terça-feira, 31 de dezembro de 2013

A primeira boa notícia de 2014, ainda em 2013

Já se começava a saber que ia haver FMM Sines em 2014, o que é sempre uma notícia excelente no contexto difícil que ultrapassamos, tanto mais que por aqueles lados se deu este ano uma mudança política na liderança da autarquia que desde 1999 organiza o festival. Mais do que isso, agora sabem-se datas (e ainda há regresso a Porto Covo!):

18 a 26 de julho.

domingo, 22 de dezembro de 2013

De Abelho a Zuca-Truca, uma autoprenda



Talvez desconhecida de muito boa gente, a Enciclopédia da Música em Portugal no Século XX é um trabalho notável de investigação desenvolvido no Instituto de Etnomusicologia, com apoios da Fundação para a Ciência e a Tecnologia, da Fundação Calouste Gulbenkian, da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, do Instituto Camões e do (então) Ministério da Cultura, ao longo de mais de dez anos e dado a conhecer ao grande público em 2009, pela Círculo de Leitores. Ao todo, são quatro tomos repletos de entradas (ou verbetes) relativas a pessoas, géneros, meios, instrumentos, espaços, etc., nos mais diversos domínios musicais, da música erudita à música popular, do fado ao rock.

Pode parecer extemporâneo falar de enciclopédias em papel em 2013, quase 2014, mas estes quatro volumes continuam a representar um trabalho único no contexto português. Alguns lembrar-se-ão da "Enciclopédia da Música Ligeira", uma obra de alcance mais reduzido, editada em 1998, também pela Círculo de Leitores, que rapidamente desapareceu dos escaparates (nem a própria editora conseguia responder aos apelos daqueles que, como eu, lutaram em vão por encontrar um exemplar).

A enciclopédia anda por aí a ser vendida nas feiras de fundos de catálogo (aquelas que, pelo menos em Lisboa, se encontram instaladas em várias estações de Metro ou em áreas de maior circulação de pessoas). Este exemplar, por exemplo, veio da Gare do Oriente. Doze euros cada volume. É D'APROVEITAR, Ó FREGUESIA.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

A academia a pensar nas cenas musicais, no DIY e no underground

A cena musical underground e as culturas de DIY vão ser alvo da atenção académica, na "Keep it Simple, Make it Fast!", uma conferência que se realizará no Porto, nas instalações da Faculdade de Letras e na Casa da Música, entre os dias 9 e 11 de julho de 2014.

O comité organizador está a aceitar submissões de papers para participação na conferência até ao próximo dia 15 de janeiro. Temas orientadores para as apresentações:

- Desenvolvimentos e complexidades da teoria social na música, nas artes e nas culturas jovens e urbanas;
- Historicidade, genealogia e diacronia das cenas musicais;
- Envelhecimento e género nas cenas musicais underground;
- Espaços urbanos, cenas musicais e novos movimentos sociais;
- Cenas musicais e redes sociais;
- Herança, memória e artefatos;
- Carreiras DIY: vias sociais e profissionais;
- Estilo, estética e corporalidade;
- Mercados, fronteiras, memorabilia e retromania;
- Criação artística e cenas musicais underground;
- Novas dinâmicas de inclusão social através da música e das práticas underground;
- Efeitos sociais e cognitivos da música e das cenas underground: experiência estética, ética, codificação e descodificação;
- Música e artes pela transformação social, arte nas comunidades e arte como parte da cultura urbana.

Os abstracts devem ser escritos em inglês, com aproximadamente 250 palavras, e incluir três a cinco palavras-chave. Devem ser enviados juntamente com uma pequena nota curricular dos autores (100 palavras).

Mais informações em: kismif.eventqualia.net ou www.facebook.com/kismif.conference2014

terça-feira, 17 de dezembro de 2013

100 discos de 1973, n.º 4



NEU! 2
NEU! (Alemanha)
Edição original: Brain
Produtor(es): Conny Plank, Neu!
discogs allmusic wikipedia

O segundo tomo da ofensiva conduzida por Klaus Dinger e Michael Rother abre de forma semelhante à álbum estreia. 11 minutos e 17 segundos de "Für Immer", demonstração perfeita daquilo que viemos a reconhecer como a assinatura dos Neu!, que tanta gente influenciou ao longo destes quarenta anos. Também como no disco do ano anterior, as faixas que se seguem são menos de motorika (assim chamaram os jornalistas ao binário do baterista Dinger) e mais de colagens sonoras e improvisações experimentadas em estúdio. É o que se passa principalmente no lado B, uma sequência de versões diferentes do single "Neuschnee/Super", lançado entre o 1º e o 2º disco, que aqui os Neu! manipularam de diferentes formas. De uma súbida carência (de dinheiro para continuarem em estúdio), surge uma das primeiras experiências de remistura e reconstrução de gravações previamente editadas, como entretanto se veio a tornar habitual no negócio da música.
Como no primeiro álbum (e no terceiro), foram precisas quase três décadas para que houvesse uma edição em CD. Até 2001, o ano em que a Astralwerks reeditou os três álbuns, só apareciam edições piratas à venda.

73! É desta!

Foi promessa várias vezes, mas desta é que vou acabar a lista dos discos de 73. A empreitada começou em janeiro de 2012 (!!!), após um jantar em que o meu caro amigo Dário se gabou do seu ano de nascimento ter sido melhor em música, o que claramente se percebe que era um disparate, ao observar-se a lista abaixo. Talvez por isso, ainda não tenha também ele cumprido a promessa de apresentar a sua lista de 76. Bah.

Recuperando rapidamente, então, o fio à meada, eis a lista publicada até agora (ainda hoje, sai o 4º):

5. TOM ZÉ "Todos os Olhos" (post)
6. IGGY AND THE STOOGES "Raw Power" (post)
7. GONG "Flying Teapot" (post)
8. JOSÉ MÁRIO BRANCO "Margem de Certa Maneira" (post)
9. KRAFTWERK "Ralf und Florian" (post)
10. TOM WAITS "Closing Time" (post)

11. JOHN CALE "Paris 1919" (post)
12. GENTLE GIANT "In a Glass House" (post)
13. THE MODERN LOVERS "The Modern Lovers" (post)
14. OS MUTANTES "O 'A' e o 'Z'" (post)
15. VANGELIS O. PAPATHANASSIOU "Earth" (post)
16. HAWKWIND "Space Ritual" (post)
17. MAGMA "Mekanïk Destruktïw Kommandöh" (post)
18. LOU REED "Berlin" (post)
19. FAUST "Faust IV" (post)
20. ROXY MUSIC "Stranded" (post)
21. PINK FLOYD "The Dark Side of the Moon" (post)
22. ELIS REGINA "Elis (Oriente)" (post)
23. KING CRIMSON "Larks' Tongues in Aspic" (post)
24. DAVID HOLLAND QUARTET "Conference of the Birds" (post)
25. ROXY MUSIC "For Your Pleasure" (post)
26. MILTON NASCIMENTO "Milagre dos Peixes" (post)
27. JEFFERSON AIRPLANE "Thirty Seconds Over Winterland" (post)
28. DAVID BOWIE "Aladdin Sane" (post)
29. HERMETO PASCOAL "A Música Livre de Hermeto Paschoal" (post)
30. SUN RA "Space Is the Place" (post)
31. KEVIN AYERS "Bananamour" (post)
32. AGITATION FREE "2nd" (post)
33. FRIPP & ENO "(No Pussyfooting)" (post)
34. WITCH "Introduction" (post)
35. SERGE GAINSBOURG "Vu de l'Extérieur" (post)
36. SOM IMAGINÁRIO "Matança do Porco" (post)
37. JOHN FAHEY "Fare Forward Voyagers (Soldier's Choice)" (post)
38. THE WAILERS "Catch a Fire" (post)
39. GAL COSTA "Índia" (post)
40. FAUST "The Faust Tapes" (post)
41. KLAUS SCHULZE "Cyborg" (post)
42. HENRY COW "The Henry Cow Legend" (post)
43. HERBIE HANCOCK "Head Hunters" (post)
44. LEONARD COHEN "Live Songs" (post)
45. DONOVAN "Cosmic Wheels" (post)
46. JOÃO GILBERTO "João Gilberto" (post)
47. BOB DYLAN "Pat Garrett And Billy The Kid" (post)
48. BRYAN FERRY "These Foolish Things" (post)
49. DONOVAN "Essence To Essence" (post)
50. JOHN FAHEY "After the Ball" (post)
51. SOFT MACHINE "Six" (post)
52. FRANK ZAPPA & THE MOTHERS "Over-Nite Sensation" (post)
53. KIM FOWLEY "International Heroes" (post)
54. NOVOS BAIANOS "Novos Baianos F.C." (post)
55. THE INCREDIBLE BONGO BAND "Bongo Rock" (post)
56. FELA KUTI "Afrodisiac" (post)
57. CHICO BUARQUE "Chico Canta" (post)
58. MIKE OLDFIELD "Tubular Bells" (post)
59. NEW YORK DOLLS "New York Dolls" (post)
60. T. REX "Tanx" (post)
61. BETTY DAVIS "Betty Davis" (post)
62. RAUL SEIXAS "Krig-Ha, Bandolo!" (post)
63. BRUCE SPRINGSTEEN "Greetings From Asbury Park, N.J." (post)
64. SECOS & MOLHADOS "Secos & Molhados" (post)
65. BUFFY SAINTE-MARIE "Quiet Places" (post)
66. EDU LÔBO "Edu Lôbo [aka Missa Breve]" (post)
67. GONG "Angel's Egg" (post)
68. BERT JANSCH "Moonshine" (post)
69. BRUCE SPRINGSTEEN "The Wild, The Innocent & The E Street Shuffle" (post)
70. FELA KUTI "Gentleman" (post)
71. PAUL SIMON "There Goes Rhymin' Simon" (post)
72. STEVIE WONDER "Innervisions" (post)
73. YOKO ONO "Feeling the Space" (post)
74. VAN MORRISON "Hard Nose the Highway" (post)
75. RAIL BAND "Buffet Hotel de la Gare Bamako" (post)
76. JETHRO TULL "A Passion Play" (post)
77. AHEHEHINNOU VINCENT & ORCHESTRE-POLY-RYTHMO DE COTONOU DAHOMEY "Ahehehinnou Vincent & Orchestre-Poly-Rythmo De Cotonou Dahomey" (post)
78. BETWEEN "And the Waters Opened" (post)
79. THE WHO "Quadrophenia" (post)
80. AMON DÜÜL II "Vive La Trance" (post)
81. BLACK SABBATH "Sabbath Bloody Sabbath" (post)
82. JOAN BAEZ "Where Are You Now, My Son?" (post)
83. PETER HAMMILL "Chameleon in the Shadow of the Night" (post)
84. EMBRYO "We Keep On" (post)
85. POPOL VUH "Seligpreisung" (post)
86. THE ROLLING STONES "Goats Head Soup" (post)
87. CONRAD SCHNITZLER "Rot" (post)
88. LINK WRAY "Be What You Want To" (post)
89. ELVIS PRESLEY "Elvis" (post)
90. NEIL YOUNG "Time Fades Away" (post)
91. THIN LIZZY "Vagabonds of the Western World" (post)
92. LYNYRD SKYNYRD "(pronounced 'lĕh-'nérd 'skin-'nérd)" (post)
93. PLANXTY "The Well Below the Valley" (post)
94. ASH RA TEMPEL "Starring Rosi" (post)
95. LED ZEPPELIN "Houses of the Holy" (post)
96. THIRSTY MOON "You'll Never Come Back" (post)
97. HUGH MASEKELA "Introducing Hedzoleh Soundz" (post)
98. MOTHER MALLARD'S PORTABLE MASTERPIECE COMPANY "Mother Mallard's Portable Masterpiece Company" (post)
99. PAULINHO DA VIOLA "Nervos de Aço" (post)
100. ELVIS PRESLEY "Aloha from Hawaii" (post)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

O Panda Bear manda no Lux hoje

É mais uma noite Green Ray e esta é programada pelo Panda Bear. Além do próprio, Eric Copeland e Actress vão subir ao palco, entre vários outros nomes.

Plano Green Ray para hoje:

(BAR)

23h00 GALA DROP (dj set)
01h00 BRIAN DE GRAW (concerto)
02h00 GALA DROP (dj set)
03h00 NIAGARA (live act)
04h00 BRIAN DE GRAW (dj set)

(DISCO)

23h00 ERIC COPELAND (concerto)
00h00 PANDA BEAR (concerto)
02h00 ACTRESS (live act)
03h00 RON MORELLI (dj set)
05h00 MARCELLUS PITTMAN (dj set)

As entradas custam 15 euros. Mais informações na Filho Único.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Amanhã? BARREIRO.

Um pequeno estágio para quem amanhã se deslocar até ao Pavilhão dos Ferroviários, para mais uma edição do Barreiro Rocks (mais informações em www.barreirorocks.org

FAST EDDIE NELSON



XUNGARIA NO CÉU



NICOTINE'S ORCHESTRA



VICTOR TORPEDO SHOW



MURDERING TRIPPING BLUES



MARK SULTAN/BBQ

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Hoje há conquilhas

Hoje é um dia diferente dos outros, porque sai para as lojas...

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Duas ou três notas soltas a propósito do concerto dos National, ontem

1. Se outrora foi um obstáculo a que as coisas acontecessem, hoje é uma oportunidade magnífica para nós que vamos a concertos e que vivemos nesta ponta da Europa. As digressões ora começam, ora acabam aqui. Se começam, a malta vem cheia de garra, que compensa a falta de ritmo, de ensaios. Se acabam, a malta vem com o espetáculo bem oleado e entrega-se como se não houvesse amanhã, porque é a última noite, porque já têm saudades dos palcos e dos saltos entre países, porque não importa que a voz fique rouca no dia seguinte. O Matt Berninger deve estar afónico hoje.

2. Faltou aos National um Live Aid
(Ou isso ou, claro, os tempos são diferentes. Se os tempos fossem os mesmos, a esta altura os National já esgotariam estádios como os outros nas digressões do "The Joshua Tree" ou do "Rattle and Hum". Mas vêm-se aflitos para encher metade de três quartos do Atlântico. E ainda é o melhor que conseguem, vendo as outras datas por essa Europa fora.)

3. O Pavilhão Atlântico já era mau o suficiente para concertos de rock, quando não tinha a publicidade que agora o reveste a cada nesga em que caibam as três letras da marca que o patrocina.

domingo, 10 de novembro de 2013

Alinhamento, a cru, dos Pixies

E não é que o gordo e os amigos até deram concertaço, para um Coliseu cheio de grisalhos e carecas, betos e alternativos dos 90s, pais e filhos, gajos que batem palminhas e pessoas com algum tino na cabeça? Segue-se o alinhamento, diretamente das poucas notas sacadas a meio do slam com os betos e desta memória que perde em qualquer concurso com qualquer espécie de peixe, no estado mais cru (e falível, bem entendam) possível:

1. Planet of Sound
2. Cactus Tree
3. Bagboy
4. What Goes Boom
5. Outra das novas, acho, igualmente foleira (ou isso ou era a versão dos Fall, mas pouco ou nada percetível)
6. Ainda outra nova, não interessa
7. Alec Eiffel
8. Broken Face
9. Debaser
10. Tony's Theme
11. Something Against You
12. I Bleed
13. ?
14. Bone Machine
15. Here Comes Your Man (como gostam tanto disto os betos barrigudos)
16. Nova, aquela que parece do Neil Young
17. In Heaven, Lady in the Radiator Song (foda-se, foda-se, isto podia acabar aqui... TOCARAM A PORRA DA LADY IN THE RADIATOR SONG!!!)
18. (Aquela acústica que parece uma balada dos Pet Shop Boys)
19. Bone Machine ('PERA LÁ!, agora é que foi a Bone Machine... fica no ar a que foi a número 14)
20. Subbacultcha
21. Monkey Gone to Heaven
22. Crackity Jones
23. It's Educational
24. I've Been Tired (ninguém reagiu ao "I Like Lou Reed"...)
25. The Sad Punk (?)
26. Tame
27. Ed is Dead
28. Nimrod's Son
29. Holiday Song
30. Where is my Mind?

Encore:

31. Hey
32. Cariboy
33. Gouge Away

(Mais de 30 temas. É obra, mesmo que a maior parte delas tenha menos de três minutos e seja tocada de seguida, sem parar.)

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

As remunerações do streaming

Na sequência do artigo das 13 maiores mentiras da indústria musical moderna, e na observação particular daquelas que se referem ao streaming, aqui fica um quadro com as remunerações para os artistas das principais plataformas online de reprodução, compilado pelo Social Band neste outro excelente artigo.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

As 13 maiores mentiras da indústria musical moderna?

Lie #1: Great music will naturally find its audience.

The Lie: The greatest music and artists will eventually connect with their audiences, naturally, thanks to a perfectly-lubricated, social, and borderless internet.

“Our kids are going to watch exactly what they want to watch, not necessarily what’s marketed to them,” then Topspin CEO Ian Rogers said as recently as 2010, while constantly underscoring that “quality is hyperefficient.”

The Truth: Just like the analog old days, most great music gets left behind and wallows in obscurity if not substantially backed or otherwise supported financially. In fact, the biggest songs on the planet are often those blasted the loudest on the biggest platforms – and oftentimes, the most money from major labels (ie, Katy Perry, Pitbull, Flo Rida, etc.)


Esta é apenas um de 13 eventuais mitos sobre a indústria musical moderna publicados em recente artigo artigo interessante do Digital Musical News.

terça-feira, 29 de outubro de 2013

Lisboa em tributo ao Lou Reed

Na próxima noite de sexta-feira, vai ouvir-se Lou Reed e Velvet Underground no palco que será montado no Largo do Intendente. Confirmadas estão já as presenças de: Jorge Palma, Rui Reininho, The Legendary Tigerman, Zé Pedro, JP Simões, Anamar, Homens da Luta, Alex Cortez, Tiago Bettencourt, João Pedro Almendra, Rita Redshoes, Celina da Piedade, Anarchicks, Armando Teixeira, Pedro Lousada (Blasted Mechanism), Manuel Fúria, Samuel Úria, Samuel Palitos, David Pires (Os Pontos Negros), e outros que até à data venham a ser anunciados.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

Parabéns, Zê!

São 19 anos e a ZDB comemora-os hoje, com noite especial. Kim Gordon e Bill Nace vêm como Body/Head e a Scout Niblett, que por cá permanece em residência artística durante este mês também aparece (estava ainda marcado concerto de Pharmakon, mas foi entretanto cancelado). A entrada custa 15 euros. Mais informação no site da Zê.

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Hoje há festa no Bacalhoeiro!

Hoje, o Bacalhoeiro (rua dos Bacalhoeiros, 125) acolhe os Groove Trotters, dupla que reúne, pela primeira vez, este vosso com o Docteur Traoré, uma das inúmeras identidades de nuestro hermano Toni Polo, realizador e giradisquista de músicas do mundo com experiência por essa Europa fora. Começa pouco antes da meia-noite e vai até às 4h da manhã. Apareçam!
Mais informação aqui.

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

E hoje há Putan Club no Lounge

O François R. Cabumzat, dos L'Enfance Rouge, tem outro projeto, Putan Club, que tem tocado com a Lydia Lunch. A norte-americana não vem, mas Cabumzat e a italiana Gianna Greco trazem os Putan Club ao Lounge esta noite:

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Hoje e sexta há Gregory Porter

Uma pequena brecha na falta de tempo para aqui vir só para lembrar que hoje há Gregory Porter ao vivo no CCB. Na próxima sexta-feira será a vez da Casa da Música, no Porto, receber esta nova-grande voz jazz, que recentemente lançou pela Blue Note o seu terceiro álbum. Há mais informações no site da Ao Sul do Mundo.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

E, por falar no Barreiro...

Vai haver Barreiro Rocks 2013! Nos tempos que correm é uma notícia formidável. São já vários os festivais organizados e apoiados pelas autarquias que provavelmente não se voltarão a realizar no futuro imediato. Mas, regojizemo-nos, estão aí as garantias de que vai haver Barreiro Rocks!

O Barreiro Rocks 2013 vai decorrer no dia 30 de novembro e já tem um primeiro nome confirmado, o do canadiano Mark Sultan, também conhecido por BBQ.

Margem sul é rock!

A margem sul do Tejo é rock, toda a gente sabe disso. Desde há mais de quarenta anos que a margem sul é rock. E agora há mais uma razão para dizermos que a margem sul é ainda mais rock. Os jovens músicos da região podem agora ir a estúdio, equipado com instrumentos, ensaiar e gravar temas, sem pagarem nada. Estes são os contornos gerais do Programa Jovens Músicos, patrocinado pela Baía do Tejo, a empresa responsável pela promoção e desenvolvimento de parques empresariais da zona, e promovido pela Fábrica de Música em parceria com a Hey, Pachuco!, a associação dos malucos mais rock do Barreiro e arredores, e o Estúdio King, do Nick Nicotine (ou Nick Suave), um dos mais ativos destes chanfrados.

As condições para as bandas poderem utilizar o King:

- A formação tem que incluir pelo menos de 50% de músicos com idade até aos 25 anos e residentes na margem sul;
- São atribuídas, gratuitamente, duas horas semanais a cada banda;
- As bandas apoiadas pelo programa terão ainda direito a um tarifário especial de 1,5€ por hora e por elemento.

Está tudo explicado tim-tim por tim-tim aqui: www.programajovensmusicos.pt

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

10 anos, 10 livros (#10: Waging Heavy Peace: a Hippie Dream)

(Faltava este para completar a lista e encerrar o período de celebração do aniversário desta casa amarela:)



WAGING HEAVY PEACE: A HIPPIE DREAM
Neil Young
Primeira edição: Viking, 2012

A autobiografia do Neil Young não iria poder ficar de fora desta pequena lista de livros. A primeira coisa importante a realçar é que não há aqui escritores-fantasma. As palavras que aqui se percorrem -- a boa velocidade, diga-se -- saíram dos dedos do próprio músico. E saíram de uma forma que alguns acharão confusa, outros natural. Young vai avançando no livro ao sabor do momento, como se embarcássemos com ele numa das suas longas viagens de carro, com tempo suficiente para escutarmos alguns dos momentos mais marcantes da sua vida, da sua carreira ou até mesmo do que vai acontecendo no presente. Tanto podemos estar a ouvir a história de como, há muitos anos, conseguiu comprar uma carrinha funerária que serviu de viatura para transportar a sua primeira banda, como logo a seguir muda agulhas para a reunião recente com executivos da indústria musical a propósito do formato digital de música que lançará em breve, o Pono, para as histórias que envolvem o seu outro grande projeto, o carro híbrido Lincvolt, para o seu incrível conjunto de comboios miniatura da Lionel, para o amor que tem pela família, pela vida no rancho e pela coleção de carros antigos, para a mítica carrinha Pocahontas, para as histórias de drogas e outras aventuras ao longo de toda a carreira, para os filmes que realizou, as músicas que fez e que vai fazer, tudo e isto e muito mais. Como numa conversa livre, sem fronteiras de estilo, sem amarras de guião.

[Entrada no goodreads]

Revoltemo-nos! Querem destruir um ex-libris do rock'n'roll maldito!

Os Pogues vão reunir-se uma vez mais, desta vez para tocarem o álbum "Rum, Sodomy & The Lash" em palcos britânicos. Na mesma notícia (esta da Uncut, por exemplo, e, obrigado, Dário), fica-se ainda a saber que...

"...The Pogues' Shane MacGowan was searching for a dentist who could fix his infamously bad teeth so he might start a Hollywood film career."

O Polaris dos godpseed

Além dos Juno Awards, que são os mais mediáticos, a indústria músical canadiana atribui desde 2006 a distinção Polaris ao melhor álbum de cada ano, à imagem do Mercury da metrópole real. Este ano os discos a concurso vinham dos subpopianos METZ, dos índios reinventados A Tribe Called Red, de Colin Stetson (Arcade Fire, Bon Iver, ...), e, entre vários outros, dos godspeed you! black emperor.

Pois, ganharam os godspeed, com o último "Allelujah! Don't Bend! Ascend!".

A reação? A reação foi esta (obrigado, João!):

A FEW WORDS REGARDING THIS POLARIS PRIZE THING

hello kanada.
hello kanadian music-writers.

thanks for the nomination thanks for the prize- it feels nice to be acknowledged by the Troubled Motherland when we so often feel orphaned here. and much respect for all y’all who write about local bands, who blow that horn loudly- because that trumpeting is crucial and necessary and important.

and much respect to the freelancers especially, because freelancing is a hard fucking gig, and almost all of us are freelancers now, right? falling and scrambling and hustling through these difficult times?

so yes, we are grateful, and yes we are humble and we are shy to complain when we’ve been acknowledged thusly- BUT HOLY SHIT AND HOLY COW- we’ve been plowing our field on the margins of weird culture for almost 20 years now, and “this scene is pretty cool but what it really fucking needs is an awards show” is not a thought that’s ever crossed our minds.

3 quick bullet-points that almost anybody could agree on maybe=

-holding a gala during a time of austerity and normalized decline is a weird thing to do.

-organizing a gala just so musicians can compete against each other for a novelty-sized cheque doesn’t serve the cause of righteous music at all.

-asking the toyota motor company to help cover the tab for that gala, during a summer where the melting northern ice caps are live-streaming on the internet, IS FUCKING INSANE, and comes across as tone-deaf to the current horrifying malaise.

these are hard times for everybody. and musicians’ blues are pretty low on the list of things in need of urgent correction BUT AND BUT if the point of this prize and party is acknowledging music-labor performed in the name of something other than quick money, well then maybe the next celebration should happen in a cruddier hall, without the corporate banners and culture overlords. and maybe a party thusly is long overdue- it would be truly nice to enjoy that hang, somewhere sometime where the point wasn’t just lazy money patting itself on the back.

give the money to the kids let ‘em put on their own goddamn parties, give the money to the olds and let them try to write opuses in spite of, but let the muchmusic videostars fight it out in the inconsequential middle, without gov’t. culture-money in their pockets.

us we’re gonna use the money to try to set up a program so that prisoners in quebec have musical instruments if they need them…

amen and amen.

apologies for being such bores,
we love you so much / our country is fucked,
xoxoxox
godspeed you! black emperor

(in cstrecords.com)

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Os One Direction e o velho negócio

Já toda a gente sabe que os One Direction vêm novamente a Portugal, desta vez para um mega-espetáculo no Estádio do Dragão, depois de recentemente terem esgotado num ápice o Pavilhão Atlântico. Bem sei que forço a semântica nesta última frase um pouco para além do que é aconselhável: eles não vêm, eles virão, já que o concerto será apenas em julho do próximo ano; da mesma generosidade gramatical beneficia a associação direta desta vinda à última manifestação do fenómeno, ainda fresca nas notícias de espetáculo deste país e implícita na expressão "depois de recentemente". São, se calhar, percalços de linguagem em que ninguém repara, mas talvez seja interessante perdermos algum tempo a divagar sobre o assunto, que vai além da linguagem.

Até aqui há alguns anos, quando o mundo da pop era feito de artistas que conseguiam chegar ao topo e aí manter-se por longos períodos de tempo, mesmo quando a chama criativa, se é que alguma vez tivesse existido, se reduzia apenas à edição de coletâneas de sucessos e de reedições do catálogo passado, o modelo de negócio das editoras (e do meio em geral, ainda que aqui as editoras tivessem um destaque óbvio) passava por apostar nestes artistas enquanto jovens, com contratos frequentemente exploratórios (não sou eu que o digo, mas os artistas de sucesso de então, nas biografias e nos comentários que hoje vão fazendo aos tempos "antigos"). Em termos muito básicos, as editoras avançavam aos artistas quantias mais ou menos chorudas ao início, por conta de royalties e outros direitos futuros, e os artistas comprometiam-se a gravar mais dois ou três álbuns, se a editora exercesse o direito de opção. Alguns destes artistas, os que conseguiam chegar ao coração do grande público, garantiam a sustentabilidade financeira do negócio, permitindo que a editora continuasse a apostar noutros, mesmo que estes outros não viessem a conseguir subir ao topo. Basicamente, o sucesso de uns financiava o risco corrido com outros.

Mas, como tantas outras coisas que mudaram neste negócio, também estas longas carreiras de sucesso parecem ser história do passado. Frequentemente se ouve ou lê que já não é hoje possível manter aquele modelo de negócio. A "next-big-thing" ganhou definitivamente destaque na atenção dos media, do grande público, dos promotores de espetáculos, dos gestores das editoras, mas já não consegue vir a ser a tal "big-thing", pelo menos na medida e na duração de tempo em que outras foram no passado. Agora estamos mais na era do "sabor da semana", não é assim?

Voltemos ao concerto dos One Direction. A haver por parte da máquina que tem a ganhar com a boy band inglesa uma estratégia implícita na promoção do espetáculo com tamanha antecedência, talvez seja a de conseguir prolongar mais o tempo de vida do grupo, de fazer sentir junto do público que eles vão estar cá mais tempo do que tem sido habitual, particularmente neste tipo de música para a miudagem (ou, para usar de maior rigor, neste tipo de música que começa pela miudagem, como tanto artista da pop começou no passado). Mais, a corrida aos bilhetes do próximo dia 28 (vão esgotar em minutos, vão ver), vai garantir que o próprio público fica "agarrado" aos One Direction por quase mais um ano. E se a máquina conseguir fazer disto sistema, os One Direction (e outros) vão continuar nas notícias e vão ter menos motivos para terminarem a carreira, como tem acontecido a tantos outros. Talvez o público envelheça com eles. A coisa até pode vir a funcionar como funcionou no passado. Ou não, mas a máquina tentou.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

10 anos, 10 livros (#9: How Music Works)

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



HOW MUSIC WORKS
David Byrne
Primeira edição: McSweeney's, 2012

O título é, curiosamente, igual ao do livro do professor John Powell. A abordagem de David Byrne é diferente, não deixando porém de ser igualmente compelativa. Se Powell era o físico (e músico formado), Byrne veste os uniformes de antropólogo, de músico de sucesso, de gestor e de tipo apaixonado pela arte, mas com os pés na terra (pelo menos, um de cada vez; já é saudável). "How Music Works" é um conjunto de ensaios cuidados, aprofundados e particularmente atentos sobre a forma como diversos fatores -- as salas de concertos, a tecnologia, os contextos sociais, o negócio -- moldaram a forma como a música tem vindo a ser feita (e ouvida) ao longo da História. Obrigatório.

Do prefácio: "Others have have written insightfully about music's physyological and neurological effects; scientists have begun to peek under the hood to examine the precise mechanisms by which music works on our emotions and perceptions [parece até que Byrne faz aqui uma referência ao livro de Powell]. But that's not really my brief here; I have focused on how music might be molded before it gets to us, what determines if it get to us at all, and what factors external to the music itself can make it resonate for us".

[Entrada no goodreads]

10 anos, 10 livros (#8: How Music Works / Como Funciona a Música)

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



HOW MUSIC WORKS
John Powell
Primeira edição: Penguin, 2010
Edição portuguesa: Bizâncio, 2012 (trad. Luísa Venturini)

Não se assustem logo com a capa. O professor John Powell é doutorado em Física e mestre em composição musical. Daqui se antevê, desde logo, uma abordagem diferente daquela a que estamos habituados. Sem se deixar cair demasiado na tentação da opinião, Powell aborda a música pela via da ciência. Como é que os instrumentos produzem notas? Como é que as notas e as escalas surgiram, tanto a Ocidente como a Oriente? O que é o ouvido perfeito? O que é a harmonia? Porque é que a música pop tem estas características? E a música dita erudita? Todas as respostas a estas questões e muitas mais encontram-se neste magnífico livro, estruturado e redigido numa linguagem pedagógica e acompanhada de bastante humor. Obrigatório para todos os curiosos da música, avançados ou iniciados.

[Entrada no goodreads]

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

10 anos, 10 livros (#7: Just Kids)

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



JUST KIDS
Patti Smith
Primeira edição: Ecco, 2010

Esta não é apenas uma autobiografia. É a história das paixões e das cumplicidades criativas entre a autora, Patti Smith, e o fotógrafo Robert Mapplethorpe, o seu velho companheiro de Nova Iorque (a própria cidade e o Hotel Chelsea são outros protagonistas da obra). Chega a ser profundamente emocionante a forma como Patti Smith recorda algumas destas histórias. Por vezes, somos obrigados a fechar o livro para respirarmos, como acontece em qualquer obra grande das letras.

[Entrada no goodreads]

10 anos, 10 livros (#5: Goodbye 20th Century: A Biography of Sonic Youth; #6: Psychic Confusion: The "Sonic Youth" Story)

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



GOODBYE 20th CENTURY: A BIOGRAPHY OF SONIC YOUTH
David Browne
Primeira edição: Da Capo, 2008

A primeira de duas biografias dos Sonic Youth lançadas nestes últimos anos.

[Entrada no goodreads]



PSYCHIC CONFUSION: THE "SONIC YOUTH" STORY
Everett True
Primeira edição: Omnibus Press, 2008

Saída praticamente na mesma altura que "Goodbye 20th Century" e tão interessante quanto a primeira, esta outra biografia constitui uma abordagem paralela à história desta revolução na música popular.

[Entrada no goodreads]

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

10 anos, 10 livros (#4: The Peel Sessions: A Story of Teenage Dreams and One Man's Love of New Music"

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



THE PEEL SESSIONS: A STORY OF TEENAGE DREAMS AND ONE MAN'S LOVE OF NEW MUSIC
Ken Garner
Primeira edição: BBC Books, 2007

Se o johnpeelismo (desculpem o neologismo patético) fosse uma religião, eu seria um beato fanático. Para colecionador acérrimo (bom, já fui mais) das míticas Peel Sessions, este é um livro que guardo com especial prazer na estante. De 1967 a 2004, o falecido John Peel gravou mais de dois milhares de bandas para os seus programas de rádio. Este livro é precisamente o tratado que muitos de nós andavam a exigir, ainda Peel era vivo.

Falei do livro aqui.

[Entrada no goodreads]

10 anos, 10 livros (#3: Rip it Up and Start Again)

(Continuando na ordem mais ou menos cronológica:)



RIP IT UP AND START AGAIN
Simon Reynolds
Primeira edição: Faber and Faber, 2006

Dispensa grandes apresentações, o livro do jornalista Simon Reynolds, de tão popular que se tornou desde a primeira edição. Do início do fim do punk ao surgimento da MTV, há aqui uma autêntica enciclopédia de quase tudo o que é preciso saber do pós-punk. Só lhe faltou falar um pouco mais da Europa continental, mas para isso era preciso outro volume.

Falei do livro aqui.

[Entrada no goodreads]

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

10 anos, 10 livros (#2: Einstürzende Neubauten: No Beauty Without Danger)



EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN: NO BEAUTY WITHOUT DANGER
Max Dax, Robert Defcon
Primeira edição: Ed. Autor Limitada (500 ex.), 2005
(Edição alemã: "Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich")

"No Beauty Without Danger" é uma biografia redigida num formato pouco comum. O texto é exclusivamente composto por respostas às entrevistas que os autores fizeram aos músicos que passaram pelos Einstürzende Neubauten e por quem com eles conviveu de perto. Imaginem um documentário baseado exclusivamente, como é mais habitual no meio televisivo e cinematográfico, nos testemunhos de homens e mulheres. Devidamente editados e arranjadas, estes testemunhos conseguem agarrar o leitor na descoberta de um percurso notável de um projeto notável. O posfácio é da autoria de Arto Lindsay.

Falei do livro aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

[Entrada no goodreads]

10 anos, 10 livros (#1: Margrave of the Marshes)

Na evocação destes 10 anos do juramentosembandeira, já aqui tivemos 10 concertos, 10 canções e, agora, 10 livros que ajudaram este que vos escreve a compreender um pouco melhor os contextos sobre os quais se move a música, seja nas biografias, seja nos ensaios alargados sobre o papel que esta arte ocupa nas nossas vidas, ao longo dos tempos. Seguem-se então a seleção ordenada pelo ano de edição original de 10 dos livros lidos ao longo destes anos e que merecem ser destacados:



MARGRAVE OF THE MARSHES
John Peel, Sheila Ravenscroft
Primeira edição: Corgi, 2005

Depois da morte de um dos mais extraordinários amantes e divulgadores de música dos últimos 50 anos, saíram dois livros fundamentais sobre a sua vida e carreira. O primeiro deles é esta autobiografia parcial. A meio da história, percebe-se que Peel já não está lá mais para a escrever e é a sua mulher, Sheila Ravenscroft, ou a "porca" ("pig"), como lhe chamava o marido, que continua. De uma pena ou de outra saem incontáveis recordações mirabolantes e episódios carregados de humor de uma família que viveu de perto com a música produzida em todos os cantos do mundo.
Falei do livro aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui e aqui.

[Entrada no goodreads]

A merchearia da Chons em Trânjito

Já passaram alguns anos desde que Vasco Sacramento, ainda muito novo, começou a levar artistas nacionais e internacionais à sua cidade de Aveiro. Foi o tempo do festival Sons em Trânsito, seis belas edições programadas e produzidas por quem sabe de música, por quem sabe fazer as coisas para outras pessoas que gostam (ou possam vir a gostar verdadeiramente) de música.

A máquina do Vasco, que também ganhou o nome Sons em Trânsito, foi crescendo e hoje já agencia uma vasta carteira de artistas, tanto nacionais (Ana Moura, António Zambujo, Deolinda, Virgem Suta, Cuca Roseta, Pedro Abrunhosa, etc.), como internacionais (Kimmo Pohjonen, Tinariwen, Toumani Diabaté, Fanfare Ciocărlia, etc.).

Hoje nasceu a Merchearia (www.merchearia.com), uma loja online para a venda do merchandising dos artistas portugueses da SeT (por enquanto só há discos, mas a SeT promete vir a reunir neste espaço único tudo o resto). Quando alguém, cá dentro ou lá fora (e especialmente lá fora), voltar a perguntar como e onde comprar o disco ou a t-shirt de um destes artistas, estes já saberão responder.

Isto não é notícia porque há uma nova loja na net. É notícia porque é a agência (ou meta-agência, devíamos poder dizer) que entre no negócio. É notícia porque a SeT continua a saber dar passos em frente.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Bill Callahan de volta a Lisboa!

É só em 2014, mas não deixa de ser uma excelente notícia. Bill Callahan vai regressar para tocar em Lisboa, no dia 22 de fevereiro, no cinema São Jorge. A organização cabe ao Teatro Maria Matos e os bilhetes estarão disponíveis a partir da próxima sexta-feira, pelo preço de 20 euros.

ATUALIZAÇÃO: Segundo o Blitz, também Porto, na Casa da Música, no dia seguinte. Bilhetes a 25 euros.

O baú do rock nacional

Há neste momento pessoas ocupadas em trabalhar o imenso historial da música popular portuguesa. Em breve, irão aparecer dois trabalhos, um livro e uma série documental, ambos dedicados à história do rock, cada um com a sua abordagem mais ou menos mainstream.

Luís Futre e Edgar Raposo, da Groovie Records, continuam a sua tarefa incansável de divulgação do rock português que se fazia nas décadas de 50 a 70, na sua vertente mais transgressora, e preparam-se para lançar um livro com fotografias da época, incluindo capas de discos editados em Portugal. O lançamento deverá ocorrer em dezembro, levando o livro o selo da Groovie e da associação Ghost.

Por sua vez, o realizador António Pedro Vasconcelos está a apoiar um projeto da produtora Panavideo, uma nova série documental, de cinco programas, sobre a história do rock em Portugal, com guião de David Ferreira e realização de Leandro Ferreira e Pedro Clérigo. Não são ainda conhecidos publicamente a data e os meios que será apresentado o trabalho.

Regresso de Vilar de Mouros às origens?

Já se conhece o primeiro nome para aquele que vai ser o regresso de Vilar de Mouros ao panorama dos festivais portugueses, no próximo ano, de 30 de julho a 2 de agosto. O maestro Rui Massena vai ser o responsável pela cerimónia de abertura do festival, no que lembra de imediato a inclusão de outro nome da música clássica, António Vitorino de Almeida, naquela que foi a segunda edição de Vilar de Mouros, em 1982.

(Parece ótimo. Os hipsters vão detestar e os festivaleiros habituais vão ignorar como já ignoram tudo o que tenha a ver com música num festival.)

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

10 anos, 10 canções

Não é fácil escolher 10 canções para um período de 10 anos, nem é certo que daqui a meia hora a escolha fosse a mesma (ei, a "All Leaves Are Gone", a "Someone Great" e a "Banshee Beat" estariam lá sempre). Aqui ficam, por ordem alfabética, 10 das canções que fizeram mexer os neurónios e os músculos por estas bandas, desde que esta casa amarela abriu, em agosto de 2003:

Adele "Rolling in the Deep" (2010)



Akron/Family "River" (2009)



Animal Collective "Banshee Beat" (2005)



Bombino "Her Tenere" (2013)



Dan Le Sac vs. Scroobius Pip "Thou Shalt Always Kill" (2007)



Edward Sharpe and the Magnetic Zeros "Home" (2010)



Josephine Foster "All Leaves Are Gone" (2004)



LCD Soundsystem "Someone Great" (2007)



Mão Morta "Tiago Capitão" (2010)



Six Organs of Admittance "Lisboa" (2005)


quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Vilar de Mouros regressa em 2014

Não se sabe ainda muito sobre o que vai ser o regresso, no próximo ano, do festival de Vilar de Mouros, mas já foi lançado o isco (ver página no facebook ou site oficial). A última edição do festival minhoto foi em 2006, depois de um percurso regular desde 1999 e das edições de 1971, 1982 e 1996.

A propósito da primeira edição de 1971, ficam aqui dois mimos: parte do cartaz do evento (nesta estreia houve ainda Elton John, Manfred Mann's Earth Band, Quarteto 1111, entre outros) e o magnífico relatório da PIDE/DGS, recentemente publicado pela revista Sábado (e aqui reproduzido graças ao pontoalternativo):



«Informação nº 226-C.I.(I)

Distribuição Presidência do Conselho, Ministério do interior, Ministério da Educação Nacional

Assunto: Festival de música "Pop" em Vilar de Mouros

A seguir se transcreve o texto de uma informação redigida por um nosso elemento informativo que assistiu ao "festival" em questão, que teve lugar nos dias 7 e 8 do corrente, a qual se reproduz na íntegra, para não alterar os detalhes que foram alvo do seu espírito de observação:

“Dias antes do festival, foram distribuídos, nas estradas do País e nas estradas espanholas de passagem de França para Portugal, panfletos pedindo aos automobilistas que dessem boleias aos indivíduos que iam ver o festival.

No 1º dia, o espectáculo começou às 18h00 e prolongou-se até às 4 da manhã.
Ao anoitecer, o organizador, um tal Barge, anunciou que tinham sido vendidos 20 mil bilhetes (a 50$00 cada).
Esperavam vender 50 mil bilhetes para cobrir as despesas, que seriam aproximadamente a 2.500 contos.
Diziam que tiveram de mandar vir o conjunto Manfred Mann de Inglaterra, mas parece que estava no Algarve, e por isso, a despesa com eles não foi tão grande como parecia.

Um dos cantores, Elton John, causou desde o começo má impressão, com os seus modos soberbos e as suas exigências: carro de luxo para as deslocações, quartos de luxo para os acompanhantes e guarda-costas, etc.
O recinto do festival era uma clareira cercada de eucaliptos, com um taipal à volta e uma grade de arame do lado do ribeiro.

Na noite de 7 estavam muitos milhares de pessoas e muita gente dormiu ali mesmo, embrulhada em cobertores e na maior promiscuidade.
Entre outros havia:
crianças de olhar parado indiferentes a tudo
grupos de homens, de mão na mão, a dançar de roda
um rapaz deitado, com as calças abaixadas no trazeiro
um sujeito tão drogado que teve de ser levado em braços, com rigidez nos músculos
relações sexuais entre 2 pares, todos debaixo do mesmo cobertor na zona mais iluminada
sujeitos que corriam aos gritos para todos os lados
bichas enormes a comprar laranjadas e esperando a vez nas retretes (havia 7 ou 8 provisórias) mas apesar disso, houve quem se aliviasse no recinto do espectáculo.
porcaria de todo o género no chão (restos de comida, lama, urina) e pessoas deitadas nas proximidades

Viam-se algumas bandeiras. Uma vermelha com uma mão amarela aberta no meio (um dos símbolos usados na América pelos anarquistas); outra branca, com a inscrição “somos do Porto” com raios a vermelho e uma estrela preta.

A população da aldeia, e de toda a região, até Viana do Castelo, a uns 30 km de distância, estava revoltada contra os "cabeludos" e alguns até gritavam de longe ao passar "vai trabalhar". Foram vistos alguns a comer com as mãos e a limparem os dedos à cabeleira.
Viam-se cenas indecentes na via pública, atrás dos arbustos e à beira da estrada.

Em Viana do Castelo dizia-se que os "hippies" tinham comprado agulhas e seringas nas farmácias da cidade.
Havia muitos estudantes de Coimbra, e outros que talvez fossem de Lisboa ou do Porto. Alguns passaram a noite em Viana do Castelo em pensões, e viam-se alguns de muito mau aspecto, parece que vindos de Lisboa, que ficaram numa pensão.

Houve gritos de Angola é... (qualquer coisa) durante a actuação do conjunto Manfred Mann (de que faz parte um comunista declarado, crê-se que chamado Hugg).
Fora do recinto, junto do rio e de uma capela, havia muitas tendas montadas e gente a dormir encostada a árvores ou muros e embrulhada em cobertores.
Houve grande confusão junto às portas de entrada.
Havia quatro bilheteiras em funcionamento permanente e muito trânsito.

Toda aquela multidão de famintos, sem recursos para adquirir géneros alimenticios indispensáveis, como se de uma praga de gafanhotos se tratasse, se lançou sobre as hortas próximas colhendo batatas e outros produtos hortícolas, causando assim, grandes contrariedades aos seus proprietários, muitos deles de débeis recursos económicos.

26-8-71»

Regresso às aulas no Maria Matos com June Tabor e Scout Niblett

É nesta altura que as boas notícias, no que aos espetáculos diz respeito, começam a chegar. É o regresso às aulas, a rentrée, a chegada do outono ou o que lhe queiram chamar. O Teatro Maria Matos é um dos espaços que acabou de divulgar a sua programação para o início da temporada 2013/2014. Além das artes performativas, que ocupam a maior parte do programa, há também música anunciada:

SEI MIGUEL UNIT CORE & AKI ONDA
17 de setembro

JUNE TABOR, IAIN BALLAMY & HUW WARREN
25 de setembro

JOANA SÁ
4 de outubro

SCOUT NIBLETT
9 de outubro

JULIANNA BARWICK
23 de outubro (em colaboração com a ZDB)

DEAN BLUNT
5 de novembro

O grande problema

O grande problema atual da música popular não é a pouca rentabilidade dos serviços de streaming, não é a perda de qualidade dos ficheiros de áudio, não é a secundarização da música nos festivais mais populares, não é a bolha de investimento dos promotores de espetáculos, não é a prostituição da antiga profissão do jornalismo musical às marcas, não é a falta de escrúpulos de alguns agentes, não é a economia, não é a transformação da música de produto em serviço, não é o fim das condições para carreiras de sucesso dos artistas, não são os passos largos para a falência dos fabricantes históricos de instrumentos, não é o machismo dos opinion makers que discorreram sobre os prémios da MTV.

O grande problema é não se saber como se tira a porra do "Get Lucky" dos ouvidos.

Hoje há Built to Spill!

No Lux, com primeira parte de Disco Doom. Início marcado para as 22h. Bilhetes a 20€ (sujeito a confirmação).

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Os Pixies enlouqueceram e lançaram um EP!

Em 2004, o regresso dos Pixies trouxe nova canção, "Bam Thwok". Em junho deste ano, tivemos "Bagboy". Não vai ser preciso esperar quase outros 10 anos para voltarmos a ter mais Pixies. Bastaram apenas pouco mais de dois meses, para termos não um novo tema, mas quatro! Quatro novos temas! Um EP completo! Isto, sim, é que é trabalhar duro. Enlouqueceram.

O EP é então composto por quatro temas, com os títulos "Andro Queen", "Another Toe in the Ocean", "Indie Cindy" (ver teledisco abaixo) e "What Goes Boom". Encontra-se disponível para descarga aqui, por quatro libras (ou 32, se preferirem a edição limitada com disco e t-shirt).



Neil Young, não?

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

10 anos, 10 concertos

São 10 anos de muitos concertos, estes últimos. Entre perto de dois milhares de espetáculos, eis dez favoritos:

10. AMADOU & MARIAM @ Grande Auditório da Gulbenkian
18 de novembro de 2012
"Se podes ouvir, escuta. Se podes escutar, repara. A citação de Saramago ao "Livro dos Conselhos" não é bem esta, mas assim ajusta-se bem a "Eclipse", o espetáculo que o casal Amadou & Mariam trouxe ontem ao Grande Auditório da Gulbenkian. Um espetáculo que prometia uma experiência multissensorial única, vedado que estava o sentido da visão de se distrair (a sala foi mergulhada durante quase todo o concerto na completa escuridão), deixando livres a audição para a música e os sons ambientes da história subjacente, o olfato para os odores de África e a perceção da temperatura que foi oscilando ao longo do concerto. (...) sentimo-nos felizes por nos terem deixado experimentar o bom que é reparar no que escutamos."


9. SWANS @ Aula Magna
9 de abril de 2011
"Quantas bandas viram vocês que, regressadas ao ativo, gravam um disco tremendo como "My Father Will Guide Me Up a Rope to the Sky", dão concertos tão intensos como o de ontem, onde tocam versões demolidoras de temas antigos, com a segurança perfeita de um relógio suíço, e ainda... surpreendem com dois temas inéditos?"




8. CORDEL DO FOGO ENCANTADO @ Teatro Viriato
15 de junho de 2007
"(...) Se os Mão Morta não tivessem nascido em Braga, mas sim em Pernambuco, na pequena cidade de Arco Verde, talvez tivessem sido como o Cordel. E se Adolfo Lúxuria Canibal não crescesse a ler Lautréamont ou outros autores malditos e tivesse os poemas de cordel do interior brasileiro na mesinha de cabeceira, talvez tivesse sido Lirinha, figura epicêntrica deste abalo de terras que dá pelo nome de Cordel do Fogo Encantado. Foi melhor que em Sines? Foi sim, embora não consiga sequer explicar como é que isso ainda pôde ser possível."


7. DIRTY THREE @ Lux
2 de junho de 2007
"(...) é sobre o violino de Warren Ellis que acaba por recair, na maior parte das vezes, a atenção. Ele não fez um pacto com o diabo. Ele é mesmo o diabo. Não que seja o mais virtuoso dos violinistas. (...) Ellis é o 'fiddler' que anima uma tasca barulhenta algures no meio do deserto australiano, acompanhado de bouzukis num numa aldeia grega, musicando lendas de lobos algures na Europa de Leste. E ainda tem a lata de tirar feedbacks do instrumento. O concerto desta noite conseguiu ser, por diversos momentos, e não se tenha pejo em usar a palavra quando ela deve ser efectivamente usada, epifânico. Foi a celebração plena daquilo que a música consegue por vezes produzir ao vivo: um rapto violento da consciência do ouvinte (e tão bem que sabe fechar os olhos e facilitar essa captura) para uma terra de ninguém, onde se experimentam sensações que só algumas drogas poderão produzir."




6. CONGOTRONICS VS. ROCKERS @ FMM Sines (Castelo)
23 de julho de 2011
"Intenso, esgotante. Talvez o melhor concerto que alguma vez o FMM acolheu."




5. KONONO n.º 1 @ Museu de História Natural
4 de julho de 2009
"Totalmente poderosos. A 'orquestra folclórica toda poderosa Konono nº1 de Mingiedi' voltou a mostrar por cá por que é cada vez mais famosa, por que é que o Congo está de volta ao mapa da música reconhecida pelo Ocidente, depois do soukous e kwassa kwassa dos anos 80. (...) Dança-se -- mesmo o pé de chumbo mais empedernido -- como se não houvesse amanhã."




4. DAMO SUZUKI NETWORK @ ZDB
19 de julho de 2004
"(...) A 'comunicação' tinha acontecido e, ao fim da noite, entendia-se melhor o que Damo antes explicava acerca da sua forma de ver a música. Afinal, não se tratava de meros símbolos, de meras teorias de 'proggie'. Era mesmo a música a assumir o seu mais ancestral desígnio, amplamente disseminado pelas civilizações desde a idade da pedra. Magnífica comunhão de espaço e tempo."


3. TOM ZÉ @ FMM Sines (Castelo)
30 de julho de 2004
"(...) Por vezes rimos, por vezes chorámos, por vezes dançámos, por vezes saltámos e a toda a hora fomos levados por um moleque safado de 67 anos. Não há palavras suficientemente justas para Tom Zé, para as suas palavras, para as suas músicas, para a sua banda."


2. AKRON/FAMILY @ MusicBox
22 de abril de 2007
"(...) como não haveremos nós de reagir perante tipos simples e humildes que tocam bem e suam em palco (conseguido com que a plateia os acompanhe nessa missão), enquanto esticam os limites da imaginação melómana ao jogarem os Can e os Faust com a free folk marada norte-americana, as polifonias do gospel com as polifonias das guitarras?"


1. NEIL YOUNG @ Alive
12 de julho de 2008
"(...) Não é uma banda nova que promete vir a revolucionar a música e que provavelmente estará esquecida daqui a poucos anos. E também não é (só) uma lenda que está ali em palco. É, genuinamente, um músico vivo e transbordante de energia que, à frente da sua banda, mostra, quase como se fosse a primeira vez que o fizesse, uma pequena parte de um reportório tão rico que devia ser património mundial da UNESCO."

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Cancelados: David Byrne e St. Vincent

"[David Byrne e St. Vincent] gostariam muito de tocar em Portugal e lamentam que as dificuldades económicas locais tenham tornado insustentável para os promotores a realização dos espetáculos." É assim que a Pic Nic, a promotora que ficámos a conhecer na organização do Primavera Sound do Porto, cita os autores do espetáculo que iria subir aos palcos do Coliseu dos Recreios e do Porto, a 3 e 4 de setembro, respetivamente. Iria e já não vai.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Body/Head de Kim Gordon também em Lisboa

aqui se havia falado da vinda do novo projeto que reúne Kim Gordon e Bill Nace ao Amplifest. Sabe-se agora que vai também haver concerto na ZDB, a 22 de outubro, dois dias depois do Porto.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Duas notas sobre fado

Primeiro, uma nota pessoal sobre a Gisela João. Desde há uns dois ou três anos que o camarada António Pires vem tecendo os mais rasgados elogios à revelação da Bela de Alfama. Lamentavel e vergonhosamente, faltei à oportunidade de o testemunhar na altura e ao longo de todo este tempo. Veio entretanto a febre Gisela João nas redes sociais, muito até por culpa de pessoas que não ouvem regularmente a canção de Lisboa. Por estas bandas, agora se tenta justificar a falta com um mais vale tarde do que nunca. Passado um dia a ouvir o álbum homónimo de estreia, a conclusão não podia ser outra: esta voz é enorme. É do fado mais extraordinário que ouvi nos últimos anos.



Segundo, o Povo prepara-se para editar o 12º registo da coleção "Discos do Povo". Fala-se aqui de uma coleção de discos que resulta das residências artísticas promovidas pelo bar do Cais do Sodré, com a duração de seis semanas, onde novas vozes do fado desenvolvem reportório original para apresentar ao vivo naquele espaço, enquanto contactam com artistas de variadas áreas. Desde 2011, passaram por ali e saíram em "Disco do Povo": Inês Pereira, Cláudia Duarte, Sérgio da Silva, Elisabete da Veiga, Bruno da Fonseca, Sara Coito, Jorge Baptista da Silva, Fernanda Paulo, Ana Roque e Gustavo. Sai então agora o 12º, com a voz de Nádia Leirião. Escuta-se abaixo:

180 traz realizadores de telediscos a Guimarães

Em setembro, na semana de 16 a 22, o canal 180 vai juntar realizadores de telediscos em Guimarães para uma oficina sobre este processo criativo. Na primeira edição do Creative Camp, realizadores como o japonês Hiro Murai (Frank Ocean, Earl Sweatshirt, St. Vincent, The Shins, David Guetta), a dupla inglesa Becky&Joe (Tame Impala, Unknown Mortal Orchestra) ou o chileno Joaquín Mora, entre outros, vão encontrar-se com estudantes e profissionais ligados à comunicação e com o público em geral, para juntos explorarem e experimentarem as novas linguagens do teledisco.

As bandas e artistas portugueses podem também sair a ganhar daqui, pois o 180 promove um concurso que resultará na realização de dois telediscos. As bandas que estejam interessadas em participar terão de enviar a canção a ser trabalhada em vídeo via canal180.wetransfer.com ou para o endereço canal180@ostv.pt até às 24h de dia 2 de setembro. A equipa do 180 escolherá depois os dois temas que resultarão em telediscos.

"Feels Like We Only Go Backwards", dos Tame Impala, realizado pela dupla Becky&Joe:

10 anos, algumas mudanças de visual

Em 10 anos, esta casa amarela conheceu algumas remodelações visuais. Eis alguns dos diversos aspetos que tomou, via wayback machine:

Abril de 2004



Novembro de 2004



Julho de 2006



Junho de 2007

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O contrato dos Nirvana com a Sub Pop

Na semana passada, a Sub Pop publicou no seu tumblr uma cópia da primeira página do contrato assinado com os Nirvana, no final dos anos 80. A 15 de junho de 1989, era posto à venda "Bleach", o primeiro álbum. Para o seguinte, a banda daria o salto para a Geffen, por onde sairia "Nevermind".
Ressalta à vista neste contrato o adiamento à banda relativo ao primeiro ano, na ordem dos... 600 dólares. Não foi esse precisamente o custo de gravação de "Bleach", conforme aparece na contracapa (ou no interior)?

Reviver o passado em Arcos de Valdevez

Um tipo tenta esquecer-se do festival de Arcos de Valdevez de há 13 anos. Não por ter ido, mas precisamente porque não foi e não testemunhou aquele que terá sido, a avaliar pelos relatos de então, o mais selvagem de todos os festivais de rock realizados neste retângulozito à beira mar. Um tipo passa por estas coisas com inveja mesquinha dos outros, os que foram. Um tipo já não ouvia falar disto há algum tempo e estava quase, quase, quase a esquecer.

Mas eis que alguém relembra a história. A Blitz, a revista, faz um especial com as melhores histórias de festivais (edição de agosto). O Blitz, o site, publica um excerto do mesmo, precisamente sobre o tal dos Arcos de Valdevez. É ler aqui, para conhecer ou para voltar a lembrar.

domingo, 25 de agosto de 2013

10 anos

10 anos passaram desde que esta casa amarela abriu. Foi a 25 de agosto de 2003 que surgiu a primeira postagem, fruto da motivação forte em continuar a partilhar o gosto pela música, de "encher este espaço de assuntos, ideias, questões, desabafos, etc.". Em 10 anos, as motivações foram também mudando ao sabor do tempo disponível para ir arejando e renovando a casa, ao sabor das descobertas que norteiam os interesses deste que aqui escreve desde então. Até uma pessoa muda muito ao longo de 10 anos (e, ao contrário do que era prometido ao início, este caixote de sabonetes acabou por ser apenas pisado por uma única pessoa). O motivo principal continua, porém, por isso, e como vos ensinaram desde muito cedo, a seguir ao 10 virá o 11, o 12 e por aí adiante. Eu juro.

(Esperem postagens alusivas a estes 10 anos ao longo dos próximos tempos. Ah, e não se faz 10 anos do que quer que seja sem que haja festa, pelo que anotem: dia 21 de setembro, festa de 10º aniversário no Lounge, numa noite de discaria escolhida a meias com o Mário Valente.)

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Uma corrente de versões

Há um projeto na web dedicado às versões de canções, as covers: www.coversproject.com. Até aqui, nada de novo. Há seguramente um número incontável de sítios assim. Mas as gentes que estão por trás deste projeto deram um passo à frente nesta brincadeira enciclopédica e começaram a fazer correntes de covers. A ideia é simples: o artista X é autor de um tema do qual o artista Y fez uma cover e o artista Z, por sua vez, fez uma cover de outro tema do artista Y, e por aí adiante. É o caso desta corrente, que o projeto anuncia como tendo sido a mais longa até agora conseguida. Começa no Roy Orbison, passa para os Creedence Clearwater Revival, depois para os Social Distortion, para os Green Day, Weezer, Ash, Coldplay, Willie Nelson, Pet Shop Boys, Robbie Williams... enfim, isto continua e continua e continua. Parece um jogo como os que se fazia no velhinho Forum Sons.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Bombino em Porreiras. SIM, EM PORREIRAS.

Bombino esteve em Paredes de Coura para participar no festival. Num evento paralelo, participou ainda numa sessão semi-acústica em Porreiras, freguesia do concelho de Paredes de Coura. Esta é uma amostra:

Da Dolly a Lennon

Nunca esqueçamos que estamos em plena silly season. Um dentista do Canadá, que em 2011 obteve um molar de John Lennon através de um leilão, está a sequenciar o DNA do músico para... o clonar. "To say I had a small part in bringing back one of rock's greatest stars would be mind-blowing."
(A notícia no Guardian.)

Festivais e números

O Blitz publica hoje alguns números a respeito das entradas nos seis festivais de rock mais mediáticos, citando as respetivas organizações como fontes. Filtrando o que interessa, dá mais ou menos isto:



Como se vê, Alive e Sudoeste (produtora contra produtora, operadora contra operadora) disputam o topo das afluências. O Alive manteve-se, o Sudoeste subiu e ultrapassou o primeiro. Mas uma outra maneira, talvez mais justa, de comparar afluências, é encontrar as médias diárias para cada um dos festivais (nota: sem contar com os dias de receção ou os últimos dias de descompressão como o domingo do Primavera Sound):



Posições à parte, o que mais salta à vista são mesmo os grandes números. Quem diria, há 10 ou 20 anos atrás, que havia possibilidade de se ter estes públicos em festivais realizados em Portugal, tanto mais aos preços que são geralmente praticados (ainda que estes números incluam os convidados)?

Uma espreitadela ao que poderá vir a ser o espetáculo de David Byrne e St. Vincent

Faltam poucos dias para os concertos que vão juntar David Byrne e St. Vincent no Coliseu dos Recreios (3 de setembro) e no Coliseu do Porto (dia seguinte). Por via da NPR, podemos entretanto ver e ouvir parte do que poderão vir a ser estes espetáculos. É a gravação de um concerto em North Bethesda, no Maryland, a 9 de janeiro deste ano. Há temas de "Love this Giant", que os dois editaram no ano passado, mas também são visitados os reportórios de cada um.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Até parece uma espécie de "ERP Remember Alternativo" (mas nada contra, ok?)

O próximo outono vai trazer imensos concertos, para todos os gostos e feitios. É assim todos os anos e ainda bem que assim é. Mas não deixa de ser curiosa e até um pouco fora de comum a frequência de nomes com alguma idade, que estiveram no topo especialmente nos anos 80 e 90, naquilo que se chamava a cena independente, e que pouco mais fizeram desde então (antes que venha daí o ódio, há aqui exceções claras à generalização desta constatação, a começar pelos Fall, claro):

7 de setembro: DIVINE COMEDY @ Guimarães, CCVF
10 de outubro: MARK KOZELEK @ Torres Novas, Teatro Virgínia
11 de outubro: MARK KOZELEK (e JP Simões) @ Aveiro, Teatro Aveirense
12 de outubro: MARK KOZELEK (e JP Simões) @ Torres Vedras, Teatro Cine
12 de outubro: THE FALL @ Barreiro, Ferroviários (por ocasião do Out.Fest)
31 de outubro: ATARI TEENAGE RIOT @ Porto, Hard Club
2 de novembro: TINDERSTICKS @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
7 de novembro: LLOYD COLE @ Lisboa, São Jorge (por ocasião do Misty Fest)
7 de novembro: SUEDE @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
8 de novembro: SUEDE @ Porto, Coliseu
9 de novembro: PIXIES @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
14 de novembro: IAN McCULLOCH @ Porto, Casa da Música (por ocasião do Misty Fest)
15 de novembro: IAN McCULLOCH @ Lisboa, CCB (idem)
17 de novembro: SPAIN @ Lisboa, São Jorge (idem)
17 de novembro: SPAIN @ Porto, Casa da Música (idem)
27 de novembro: JARBOE @ Lisboa, ZDB
6 de dezembro: YOUNG GODS @ Lisboa, Sala T** ao Vivo
7 de dezembro: YOUNG GODS @ Porto, Hard Club

(Mas, como se apregoa logo ao nível do título, nada contra isto, ok? Como sempre, o que faz falta é animar a malta!)

Novo da M.I.A.

"Matangi", o quarto álbum de M.I.A., sai no início de novembro. Já eram conhecidos alguns dos temas -- "Only 1 U." (ouvir aqui), "Bad Girls" (aqui) e "Bring the Noize" (aqui), e chega entretanto mais um, "UNBREAK my Mixtape", que gentilmente surripia os Blur em "Tender":

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Já se pode escutar Body/Head, a nova aventura da Kim Gordon

Body/Head, o novo projeto de Kim Gordon, a meias com Bill Nace, vai em breve estrear álbum, "Coming Apart". Vai também estar ao vivo no Amplifest, no Porto, em outubro, como se deu conta aqui. Enquanto não acontece uma ou outra coisa, podemos desde já escutar um primeiro avanço do desse álbum, intitulado "Actress":

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Petrus Castrus ao vivo?

Sempre que se fala em rock sinfónico português, o nome dos Petrus Castrus vem à baila. Fundados em 1971 pelos irmãos Pedro Castro (ex-Chinchilas) e José Castro, editaram dois álbuns, o seminal "Mestre", de 1973, com poemas de Bocage, Alexandre O'Neill, Ary dos Santos, Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner Anderson, e "Ascenção e Queda", em 1978. Por lá passou também Júlio Pereira, na primeira formação, Very Nice (Fernando Girão) e Lena d'Água, estes últimos como colaboradores na gravação do segundo álbum.

Que se saiba, não houve grande atividade para os Petrus Castrus enquanto banda desde a década de 70. A surpresa vem agora por via de um evento colocado recentemente no facebook: os Petrus Castrus vão dar um concerto na próxima quinta-feira, dia 22, no Café Império. Quem quiser participar deve consultar a página do evento, aqui.

O magnífico Stop

A reportagem é da SIC-Notícias já tem algum tempo, mas passou há poucos dias em repetição e vale a pena ser vista a qualquer altura. É isto o Centro Comercial Stop, no Porto, cujas lojas servem desde há alguns anos de salas de ensaio (e até de concertos) para dezenas de bandas.

No Age, Batida e o patrão da Soundway no Musicbox

Vai acontecer mais uma edição, a sétima, do J. Urban Routes do Musicbox. Entre 16 e 26 de outubro, a sala do Cais do Sodré vai receber, entre outros, os No Age, os Batida, James Ferraro e Miles Cleret, o dono da editora Soundway, para uma sessão de DJing. Cartaz:

Dia 18
DARKSTAR
JAMES FERRARO

Dia 19
ROMARE

Dia 25
NO AGE
IF LUCY FELL

Dia 26
CHANCHA VIA CIRCUITO
BATIDA
MILES CLERET (DJ)

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Que idade têm os teus ouvidos?

Como tantas outras partes do corpo humano, também os ouvidos envelhecem com o passar dos anos. É também do senso comum que, para a malta que não perde o gosto pela música, o problema se torne ainda mais grave. É uma injustiça quando pensamos que aqueles que mantém ativos no desporto, por exemplo, conseguem que órgãos como o coração ou os pulmões permaneçam jovens. Nós, que somos constantemente bombardeados pelos PAs dos concertos ou pelos auscultadores dos leitores portáteis, não temos tal sorte. Os nossos ouvidos envelhecem. E é na amplitude de frequências audíveis que mais notando a perda, tanto nas frequências graves, como nas agudas.

O teste presente neste youtube ajuda a perceber o quão os nossos ouvidos envelheceram, pelo menos no que diz respeito às frequências agudas. Este que vos escreve, por exemplo, já não consegue sequer distinguir a uma onda de 15 Khz (embora, na verdade, esteja na altura de fazer a rotineira lavagem de ouvidos, para que as frequências mais altas possam aqui chegar).

Precauções a ter na realização do teste:

1. Usem auscultadores e comecem com volume baixo.
2. Se não ouvirem uma das frequências propostas, voltem atrás e aumentem ligeiramente o volume.
3. Repitam o passo 2 até conseguirem ouvir. Se não o conseguirem de todo, escusam de prosseguir. O teste terminou.



Para levarem este teste um pouco mais longe -- e lembrem-se que estes são testes simples que não substituem aqueles para os quais vos poderá encaminhar um otorrinolaringologista (ena, em quase 10 anos deste tasco amarelo, é a primeira vez que esta tão bela palavra aqui surge) -- podem tentar um sintetizador online, para perceberem qual é a frequência derradeira que os vossos ouvidos podem captar. Experimentem este, por exemplo, que ainda ajuda a perceber a frequência a que toca o vosso tinnitus (aquele zumbido que volta e meia vos passa pelos ouvidos).

Os utilizadores de android ainda encontram uma aplicação gratuita e interessante aqui, que testa também o limite inferior da tal amplitude de frequências, ou seja, a frequência grave a partir da qual o vosso ouvido capta algum som.

A nova da Kim Deal

A senhora dona Deal deixou os Pixies, andou a fazer concertos de regresso das Breeders e ainda tem tido tempo para fazer coisas novas, em nome próprio. "Are You Mine?" é a última delas. Até os bonecos de porcelana se apaixonam:

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Chegaram a Portugal os limites das 10 horas/mês para a versão livre do Spotify

Quem está habituado a usar a versão livre do Spotify estará por estes momentos a chegar à constatação de que existe um limite de 10 horas de música por mês.
Em bom rigor, trata-se de limites parciais de duas horas e meia por semana (o tempo que não é gasto numa semana passa para a seguinte) e não é propriamente um limite que tenha sido implementado agora. O que acontece é que começa a vigorar a partir do momento em que decorrem seis meses desde a inscrição no serviço. Como a maior parte de nós, portugueses, só tem o Spotify há seis meses (inaugurou por cá a 12 de fevereiro), só agora aparece este obstáculo. A maneira oficial de transpor o obstáculo é, claro, a assinatura nas modalidades pagas. A velha técnica dos dealers.
Os únicos países em que não se verifica esta limitação na modalidade gratuita são os EUA, Hong Kong, Singapura e Malásia.

Entretanto, na concorrência, o serviço de música do Google Play disponibilizado para Portugal teve uma evolução recente relevante, aproximando-se da experiência possível de obter no Spotify (em rigor, está mais próximo de um Grooveshark). Não há, contudo, uma modalidade gratuita, ainda que possa ser experimentado livremente por um período de 30 dias.