sexta-feira, 23 de julho de 2004

«Tenham a bondade, senhoras e senhores. Instalem-se bem. Depurem os tímpanos e afaguem a alma, para que não percam uma só nota daquilo que vão ouvir. Estes sons raros e delicados vêm de uma antiquíssima galáxia povoada de gente boa, onde o mais importante são os Amigos e as infinitas formas de partilhar com eles os sentimentos, os afectos, as emoções.
Os Amigos, então. São eles, mais do que a própria guitarra que tanto venera, aquilo que acima de tudo importa no universo de Carlos Paredes. À volta da música surge a conversa, sempre em busca de um superior conhecimento do mundo. Para Mestre Paredes, as coisas são tão simples como respirar: 'As pessoas gostam de me ouvir tocar guitarra, a coisa agrada-lhes e eles aderem. Não há mais nada.' (Público, 20.3.90).
É, pois, normal que Paredes se espante, com as emoções que ele mesmo provoca junto de quem o ouve: 'Já me tem sucedido fazer as pessoas chorar enquanto eu toco... E eu não compreendia isto, mas depois percebi que é a sonoridade da guitarra, mais do que a música que se toca ou como se toca, que emociona as pessoas.'» (...)

Viriato Teles, 1998

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