smadj “Fuck The DJ” (França/Tunísia/Marrocos/África do Sul)
Istikal Trio (Israel)
Mudiyett (Índia)
Nástio Mosquito (Angola)
Shazalakazoo (Sérvia)
Júlio Pereira (Portugal)
Arreola+Carballo (México)
The Soaked Lamb (Portugal)
Krismenn (Bretanha-França)
Karolina Chicha (Polónia)
Gisela João (Portugal)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Skip&Die por cá nos próximos dias

Fecharam o cartaz do FMM 2013 e estão agora de volta, para uma minidigressão por palcos nacionais. Melting pot de culturas musicais, línguas e nacionalidades, os Skip&Die nasceram do encontro entre a voz da sul africana Cata.Pirata e do produtor holandês Crypto.Jori, aos quais se juntam em palco Gino Bombrini (percussão e guitarra) e Daniel Rose (guitarra, baixo, sitar, saz). Consciência global e anti-capitalismo no mês da revolução.

18 Abril @ Porto, Plano B (22h30)
19 Abril @ Coimbra, Salão Brazil (22h30)
24 Abril @ Lisboa, Musicbox (no festival Lisboa, Capital, República, Popular) (00h30)
25 Abril @ Sines, Largo do Castelo (00h00)

sábado, 5 de abril de 2014

Onde estavas tu, há 20 anos?

Não foi exatamente há 20 anos. Só no dia 8 é que o mundo soube. Dia 8 de abril de 1994 era uma sexta-feira e eu estava no Bairro com os amigos. No Grog's, precisamente. Já na altura achávamos que era um bar de miúdos -- mais miúdos que nós, entenda-se -- mas gostávamos dos shots. Ou do seu preço. Lá mais para meio da noite, aparece mais um amigo, que a memória já não me ajuda a recordar. "Morreu o Kurt Cobain!", disse. Ficou estragada a noite.

Kurt Cobain morreu há 20 anos.


(Curiosamente, esta manhã -- e não me lembrava sequer da efeméride -- acordei com um pesadelo. Recebia mensagens que diziam que o Neil Young tinham morrido. Não me custa nada imaginar o Kurt Cobain a envelhecer da mesma maneira que o tio Neil.)