Castelo de Sines
Sexta-feira, 30 de Julho, 00h30
Nome: TOM ZÉ
Origem: Brasil, Bahia
Discografia: "Tom Zé" (68), "Tom Zé" (70), "Tom Zé/Se o Caso é Chorar" (72), "Todos os Olhos" (73), "Estudando o Samba" (76), "Correio da Estação do Brás" (78), "Nave Maria" (84), "The Best of Tom Zé" (90), "The Hips of Tradition" (92), "Tom Zé" (94), "Prestígio 7" (94), "20 Preferidas - Tom Zé" (97), "Parabelo" (97), "No Jardim da Política" (98), "Com Defeito de Fabricação" (98), "Postmodern Platos" (99), "Imprensa Cantada" (99), "Jogos de Armar - Faça Você Mesmo" (2000), "Santagustin" (2002), "Imprensa Cantada" (2003)
Site: www.tomze.com.br
Barómetro de ansiedade: 10/5 (é para rebentar com o barómetro, mesmo)
Antônio José Santana Martins, 67 anos, é o grande cabeça-de-cartaz da edição 2004 do Festival de Músicas do Mundo de Sines. Foi um dos "tropicalistas" que em 68, juntamente com Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gilberto Gil e os Mutantes, entre outros, deu ao mundo uma das maiores obras-primas da música brasileira, "Tropicália ou Panis et Circenses". Experimentalista genuíno, inventor de instrumentos musicais vanguardistas (como o "sampler" artesanal construído com gravadores de cassette e campaínhas das portas), Tom Zé não veio a encontrar durante as décadas seguintes o mesmo reconhecimento nacional e internacional que os seus parceiros "tropicalistas" teriam. Em 1989, porém, tudo muda. O ecléctico David Byrne descobre Tom Zé, que se torna um dos primeiros artistas e uma das figuras fundamentais da história da sua editora, a Luaka Bop. O mundo e o próprio Brasil conhecem a partir de então, finalmente, o génio imenso de Tom Zé. Surgem as digressões internacionais, que o trazem a Portugal na companhia de David Byrne, por exemplo (um inesquecível concerto, ainda que curto, durante a Expo'98). Começa a surgir também o interesse de outros músicos em trabalhar com o bahiano, como naquela vez em que os Tortoise serviram de banda de suporte da sua digressão de 1999 pelos EUA.
A idade e o sucesso não lhe têm suavizado o discurso. Bem pelo contrário. Tom Zé está cada vez mais jovem na forma como se empenha na palavra forte, no atrevimento irreverente que faz das suas canções autênticas armas políticas, especialmente evidente, por exemplo, em "Companheiro Bush", tema que o músico havia gravado para uma editora de MP3 de Thurston Moore, dos Sonic Youth, e que entretanto foi recuperada para o seu mais recente álbum, "Imprensa Cantada". Uma irreverência que não deixa sequer em paz a esquerda brasileira, como contava Tom Zé a Miguel Francisco Cadete, numa fascinante entrevista concedida ao suplemento Y, do Público, na passada sexta-feira. Uma irreverência que surge aliada a um extraordinário sentido de humor, ao qual teremos certamente oportunidade de assistir, quer no concerto de sexta-feira, quer na conversa que Tom Zé terá com o público durante a tarde do mesmo dia, na Capela da Misericórdia, que assim surge apresentada no site do FMM: «Do tropicalismo à globalização, uma conversa aberta sobre a música e o mundo».
Para mais informações sobre o FMM Sines: www.fmm.com.pt