sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

"A música, mesmo em condições de mercado relativamente adversas, continua a ter um papel central na vida das pessoas e na escala dos seus gostos e interesses"

Vale a pena ler a nota do José Jorge Letria, lutador de sempre e atual presidente da SPA, a respeito do estudo "Creating Growth-Measuring Cultural and Creative Markets in the EU", que o Grupo Europeu de Sociedades de Autores (GESAC) entregou recentemente à Comissão Europeia.
Depois, com mais tempo e mais calma, sempre se pode ir à procura do próprio estudo (por exemplo, aqui.)

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Os dez mais dos poucos concertos deste meu ano

Foram poucos perante a oferta colossal que houve no ano. Pelas mais diversas razões -- umas boas, outras não tão boas, uma delas absolutamente indesejável -- falhei a maior parte do FMM, falhei o Valada, falhei o Primavera, falhei um rol imenso de datas individuais. Ainda assim, dá para fazer um topezito com dez momentos que me encheram os ânimos. Um topezito de concertaços:

1. TEHO TEARDO & BLIXA BARGELD @ Maria Matos, 12 de março
2. TRILOK GURTU BAND @ Castelo de São Jorge, 19 de junho
3. SUN RA ASKESTRA @ B.Leza, 2 de junho
4. GISELA JOÃO @ Castelo de Sines (FMM), 25 de julho
5. NICK GARRIE @ Musicbox, 11 de dezembro
6. THURSTON MOORE @ ZDB, 30 de março
7. THE EX @ Clube dos Ferroviários (OUT.FEST), 4 de outubro
8. PERE UBU @ ZDB, 4 de dezembro
9. KIMMO POHJONEN @ Tivoli, 11 de novembro
10. BOMBINO @ Largo do Intendente, 26 de junho

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A cidade vai arder esta noite

Tanta coisa boa (e obrigatória) a que ir:

Os PERE UBU regressam a Lisboa, 14 anos depois. Vai ser na ZDB e a lotação, a menos que haja desistência de reservas, está esgotada.

Os DEAD COMBO dão um daqueles concertos que promete ser inesquecível, no Coliseu de Recreios. O palco vai estar montado na plateia, o público vai dispor-se ao redor. (Curiosamente, já os vi neste formato, mas num espaço várias centenas de vezes mais pequeno.)

O MUSICBOX celebra os sete anos e a festa vai ser de partir os quadris. Destaque total para a presença de Brian Shimkovitz -- o autor do blogue mais notável de sempre, o AWESOME TAPES FROM AFRICA --, mas também para os FUMAÇA PRETA. A festa do Musicbox continua ainda pelo fim de semana (ver mais aqui).

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Até sempre, Sardinha

Morreu esta manhã Eduardo Sardinha.

A notícia acabou de chegar aos meus olhos neste momento. O choque é impossível de descrever e as razões para o sucedido desconheço-as. Só sei que o Sardinha era novo demais para desaparecer.

Conheci o Sardinha por volta de 1998, quando se ofereceu para ser o correspondente nortenho da Musicnet, que então eu dirigia. Desde essa altura e até ao fim do projeto, construímos cumplicidades e uma amizade fortíssima. Cada vez que ia ao Porto, encontrava um amigo que parecia conhecer desde sempre, um amigo que me recebia como poucos. Havia um respeito mútuo notável. E se o Sardinha era assim no conhaque, nem sei se vos consigo dizer como era no trabalho. Apesar de receber tuta e meia para fazer reportagens de vez em quando, ele era, de todos os colaboradores da casa, o verdadeiro jornalista, aquele que estava sempre atento à notícia, aquele que sabia o boato antes de ser boato, aquele que confirmava o boato antes de este já ser notícia por todo o lado. Desde o fim do projeto, afastámo-nos, Eduardo, e fui sentindo pena disso ao longo dos anos, mas que queres, é a vida, e a vida está sempre a andar para a frente. Até que pára, como agora parou para ti... Cedo demais.

Até sempre, meu amigo.

(Tem sido um ano difícil, este. Da família, dos amigos, as pessoas vão-me desaparecendo.)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

Cante Alentejano!

Acaba de ser consagrado pela UNESCO como Património Cultural Imaterial da Humanidade!


sexta-feira, 21 de novembro de 2014

20 000 dias já em exibição

(Fotografia confortavelmente surripiada ao camarada Dinis.)

Lisboa, Cinema Nimas (todos os dias, 13h45, 15h45, 17h45, 19h45 e 21h45)
Porto, Teatro do Campo Alegre (dias úteis, 18h30 e 22h; fim de semana, 15h30, 18h30 e 22h)
Almada, Academia Almadense
(Informação do Cinecartaz)

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Lisboa, hoje: Sona Jobarteh e Gala Drop

Hoje há duas propostas a não perder para quem vive por Lisboa e arredores. Ao CCB chega-nos Sona Jobarteh, a primeira intérprete feminina da kora, a harpa da África Ocidental. No B.Leza, os nossos Gala Drop apresentam o seu segundo álbum, "II".

Sona Jobarteh, nascida em Londres e de ascendência gambiana, provem de uma das cinco principais famílias griot associadas ao longo de séculos à interpretação da kora. Curiosamente, é prima de Toumani Diabaté, o mais conhecido e talvez o mais virtuoso dos intérpretes daquele instrumento, conforme já tivemos a oportunidade de testemunhar nas várias vezes que nos visitou. Sona, que teve formação clássica de nível superior, é a primeira mulher a pegar num instrumento de homens. Colaborou em filmes e com vários músicos (Damon Albarn, claro, é um deles) e apresenta-se agora a solo, passando por Lisboa para fazer a primeira parte do concerto da brasileira Patrícia Bastos, por ocasião do Misty Fest. Será no pequeno auditório do CCB e está integrado na programação do Misty Fest. O espetáculo começa às 21h e as entradas custam 15 euros.



No B.Leza, os Gala Drop apresentam o álbum "II". Vai haver primeira parte do Coclea, que começará por volta das 22h00. As entradas custam 9,99€ ou 14,99€, e incluem o CD ou o LP, respetivamente, dos Gala Drop. Sábado será a vez da apresentação no Porto, no Plano B.

galadrop.bandcamp.com/album/ii

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Uivo, amanhã

Somos seguramente uma multidão imensa, aqueles que sentimos saudades do António Sérgio. Passarão amanhã cinco anos desde o desaparecimento de um dos maiores agitadores que a cena musical portuguesa conheceu, o formador de várias gerações, o homem da rádio e muito mais. A data vai ser assinalada com a estreia do documentário "Uivo", realizado por Eduardo Morais, no Palácio Foz, com sessões à tarde (16h30) e à noite (21h30). Do programa consta ainda a apresentação de "Uivo da Matilha", coletânea de cartas póstumas reunida pela sua cúmplice Ana Cristina Ferrão. À noite, haverá ainda espaço para atuações de Fast Eddie Nelson, The Fellow Man e Charles Sangnoir. "Uivo", o documentário, seguirá depois para outras 19 localidades, com o seguinte mapa de apresentações:

6 nov. - Barcelos
7 nov. - Santo Tirso
8 nov. - Coimbra (c/ Subway Riders e Dirty Coal Train)
10 nov. - Portalegre
11 nov. - Castelo Branco
12 nov. - Guarda
13 nov. - Bragança
15 nov. - Viseu
19 nov. - Porto
20 nov. - Braga
21 nov. - Barreiro
22 nov. - Rio Maior (c/ The Act-Ups, Cave Story, Dirty Coal Train)
27 nov. - Aveiro
28 nov. - Vale de Cambra
29 nov. - Caldas da Rainha (c/ Cave Story)
6 dez. - Setúbal
12 dez. - Beja (c/ Dirty Coal Train)
13 dez. - Loulé (c/ Dirty Coal Train)
20 dez. - Évora



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

E por falar em diabo, hoje é dia de Liars!

Hoje é o dia em que os Liars regressam à pista do Lux, trazendo na bagagem o álbum mais virado para a discoteca desde que começaram com as experiências de ritmo e ruído, já lá vão 14 anos e sete álbuns.

O diabo finlandês está de volta

Kimmo Pohjonen, o homem que revolucionou o som do acordeão, está de volta a Portugal, para uma minidigressão a solo com passagem por meia dúzia de localidades portuguesas:

6 de novembro - Torres Vedras, Teatro Cine
9 de novembro - Braga, Theatro Circo
11 de novembro - Lisboa, Tivoli
13 de novembro - Castelo Branco, Cineteatro Avenida
14 de novembro - Faro, Teatro das Figuras
15 de novembro - Ílhavo, Centro Cultural

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Amanhã à tarde, há estacionamento livre no Maria Matos para a nave de Sun Ra

Em junho tivemos o prazer de receber a mítica Arkestra no B.Leza, neste ano em que celebramos os 100 anos de Sun Ra. Entretanto, o Teatro Maria Matos, que chegou à bonita idade dos 45 anos, lembrou-se de prestar tributo ao génio deste que é um dos mais extraordinários compositores da galáxia, e por isso, a festa de amanhã à tarde, apropriadamente intitulada "100 Ra" (glosando a de há dois anos, "100 Cage") promete ser imperdível.

A viagem ao universo musical de Sun Ra, que decorrerá amanhã entre as 16h30 e as 20h30, em vários espaços do Maria Matos, terá por comandantes:

- Bruno Pernadas e o seu ensemble;

- Gala Drop e convidados;

- Mo Junkie;

- Nuno Rebelo com o Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga (música original, composta especialmente para esta tarde, sob encomenda e produção do Maria Matos e GNRation)

Os bilhetes vão custar 5 euros e o programa pode ser consultado aqui.

Chegámos àquela altura do ano em que ficamos a saber quem vai ao Barreiro Rocks

E então, para pegar numa expressão corrente, é assim:

O Barreiro Rocks tem lugar, uma vez mais, no pavilhão do GD dos Ferroviários, entre 5 e 7 de dezembro, com Bad News Boys (King Khan & BBQ), The Experimental Tropic Blues Band, Tamar Aphek, The Act-Ups, 10 000 Russos, Modernos, Killimanjaro, Dirty Coal Train, The Jack Shits, Alek Rein, Asimov, Pista, Los Saguaros, Tracy Lee Summer, Cave Story, Thee O.B.’s, Smix Smox Smux, Pow, Cangarra, Besta e, claro, o Crooner Vieira.

Todos ao Barreiro!

terça-feira, 14 de outubro de 2014

Lembrando o Forum Sons

Recentemente, bateu-me à porta a saudade do Forum Sons. Bateu por duas vezes: na primeira, era a sensação de falta daquelas discussões à volta da música (e mais o que fosse); nos dias mais recentes, principalmente neste "dia seguinte" ao desaparecimento trágico da Tânia, era a nostalgia por um tempo em que a toda a hora surgia um novo amigo que nos trazia novas formas de pensar as coisas.

Porque o tempo já lá vai e porque haverá quem não saiba o que era o Forum Sons, as próximas 797 palavras são dedicadas a essas pessoas. As demais não precisam.

O Forum Sons surgiu por volta de 1997 ou 1998, a memória já não me ajuda, no então incipiente abraço às novas tecnologias por parte do jornal Público, e em particular do seu suplemento de música "Sons". Pequenos anúncios nas páginas do jornal lançavam um mote semanal e convidavam os leitores melómanos a participarem ativamente na construção daquele espaço de discussão, um fórum online.

Logo começou a aparecer gente interessante com coisas interessantes para partilhar naquelas páginas de design simples e de fundo azul, gente da qual ainda hoje me orgulho de ser amigo (e próximo, em alguns dos casos). Talvez valha a pena notar que a WWW em português ainda era coisa de um grupo mais ou menos reduzido de utilizadores, essencialmente estudantes da faculdade e nerds dos computadores. Nada que se pudesse assemelhar ao que temos agora, em que damos um pontapé num qualquer botão de uma rede social e damos de caras com o chefe do serviço, o primo que já não víamos desde o casamento, o gordo do liceu ou a senhora que nos tira as bicas da manhã. Talvez por isso, por sermos poucos e por sermos realmente interessados no tema, não havia ainda tanto espaço para a javardice popular que desde então veio crescendo até ao ponto que encontramos nos comentários de qualquer notícia publicada online.

Avançou o tempo e aumentou também a presença do Público (e do público) na internet. Aumentou também o número das pessoas que participavam no Forum Sons, o qual foi passando por várias lavagens de cara e pelo melhor apetrechamento técnico. Falava-se mais de música e de mais músicas. E também se falava de outras coisas. Afinal, era um universo em expansão de pessoas com interesses múltiplos.

Passaram cerca de quatro anos e alguém no Público mudou de ideias em relação ao projeto, o que não caiu no agrado daqueles que o amanhavam e que, em resposta, e como uma comunidade cigana, mudaram-se para outras paragens. Escrevi a esse propósito numa das minhas crónicas para o Diário Digital, que ainda se encontra online: "Morreu o Forum Sons, Viva o Forum Sons!". Vieram iniciativas individuais que ainda duraram alguns anos, à qual lhes faltou capital e estratégia para poder gerir as eventuais potencialidades daquele negócio. Surgiram soluções gratuitas, por vezes mais do que uma em simultâneo, como que em linhagens paralelas de um multiverso. Mas a principal razão para o declínio do Forum Sons, foi, paradoxalmente, a humanização do mesmo. A determinada altura, já éramos todos muito amigos ou muito inimigos. A música ficava para segundo plano e tomava dianteira a javardice, que antes até tinha ajudado a tornar o Forum Sons um local atrativo, dificultando a entrada de gente aborrecida. Já não se conhecia novas músicas, já não se trocava discos, já não se discutia aquele mesmo tema batido de sempre, o estado da música portuguesa. A debandada deu-se e o Forum Sons foi ficando residente apenas na memória daqueles que o trabalharam.

Em todos aqueles anos de vida do Forum Sons, conhecia-se música nova e antiga que os tradicionais meios eram incapazes de dar a conhecer. Sabíamos desde a primeira hora quem vinha cá tocar e quando. Vendiam-se e trocavam-se discos. Faziam-se coletâneas coletivas. Nasciam programas de rádio. Nasciam associações (a Mula, por exemplo, que organizou o primeiro concerto de Howe Gelb por cá). Nasciam conhecimentos duradouros. Começavam-se relações (umas deram em casamento!). Combinavam-se autênticas excursões a festivais e concertos por esse país fora. Formavam-se bandas e coletivos de DJs. Recrutavam-se jornalistas e críticos. Ria-se, chorava-se (e muito se chorou na morte de um dos maiores instigadores do Forum Sons no Público, o Fernando Magalhães).

Tudo isto se passava num ambiente mais ou menos democrático, com gente de diferentes proveniências e diferentes motivações. No Forum Sons, participavam meros ouvintes, lado a lado com os músicos (muitos), os jornalistas (quase todos), os produtores de eventos, o Miguel Esteves Cardoso. Havia quem participasse sobre o mais profundo anonimato, só muitos anos depois revelado. Havia muitos que nem sequer participavam, estando porém atentos ao que ali se passava, como se o Forum Sons fosse um focus group de excelência.

Não sei se quero e se precisamos de outro Forum Sons como aquele(s), mas agrada-me sempre a ideia de uma praça pública onde se discuta, se troque e se fomente a música (e tudo, na verdade). Ainda há dias comentava com uma jornalista, a propósito dos 20 anos da ZDB, que uma das maiores virtudes da galeria ao longo dos tempos mais recentes foi o de providenciar uma espécie de ágora onde gente de interesses comuns ou tangentes – público, músicos, jornalistas, gente com vontade de fazer coisas, ... - se reunisse de copo na mão e música nos ouvidos. É do diálogo que nascem as coisas.

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pop already ate itself

Em 1982, abriam guerra às guerras da Irlanda do Norte ao Chile, em nome da paz.
Em 1984, lembravam heróis passados e presentes das lutas pela integração racial no mundo.
Em 1984, alertavam o mundo para a fome em África.
Em 1986, tornavam-se uma das vozes mais importantes da Amnistia Internacional.
Em 1992, aliavam-se à Greenpeace pelo ambiente.
Em 1994, ridicularizavam os líderes mundiais que permitiam e fomentavam a guerra da Bósnia.
Em 1997, caricaturavam o peso emergente de referências capitalistas e consumistas na cultura popular.
Em 2000, ele aliava-se à campanha pelo perdão da dívida dos países do Terceiro Mundo.
Em 2001, lembravam Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz e prisioneira política birmanesa até há pouco tempo.
Em 2002, ele fez campanha contra a SIDA em África.
Em 2005, estiveram em campanhas para ajudar as vítimas do furacão Katrina.
Em 2006, ele entrou na luta financeira contra a pobreza.

Em 2014? Em 2014, ajudam a vender telemóveis e afins para as classes média e alta.

Mas é mais do que isso.

Desde que se começou a discutir o declínio da indústria discográfica, mantenho a opinião de que o principal fator subjacente à crise nas vendas não é a pirataria, ainda que esta seja obviamente determinante. É a alteração dos hábitos de consumo, ou melhor, o surgimento e a intensa diversificação de novas necessidades junto da população mais jovem, aquela que antes sustentava a indústria.

Roupas caras, computadores e jogos, viagens de turismo, intercâmbios estudantis, concertos e festivais para todos os gostos, maior oferta na noite, e, claro, os telemóveis, dos equipamentos aos planos mensais de preços, para este e para aquele serviço.

Muitos destes "novos" bens e serviços tornam-se necessidade e ganham até a maior quota-parte do seu preço final através do ato publicitário, por mais que qualquer profissional de marketing nos venha dizer que a necessidade já lá estava à espera de ser acordada. E que seja, então, porque a conclusão não é radicalmente diferente.

Mais, muitos destes "novos" bens e serviços são eles próprios o suporte privilegiado para a afirmação da pirataria. Como se houvesse aqui um duplo ataque ao velho paradigma da indústria discográfica: tomam o lugar da música no orçamento mensal e ainda permitem que se partilhe e oiça música sem que os antigos agentes do negócio, incluindo os próprios autores, sejam daí remunerados.

E quem tem ajudado a vender estes bens e serviços, quem tem ajudado a diversificar o destino dos orçamentos (cada vez mais magros nesta altura de crise geral) dos jovens? A própria música.

A novidade é que já não são pequenas bandas, daquelas que precisam de exposição e dinheiro para o arranque, como quando os Dandy Warhols plagiavam os Specials nos anos 90 num dos maiores sucessos mundiais da publicidade. Agora é uma das maiores bandas de sempre, aquela para quem aliás parece ter sido cunhada a expressão "a maior banda do mundo", aquela que era conhecida pelos seus atos de filantropia e de ativismo social e político.

No reino das metáforas, o novo álbum dos U2 é a pedra da lápide que faltava.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pere Ubu no aquário, Bonnie 'Prince' Billy no São Luiz e outros para a festa da ZDB

Há muito, muito tempo, eras tu uma criança que brincava no...
Parem já tudo e celebrem: A ZDB faz 20 anos e traz os Pere Ubu para a festa. Tomem nota do dia 4 de dezembro próximo. Os Pere Ubu -- a banda, claro -- voltam a Lisboa, 14 anos (CATORZE ANOS, PORRA!) depois da Aula Magna, seis anos depois da Casa da Música.

Esta é apenas uma das novidades da programação de outono da ZDB, parte dela integrada no 20.º aniversário da casa. Junte-se ainda o já anunciado Ty Segall, o sempre bem-vindo Bonnie 'Prince' Billy, o velho amigo Lee Ranaldo, os Black Bananas (da Jennifer Herrema, ex-Royal Trux), e mais, mais, mais:

Setembro
18 - Rashad Becker + Ondness
20 - Lust For Youth + Bispo
26 - Waterfalls c/ Raw Forest + Afonso Simões + Trash Kit + Taxila

Outubro:
4 - Amen Dunes + Modernos
5 - Marissa Nadler
7 - Nate Wooley + Chris Corsano + Hugo Antunes – Malus
15 - bEEdEEgEE | Jejuno
18 - Lee Ranaldo @ Igreja de St.George
25 - Ty Segall

Novembro:
1 - Black Bananas + Putas Bêbadas
15 - Bonnie ‘Prince’ Billy @ Teatro São Luiz

Dezembro:
4 - Pere Ubu

E há ainda a promessa de que serão anunciadas mais datas para este outono festivo. Mais informações em www.zedosbois.org.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Festão na Casa Independente

A Casa Independente, em Lisboa, acolhe no próximo sábado a primeira edição do Magafest, repleto de nomes fortes da cena atual:

15h00 - 16h00 Norberto lobo e Gabriel Ferrandini
16h00 - 17h00 João lobo
17h00 - 18h00 Nome Comum
18h00 - 19h00 Não Simão
19h00 - 20h00 Noz 2

Jantar

21h00 - 22h00 Bruno Pernadas
22h00 - 23h00 Memória de Peixe
23h00 - 00h00 Tiago Sousa
00h00 - 01h00 JP Simões

A entrada custa 15 euros. Mais informações em magasessions.com

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

A nova frente do Discogs

A boa gente do Discogs não para e abriu entretanto um novo portal, exclusivamente dedicado à missão de documentar todas as lojas de discos do planeta. "It's like Discogs, for Record Shops."

Aqui:

www.vinylhub.com

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

E como não duas sem três, aí vem também o regresso às aulas da ZDB

Calma, porém. É ainda apenas uma pequena parte do regresso que acaba agora de ser divulgada. Hipsters-roqueiros-alfacinhas, alegrai-vos, que vem aí o Ty Segall para o aniversário da ZDB -- o 20.º! --, que não vai acontecer na ZDB, mas sim noutro sítio conhecido igualmente por apenas três letrinhas, o Lux. Vai ser no dia 25 de outubro. As entradas custam 15 euros e já estão à venda. Antes do aniversário, a ZDB conta ainda apresentar, além outros nomes que não foram anunciados:
18 de setembro: Rashad Becker (ALE) + Ondness (PT)
20 de setembro: Lust for Youth (SUE) + Bispo (PT)


ATUALIZAÇÃO:
Avisa o Sérgio, e bem, que o aniversário da ZDB não se ficará pelo Ty Segall, nem se ficará por uma única noite. A festa será longa, portanto. Ainda bem.

Novidades para os lados do Maria Matos, também

Para quem não se distrai nos banhos ou outras coisas de verão, o mês de agosto traz sempre novidades interessantes a respeito do que há de aí vir quando as temperaturas já não forem assim tão altas, quando já toda a gente estiver regressada às suas vidas diárias. Há pouco era o Out.Fest, mas também há novidades do Maria Matos para a próxima temporada de concertos:

20 de setembro - peixe:avião + Filho da Mãe & Jibóia (serão filmes-concerto, com os peixe:avião a musicarem "Ménilmontant", filme de 1926, de Dimitri Kirsanoff, e a dupla de guitarras FdM & J com "In the Land of the Head Hunters", filme de 1914, de Edward S. Curtis, ambos os filmes da colheita deste ano do Festival de Curtas de Vila do Conde)

27 de setembro - Steve Gunn & Mike Cooper (reedição em palco da dupla criada no Out.Fest do ano passado, que gravou por cá "Cantos de Lisboa")

18 de outubro - 100 Ra (programa cósmico-especial de celebração do 45.º aniversário do Maria Matos, em tributo a Sun Ra, no ano do centenário do seu nascimento, em quatro frentes musicais diferentes: Bruno Pernadas e seu emsemble, Gala Drop e convidados, Mo Junkie e Nuno Rebelo em colaboração com o Conservatório Calouste Gulbenkian de Braga)

1 de novembro - Simon James Phillips "Perto do Ar" (regresso do australiano ao Panteão Nacional, para a apresentação de obra inédita para instrumentos de sopro no aniversário do grande terramoto de 1755, dia de Todos os Santos)

Peter Evans e Fennesz juntam-se ao cartaz de luxo do Out.Fest

Já se sabia da presença da dupla Peter Brötzmann & Steve Noble, dos Magik Markers e dos The Ex. Sabe-se entretanto que também o Peter Evans Quintet e Christian Fennesz vão participar no Out.Fest, o festival de vanguarda do Barreiro, que este ano acontece entre 2 e 5 de outubro próximos. Também os bilhetes já se encontram à venda em bilheteiraonline.pt e locais associados. Mais informações em www.outfest.pt e www.facebook.com/outfestbarreiro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

E Tim voltou para casa viajandão, dirigindo seu jipe e certo de que tinha salvado a alma da "Flips"


in "Noites Tropicais - solos, improvisos e memórias musicais", de Nelson Motta (Ed. Objetiva, 2000)

10 dias no jazz

Começa hoje a 31ª -- sim, a trigésima-primeira! -- edição do Jazz em Agosto, na Gulbenkian. Ao longo de 10 dias vai passar pelo anfiteatro ao ar livre uma autêntica caderneta de cromos indispensáveis ao jazz atual:


Sexta, 1 de Agosto, 21:30
James Blood Ulmer Memphis Blood Blues Band feat. Vernon Reid (EUA)
James Blood Ulmer (voz e guitarra elétrica), Vernon Reid (guitarra elétrica), Charles Burnham (violino), Leon Gruenbaum (teclados), David Barnes (harmónica), Mark Peterson (baixo elétrico), Aubrey Dayle (bateria)

Sábado, 2 de Agosto, 21:30
Evan Parker & Matthew Shipp (Reino Unido, EUA)
Evan Parker (saxofone tenor), Matthew Shipp (piano)

Domingo, 3 de Agosto, 21:30
Marc Ribot Ceramic Dog (EUA)
Marc Ribot (guitarra elétrica), Shahzad Ismaily (baixo elétrico, eletrónica), Ches Smith (bateria)

Segunda, 4 de Agosto, 21:30
Marc Ducret Real Thing #3 (França)
Fidel Fourneyron (trombone), Matthias Mahler (trombone), Alexis Persigan (trombone) Antonin Rayon (piano), Sylvain Lemêtre (vibrafone, marimba, percussões), Marc Ducret (guitarra elétrica)

Terça, 5 de Agosto, 21:30
Luís Lopes Lisbon Berlin Trio (Portugal, Alemanha)
Luís Lopes (guitarra eléctrica), Robert Landfermann (contrabaixo), Christian Lillinger (bateria)

Quarta, 6 de Agosto, 21:30
Franz Hautzinger Big Rain (Áustria, Japão, EUA)
Franz Hautzinger (trompete quartertone), Keiji Haino (guitarra elétrica, voz), Jamaaladeen Tacuma (baixo elétrico), Hamid Drake (bateria)

Quinta, 7 de Agosto, 21:30
Fred Frith / Joëlle Léandre / Hamid Drake (Reino Unido, França, EUA)
Fred Frith (guitarra elétrica), Joëlle Léandre (contrabaixo), Hamid Drake (bateria)

Sexta, 8 de Agosto, 21:30
MMM Quartet (França, Reino Unido, Suiça, EUA)
Joëlle Léandre (contrabaixo e voz), Fred Frith (guitarra elétrica), Urs Leimgruber (saxofone tenor e saxofone soprano), Alvin Curran (piano e eletrónica)

Sábado, 9 de Agosto 2014, 21:30
Massacre (Reino Unido, EUA)
Fred Frith (guitarra elétrica), Bill Laswell (baixo elétrico), Charles Hayward (bateria), Oz Fritz (processamento de som)

Domingo, 10 de Agosto, 21:30
L.U.M.E. – Lisbon Undreground Music Ensemble (Portugal)
Marco Barroso (composição, direção e piano), Manuel Luís Cochofel (flauta), Paulo Gaspar (clarinete), Jorge Reis (sax soprano), João Pedro Silva (sax alto), José Menezes (sax tenor), Elmano Coelho (sax barítono), Sérgio Charrinho/ Gonçalo Marques/ Pedro Monteiro (trompete), Luís Cunha/ Eduardo Lála/ Mário Vicente (trombone), Miguel Amado (contrabaixo e baixo elétrico), André Sousa Machado (bateria)


E, como é já habitual, vamos também ter filmes para ver (sempre no auditório 3 e com entrada livre):

Sábado, 2 de Agosto, 18:00
The Soul of a Man (2003)
Realização: Wim Wenders

Domingo, 3 de Agosto, 18:00
The Soul of a Man (2003)
Realização: Wim Wenders

Quarta, 6 de Agosto, 18:00
The Breath Courses Through Us (2014)
Realização: Alan Roth

Quinta, 7 de Agosto, 18:00
Dancing to a Different Drummer (1993-1994)
Realização: Julian Benedikt

Sexta, 8 de Agosto, 18:00
BasseContinue (2008)
Realização: Christine Baudillon

Sábado, 9 de Agosto, 18:00
Step Across the Border (1990)
Realização: Nicolas Humbert e Werner Penzel

Domingo, 10 de Agosto, 18:00
Terje Rypdal & The Chasers no Jazz em Agosto 1985
Realização: Oliveira Costa


Os bilhetes para os concertos do anfiteatro variam entre os 15 e os 20 euros, havendo ainda descontos para juniores e seniores. Há mais informações em www.musica.gulbenkian.pt/jazz. Entretanto, hoje temos já, então, os blues do James "Blood" Ulmer:

quarta-feira, 30 de julho de 2014

A Gisela (ou barulho, que se vai cantar o fado)

Circunstâncias pessoais pelas quais ninguém deseja passar impediram-me de desfrutar por inteiro de mais uma edição do FMM Sines. Tive, contudo, eu e mais alguns milhares de pessoas, o privilégio de assistir ao concerto da Gisela João. E não é todos os dias que vamos a um concerto de fado.

Não há quem duvide que o fado voltou à ribalta grande, aqui e lá fora. Por cá, deixou de ser apenas o pequeno orgulho sociocultural do betinho do CDS ou do marialva do Ribatejo para explodir em novas vozes, em novas casas e novos antros de fado vadio ou erudito para locais e turistas, em salas de espetáculo esgotadas, em espaço de fartura nos canais mediáticos para novos e velhos, pobres e ricos. Mas coloquemos um travão neste entusiasmo, porque a canção continua essencialmente a viver num museu, tanto mais depois de atingir o estatuto UNESCO de Património Imaterial da Humanidade. É um museu reconstruído, é certo, agora com janelas abertas para a rua, mas continua a ser museu.

Não tem faltado quem tente tirar o fado da redoma conservadora que o encerra em memórias, tempos e contextos sociais que a maioria dos portugueses deseja ver pelas costas, mas com que métodos e resultados? Confesso que, ainda que gostando, nunca me entusiasmei desmesuradamente com a Mísia; cheguei a insultar o Paulo Bragança num concerto em que os Calexico o convidaram ao palco; tenho pouco ou nada a dizer sobre quem maltrata a guitarra portuguesa, tratando-a como um adorno na música ligeira; quase vomito com algumas das experimentações eletrónicas no fado; gosto de Zambujo, mas já foge mais para a bossa nova do que para o fado. E, claro, tenho a maior das admirações por gente como o Carlos do Carmo, o Camané e seus irmãos, a Cristina Branco, a Ana Moura, etc., mas esses trabalham em maior ou menor medida, e muito bem, no fado do museu, e são outra cantiga.

É neste contexto que surge a Gisela João. O camarada António Pires andou durante tempos a chamar a malta para a ouvirmos cantar na Bela de Alfama. Não fui e arrependo-me de só agora a conhecer ao vivo, numa altura em que já conheço o seu álbum de estreia de trás para a frente. A Gisela é dona de uma voz incrível, uma das melhores desta nova geração, talvez mesmo a mais apaixonante. Mas há muito mais. O que a Gisela está a fazer pelo fado merece o agradecimento de todos nós que gostamos de música, de todos nós que temos esta relação tímida com a canção portuguesa. As biografias que o futuro lhe escreverá debruçar-se-ão, espero, sobre o meio em que cresceu – Barcelos, uma das três capitais nacionais do rock – enquanto mola determinante para a sua atitude em palco e fora dele. Talvez daí venha a Gisela iconoclasta, que entrou em cena de pernas ao léu, com um vestido branco, uma cor proibida por cartilha, para depois o trocar por um conjunto blusa-calção num chocante colorido de verão (estava demasiado vento para o vestido). Talvez daí venha a Gisela festiva e extrovertida, que contagiou toda a plateia do castelo na dança dos fados corridos e dos malhões. Talvez daí venha a Gisela com tudo de miúda e nada de diva, que improvisa momentos em palco, que não se deixa abalar e até disso tira partido quando um dos músicos se vê obrigado a abandonar por instantes o seu posto de trabalho.

Se quisermos, e ainda que através de métodos muito diferentes, a forma como a Gisela trabalha o fado é análoga à irreverência crítica e cheia de vida e de graça com que os Gaiteiros de Lisboa tratam as tradições rurais e o cante de trabalho, por exemplo. É dar vida à música no momento atual, não é ficar apenas a recriar o passado. É tratar a música por tu com o mesmo respeito que as gerações mais jovens tratam por tu os pais. Isto multiplica o entusiasmo gerado na relação entre músicos e público. Na passada sexta-feira, no Castelo de Sines, ouviu-se, dançou-se, cantou-se o fado, com toda a naturalidade, um fado que já não é apenas aquele que cabe ao museu, mas um que esteve bem vivo entre os que tiveram a sorte de partilhar este momento.

quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ai e tal e se te dissessem que só podes ver 10 dos não-sei-quantos concertos do FMM

Eu escolhia estes que se seguem, mas sabendo de antemão que, como sempre, as inúmeras surpresas (e uma ou outra desilusão) vão alterar quaisquer expectativas de partida:

Quem: SELMA UAMUSSE (Moçambique)
Quando: 20 (domingo), 21h30
Onde: Largo Marquês de Pombal (Porto Covo)
Quê: Já toda a gente conhece a Selma, quanto mais não seja das backing (ou até lead) vocals dos Wraygunn ou dos tributos a Nina Simone. Mas são poucos os que conhecem a Selma que está para vir, com um novo espetáculo em que abraça ainda mais África, que coloca ainda em maior evidência a sua grande referência vocal, Miriam Makeba (é favor não fazer confusão com o vídeo abaixo, de outro espetáculo diferente).




Quem: COLIN STETSON (EUA/Canadá)
Quando: 21 (segunda-feira), 22h00
Onde: Auditório do Centro de Artes de Sines
Quê: É o saxofonista que acompanha os Arcade Fire e o Bon Iver nas digressões. É um artista regular da Constellation (sim, a Constellation dos godspeed). Rabo na poltrona do auditório e mente a divagar pelas estrelas desenhadas por Stetson.




Quem: ÁFRICA NEGRA (São Tomé e Príncipe)
Quando: 23 (quarta-feira), 19h00
Onde: Castelo
Quê: Banda mítica de São Tomé, desde os anos 70. Estiveram parados ou intermitentes durante cerca de duas décadas e voltam agora com a sua rumba de influência congolesa, com jeitos de soukous que vai de certeza pôr toda a malta a levantar os pés do chão desde cedo.




Quem: IBRAHIM MAALOUF "ILLUSIONS" (Líbano/França)
Quando: 23 (quarta-feira), 21h45
Onde: Castelo
Quê: Jazz das arábias, por um dos jovens trompetistas mais reconhecidos no meio. Funciona sempre bem no castelo.




Quem: MULATU ASTATKE (Etiópia)
Quando: 24 (quinta-feira), 21h45
Onde: Castelo
Quê: Está dispensado de grandes apresentações, sendo talvez o nome mais sonante do FMM 2014, a par de Angélique Kidjo.




Quem: GISELA JOÃO (Portugal)
Quando: 25 (sexta-feira), 21h45
Onde: Castelo
Quê: Teremos fado no castelo, coisa quase rara. Mas é a Gisela João, a princesa da nossa música.




Quem: TIGRAN (Arménia/EUA)
Quando: 25 (sexta-feira), 23h15
Onde: Castelo
Quê: O pianista arménio Tigran Hamasyan foi uma das grandes revelações da edição do ano passado, quando se viu obrigado, em cima do momento, a apresentar-se a solo, depois de se saber que o seu parceiro de palco para aquela noite, o gigantesco Trilok Gurtu, tinha perdido a viagem para Portugal.




Quem: FATOUMATA DIAWARA & ROBERTO FONSECA (Mali/Cuba)
Quando: 26 (sábado), 21h45
Onde: Castelo
Quê: Há dois anos, em frente àquele mesmo palco, deixámos que os nossos corações, que já eram preenchidos por Rokia Traoré, tivessem também lugar para outra nova voz do Mali. Foi um dos melhores momentos daquela edição e pode bem voltar a ser, agora que traz consigo o pianista cubano Roberto Fonseca.




Quem: ANGÉLIQUE KIDJO (Benim)
Quando: 26 (sábado), 23h15
Onde: Castelo
Quê: Das maiores divas de África, fazia falta há algum tempo na galeria de visitantes do FMM. Vasco da Gama, trata-me desse charme de anfitrião, que vem aí uma senhora de respeito.




Quem: BALKAN BEAT BOX (Israel/EUA)
Quando: 26 (sábado), 00h45
Onde: Castelo
Quê: Talvez já não seja o momento ideal no tempo para vermos os Balkan Beat Box. Mas a festa é certa. Para mais, vão ter direito a uma das maiores instituições do FMM, o fogo de artifício.




A não perder ainda:

O pós-rock chinês dos JAMBINAI.
As cumbias, salsas e chichas retrabalhadas na mesa da eletrónica lúdica pelos MERIDIAN BROTHERS.
As percussões do iraniano MOHAMMAD REZA MORTAZAVI.
O rock mexicano dos ARREOLA+CARBALLO.
A esplendorosa Istambul dos ISTIKLAL TRIO.
E tanto mais...

quinta-feira, 3 de julho de 2014

O apocalipse como nunca o vimos até hoje

A notícia mais estranha e, ao mesmo tempo, mais excitante dos últimos tempos: Scott Walker está a gravar com os Sunn O))). Repita-se: Scott Walker, o bom velho tio Walker que despontou na música popular dos Walker Brothers para se tornar um dos maiores ícones da pop vanguardista das últimas décadas, está a gravar com os ritualistas do drone metal, os Sunn O))), sob os auspícios da 4AD. O álbum que daqui resultar sairá lá mais para o fim do ano. E, por enquanto, há isto: scott-o.com

E hoje é dia do quê? Do regresso dos Lemur!

Diz assim o press release: "rock furiosamente instrumental". E é também mais ou menos isso que está gravado na memória daquilo que foi o surgimento dos Lemur, na Lisboa de há cerca de dez anos, e da sua participação no panteão das bandas que prometiam rebentar com tudo e que, quando vamos a espreitar outra vez, já acabaram. Mas hoje é diferente. Os Lemur estão de volta para um concerto especial no Lounge, que ajudará a celebrar a edição da discografia completa em formato CD (edição a três, entre banda, a Associação Terapêutica do Ruído e a Miranada, dos Familea Miranda). A primeira parte vai ser dos Aye Aye e o resto da animação pela noite fora vai estar na discaria do Mário Valente e da Syma.



quarta-feira, 2 de julho de 2014

Tudo a postos para Sines: programa completo




------ ESPETÁCULOS ------

PORTO COVO

18 DE JULHO (SEXTA)
17h30: JAIPUR MAHARAJA BRASS BAND (Rajastão – Índia) @ Ruas de Porto Covo
19h00: CUSTÓDIO CASTELO & SHINA (Portugal / França) @ Largo Mq. de Pombal
21h45: KRISMENN / ALEM (Bretanha – França) @ Largo Mq. de Pombal
23h15: BACHU KHAN (Rajastão – Índia) @ Largo Mq. de Pombal

19 DE JULHO (SÁBADO)
18h00: JAIPUR MAHARAJA BRASS BAND (Rajastão – Índia) @ Ruas de Porto Covo
19h00: ISTIKLAL TRIO (Israel) @ Largo Mq. de Pombal
21h45: KAYHAN KALHOR & ERDAL ERZINCAN (Irão / Turquia) @ Largo Mq. de Pombal
23h15: TETA (Madagáscar) @ Largo Mq. de Pombal

20 DE JULHO (DOMINGO)
20h00: KAROLINA CICHA & BART PALYGA (Polónia – Podláquia) @ Largo Mq. de Pombal
21h30: SELMA UAMUSSE (Moçambique) @ Largo Mq. de Pombal
23h00: CIMARRÓN (Colômbia) @ Largo Mq. de Pombal

SINES

21 DE JULHO (SEGUNDA)
19h00: AI! (Portugal) @ Pátio das Artes
20h00: ASTRAKAN PROJECT (Bretanha – França) @ Pátio das Artes
22h00: COLIN STETSON (EUA / Canadá) @ Centro de Artes – Auditório *
23h30: MUDIYETT (Índia) @ Av. Praia

22 DE JULHO (TERÇA)
19h00: ZÉ PERDIGÃO "SONS IBÉRICOS" (Portugal) @ Castelo
22h00: OLIVER MTUKUDZI & THE BLACK SPIRITS (Zimbabué) @ Castelo *
23h30: LA YEGROS (Argentina) @ Castelo *
01h00: DEBADEMBA (Burkina Faso / Mali) @ Castelo *

23 DE JULHO (QUARTA)
19h00: ÁFRICA NEGRA (S. Tomé e Príncipe) @ Castelo
20h15: AJINAI (China) @ Av. Praia
21h45: IBRAHIM MAALOUF "ILLUSIONS" (Líbano / França) @ Castelo *
23h15: JAMBINAI (Coreia do Sul) @ Castelo *
00h45: MÉLISSA LAVEAUX (Canadá / Haiti) @ Castelo *
02h30: JUNGLE BY NIGHT (Holanda) @ Av. Praia

24 DE JULHO (QUINTA)
19h00: GALANDUM GALUNDAINA (Portugal) @ Castelo
20h15: ARREOLA+CARBALLO (México) @ Av. Praia
21h45: MULATU ASTATKE (Etiópia) @ Castelo *
23h15: NÁSTIO MOSQUITO (Angola) @ Castelo *
00h45: MAMAR KASSEY (Níger) @ Castelo *
02h30: MERIDIAN BROTHERS (Colômbia) @ Av. Praia
04h00: NILADRI KUMAR (Índia) @ Av. Praia

25 DE JULHO (SEXTA)
19h00: JÚLIO PEREIRA (Portugal) @ Castelo
20h15: MOHAMMAD REZA MORTAZAVI (Irão) @ Av. Praia
21h45: GISELA JOÃO (Portugal) @ Castelo *
23h15: TIGRAN (Arménia / EUA) @ Castelo *
00h45: ANTHONY JOSEPH (Trinidad) @ Castelo *
02h30: MÓ KALAMITY & THE WIZARDS (Cabo Verde / França) @ Av. Praia
04h15: SHAZALAKAZOO (Sérvia) @ Av. Praia

26 DE JULHO (SÁBADO)
19h00: THE SOAKED LAMB (Portugal) @ Castelo
20h15: SMADJ "FUCK THE DJ" (Tunísia / França / Marrocos / África do Sul) @ Av. Praia
21h45: FATOUMATA DIAWARA & ROBERTO FONSECA (Mali / Cuba) @ Castelo *
23h15: ANGÉLIQUE KIDJO (Benim) @ Castelo *
00h45: BALKAN BEAT BOX (Israel / EUA) @ Castelo *
02h45: JAGWA MUSIC (Tanzânia) @ Av. Praia
04h15: ACID ARAB (França / Mundo Árabe) @ Av. Praia

(*) Concertos com bilhete


------ ANIMAÇÃO DE RUA ------

CORO DA ACHADA - 19 de julho, 17h00 @ Largo do Marquês de Pombal (Porto Covo)
YEMADAS - 24 e 25 de julho, 18h00 @ Av. Praia


------ ESCOLA DAS ARTES DO ALENTEJO LITORAL @ FMM SINES ------

ORQUESTRA LOCOMOTIVA - 18 de julho, 20h15 @ Largo do Marquês de Pombal (Porto Covo)
PREC e THE NEXT UNEMPLOYED GENERATION - 18 de julho, 1h30 @ Bar Alma Luza (Sines)
ORQUESTRA DE CORDAS e MARIMBUS - 19 de julho, 20h15 @ Largo do Marquês de Pombal (Porto Covo)
ENSEMBLE ALLJAZZ - 19 de julho, 1h30 @ Bar Alma Luza (Sines)
TRIBUTO A PINK FLOYD - 19 de julho, 1h30 @ Bar Alma Luza (Sines)
ENSEMBLE DAS DESCOBERTAS e ENSEMBLE DAMIÃO DE ODEMIRA - 22 de julho, 17h00 @ Pátio das Artes
ORQUESTRA DE GUITARRAS (COMBOIO ASCENDENTE) e ORQUESTRA DE VIOLONCELOS - 23 de julho, 17h00 @ Pátio das Artes
ORQUESTRA DE SOPROS & SKALABÁ TUKA - 24 de julho @ Av. Praia


------ EXPOSIÇÃO ------

"DE PROPÓSITO - MARIA KEIL, OBRA ARTÍSTICA" - 11 de julho a 26 de outubro, 14h00 às 20h00 @ Centro de Artes & CCEN


------ CONVERSA UNIPOP ------

ROMA FORESTIERA / ALESSANDRO PORTELLI - 18 de julho, 15h00 @ Junta de Freguesia de Porto Covo


------ CRIANÇAS ------

ATELIÊS INFANTIS COM MÚSICOS DO FMM - 21 a 26 de julho, 11h00 @ Centro de Artes de Sines
21: CIMARRÓN
22: ASTRAKAN PROJECT
23: AJINAI
24: ARREOLA+CARBALLO
25: GALANDUM GALUNDAINA
26: SMADJ

CANTO DE COLO - 21 de julho, 10h00 @ Centro de Artes - Auditório

ESPETÁCULO "HISTÓRIAS MAGNÉTICAS" - 21 de julho, 15h40 @ Centro de Artes - Auditório


------ CONVERSAS COM OS MÚSICOS ------

23, 25 e 26 de julho @ Escola das Artes
23: MULATU ASTATKE (17h30)
25: TIGRAN (16h30)
26: MOHAMMAD REZA MORTAZAVI (16h30)


------ CINEMA DOC ------

23 a 26 de julho, 15h30 @ Centro de Artes - Auditório
23: TIMNADINE SONGS (Caitlin M. Roger) + KORA (José Correia Carvalho)
24: HEREROS ANGOLA (Sérgio Guerra)
25: DONA TUTUTA (João Alves da Veiga)
26: SOUNDBREAKER (Kimmo Koskela)


------ CONVERSAS COM ESCRITORES ------

AFONSO CRUZ - 24 de julho, 17h00 @ Centro de Artes - Foyer
ALEXANDRA LUCAS COELHO - 26 de julho, 17h00 @ Centro de Artes - Foyer


------ CONTOS DE TANTOS MUNDOS ------

ANA SOFIA PAIVA - 20 de julho, 17h30 @ Largo do Marquês de Pombal - Porto Covo
ANTONELLA GILARDI - 22 de julho, 18h00 @ Centro de Artes
BRU JUNÇA - 23 de julho, 18h00 @ Centro de Artes
ANTÓNIO FONTINHA - 24 de julho, 18h00 @ Capela da Misericórdia
PATRÍCIA AMARAL (TIXA) - 25 de julho, 18h00 @ Capela da Misericórdia


------ OUTRAS ATIVIDADES ------

FEIRA DO LIVRO E DO DISCO - 21 a 26 de julho, 17h00-02h00 @ Capela da Misericórdia
HOMEM DO SACO (ATELIÊ DE IMPRESSÃO) - 23 a 26 de julho, 16h00-20h00 @ Centro de Artes - Casa Preta
AULA DE BIODANZA - 26 de julho, 17h00 @ Praia Vasco da Gama



Preços dos bilhetes:
Castelo/noite (bilhete diário) - 10 euros
Castelo/noite (passe 5 dias) - 40 euros
Centro de Artes - 5 euros

Mais informações: fmm.com.pt

domingo, 29 de junho de 2014

Coisas que se encontram quando se vai tirar o pó ao baú ou, antes, dar uma espreitadela aos backups

Dedicado aos velhos camaradas da Musicnet:


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Tal como prometido, aqui estão as listas dos melhores concertos de 2001 para alguns dos elementos que compõem a redacção da Musicnet. Como se pode verificar, as opiniões divergem de tal forma que dificilmente se chega a um consenso. Esse a existir, andará pelos concertos de Flaming Lips no Festival Sudoeste, Sigur Rós no CCB e Mercury Rev no Paradise Garage. Mas vejamos então aqueles que foram os nossos concertos preferidos em 2001:

ANA APOLINÁRIO

1. FLAMING LIPS - Festival Sudoeste
5 de Agosto [ver reportagem]
2. PLACEBO - Lisboa, Coliseu dos Recreios
25 de Março [ver reportagem]
3. DREADZONE - Festival Sudoeste
4 de Agosto [ver reportagem]
4. STEREO MC'S - Festival Sudoeste
3 de Agosto [ver reportagem]
5. BENJAMIN DIAMOND - Lisboa, Paradise Garage
23 de Março [ver reportagem]
6. CAETANO VELOSO - Lisboa, Coliseu dos Recreios
9 de Outubro [ver reportagem]
7. ASH - Festival Sudoeste
4 de Agosto [ver reportagem]
8. DEFTONES - Lisboa, Coliseu dos Recreios
26 de Fevereiro [ver reportagem]
9. AIR - Lisboa, Coliseu dos Recreios
14 de Novembro [ver reportagem]
10. COUSTEAU - Lisboa, Paradise Garage
14 de Novembro [ver reportagem]


EDUARDO SARDINHA

1. NEIL YOUNG - Vilar de Mouros
8 de Novembro [ver reportagem]
2. THE YOUNG GODS - Gaia, Hard Club
16 de Março [ver reportagem]
3. MACEO PARKER - Porto, Jardins do Palácio de Cristal
4 de Agosto [ver reportagem do Porto]
4. BRIAN ENO - Porto, Coliseu
16 de Junho [ver reportagem]
5. MUZSIKÁS C/ ALEXANDER BALANESCU - Porto, Coliseu (Noites Celtas)
6 de Abril [ver reportagem]
6. SOFA SURFERS - Porto, Sá da Bandeira
22 de Junho [ver reportagem]
7. LOS DE ABAJO - Porto, Jardins do Palácio de Cristal (Ritmos)
30 de Junho [ver reportagem]
8. ORBITAL - Porto, Pavilhão Rosa Mota
13 de Janeiro [ver reportagem]
9. MORCHEEBA - Paredes de Coura
17 de Agosto [ver reportagem]
10. GOLDFRAPP - Gaia, Hard Club
10 de Março [ver reportagem de Lisboa]

(Menções honrosas: David Sylvian e Wayne Shorter, ambos no Coliseu do Porto, e Da Weasel, em Paredes de Coura; e Wayne Shorter, no Coliseu do Porto.)


JOÃO GONÇALVES

1. SIGUR RÓS - Lisboa, CCB
9 de Abril [ver reportagem]
2. MERCURY REV - Lisboa, Paradise Garage
17 de Novembro [ver reportagem]
3. CALEXICO - Lisboa, Paradise Garage
4 de Março [ver reportagem]
4. RAMMSTEIN - Lisboa, Coliseu dos Recreios
5 de Junho [ver reportagem]
5. THE YOUNG GODS - Lisboa, Aula Magna
18 de Março [ver reportagem do Porto]
6. YO LA TENGO - Lisboa, Paradise Garage
6 de Abril [ver reportagem]
7. MANU CHAO - Lisboa, Belém
14 de Junho
8. MÃO MORTA - Lisboa, Aula Magna
8 de Maio [ver reportagem]
9. JAMES - Lisboa, Coliseu dos Recreios
23 de Novembro [ver reportagem]
10. ZERO7 - Lisboa, Aula Magna
2 de Dezembro [ver alinhamento]


JORGE SILVA

1. SIGUR RÓS - Lisboa, CCB
9 de Abril [ver reportagem]
2. FRANCISCO LOPEZ - Porto, Serralves
3 de Março
3. ZION TRAIN - CBT Dance Festival
14 de Agosto [ver reportagem]
4. JON SPENCER BLUES EXPLOSION + YO LA TENGO, Festival Marés Vivas
7 de Julho [ver reportagem]
5. PLURAMON, Urban Lab (Maia)
1 de Junho [ver reportagem]
6. FRED FRITH + LOUIS SCLAVIS + J.P. DROUET - Porto, Serralves
2 de Junho [ver reportagem]
7. TRANS AM - Lisboa, Café Luso
8 de Abril [ver reportagem]
8. DIAMANDA GALÁS - Gaia, Hard Club
8 de Novembro [ver reportagem]
8. ZERO7 - Porto, Sá da Bandeira
3 de Dezembro
9. BERND FRIEDMANN + JAKI LIEBEZEIT - Urban Lab (Maia)
1 de Junho [ver reportagem]
10. AIR - Porto, Coliseu
15 de Novembro [ver reportagem de Lisboa]


MÁRIO VALENTE

1. MERCURY REV - Lisboa, Paradise Garage
17 de Novembro [ver reportagem]
2. FINGATHING - Lisboa, Lux
30 de Julho [ver reportagem]
3. FLAMING LIPS - Festival Sudoeste
5 de Agosto [ver reportagem]
4. DUB PISTOLS - Londres, Cargo
22 de Junho [ver reportagem]
5. STEREO MC'S - Festival Sudoeste
3 de Agosto [ver reportagem]
6. BENJAMIN DIAMOND - Lisboa, Paradise Garage
23 de Março [ver reportagem]
7. DREADZONE - Festival Sudoeste
4 de Agosto [ver reportagem]
8. DEFTONES - Lisboa, Coliseu dos Recreios
26 de Fevereiro [ver reportagem]
9. LE PEUPLE DE L'HERBE - Lisboa, Lux
27 de Junho [ver reportagem]
10. TRANS AM - Lisboa, Café Luso
8 de Abril [ver reportagem]


NUNO PROENÇA

1. MERCURY REV - Lisboa, Paradise Garage
17 de Novembro [ver reportagem]
2. CALEXICO - Lisboa, Paradise Garage
4 de Março [ver reportagem]
3. SIGUR RÓS - Lisboa, CCB
9 de Abril [ver reportagem]
4. FLAMING LIPS - Festival Sudoeste
5 de Agosto [ver reportagem]
5. PJ HARVEY - Sudoeste
3 de Agosto [ver reportagem]
6. SLIPKNOT - Lisboa, Pav. Atlântico
17 de Maio [ver reportagem]
7. DEFTONES - Lisboa, Coliseu dos Recreios
26 de Fevereiro [ver reportagem]
8. PATTI SMITH - Número Festival
1 de Dezembro
9. NICK CAVE - Lisboa, Coliseu dos Recreios
24 de Abril [ver reportagem]
10. MÃO MORTA - Lisboa, Aula Magna
8 de Maio [ver reportagem]


PEDRO TORRES

1. SIGUR RÓS - Lisboa, CCB
9 de Abril [ver reportagem]
2. JON SPENCER BLUES EXPLOSION + YO LA TENGO, Festival Marés Vivas
7 de Julho [ver reportagem]
3. AIR - Porto, Coliseu
15 de Novembro [ver reportagem de Lisboa]
4. POLE - Porto, Aniki Bóbó
3. RINÔÇÉRÔSE - Porto, Sá da Bandeira (Blue Spot)
28 de Novembro [ver reportagem de Lisboa]


VÍTOR JUNQUEIRA

1. EELS - Lisboa, Paradise Garage
24 de Novembro [ver reportagem]
2. CALEXICO - Lisboa, Paradise Garage
4 de Março [ver reportagem]
3. BLACK UHURU + SLY & ROBBIE - Sines
28 de Julho
4. PATTI SMITH - Número Festival
1 de Dezembro
5. MADRUGADA - Lisboa, Aula Magna
8 de Maio [ver reportagem]
6. IRMIN SCHMIDT + KUMO - Barcelona, Sonar
15 de Junho [ver reportagem]
7. TORTOISE - Lisboa, Paradise Garage
31 de Março [ver reportagem]
8. SIGUR RÓS - Lisboa, CCB
9 de Abril [ver reportagem]
9. MACEO PARKER - Lisboa, Paradise Garage
14 de Dezembro [ver reportagem do Porto, Agosto]
10. DIAMANDA GALÁS - Lisboa, Aula Magna
8 de Novembro [ver reportagem]

(Outros grandes concertos deste ano, nos quais este ano foi bastante pródigo, aliás: Young Gods na Aula Magna, Mão Morta e o primeiro de Nitin Sawhney, todos na Aula Magna; Pole, em Torres Vedras; e ainda Yo La Tengo, no Paradise Garage. Faltou ver muitos, nomeadamente os de Neil Young -- a maior lacuna, porventura --, Jon Spencer, PJ Harvey, Stereo MC's, entre muitos outros.)

sexta-feira, 6 de junho de 2014

O encontro entre Valter Hugo Mãe e Hilmar Örn Hilmarsson, no Theatro Circo

O mais recente romance de Valter Hugo Mãe, "A Desumanização", vai ser transposto para palco por uma das figuras mais incontornáveis da música islandesa, Hilmar Örn Hilmarsson (HÖH).

A apresentação de "A Desumanização", o espetáculo, terá lugar no Theatro Circo, em Braga, a 18 de junho. Nele participarão, além de HÖH, o próprio Hugo Mãe e Miguel Gonçalves Mendes, o autor do documentário "José e Pilar", com imagens captadas na Islândia para a filmagem de “O Sentido da Vida”, a sua próxima longa-metragem.

Esta será a primeira vez que HÖH vem a Portugal. O seu nome é fundamental nas últimas quatro décadas da música islandesa. Trabalhou com Björk, com os Current 93 (sete álbuns) com os Sigur Rós (álbum "Englar Alheimsins" e outros), com os Psychic TV (cinco álbuns), com o Hafler Trio, etc. Escreveu ainda a banda sonora para perto de três dezenas de filmes. Além da música, é ainda uma autoridade destacada na religião dos velhos povos nórdicos, tendo até sido ordenado, em 2003, allsherjargoði or chief goði, uma espécie de pontífice viking.

Os bilhetes custam cinco euros. Mais informações em www.theatrocirco.com.

quinta-feira, 5 de junho de 2014

Trilok Gurtu, Bombino, Manu Dibango e outros em Lisboa

Vai ser lá mais para o fim do mês que decorrerá mais uma edição do festival Lisboa Mistura, que se desdobrará entre o Largo do Intendente, o Martim Moniz, o cinema São Jorge e o MusicBox. A partir de 19 de junho, a cidade vai receber nomes grandes como o de Trilok Gurtu (esta será, salvo erro, a primeira vez que o melhor percussionista do mundo vem a Lisboa), Bombino (também vai ao MED Loulé) ou Manu Dibango, e alguns dos concertos -- aqueles que são ao ar livre -- vão ter entrada livre.

Programa:

Castelo de São Jorge
(Bilhetes a 8€)

19 de Junho, 22h
Trilok Gurtu Band (Índia)

20 de Junho, 22h
Manu Dibango (Camarões/França)

21 de Junho, 22h
Fanfarai (Argélia/Marrocos/França/Turquia)

Largo do Intendente
(Entrada livre)

23 a 25 de Junho
19h - Apresentações Palco OPA

26 de Junho, 20h
20h - Espetáculo OPA "20/40 – 20 anos de Hip Hop em Portugal/40 anos do 25 de Abril"
22h - Bombino (Niger)

27 de Junho
22h - Kazimoto (Alemanha/Tanzânia)
23h15 - Jupiter & Okwess International (Congo)

28 de Junho
22h - General D (Portugal/Moçambique)

Eletrónicas do Mundo
MusicBox, 00h

26 de Junho
Gebrueder Teichmann e Jorge Caiado (Alemanha/Portugal)

27 de Junho
French Beat: Baadman e Don Rimini

28 de Junho
Nova Eletrónica

Cozinha Popular da Mouraria
19 a 21 e 26 a 28 de Junho, a partir das 19h
Cozinha do Mundo Mistura Popular

Martim Moniz
29 de Junho, 19h
Festa Intercultural

Não é uma fixação com a idade, mas...

Os dias recentes trouxeram a Lisboa alguns casos de envelhecimento ativo posto em prática no mundo do rock e do jazz. Tivemos por cá Mick Jagger e companhia, tivemos por cá Marshall Allen, da Arkestra. Tal levou-me a pensar em outros músicos que continuam por esse mundo fora (ou por cá) a pisar palcos, uns com mais empenho que outros, e surgiu esta lista (idades calculadas ao dia de hoje):

90
Charles Aznavour
Marshall Allen

88
B.B. King

87
Tony Bennett
Chuck Berry

84
Ornette Coleman

83
Sonny Rollins

81
Little Richard
Yoko Ono
Willie Nelson

80
Wayne Shorter
Asha Bhosle
Frankie Valli (Four Seasons)

79
Leonard Cohen
Hans-Joachim Roedelius

78
Terry Riley
Shirley Collins
Jerry Lee Lewis
Lee "Scratch" Perry

77
Tom Zé
Bill Wyman
Shirley Bassey
Irmin Schmidt (Can)

76
Garth Hudson (The Band)
Daevid Allen (Gong)
Holger Czukay (Can)

75
Hugh Masekela

74
Francis Hime
Carlos do Carmo
Tony Conrad
Smokey Robinson

73
Ringo Starr
Tony Allen
Pharoah Sanders
Gerry Roslie
Victor Gomes
Neil Diamond
Mike Love (Beach Boys)
Mahmoud Ahmed
Eric Burdon (The Animals)
Martin Carthy (Steeleye Span …)
Bob Dylan
Charlie Watts

72
David Crosby
Chucho Valdés
Paul Simon
Art Garfunkel
Graham Nash
José Cid
John Cale
Aretha Franklin
José Mário Branco

71
Vitorino
Paul McCartney
Brian Wilson
Gilberto Gil
Caetano Veloso
U-Roy

70
Mick Jagger
Roger Waters
Joni Mitchell
Keith Richards
Mulatu Astatke
Jimmy Page
Dieter Moebius
Nick Mason
Edgar Froese (entra para este grupo amanhã, precisamente)

domingo, 1 de junho de 2014

Heliocentristas deste país, uni-vos

Uni-vos, que hoje e amanhã são dias de culto. A mítica Arkestra está por cá. Hoje, pelas 19h30, no Porto, como ponto alto da maratona Serralves em Festas. Amanhã, em Lisboa, no B.Leza, a partir das 22h. É a passagem pelo nosso país da Jubilee Tour, no ano em que Sun Ra faria 100 anos, no ano em que Marshall Allen chega aos 90. Um vai estar em espírito, o outro vai estar em pessoa a comandar as expedições aos recantos do cosmos.

terça-feira, 29 de abril de 2014

Mulatu, Kidjo e muitos outros em Sines

O anúncio publicado na revista Songlines ajuda a perceber mais do que vai ser o cartaz da próxima edição do FMM Sines, que decorre entre 18 e 26 de julho. É uma lista de nomes (ver abaixo) que vão aos quatro cantos do mundo, trazendo música de paragens inéditas no próprio historial do festival.

Comecemos por África. É de lá que vem dois dos maiores nomes anunciados, o veterano Mulatu Astatke, o fundador do jazz etíope, e, com origem no Benin, Angélique Kidjo, uma das maiores divas de África que, salvo erro, nunca terá pisado um palco português (algumas semanas antes do FMM, Kidjo vai estar no Rock in Rio, para um espetáculo conjunto com Rui Veloso e o brasileiro Lenine) [ATUALIZAÇÃO: Sim, já pisou um palco português e para concerto em nome próprio, precisamente no RiR 2004 - obrigado, Vasco]. Do grande continente há ainda a registar com agrado o regresso da maliana Fatoumata Diawara, que tão boas impressões deixou em 2012, e que agora irá aparecer ao lado do pianista cubano Roberto Fonseca. Do Zimbabué, vem Oliver “Tuku” Mtukudzi, um antigo companheiro de Thomas Mapfumo. Há também, vindo da Tanzânia, o coletivo Jagwa Music (pode vir a ser explosivo – ver vídeo abaixo). Do Burkina Faso, vem o guitarrista Abdoulaye Traoré, que se junta ao cantor griot maliano Mohamed Diaby no grupo Debademba. De muito perto, do Níger, vem Mamar Kassey. Do outro lado, da ilha de Madagáscar, teremos Teta, o “guitarrista dos dedos de fogo”. No que à expressão portuguesa diz respeito, iremos ter a franco-cabo-verdiana Mó Kalamity e o angolano Nástio Mosquito.



A edição deste ano contará com o contigente asiático mais numeroso da história do festival. Só do Irão, país que surge pela primeira vez num cartaz do FMM, vêm Mohammad Reza Mortazavi e, para outro espetáculo, Kayah Kalhor, que se junta ao turco Erdal Erzincan. De Israel, vem a festa dos Balkan Beat Box, que há anos andam a escapar do cartaz de Sines, e o Istikal Trio. Dali de perto, da Arménia, vem o pianista Tigran Hamasyan, que regressa a Sines depois de no ano passado ter sido surpreendido pela ausência forçada de Trilok Gurtu, com quem ia tocar, e de ter surpreendido todos o que o viram e ouviram pela entrega que deu em palco, sozinho. De França, mas com origem libanesa, teremos ainda o trompetista Ibrahim Maalouf. Além do Médio Oriente, também a Península Índica contará com uma boa representação: Mudiyett e Niladri Kumar, ambos da Índia, Bachu Khan, também da Índia, mas da zona do Rajastão, e um coletivo de música qawall, algo que é sempre bem recebido para os lados de Sines, o Fareed Ayaz & Abu Muhammad Qawwal, vindos do Paquistão. Saltando para o Extremo Oriente, temos mais um país a estrear-se, a Coreia do Sul, de onde virão os Jambinai, que colocam os instrumentos locais no mapa do pós-rock (ver vídeo abaixo). Da China, virão os Ajinai.



Das Américas, teremos os colombianos Meridian Brothers, aposta da Soundway, e Orange Hill, grupo de música calipso e soca. Da Argentina, há La Yegros e Soema Montenegro. Do Canadá, vem Melissa Laveaux, de origem haitiana. Do México, teremos Arreola+Carballo, um power trio composto Alonso Arreola, um virtuoso do baixo, pelo seu irmão Chema Arreola, baterista, e pelo ator-escritor-e-vocalista Mardonio Carballo (ver vídeo abaixo).



De latitudes mais próximas, teremos Acid Arab (França), Jungle By Night (Países Baixos), Shazalakazoo (Sérvia), Krismenn (Bretanha), Karolina Chicha (Polónia) e, claro, os portugueses Júlio Pereira, Gisela João e Soaked Lamb.



Importa dizer que este é apenas um apanhado do cartaz final. Nas próximas semanas, deverão vir a ser revelados mais nomes. Este é o ano em que o FMM volta a Porto Covo, que vai receber concertos no primeiro fim-de-semana. Pela primeira vez, o cartaz dos DJs (e live acts) que encerrarão as últimas noites do festival será composto exclusivamente por nomes internacionais.

Line-up revelado até agora:

Angélique Kidjo (Benin/EUA)
Balkan Beat Box (Israel/EUA)
Mulatu Astatke (Etiópia)
Ibrahim Maalouf (Líbano/França)
Fatoumata Diawara & Roberto Fonseca (Mali/Cuba)
Oliver Mtukudzi & The Black Spirits (Zimbabué)
Kayhan Kalhor & Erdal Erzincan (Irão/Anatólia-Turquia)
Meridian Brothers (Colômbia)
Jagwa Music (Tanzânia)
Tigran (Arménia)
La Yegros (Argentina)
Mó Kalamity & The Wizards (Cabo Verde/França)
Fareed Ayaz & Abu Muhammad Qawwal (Paquistão)
Acid Arab (França/Mundo Árabe)
Orange Hill (Colômbia)
Ajinai (China)
Debademba (Burkina Faso/Mali)
Melissa Laveaux (Haiti/Canadá)
Jungle By Night (Países Baixos)
Jambinai (Coreia do Sul)
Mamar Kassey (Níger)
Niladri Kumar (Índia)
Mohammad Reza Mortazavi (Irão)
Soema Montenegro (Argentina)
Teta (Madagáscar)
Bachu Khan (Rajastão – Índia)
Smadj “Fuck The DJ” (França/Tunísia/Marrocos/África do Sul)
Istikal Trio (Israel)
Mudiyett (Índia)
Nástio Mosquito (Angola)
Shazalakazoo (Sérvia)
Júlio Pereira (Portugal)
Arreola+Carballo (México)
The Soaked Lamb (Portugal)
Krismenn (Bretanha-França)
Karolina Chicha (Polónia)
Gisela João (Portugal)

quinta-feira, 17 de abril de 2014

Skip&Die por cá nos próximos dias

Fecharam o cartaz do FMM 2013 e estão agora de volta, para uma minidigressão por palcos nacionais. Melting pot de culturas musicais, línguas e nacionalidades, os Skip&Die nasceram do encontro entre a voz da sul africana Cata.Pirata e do produtor holandês Crypto.Jori, aos quais se juntam em palco Gino Bombrini (percussão e guitarra) e Daniel Rose (guitarra, baixo, sitar, saz). Consciência global e anti-capitalismo no mês da revolução.

18 Abril @ Porto, Plano B (22h30)
19 Abril @ Coimbra, Salão Brazil (22h30)
24 Abril @ Lisboa, Musicbox (no festival Lisboa, Capital, República, Popular) (00h30)
25 Abril @ Sines, Largo do Castelo (00h00)

sábado, 5 de abril de 2014

Onde estavas tu, há 20 anos?

Não foi exatamente há 20 anos. Só no dia 8 é que o mundo soube. Dia 8 de abril de 1994 era uma sexta-feira e eu estava no Bairro com os amigos. No Grog's, precisamente. Já na altura achávamos que era um bar de miúdos -- mais miúdos que nós, entenda-se -- mas gostávamos dos shots. Ou do seu preço. Lá mais para meio da noite, aparece mais um amigo, que a memória já não me ajuda a recordar. "Morreu o Kurt Cobain!", disse. Ficou estragada a noite.

Kurt Cobain morreu há 20 anos.


(Curiosamente, esta manhã -- e não me lembrava sequer da efeméride -- acordei com um pesadelo. Recebia mensagens que diziam que o Neil Young tinham morrido. Não me custa nada imaginar o Kurt Cobain a envelhecer da mesma maneira que o tio Neil.)

domingo, 23 de março de 2014

Morreu o Ribas

Morreu hoje, aos 48 anos, apenas aos 48 anos, nada mais que a merda de 48 anos, o João Ribas, uma das figuras mais honesta e genuína na sua atitude e mais simpática que conheci até hoje no meio musical português.
(Ver notícia do Público.)

quarta-feira, 12 de março de 2014

Um italiano e um alemão que hoje sobem ao palco do Maria Matos

O italiano é Teho Teardo, de 47 anos, compositor de bandas sonoras para cinema, colaborador de gente como Mick Harris, Erik Friedlander, Nurse With Wound ou Lydia Lunch e fundador dos Meathead, nos anos 90. O alemão é Blixa Bargeld, de 55 anos e do qual se dispensa quaisquer outras apresentações. No ano passado juntaram-se para o belíssimo álbum "Still Smiling".

Sobem hoje ao palco do Maria Matos. E porque o Maria Matos gosta sempre de tornar estas ocasiões ainda mais especiais, com eles vai estar também o Quarteto Lopes-Graça para, como se diz na página, "ouvirmos cada canção tal como foi idealizada".

Os bilhetes custam 18€, com os habituais descontos, e o espetáculo começa às 22h.

terça-feira, 11 de março de 2014

O Thurston Moore vai trazer o Steve Shelley a Lisboa

Mais notícias ZDB. Se a aritmética funcionasse para as formações das bandas de rock, podíamos dizer que iríamos ter metade de Sonic Youth no aquário, no próximo dia 30 de março. Thurston Moore vai estar com Steve Shelley, o baterista, nesta matinée especial domingo, e ainda com o guitarrista e baixista inglês James Sedwards, de quem um dia John Peel poderá ter dito que era "the first person who's not a footballer that I've been jealous of".

Talvez ocorra o mesmo na Casa da Música, no dia anterior, Moore e Shelley aparecem no mesmo cartaz, o primeiro com Sedwards, o outro com os Sun Kill Moon de Mark Kozelek.

Alteram-se assim os planos anteriores que davam conta que Moore ia subir ao palco com os portugueses Gabriel Ferrandini, Rui Nogueiro e Pedro Gomes. A primeira parte vai estar a cargo do duo de Brooklyn Control Unit.

Kelela na ZDB (e mais)

Há boas novas acabadas de chegar dos lados da rua da Barroca. Dia 2 de maio vai marcar a estreia em Portugal de Kelela, a americana de origem etíope que no ano passado lançou o sedutor "Cut 4 Me" (um dos discos preferidos aqui da casa, mesmo que nesta casa nunca se oiça essas coisas hi(p)stéricas do R&B).



Mas há mais. Dia 17 do mesmo mês, regressa um velho adorado de todos, Sir Richard Bishop, para uma noite que terá a primeira parte marcada por outro regresso, neste caso de Circuit des Yeux, que esteve há bem pouco tempo por cá para fazer as introduções do concerto de Bill Callahan no São Jorge. Mais cedo ainda, a 4 de abril, vamos ter Excepter, com Tropa Macaca para o aquecimento, entre várias outras coisas. Segue-se o programa conhecido para os próximos meses da ZDB:

Ken Vandermark & Paal Nilssen-Love
Yaw Tembe
Sexta, 14 de Março às 22h

Waterfalls Spring
Sexta, 21 de Março às 23h

Thurston Moore, Gabriel Ferrandini, Rui Nogueiro e Pedro Gomes | Control Unit
Domingo, 30 de Março às 18h00

Dirty Beaches – Landscapes in the mist
Quinta, 3 de Abril às 22h

Excepter
Tropa Macaca
Sexta, 4 de Abril às 22h

David Maranha Ensemble
Sexta, 18 de Abril às 22h

Kelela
Sexta, 2 de Maio às 22h

Norberto Lobo & Eric Chenaux
Sábado, 3 de Maio às 22h

Norberto Lobo
Domingo, 4 de Maio às 18h30

Sir Richard Bishop
Circuit des Yeux
Sábado, 17 de Maio às 22

Mykki Blanco “Baby Steps: How to Heal Yourself From Everyday Psychic Poisons or Repentance for Dummies”
Quarta, 21 de Maio às 22h

Rodrigo Amarante
Quarta, 4 de Junho às 23h

sexta-feira, 7 de março de 2014

Mike Watt, hoje na ZDB!

Hoje é dia de um dos baixistas mais simpáticos, mais saltitões e, claro, mais interessantes do rock norte-americano voltar à ZDB. Mike Watt, 56 anos, ex-Minutemen, ex-Firehose, colaborador de meio mundo de bandas e ainda baixista convidado dos Stooges regressados, vem agora ao aquário com a sua banda mais recente, The Missingmen.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Ainda o que o streaming paga

Aqui há semanas, mostrava-se aqui as remunerações típicas de serviços de streaming como o Spotify. Agora aparece este artigo interessante (à falta de melhor termo) que ilustra a situação com a imagem de cheques recebidos por vários artistas. Entristece-me particularmente ver o da Janis Ian, uma velha favorita aqui de casa. Um cêntimo de dólar:

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Matinée na ZDB com Thurston Moore

Dia 30 de março, ao final da tarde (18h30), temos Thurston Moore de volta à ZDB. Desta vez vai estar na companhia dos portugueses Gabriel Ferrandini, Rui Nogueiro e Pedro Gomes.

Vai ser um mês em grande, daqueles que já não se viam há algum tempo, para os lados da rua da Barroca. Dia 7 regressa também Mike Watt, dia 8 há Norberto Lobo & João Lobo e dia 14 há Ken Vandermark. Assim é que é.

Nirvana em Cascais: foi há 20 anos

E eu estive lá, muahahah. E deve ter sido tão bom que me só me lembro da entrada dos Buzzcocks (primeira parte) e da camisola de flanela vermelha e do ar de frete do Kurt Cobain.

Áudio completo:

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

O tio fala, nós ouvimos, nós sorrimos



Discurso de Neil Young da passada terça-feira, quando recebeu o prémio de mérito atribuído pelo presidente da academia de profissionais de gravação, associada à estrutura dos Grammy.

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

A idade do que as pessoas ouvem

Ide primeiro aqui.


Este tipo de exercício não é novo. Já as bases de dados do last.fm ou do Pandora serviram a muita gente que, com conhecimentos suficientes de tratamento de dados, pudessem fazer análise de frequências ao que as pessoas ouvem, quando ouvem, que géneros, que épocas, etc.

Chegou entretanto a Google, com o seu serviço de música, o Play, e alguém nos seus laboratórios lembrou-se de pegar na imensidão de informação digital que dispõe dos registos deixados pelos ouvintes e construir esta espécie de cronologia da música. Não é este o melhor termo, porque estes gráficos correspondem à atualidade, isto é, àquilo que os assinantes do Play ouvem nos tempos que correm, ainda que distribuído no tempo, no que à edição original da música diz respeito.

É, porém, interessante ver como estas audições se distribuem. Só é pena que esta informação esteja disposta em termos relativos e não absolutos, pelo menos no gráfico inicial, caso contrário poderíamos perceber melhor se a música mais antiga rivaliza ou não com as edições atuais, nos hábitos de escuta das pessoas que usam estes serviços.

10 mil anos depois entre Vénus e a Aula Magna

Olá a todos,
Eu estou muito contente por finalmente divulgar a data e local onde vou fazer este concerto que tantos pedem.
Estou desejoso que o dia 11 de Abril "chegue" rapidamente para poder tocar esta obra prima e outros temas de Rock Sinfónico.
Atenção que só estão disponíveis 1 400 lugares.
Obrigado e todos que fizeram "pressão" para que este dia chegasse.

Tio Zé ( sinfónico ) LOL

Dia 11 de abril. Bilhetes de 25 a 30 euros.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Amanhã, no Plano B

O grande Toni Polo (dito DJ Cucurucho) e eu voltamos amanhã à nossa dupla ibérica, Groove Trotters, desta feita para subirmos ao Porto, ao Plano B. A noite desta sexta-feira terá o nome "Highlife!" e será trazida desde Glasgow por Esa Williams (Auntie Flo), que será o cabeça de cartaz juntamente com o chileno Alejandro Paz (eles na sala Cubo, nós na sala Palco). Muito world beat, muitas músicas do mundo.
Aparecei, gentes da inbicta!
Mais informação aqui e aqui.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Kill the Boy

A páginas tantas da saga "Songs of Ice and Fire", de George R.R. Martin, levada à televisão na série "Game of Thrones", uma das personagens, um miúdo recém-nomeado comandante de um corpo militar (poupo nos detalhes para não estragar a leitura de quem venha a fazê-lo), revela um pensamento persistente: "Kill the boy". Mais à frente, percebemos a expressão por intermédio de outras que lhe sucedem: "Kill the boy. It takes a man to rule. Kill the boy and let the man be born."

Sem pretender atalhar foice em searas da psicologia ou da antropologia para as quais não me formei, julgo que era assim (e ainda é, em grande medida) que os homens e mulheres fechavam fronteiras entre as etapas de crescimento. A realidade de hoje, porém, é muito mais complexa. Somos, muitos de nós, aquilo que entretanto os sociólogos e marketeers passaram a designar por "kidults", adultos a meio caminho entre a infância ou a adolescência e a idade adulta, ou até mesmo adultos já avançados na idade, que se divertem como crianças, que guardam interesses ainda do tempo em que eram as maiores dúvidas eram se a Cristina da carteira da frente ia dizer que sim ou para que servia o teorema de Pitágoras. E isto sem deixarem de ser responsáveis como se quer que um adulto seja.

Não sei que razões costumam ser apontadas para que este fenómeno tenha surgido nas últimas décadas nas sociedades modernas. Mas suspeito que o rock, nos cinquenta ou sessenta anos que leva, bem como outras indústrias culturais massivas das sociedades ocidentais, desempenhem aqui um papel muito forte. Há, pelo menos, uma clivagem notória entre quem, já em idade adulta, opta, consciente ou inconscientemente, por manter tais laços com os interesses da juventude e aqueles que rompem, aqueles que "matam a criança", como no caso da saga acima citada, porque os contextos sociais, culturais ou económicos assim o determinam. Todos encontramos essa experiência no dia-a-dia, principalmente no local mais óbvio em que nos encontramos com outros adultos da nossa idade, o local de trabalho. Há quem nos olhe de esguelha, há quem nos olhe com alguma ponta de inveja (haverá mesmo ou estarei a ser demasiado otimista?), há quem desde logo sinta cumplicidade mútua connosco. Não espanta que sejam, muitas das vezes, as primeiras amizades que fazemos no sítio em que nos damos com outras pessoas que não escolhemos.

Poderá também ser um motor de desigualdades sociais, seguramente. Um grupo de pessoas move-se no tecido social com uma mundividência que pode ser bastante diferente da do outro, e não são tão pouco frequentes os episódios de arrogância e sobranceria de parte a parte. A nível pessoal, a opção poderá também trazer inconvenientes: o sentido de responsabilidade pode lá estar, mas a falta de tino, para usar uma palavra boa, é mais frequente no caso dos "kidults". Mas é provavelmente essa "falta de tino" que torna mais colorida a vida desta pessoas, o suficiente para que cada um assim justifique as suas escolhas face aos outros que levam a vida normal. É que, seja isto um ato de sobranceria ou não, julgo que, por vezes, se sobrevaloriza a normalidade.
Vá, deixem a criança viver, se isso vos fizer mais felizes. A mim, faz. Não me olhem é de esguelha, vocês os outros, que eu chamo a turma lá da rua.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Os Filhos do Rock - Oito razões que me fazem gostar da série

1. É a série que mais bem sucede a "Conta-me Como Foi". Ambas revisitam a memória de um povo, sem glorificarem o passado. Se "Conta-me Como Foi" falava de um país amordaçado, "Os Filhos do Rock" vira a página e mostra a liberdade a chegar em força, o rock a sair das elites e a tornar-se num fenómeno popular e o grande motor da explosão cultural urbana dos anos 80.

2. A ficção encaixa na história real de maneira pacífica e genuína. Por um lado, as personagens ficcionadas parecem as que conhecemos da vida real: o locutor Xavier (Ivo Canelas), por exemplo, aparece como um compósito de António Sérgio e Luís Filipe Barros. Por outro, as personagens "reais" (Rui Veloso, Jorge Palma ou Xutos, até agora) dão um contexto verosímil à história.

3. De uma forma geral, o texto está bem escrito, tanto no nível macro do enredo (ainda que só vamos no 4º episódio, promete o que aí vem), como no nível micro dos diálogos, como este, que põe o diretor da rádio (Albano Jerónimo) a discutir com o locutor Xavier:
[Ouve-se Go Graal Blues Band no estúdio]
Xavier (ao microfone): "Que música maravilhosa. Estivemos a ouvir 'Stray Dog'. Isto sim, é um blues à séria. É o primeiro álbum dos Go Graal Blues Band. Eles são lisboetas, acreditem ou não, e provam que não é preciso ser preto, nem de New Orleans para ter o blues e o soul a correr nas veias!"
[Entra o "Beat on the Brat" dos Ramones e, alguns segundos depois, aparece o diretor Pedro no estúdio]
Pedro: "Tu acabaste de dizer preto?"
Xavier: "Preto? Ah... Não sei, se calhar, disse. Mas que querias tu que lhe chamasse?"
Pedro: "Não sei... Música negra!"
Xavier: "Música negra? Não. Pedro, a música não é negra, eles é que são pretos."

4. Ainda no texto, é bem interessante a opção de dividir a narrativa em "Lado A" (os eventos iniciais) e em "Lado B" (os eventos posteriores). Não é habitual vermos estas opções de risco em séries feitas por cá.

5. Há atores enormes, como o Ivo Canelas (gigantesco), a Margarida Carpinteiro (sempre, sempre, sempre, toda a vida genial), a Isabel Abreu e um incrível Cristovão Campos (quem o viu no "Conta-me Como Foi" e quem o vê agora editado: as semelhanças com o Fernando Pires, o ator do "Conta-me Como Foi", levaram-me ao engano).
(Também há quem tenha desempenhos de fugir, mas adiante.)

6. O trabalho de fotografia e cinematografia é notável (e raro no panorama nacional da ficção televisiva).

7. É giro ver o Estádio, do Bairro Alto, que foi minha segunda casa durante mais de 20 anos, a servir frequentemente de cenário às cenas sociais de músicos e profissionais do meio. Ou, a outro nível, a loja Discolecção, do Vítor.

8. O Zé Paulo (Cristovão Campos) tinha o "Cinnamon Girl" a tocar na carrinha na primeira saída com a Beatriz (Filipa Areosa). Só isto já bastava.