Agora a sério, será que ainda teremos alguma oportunidade de o ver ao vivo por cá? ANTES QUE SEJA TARDE DE MAIS?
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O Kim Fowley sente um bafo quente no pescoço e...
Agora a sério, será que ainda teremos alguma oportunidade de o ver ao vivo por cá? ANTES QUE SEJA TARDE DE MAIS?
Concertos do ano
Eis a lista mais habitual no fim do ano para quem vem regularmente botar a vista no blogue amarelo. Não tanto pela crise (felizmente), mas antes pelo excesso de trabalho (felizmente) e por outras responsabilidades (felizmente), este foi ano de contenção no que à presença em salas de concertos diz respeito. Ao total, e se não houver mais nada até à próxima passagem de ano, foram pouco mais de 100 concertos. Entre estes, fica uma seleção possível de trinta que se destacaram. E o melhor concerto de 2012 para este que vos escreve, foi...
1. AMADOU & MARIAM, Gulbenkian (18/nov)
«E sentimo-nos felizes por nos terem deixado experimentar o bom que é reparar no que escutamos.» (mais aqui)
2. THURSTON MOORE, ZDB (13/mar)
3. DHAFER YOUSSEF, FMM (27/jul)
4. OUMOU SANGARÉ & BÉLA FLECK, FMM (21/jul)
5. MICHAEL GIRA, ZDB (30/mai)
6. RABIH ABOU-KHALIL GROUP & RICARDO RIBEIRO, Maré de Agosto (Santa Maria) (25/ago)
7. ROKIA TRAORÉ, Gulbenkian (21/out)
8. BRUCE SPRINGSTEEN, RiR (3/jun)
9. FATOUMATA DIAWARA, FMM (26/jul)
10. HUGH MASEKELA, FMM (28/jul)
11. ORCHESTRE NATIONAL DE JAZZ (AROUND ROBERT WYATT), CCB (29/mar)
12. STAFF BENDA BILILI, FMM (26/jul)
13. AL-MADAR, FMM (20/jul)
14. BOMBINO, FMM (19/jul)
15. MILTON NASCIMENTO & ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA & ANA MOURA & ANTÓNIO ZAMBUJO & CARMINHO, Alameda D. Afonso Henriques (30/jun)
16. BOMBINO, B.Leza (27/out)
17. L’ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK, FMM (20/jul)
18. MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS, FMM (21/jul)
19. BLACK DICE, Musicbox (20/set)
20. DEAD COMBO FEAT. MARC RIBOT, FMM (21/jul)
21. THE EX, ZDB (14/nov)
22. THE VERY BEST, MexeFest (8/dez)
23. 2SEMICOLCHEIASINVERTIDAS, São Jorge (5/jan)
24. OSSO VAIDOSO, FMM (20/jul)
25. GALA DROP, ZDB (24/mai)
26. MÃO MORTA, São Jorge (1/jul)
27. NARASIRATO, FMM (19/jul)
28. HAMILTON DE HOLANDA & EDMAR CASTAÑEDA, Maré de Agosto (Santa Maria) (24/ago)
29. ASTILLERO, FMM (26/jul)
30. NEY MATOGROSSO, Praça do Comércio (22/set)
Nomeações honrosas, por ordem alfabética:
Batida, Beautify Junkyards, B Fachada, Bigott, Diabo a Sete, Ensemble Notte della Taranta, Jessica Kenney & Eyvind Kang, Kouyaté-Neerman, Lirinha, Mari Boine, Monobloco, Orquestra Todos, Sunflare
1. AMADOU & MARIAM, Gulbenkian (18/nov)
«E sentimo-nos felizes por nos terem deixado experimentar o bom que é reparar no que escutamos.» (mais aqui)
2. THURSTON MOORE, ZDB (13/mar)
3. DHAFER YOUSSEF, FMM (27/jul)
4. OUMOU SANGARÉ & BÉLA FLECK, FMM (21/jul)
5. MICHAEL GIRA, ZDB (30/mai)
6. RABIH ABOU-KHALIL GROUP & RICARDO RIBEIRO, Maré de Agosto (Santa Maria) (25/ago)
7. ROKIA TRAORÉ, Gulbenkian (21/out)
8. BRUCE SPRINGSTEEN, RiR (3/jun)
9. FATOUMATA DIAWARA, FMM (26/jul)
10. HUGH MASEKELA, FMM (28/jul)
11. ORCHESTRE NATIONAL DE JAZZ (AROUND ROBERT WYATT), CCB (29/mar)
12. STAFF BENDA BILILI, FMM (26/jul)
13. AL-MADAR, FMM (20/jul)
14. BOMBINO, FMM (19/jul)
15. MILTON NASCIMENTO & ORQUESTRA METROPOLITANA DE LISBOA & ANA MOURA & ANTÓNIO ZAMBUJO & CARMINHO, Alameda D. Afonso Henriques (30/jun)
16. BOMBINO, B.Leza (27/out)
17. L’ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK, FMM (20/jul)
18. MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS, FMM (21/jul)
19. BLACK DICE, Musicbox (20/set)
20. DEAD COMBO FEAT. MARC RIBOT, FMM (21/jul)
21. THE EX, ZDB (14/nov)
22. THE VERY BEST, MexeFest (8/dez)
23. 2SEMICOLCHEIASINVERTIDAS, São Jorge (5/jan)
24. OSSO VAIDOSO, FMM (20/jul)
25. GALA DROP, ZDB (24/mai)
26. MÃO MORTA, São Jorge (1/jul)
27. NARASIRATO, FMM (19/jul)
28. HAMILTON DE HOLANDA & EDMAR CASTAÑEDA, Maré de Agosto (Santa Maria) (24/ago)
29. ASTILLERO, FMM (26/jul)
30. NEY MATOGROSSO, Praça do Comércio (22/set)
Nomeações honrosas, por ordem alfabética:
Batida, Beautify Junkyards, B Fachada, Bigott, Diabo a Sete, Ensemble Notte della Taranta, Jessica Kenney & Eyvind Kang, Kouyaté-Neerman, Lirinha, Mari Boine, Monobloco, Orquestra Todos, Sunflare
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Como funciona a música
"Outra fonte de rendimento para os artistas que gravam é o licenciamento. Significa que se autoriza que um filme, um programa de TV ou um anúncio use a nossa canção em troca de dinheiro. Eu não licencio canções para anúncios, mas vez vejo mais dinheiro do licenciamento de canções para filmes e TV do que em vendas de discos.
(...)
"Uma licença pode trazer mais rendimento que uma digressão completa e certamente mais do que os royalties da venda de CDs através de uma editora."
David Byrne, in "How Music Works", Capítulo 7 ("Business and Finances")
(...)
"Uma licença pode trazer mais rendimento que uma digressão completa e certamente mais do que os royalties da venda de CDs através de uma editora."
David Byrne, in "How Music Works", Capítulo 7 ("Business and Finances")
terça-feira, 18 de dezembro de 2012
Concertos Confortáveis, n.º 2
Para Concerto Confortável desta semana, não precisamos de recuar muito no tempo. Aconteceu há pouco menos de dois meses. E numa sala portuguesa. São os godspeed you! black emperor, ao vivo no Hard Club, a 28 de outubro de 2012, por ocasião da edição deste ano do Amplifest. Há que agradecer a paciência de quem aguentou no ar o telemóvel durante quase duas horas de concerto.
Hope Drone
Mladic
Monheim
Behemoth
(Sophie's Jam)
Hope Drone
Mladic
Monheim
Behemoth
(Sophie's Jam)
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Set no Bartô/Zona Franca
É o que resulta de uma noite calma. Um set curto e tranquilo, com coisas antigas, bastante antigas até, alguma psicadelia, América do Sul, África, o costume. Uma noite tão calma que até deu para tomar notas. O set do Bartô, de há quase duas semanas:
1. Luis Cília - Contra a ideia da violência a violência da ideia (PT, 1973)
2. Lula Côrtes & Zé Ramalho - Trilha de Sumé (BR, 1975)
3. Som Imaginário - Morse (BR, 1970)
4. Lula Côrtes & Zé Ramalho - Pedra Templo Animal (BR, 1975)
5. Alceu Valença - Maria dos Santos (BR, 1977)
6. Tom Zé - Dor e Dor (BR, 1972)
7. Fabio - Lindo Sonho Delirante (BR, 1968)
8. Os Mutantes - Panis et Circencis (BR, 1968)
9. Banda de Sete Léguas - Dia de Chuva (BR, 1971)
10. Ely - As Turbinas Estão Ligadas (BR, 1971)
11. Creedence Clearwater Revival - Bad Moon Rising (EUA, 1969)
12. Captain Beefheart - Sure 'Nuff 'n Yes I Do (EUA, 1967)
13. Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (EUA, 1970)
14. Jefferson Airplane - White Rabbit (EUA, 1967)
15. Donovan - The Music Makers (Escócia, 1973)
16. Betty Davis - Game is My Middle Name (EUA, 1973)
17. King Curtis & the Kingpins - Whole Lotta Love (EUA, 1970)
18. Shocking Blue - Seven is a Number in Magic (Países Baixos, 1970)
19. Erasmo Carlos - Mundo Deserto (BR, 1971)
20. Big Brother and the Holding Company - Piece of My Heart (EUA, 1968)
21. Shocking Blue - Keep It if You Want It (Países Baixos, 1970)
22. Patti Smith - Dancing Barefoot (EUA, 1979)
23. Donovan - Cosmic Wheels (Escócia, 1973)
24. Bob Dylan - Like a Rolling Stone (EUA, 1965)
25. Googoosh - Talagh (Irão, 197x)
26. The Black Beats - The Mod Trade (Índia, 1971)
27. Ramesh - Sharm-e Boos-e (Irão, 197x)
28. Hemant Bhosle feat. Asha Bhosle - Phir Teri Yaad (Índia, 1980)
29. Dom Thomas - Disco Bomb (Inglaterra, 2010)
30. Asha Bhosle - Dum Maro Dum (Índia, 1971)
31. Zia Atabay - Kofriam (Irão, 197x)
32. The Jeronimo Brothers - The Immigrant (?, ?)
33. Dom Thomas - Kazoo Minus (Inglaterra, 2010)
34. Madeleine Chartrand - Ani Kuni (Quebéque, 1973)
35. Le Groupe Apollo - Les Mystérieuses Cités d'Or (França, 1983)
36. Kollahuara - La Mariposa (Chile, 1975)
37. Abelardo Carbonó y Su Conjunto - Palenque (Colômbia, 1982)
38. Son Palenque - Dame Un Trago (Colômbia, 1983)
39. Cumbia Siglo XX - Naga Pedale (Colômbia, 1979)
40. Les Loups Noirs d'Haïti - Jet Biguine (Haiti, 1972)
41. Les Flammes - Pitrol (Cabo Verde, ?)
42. Bonga - Rumbangóla (Angola, 1990)
43. Lord Shorty - Sweet Music (Sofrito edit) (Trindade e Tobago, 1976)
44. Rob - Boogie On (Gana, 1977)
45. Kabbala - Ashewo Ara (Gana, 1982)
46. Manu Dibango - New Bell (Camarões, 1972)
47. Paul Simon - Boy in the Bubble (EUA, 1986)
48. Miriam Makeba - Pata Pata (África do Sul, 1957)
49. Bhundu Boys - Ring of Fire (Zimbabué, 1993)
50. Four Brothers - Makorokoto (Zimbabué, 1988)
51. Edward Sharpe and the Magnetic Zeros - Home (EUA, 2009)
52. Talking Heads - People Like Us (EUA, 1986)
53. Duo Ouro Negro - Lindeza (Angola, 1979)
1. Luis Cília - Contra a ideia da violência a violência da ideia (PT, 1973)
2. Lula Côrtes & Zé Ramalho - Trilha de Sumé (BR, 1975)
3. Som Imaginário - Morse (BR, 1970)
4. Lula Côrtes & Zé Ramalho - Pedra Templo Animal (BR, 1975)
5. Alceu Valença - Maria dos Santos (BR, 1977)
6. Tom Zé - Dor e Dor (BR, 1972)
7. Fabio - Lindo Sonho Delirante (BR, 1968)
8. Os Mutantes - Panis et Circencis (BR, 1968)
9. Banda de Sete Léguas - Dia de Chuva (BR, 1971)
10. Ely - As Turbinas Estão Ligadas (BR, 1971)
11. Creedence Clearwater Revival - Bad Moon Rising (EUA, 1969)
12. Captain Beefheart - Sure 'Nuff 'n Yes I Do (EUA, 1967)
13. Crosby, Stills, Nash & Young - Déjà Vu (EUA, 1970)
14. Jefferson Airplane - White Rabbit (EUA, 1967)
15. Donovan - The Music Makers (Escócia, 1973)
16. Betty Davis - Game is My Middle Name (EUA, 1973)
17. King Curtis & the Kingpins - Whole Lotta Love (EUA, 1970)
18. Shocking Blue - Seven is a Number in Magic (Países Baixos, 1970)
19. Erasmo Carlos - Mundo Deserto (BR, 1971)
20. Big Brother and the Holding Company - Piece of My Heart (EUA, 1968)
21. Shocking Blue - Keep It if You Want It (Países Baixos, 1970)
22. Patti Smith - Dancing Barefoot (EUA, 1979)
23. Donovan - Cosmic Wheels (Escócia, 1973)
24. Bob Dylan - Like a Rolling Stone (EUA, 1965)
25. Googoosh - Talagh (Irão, 197x)
26. The Black Beats - The Mod Trade (Índia, 1971)
27. Ramesh - Sharm-e Boos-e (Irão, 197x)
28. Hemant Bhosle feat. Asha Bhosle - Phir Teri Yaad (Índia, 1980)
29. Dom Thomas - Disco Bomb (Inglaterra, 2010)
30. Asha Bhosle - Dum Maro Dum (Índia, 1971)
31. Zia Atabay - Kofriam (Irão, 197x)
32. The Jeronimo Brothers - The Immigrant (?, ?)
33. Dom Thomas - Kazoo Minus (Inglaterra, 2010)
34. Madeleine Chartrand - Ani Kuni (Quebéque, 1973)
35. Le Groupe Apollo - Les Mystérieuses Cités d'Or (França, 1983)
36. Kollahuara - La Mariposa (Chile, 1975)
37. Abelardo Carbonó y Su Conjunto - Palenque (Colômbia, 1982)
38. Son Palenque - Dame Un Trago (Colômbia, 1983)
39. Cumbia Siglo XX - Naga Pedale (Colômbia, 1979)
40. Les Loups Noirs d'Haïti - Jet Biguine (Haiti, 1972)
41. Les Flammes - Pitrol (Cabo Verde, ?)
42. Bonga - Rumbangóla (Angola, 1990)
43. Lord Shorty - Sweet Music (Sofrito edit) (Trindade e Tobago, 1976)
44. Rob - Boogie On (Gana, 1977)
45. Kabbala - Ashewo Ara (Gana, 1982)
46. Manu Dibango - New Bell (Camarões, 1972)
47. Paul Simon - Boy in the Bubble (EUA, 1986)
48. Miriam Makeba - Pata Pata (África do Sul, 1957)
49. Bhundu Boys - Ring of Fire (Zimbabué, 1993)
50. Four Brothers - Makorokoto (Zimbabué, 1988)
51. Edward Sharpe and the Magnetic Zeros - Home (EUA, 2009)
52. Talking Heads - People Like Us (EUA, 1986)
53. Duo Ouro Negro - Lindeza (Angola, 1979)
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
O músico independente
O músico independente grava os discos que quiser no tempo que quiser.
O músico independente rodeia-se de quem lhe interessa e não de quem lhe é imposto.
O músico independente toca onde lhe paguem desde que lhe apeteça ali tocar.
O músico independente ajuda outros a vender azeite, se quiser, mesmo que não seja compreendido por alguns (eu incluído).
O músico independente passa da viola braguesa aos beats e depois volta às baladas, se quiser.
O músico independente disponibiliza as suas canções gratuitamente para que todos o possam ouvir.
O músico independente tem a coragem de reinterpretar à sua maneira o álbum de estreia de um gigante da nossa história da música. E é o próprio Sérgio Godinho que o desafia.
O músico independente dá-se ao luxo de abandonar os palcos por um ano, porque lhe apetece.
Não é por causa disto que gosto, e bastante, dos discos e dos concertos do B Fachada. Mas é por causa disto que o respeito enquanto músico como a poucos. Antes do abandono prometido, vai estar ao vivo no Teatro Académico Gil Vicente (dia 19), no B.Leza (20) e no Tertúlia Castelense (21). "O Fim", nome do novo álbum, vai estar disponível para descarregamento livre no site.
O músico independente rodeia-se de quem lhe interessa e não de quem lhe é imposto.
O músico independente toca onde lhe paguem desde que lhe apeteça ali tocar.
O músico independente ajuda outros a vender azeite, se quiser, mesmo que não seja compreendido por alguns (eu incluído).
O músico independente passa da viola braguesa aos beats e depois volta às baladas, se quiser.
O músico independente disponibiliza as suas canções gratuitamente para que todos o possam ouvir.
O músico independente tem a coragem de reinterpretar à sua maneira o álbum de estreia de um gigante da nossa história da música. E é o próprio Sérgio Godinho que o desafia.
O músico independente dá-se ao luxo de abandonar os palcos por um ano, porque lhe apetece.
Não é por causa disto que gosto, e bastante, dos discos e dos concertos do B Fachada. Mas é por causa disto que o respeito enquanto músico como a poucos. Antes do abandono prometido, vai estar ao vivo no Teatro Académico Gil Vicente (dia 19), no B.Leza (20) e no Tertúlia Castelense (21). "O Fim", nome do novo álbum, vai estar disponível para descarregamento livre no site.
Concertos confortáveis, n.º 1
A partir de agora, as terças-feiras por aqui são dia de se ver ou ouvir concertos destes ou de outros tempos, tirando proveito da oportunidade que youtubes e outros nos dão de aceder, desde há pouco tempo, a vídeos de longa duração.
A primeira sugestão traz a dupla Nirvana e TAD. Em 1989, quando os Nirvana não andavam ainda a rebentar pelas tabelas de vendas do mundo inteiro, na rampa vertiginosa de sucessos atrás de sucessos que os TAD, igualmente santos da igreja grunge de Seattle, nunca chegaram a conhecer. O concerto teve lugar no Fahrenheit, em Paris (a francesa, não a texana), a 12 de janeiro de 1989.
NIRVANA: 01:33 School 03:21 Scoff 07:55 Love Buzz 10:55 Floyd the Barber 13:23 Dive 17:26 Polly 20:00 Big Cheese 23:50 Spank Thru 26:50 About a Girl 29:26 Immodium (Breed) 33:18 Been a Son 35:38 Stain 38:27 Negative Creep 40:55 Blew
TAD: 44:40 Helot 46:20 Pork Chop 50:13 Wood Goblins 52:57 Daisy 55:40 Behemoth 59:10 Nuts 'n Bolts 1:02:05 Hibernation 1:04:56 Nipple Belt
A primeira sugestão traz a dupla Nirvana e TAD. Em 1989, quando os Nirvana não andavam ainda a rebentar pelas tabelas de vendas do mundo inteiro, na rampa vertiginosa de sucessos atrás de sucessos que os TAD, igualmente santos da igreja grunge de Seattle, nunca chegaram a conhecer. O concerto teve lugar no Fahrenheit, em Paris (a francesa, não a texana), a 12 de janeiro de 1989.
NIRVANA: 01:33 School 03:21 Scoff 07:55 Love Buzz 10:55 Floyd the Barber 13:23 Dive 17:26 Polly 20:00 Big Cheese 23:50 Spank Thru 26:50 About a Girl 29:26 Immodium (Breed) 33:18 Been a Son 35:38 Stain 38:27 Negative Creep 40:55 Blew
TAD: 44:40 Helot 46:20 Pork Chop 50:13 Wood Goblins 52:57 Daisy 55:40 Behemoth 59:10 Nuts 'n Bolts 1:02:05 Hibernation 1:04:56 Nipple Belt
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
quarta-feira, 28 de novembro de 2012
Música nas cidades, em segundo volume!
Há cerca de quatro anos, o professor de matemática e melómano Manuel Fernandes Vicente lançou "Música nas Cidades", uma obra notável na exploração das chamadas cenas musicais, enquanto habitats criativos construídos em ambientes geográficos e temporais comuns. Obra notável, sim, e também rara no mercado português da publicação de reflexões e levantamentos sérios, informados e cativantes sobre o tema da música.
Mais rara ainda é a possibilidade que é dada aos autores de continuarem o seu trabalho. Mas o Manuel, porque o fez bem da primeira vez, porque as duas edições esgotaram, conseguiu voltar à carga. Como ele bem o sabe, o tema é praticamente inesgotável. Assim, será lançado neste próximo sábado, com apresentação pública na Bertrand do Chiado, pelas 17h, o segundo volume de "Música nas Cidades", com a presença do autor, o diretor da Formalpress (a editora) e o professor de português José Ventura.
PR da editora:
Mais rara ainda é a possibilidade que é dada aos autores de continuarem o seu trabalho. Mas o Manuel, porque o fez bem da primeira vez, porque as duas edições esgotaram, conseguiu voltar à carga. Como ele bem o sabe, o tema é praticamente inesgotável. Assim, será lançado neste próximo sábado, com apresentação pública na Bertrand do Chiado, pelas 17h, o segundo volume de "Música nas Cidades", com a presença do autor, o diretor da Formalpress (a editora) e o professor de português José Ventura.
PR da editora:
O livro Música nas Cidades – Volume 2, de Manuel Fernandes Vicente, é apresentado publicamente a nível nacional no dia 1 de Dezembro, sábado, pelas 17 horas, na livraria Bertrand, em Lisboa. A edição desta nova obra, que tem o selo da editora Formalpress/Rés XXI, dá sequência a um primeiro trabalho do autor, Música nas Cidades, que esgotou as duas edições entretanto saídas a público em 2008 e 2010.
Neste novo trabalho, que denota uma exaustiva pesquisa e compreensão das realidades psicossociais que envolvem a música, o autor, procura, com vários exemplos e histórias sugestivas, abordar as relações de causa-efeito entre diferentes cidades do mundo e os géneros musicais a que deram berço. As investigações, de natureza sociológica, económica, cultural, política, histórica, migratória, arquitetónica, religiosa étnica, de dinâmica de grupos e outras evidenciam a forma como essas influências determinaram estilos musicais, amplamente credores no seu carácter ao carácter mais profundo das cidades que lhes deram origem.
Além de professor na Escola Dr. Ruy de Andrade, o autor é correspondente regional do diário Público desde a sua fundação em 1990. Participou na fundação da Revista Nova e do Notícias do Entroncamento, foi colaborador do extinto jornal musical Blitz, e colabora atualmente com meios de comunicação como o jornal regional Abarca e o jornal digital Entroncamentoonline.pt. Desde muito jovem teve um forte interesse pelo mundo da música, tendo mesmo desenvolvido alguns trabalhos relacionando o paralelismo entre a música e a Matemática, em particular na forte correlação do aproveitamento escolar dos alunos nestas duas áreas. A pesquisa cultural e a reflexão sobre a interdependência entre as características das cidades e a natureza dos estilos musicais nelas surgidos, que estão na base do Música nas Cidades Vol.2, resultam como consequência de uma extensíssima coleção de LP, CD, DVD e outros suportes musicais, que forneceram muitas sugestões e pistas de análise – e que traduzem também o interesse melómano do autor, que a partir da música sempre procurou atingir outras áreas − para a ela, afinal, sempre regressar.
Na apresentação do livro estarão presentes Paulo Faustino, diretor da editora Formalpress, e José Ventura, docente de Português, ambos autores de obras ligadas, respetivamente à comunicação social e literatura.
segunda-feira, 26 de novembro de 2012
Barreiro Rocks 2012!
A austeridade chegou ao financiamento do Barreiro Rocks, mas não é por isso que a 11ª edição do festival vai deixar de ser de romaria obrigatória.
Este ano, o Barreiro Rocks aproxima-se como nunca do natal: está marcado para 22 de dezembro, havendo uma festa especial de abertura no dia anterior, de entrada gratuita. Este ano não há Ferroviários, instalando-se o Barreiro Rocks no Bar d'Os Penicheiros.
Programa:
"Grandiosa festa de abertura"
21 de Dezembro - 23h
Local: Bar d'Os Penicheiros
Entrada gratuita
Los Saguaros
Los Santeros
Barreiro Rocks
22 de Dezembro - 15:30h
Local: Salão d’Os Penicheiros
Entrada: 8€
Asimov
Tracy Lee Summer
Dirty Coal Train
Greasy & Grizzly
ALTO!
Fast Eddie Nelson
The Glockenwise
Jesus Racer R'n'R Trio
The Act-Ups
Los Chicos
Como sempre, o Barreiro Rocks é também uma grande festa ibérica. Aliás, nunca é demais trazer aquele velho aforismo barreirense: "é mais fácil encher a sala de espanhóis do que fazer um lisboeta atravessar o rio". E, como tal, vai também haver Barreiro Rocks em Madrid, dia 1 de dezembro, no Rock Palace. À noite, The Act-Ups, Nicotine's Orchestra, Tracy Lee Summer e Fast Eddie Nelson. À tarde, com entrada gratuita, Nicotine's Orchestra e Greasy & Grizzly.
Este ano, o Barreiro Rocks aproxima-se como nunca do natal: está marcado para 22 de dezembro, havendo uma festa especial de abertura no dia anterior, de entrada gratuita. Este ano não há Ferroviários, instalando-se o Barreiro Rocks no Bar d'Os Penicheiros.
Programa:
"Grandiosa festa de abertura"
21 de Dezembro - 23h
Local: Bar d'Os Penicheiros
Entrada gratuita
Los Saguaros
Los Santeros
Barreiro Rocks
22 de Dezembro - 15:30h
Local: Salão d’Os Penicheiros
Entrada: 8€
Asimov
Tracy Lee Summer
Dirty Coal Train
Greasy & Grizzly
ALTO!
Fast Eddie Nelson
The Glockenwise
Jesus Racer R'n'R Trio
The Act-Ups
Los Chicos
Como sempre, o Barreiro Rocks é também uma grande festa ibérica. Aliás, nunca é demais trazer aquele velho aforismo barreirense: "é mais fácil encher a sala de espanhóis do que fazer um lisboeta atravessar o rio". E, como tal, vai também haver Barreiro Rocks em Madrid, dia 1 de dezembro, no Rock Palace. À noite, The Act-Ups, Nicotine's Orchestra, Tracy Lee Summer e Fast Eddie Nelson. À tarde, com entrada gratuita, Nicotine's Orchestra e Greasy & Grizzly.
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
Ensaio sobre a cegueira (mas desta vez sobressai o melhor dos homens e mulheres)
Se podes ouvir, escuta. Se podes escutar, repara.
A citação de Saramago ao "Livro dos Conselhos" não é bem esta, mas assim ajusta-se bem a "Eclipse", o espetáculo que o casal Amadou & Mariam trouxe ontem ao Grande Auditório da Gulbenkian. Um espetáculo que prometia uma experiência multissensorial única, vedado que estava o sentido da visão de se distrair (a sala foi mergulhada durante quase todo o concerto na completa escuridão), deixando livres a audição para a música e os sons ambientes da história subjacente, o olfato para os odores de África e a perceção da temperatura que foi oscilando ao longo do concerto.
E foi, de facto, uma experiência única, incrível, inesquecível.
Já todos passámos pela experiência de fechar os olhos durante um concerto, deixando o som entrar livremente nos ouvidos sem disputar a atenção com o sentido da visão. Ou até em casa: se nunca o fizeram, experimentem pôr um disco a tocar, apagar a luz e deitarem-se no sofá, no chão, onde quer que sintam o corpo relaxado o suficiente para não vos distrair do que sai das colunas. Se nos agrada aquilo que escutamos, essa ligação pura e direta à música pode até fazer-nos transportar por uma viagem onírica. Sem químicos.
Imagine-se agora isto num concerto inteiro (ou quase inteiro). A ajudar, um som em quadrifonia, equilibrado e equalizado de forma perfeita. A Mariam Doumbia a ouvir-se atrás, do lado esquerdo, a kora a surgir do lado direito, o resto da banda lá à frente. Jogamos à cabra-cega e estamos a adorar, sentimos a felicidade das crianças que já fomos. Alguém dançará, certamente, pois já não está ali a vergonha que teria para se levantar sozinha das poltronas nos concertos iluminados. Casais trocarão carícias. Talvez haja quem se sinta desconfortável por não ter sido assim que a MTV ou o youtube a ensinou a ouvir música. Não temos nada para ver, nem para ser visto. Estamos apenas a escutar, a reparar nos sons que habitualmente não reparamos. Sentimo-nos tão perto dos músicos, tão perto da história de amor que uniu Amadou e Mariam e que tem sido levada aos palcos de todo o mundo. Aqui escutámo-la com direito a narração do percurso, desde que perderam a visão, desde que se encontraram na Eclipse Orchestra do Institut des Jeunes Aveugles de Bamako, até se tornarem as estrelas mundiais que são hoje. Temos um breve relance da maneira como os dois veem o mundo.
E sentimo-nos felizes por nos terem deixado experimentar o bom que é reparar no que escutamos.
domingo, 18 de novembro de 2012
Não é só por ser o regresso ansiado de Amadou & Mariam. É uma experiência sensorial incomum.
E eis que chega o dia em que a dupla Amadou & Mariam regressa ao nosso convívio. Já seria por isso um dia especial, mas o espetáculo que o casal traz ao Grande Auditório da Gulbenkian, ao fim da tarde, promete ser uma experiência sensorial rara. "Eclipse", assim se chama o espetáculo, vai decorrer totalmente às escuras, colocando o público um pouco mais próximo da realidade que os amblíopes Amadou Bagayoko e Mariam Doumbia vivem desde muito cedo nas suas vidas. Mais, a sinopse do espetáculo promete outros tipos de experiências sensoriais, ao nível do olfato e da perceção da temperatura ambiente, a qual poderá oscilar entre os 15 e os 30 graus.
Ainda há uma meia dúzia de bilhetes disponíveis.
Ainda há uma meia dúzia de bilhetes disponíveis.
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
Dead Can Dance: os bilhetes voam (e há quem tire todo o proveito disso)
E a história repete-se. Neste momento, já restam poucos bilhetes para o concerto dos Dead Can Dance, no Coliseu dos Recreios, a 28 de maio do ano que vem. Falta mais de meio ano para o espetáculo e dos milhares de lugares que a bilheteira disponibilizou há pouco, já restam apenas algumas dezenas (um pouco mais se contarmos com o espaço da galeria, o tal galinheiro que devia, a bem do respeito pelo público que cai no erro de lá ir parar, nunca ser aberto).
Eram caros, não eram? Não interessa. Fazemos com que voem num instante. Mesmo que com a pressa de carregar nos links da bilheteira online, quase nem nos apercebamos de um passo muito curioso e seguramente importante para este negócio. O custo de operação. A bem da verdade, a maior parte de nós já se habituou a isto, mais ou menos desde a altura em que as bilheteiras dos espetáculos (online e físicas) passaram a ser centralizadas em duas ou três empresas.
A concentração do negócio de bilhetagem, bem como o avanço tecnológico que veio a permitir a compra dos bilhetes sem a deslocação dos compradores (nem mesmo do bilhete!), devia trazer uma maior eficiência ao sistema, uma redução de custos de operação, certo? Errado. Como em qualquer outro negócio, se é o cliente a suportar os custos de operação, não é a operação que determina o valor destes, mas o cliente, que os paga. Nem tuge, nem muge.
Reparem, por exemplo, nos bilhetes para Dead Can Dance. 40 ou 50 euros já é um preço de uma extravagância fora de comum, mas atenção que a estes valores ainda tem que somar mais 6% de custos de operação. Seis por cento. É realmente uma operação muito complexa, para custar tanto.
E, atenção, são mais do que 6%. Porque a estes 6% o cliente ainda tem que somar o IVA, à taxa de 23%. O que leva a uma constatação curiosa: já repararam que vão pagar IVA de IVA?
Eram caros, não eram? Não interessa. Fazemos com que voem num instante. Mesmo que com a pressa de carregar nos links da bilheteira online, quase nem nos apercebamos de um passo muito curioso e seguramente importante para este negócio. O custo de operação. A bem da verdade, a maior parte de nós já se habituou a isto, mais ou menos desde a altura em que as bilheteiras dos espetáculos (online e físicas) passaram a ser centralizadas em duas ou três empresas.
A concentração do negócio de bilhetagem, bem como o avanço tecnológico que veio a permitir a compra dos bilhetes sem a deslocação dos compradores (nem mesmo do bilhete!), devia trazer uma maior eficiência ao sistema, uma redução de custos de operação, certo? Errado. Como em qualquer outro negócio, se é o cliente a suportar os custos de operação, não é a operação que determina o valor destes, mas o cliente, que os paga. Nem tuge, nem muge.
Reparem, por exemplo, nos bilhetes para Dead Can Dance. 40 ou 50 euros já é um preço de uma extravagância fora de comum, mas atenção que a estes valores ainda tem que somar mais 6% de custos de operação. Seis por cento. É realmente uma operação muito complexa, para custar tanto.
E, atenção, são mais do que 6%. Porque a estes 6% o cliente ainda tem que somar o IVA, à taxa de 23%. O que leva a uma constatação curiosa: já repararam que vão pagar IVA de IVA?
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
The Ex: é impossível perder isto hoje
"Eoleyo", versão de um tema etíope, retirada do último álbum, "Catch My Shoe", do ano passado. 33 anos de punk, free rock, math rock, free jazz, e, agora, África. Os The Ex, de Amesterdão, tocam esta noite na ZDB. 33 anos de história que, finalmente, chegam a um palco português.
terça-feira, 13 de novembro de 2012
Preços dos bilhetes de Dead Can Dance
São preços para quem se encontra no último decil da distribuição de rendimento, seguramente. Em linguagem comum, para os ricos entre os ricos. A Pic-Nic, promotora do concerto dos Dead Can Dance no Coliseu de Lisboa, hoje anunciado, já divulgou o preço dos bilhetes para os diferentes lugares da sala. Uma galeria em pé, naquele lugar em que serve essencialmente para ver o palco e o público da plateia (e não para ouvir) custa... 35 euros. São postos à venda na sexta, aqui.
Cadeiras de orquestra - 55€
1ª plateia - 50€
2ª plateia - 40€
Balcão central - 40€
Balcão lateral - 35€
Camarote 1ª (frente) - 40€
Camarote 1ª (lado) - 35€
Camarote 2ª (frente) - 40€
Camarote 2ª (lado) - 35€
Galeria em pé - 35€
Cadeiras de orquestra - 55€
1ª plateia - 50€
2ª plateia - 40€
Balcão central - 40€
Balcão lateral - 35€
Camarote 1ª (frente) - 40€
Camarote 1ª (lado) - 35€
Camarote 2ª (frente) - 40€
Camarote 2ª (lado) - 35€
Galeria em pé - 35€
Dead Can Dance também em Lisboa
Depois da passagem pela Casa da Música, no Porto, há poucas semanas, chega a notícia de novas datas para a digressão de "Anastasis", que agora incluem Lisboa. Os Dead Can Dance vão estar no Coliseu dos Recreios, no dia 28 de maio. Os bilhetes são postos à venda na próxima sexta-feira (e se acontecer como na vez do Porto, são bem capazes de voar em horas).
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Na próxima quinta-feira...
Na próxima quinta-feira, dia 1 de novembro, há festa no Ritz Clube. A Nicotine's Orchestra vai apresentar o novo álbum, "Gipsycalia", e este vosso escrevinhador tem a honra de pôr discos pelo resto da noite.
(A propósito, há uma nova página no facebook para quem quiser ir acompanhando o trajeto desta nova experiência atrás dos pratos: O Junqueira.)
De "Gipsycalia", o single "Tropic of Capricorn", com a ajuda na voz de... Marcelo Camelo:
(A propósito, há uma nova página no facebook para quem quiser ir acompanhando o trajeto desta nova experiência atrás dos pratos: O Junqueira.)
De "Gipsycalia", o single "Tropic of Capricorn", com a ajuda na voz de... Marcelo Camelo:
domingo, 21 de outubro de 2012
Rokia
Há de haver alguém com mais tempo para escrever como foi o concerto da Rokia Traoré no final desta tarde, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian. Para escrever que foi diferente, em vários aspetos, de outras passagens da maliana pelos nossos palcos. Mas também para escrever o quão bom foi.
A mim, cabe-me notar apenas uma das muitas pequenas coisas deste concerto. Há uma altura em que Rokia cede o lugar e o microfone da frente a uma das cantoras do coro. Com um gesto de humildade que não se costuma ver nos palcos, habitats frequentes dos mais disparatados egos, Rokia assume o lugar da cantora no coro enquanto dura a canção. Mais adiante, faz o mesmo com as outras duas cantoras e explica ao público que esta ideia faz parte do projeto desenvolvido para este espetáculo.
Já perto do fim, no início do encore, quando todos os elementos da banda já estão nos seus lugares, ao invés de seguir a auto-estrada de luz que conduz, neste como noutros milhões de palcos por todo o mundo, noutras milhões de ocasiões por toda a história da música ao vivo, dizia, Rokia entra por trás do coro.
É uma pequena coisa, uma entre muitas que possivelmente poderão passar despercebidas por entre quem escrever o quão bom foi o concerto. Mas estas pequenas coisas fazem a diferença.
A mim, cabe-me notar apenas uma das muitas pequenas coisas deste concerto. Há uma altura em que Rokia cede o lugar e o microfone da frente a uma das cantoras do coro. Com um gesto de humildade que não se costuma ver nos palcos, habitats frequentes dos mais disparatados egos, Rokia assume o lugar da cantora no coro enquanto dura a canção. Mais adiante, faz o mesmo com as outras duas cantoras e explica ao público que esta ideia faz parte do projeto desenvolvido para este espetáculo.
Já perto do fim, no início do encore, quando todos os elementos da banda já estão nos seus lugares, ao invés de seguir a auto-estrada de luz que conduz, neste como noutros milhões de palcos por todo o mundo, noutras milhões de ocasiões por toda a história da música ao vivo, dizia, Rokia entra por trás do coro.
É uma pequena coisa, uma entre muitas que possivelmente poderão passar despercebidas por entre quem escrever o quão bom foi o concerto. Mas estas pequenas coisas fazem a diferença.
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
"Allelujah! Don't Bend! Ascend!" em pré-escuta
Ainda aqui há dias se dava conta do novo álbum dos godspeed you! black emperor. Sai na próxima semana mas já pode ser escutado através do Guardian, mais precisamente aqui.
Para tudo! The Ex na ZDB, em Novembro!
Já levam mais de três décadas e nunca pisaram -- alguém me corrija -- um palco português. Começaram nas ondas de propagação do punk, escreveram as páginas mais importantes do pós-punk europeu, misturaram-se com música e gente de todo o mundo, deixaram um pé bem marcado no jazz de vanguarda. Dia 14 de novembro, a ZDB recebe os neerlandeses The Ex!
O bilhete custa 12 euros.
Texto do José Marmeleira para a promoção ZDB:
O bilhete custa 12 euros.
Texto do José Marmeleira para a promoção ZDB:
Chegar a este dia, ano e século e celebrar um concerto dos The Ex é motivo de intenso e imenso júbilo. Nenhuma banda moldada pelos anos de chumbo do punk vive hoje com a mesma liberdade e juventude. E agita os corpos e as consciências com o mesmo vigor. Alguns músicos já partiram (o lendário vocalista G.W. Sok, os baixistas René e Luc), mas o som nunca parou de se expandir com a presença de amigos e convidados, para outros universos.
Volvidas mais de três décadas, a obra The Ex é a expressão de um estilo de vida feito música e vice-versa. Começaram nos finais dos anos 1970, na cena punk holandesa, empenhados em usar a energia da música popular ao serviço de uma militância política. Sem o radicalismo dos Crass ou o lirismo dos Minutemen, abraçaram a poética musical das Raincoats, das Slits ou dos The Fall: “punk” convulso e frágil, suspenso em arames, mas directo e abrasivo, como se ouve nos três primeiros discos.
As guitarras e o baixo foram sempre objectos privilegiados – o encontro com os Sonic Youth nos anos 1980 e a cumplicidade com Steve Albini atestam esse traço – mas os The Ex não se limitaram a importar uma linguagem. Esta foi desde cedo um meio aberto a outros instrumentos (trombone, acordeão, gaita de foles, trompete) e idioma musicais (Hungria, Turquia´, África, Irão). Poucos podem reivindicar com a mesma justeza a condição de banda do Quarto Mundo, o que não atrapalha (pelo contrário) a filiação europeia. A ironia das letras, a melancolia a contaminar as melodias, uma certa consciência história e política (patente em “Joggers and Smoggers”, de 1992, ou em Scrabbling at the Lock, com Tom Cora, de 1911) inscrevem os The Ex no lastro do pós-punk europeu (é possível descobrir afinidades com gente tão diversa quanto os Minimal Compact, os Bad Seeds de Nick Cave, 23 Skidoo, Pop Group ou os The Mekons, com quem aliás gravaram).
No século XXI, continuaram em movimento com a mesma generosidade e grandeza, afinando os riffs, os refrões e as vozes contra a mercantilização da vida, a violência das (grandes) instituições e sanha da competição e do lucro. Basta recordar a urgência que atravessa “Dizzy Spells”. Entretanto, foram-se furtando definitivamente a géneros ou categorias que os pudessem identificar. Em 2004, com “Turn”, emularam os ritmos dos Konono Nº1 e em 2010 convocaram os sopros de Mats Gustafsson, Roy Paci, Ken Vandermark and Wolter Wierbos para uma digressão europeia. Indiferentes a centros e as periferias, ou a prontos a redesenhá-los, viajaram à Etiópia, colaboraram e gravaram com o saxofonista Getatchew Mekuria, professando um amor pela música africana que se materializa em discos soberbos (“Moa Anbessa” e “Y’Anbessaw Tezeta”).
O mundo nunca foi demasiado grande para a festa instalada pelo poder seco e tenso das canções desta banda de nome pequeno. E aqui está ela, hoje. Celebrem-na como se não houvesse amanhã. JM
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Ele existe, ele vai aparecer por aí daqui a duas semanas
Não só voltaram a juntar-se para tocar um pouco por toda a América e por toda a Europa, como gravaram novo álbum. Thierry Amar, David Bryant, Bruce Cawdron, Aidan Girt, Efrim Manuel Menuck, Mauro Pezzente, Sophie Trudeau e o regressado Mike Moya, que se tornaram conhecidos como godspeed you! black emperor, gravaram "ALLELUJAH! DON'T BEND! ASCEND!", passados praticamente 10 anos de "Yanqui U.X.O.", que muitos julgavam que ia ficar para a história como o último álbum do coletivo.
O disco vai ter o selo n.º 81 da Constellation, que o vai lançar a 15 e 16 de outubro próximos, na Europa e nos EUA, respetivamente (alguns sortudos já o apanharam na digressão americana). Como sempre, há edição em CD e em LP (e agora também em MP3 e FLAC). Como sempre, a opção vinílica traz mariquices bonitas para quem aprecia.
Entre os temas, encontram-se -- finalmente em disco! -- temas fantásticos como "Albanian" e "Gamelan", que aqui ganham os títulos "Mladic" e "We Drift Like Worried Fire", respetivamente.
Já toda a gente o sabe: os godspeed vão estar por cá, mais precisamente no Hard Club do Porto, a 28 de outubro, por ocasião do Amplifest'12.
O blurb da Constellation:
We are proud to announce the first new recordings by Godspeed You! Black Emperor in a decade. Featuring two twenty-minute slabs of epic instrumental rock music and two six-and-a-half minute drones, ‘ALLELUJAH! DON’T BEND! ASCEND! provides soaring, shining proof of the band’s powerful return to form.
Having emerged from hiatus at the end of 2010, GYBE picked up right where they left off, immediately re-capturing the sound and material that had fallen dormant in 2003 and driving it forward with every show of their extensive touring over the last 18 months. The new album presents the fruits of that labour: evolved and definitive versions of two huge compositions previously known to fans as “Albanian” and “Gamelan”, now properly titled as “MLADIC” and “WE DRIFT LIKE WORRIED FIRE” respectively. Accompanied by the new drones (stitched into the album sequence on CD; cut separately on their own 7″ for the LP version), GYBE have offered up a fifth album that we feel is as absolutely vital, virulent, honest and heavy as anything in their discography.
We don’t have much time for mythology, but we’d be lying if we said the return of Godspeed You! Black Emperor in 2010 didn’t signify a whole lot to us as a marker from which to look back on the past decade, to reflect on what’s been gained or lost within the confines of independent music culture and what’s been gained or lost in the socio-political landscape writ large. Godspeed’s music will do that to you. It is music that bears witness to, channels and transforms this predominantly terrible, infuriating, venal and nihilistically sad story we’re all living, sharing, resisting, protesting, deconstructing and trying to change for the better. We think GYBE has once again provided a uniquely moving and compelling soundtrack for these acts of analysis, defiance and ascension.
* * *
Hard to believe a full decade has passed since the release of Yanqui U.X.O., the last album by GYBE. Never a band to care for conventional industry wisdom, Yanqui was released shortly before xmas 2003 with little publicity and no press availability, no marketing plans or cross-promotions or brand synergies, with back cover artwork tracing the inextricable links between major music labels and the military-industrial complex. Driven by word-of-mouth from a passionate and committed fanbase galvanized by the group's sonic vision and its dedication to unmediated, unsullied musical communication, the album found it's rightful audience.
To suggest that such simple principles and goals have become harder to maintain and enact a decade later is an understatement. For all the contents and discontents – for all the "content" – of our present cultural moment, the idea of circumventing the glare of exposure, the massaging of media cycles and the calculus of identity management appears quaint, if not futile.
But Godspeed is looking to try all the same. The band wants people to care about this new album, without telling people they should or talking about themselves. They want to hold on to some part of that energy that comes with the thrill of anonymous discovery and unmediated transmission, knowing full well that these days, anti-strategy risks being tagged as a strategy, non-marketing framed as its opposite, and deeply held principles they consider fundamental to health as likely to be interpreted as just another form of stealth.
Truly, thanks for being open to hearing it.
Release date: 15 October 2012 (Europe), 16 October 2012 (rest of world)
Running time: 53:09
PACKAGING NOTES
CD comes in a custom gatefold jacket printed on 100% recycled paperboard in 4-colour process plus spot metallic ink and spot matte varnish. CD dust sleeve is also 4-colour print.
LP is pressed on 180 gram virgin vinyl at Optimal (Germany) and comes in a tipped-on heavyweight gatefold jacket printed in full-colour process plus a spot metallic ink and spot matte varnish. LP dust sleeve is also 4-colour print. Package includes a 7 inch in printed dust sleeve (same audio appears in a different sequence on the CD) and a 12"x48" pull-out poster (printed full colour on both sides) featuring a collage of film stills specially-photographed and captured from the GYBE live 16mm projections.
TRACKLIST
1. MLADIC
2. THEIR HELICOPTERS' SING
3. WE DRIFT LIKE WORRIED FIRE
4. STRUNG LIKE LIGHTS AT THEE PRINTEMPS ERABLE
CREDITS
PERSONNEL
Thierry Amar, David Bryant, Bruce Cawdron, Aidan Girt, Efrim Manuel Menuck, Michael Moya, Mauro Pezzente, Sophie Trudeau, Karl Lemieux.
Tracks 1 and 3 recorded at Hotel2Tango by Howard Bilerman. Tracks 2 and 4 recorded at the band's jamspace, mixed by Amar, Menuck, Bryant and Moya at The Pines.
Mastered by Harris Newman at Greymarket.
Cover photograph by Charles-André Coderre. Burnt 16mm frames by Karl Lemieux, re-photographed by Yannick Grandmont. "Atonal Canada" photo by Timothy Herzog. Others images by Bryant/Menuck/Lemieux.
O disco vai ter o selo n.º 81 da Constellation, que o vai lançar a 15 e 16 de outubro próximos, na Europa e nos EUA, respetivamente (alguns sortudos já o apanharam na digressão americana). Como sempre, há edição em CD e em LP (e agora também em MP3 e FLAC). Como sempre, a opção vinílica traz mariquices bonitas para quem aprecia.
Entre os temas, encontram-se -- finalmente em disco! -- temas fantásticos como "Albanian" e "Gamelan", que aqui ganham os títulos "Mladic" e "We Drift Like Worried Fire", respetivamente.
Já toda a gente o sabe: os godspeed vão estar por cá, mais precisamente no Hard Club do Porto, a 28 de outubro, por ocasião do Amplifest'12.
O blurb da Constellation:
We are proud to announce the first new recordings by Godspeed You! Black Emperor in a decade. Featuring two twenty-minute slabs of epic instrumental rock music and two six-and-a-half minute drones, ‘ALLELUJAH! DON’T BEND! ASCEND! provides soaring, shining proof of the band’s powerful return to form.
Having emerged from hiatus at the end of 2010, GYBE picked up right where they left off, immediately re-capturing the sound and material that had fallen dormant in 2003 and driving it forward with every show of their extensive touring over the last 18 months. The new album presents the fruits of that labour: evolved and definitive versions of two huge compositions previously known to fans as “Albanian” and “Gamelan”, now properly titled as “MLADIC” and “WE DRIFT LIKE WORRIED FIRE” respectively. Accompanied by the new drones (stitched into the album sequence on CD; cut separately on their own 7″ for the LP version), GYBE have offered up a fifth album that we feel is as absolutely vital, virulent, honest and heavy as anything in their discography.
We don’t have much time for mythology, but we’d be lying if we said the return of Godspeed You! Black Emperor in 2010 didn’t signify a whole lot to us as a marker from which to look back on the past decade, to reflect on what’s been gained or lost within the confines of independent music culture and what’s been gained or lost in the socio-political landscape writ large. Godspeed’s music will do that to you. It is music that bears witness to, channels and transforms this predominantly terrible, infuriating, venal and nihilistically sad story we’re all living, sharing, resisting, protesting, deconstructing and trying to change for the better. We think GYBE has once again provided a uniquely moving and compelling soundtrack for these acts of analysis, defiance and ascension.
* * *
Hard to believe a full decade has passed since the release of Yanqui U.X.O., the last album by GYBE. Never a band to care for conventional industry wisdom, Yanqui was released shortly before xmas 2003 with little publicity and no press availability, no marketing plans or cross-promotions or brand synergies, with back cover artwork tracing the inextricable links between major music labels and the military-industrial complex. Driven by word-of-mouth from a passionate and committed fanbase galvanized by the group's sonic vision and its dedication to unmediated, unsullied musical communication, the album found it's rightful audience.
To suggest that such simple principles and goals have become harder to maintain and enact a decade later is an understatement. For all the contents and discontents – for all the "content" – of our present cultural moment, the idea of circumventing the glare of exposure, the massaging of media cycles and the calculus of identity management appears quaint, if not futile.
But Godspeed is looking to try all the same. The band wants people to care about this new album, without telling people they should or talking about themselves. They want to hold on to some part of that energy that comes with the thrill of anonymous discovery and unmediated transmission, knowing full well that these days, anti-strategy risks being tagged as a strategy, non-marketing framed as its opposite, and deeply held principles they consider fundamental to health as likely to be interpreted as just another form of stealth.
Truly, thanks for being open to hearing it.
Release date: 15 October 2012 (Europe), 16 October 2012 (rest of world)
Running time: 53:09
PACKAGING NOTES
CD comes in a custom gatefold jacket printed on 100% recycled paperboard in 4-colour process plus spot metallic ink and spot matte varnish. CD dust sleeve is also 4-colour print.
LP is pressed on 180 gram virgin vinyl at Optimal (Germany) and comes in a tipped-on heavyweight gatefold jacket printed in full-colour process plus a spot metallic ink and spot matte varnish. LP dust sleeve is also 4-colour print. Package includes a 7 inch in printed dust sleeve (same audio appears in a different sequence on the CD) and a 12"x48" pull-out poster (printed full colour on both sides) featuring a collage of film stills specially-photographed and captured from the GYBE live 16mm projections.
TRACKLIST
1. MLADIC
2. THEIR HELICOPTERS' SING
3. WE DRIFT LIKE WORRIED FIRE
4. STRUNG LIKE LIGHTS AT THEE PRINTEMPS ERABLE
CREDITS
PERSONNEL
Thierry Amar, David Bryant, Bruce Cawdron, Aidan Girt, Efrim Manuel Menuck, Michael Moya, Mauro Pezzente, Sophie Trudeau, Karl Lemieux.
Tracks 1 and 3 recorded at Hotel2Tango by Howard Bilerman. Tracks 2 and 4 recorded at the band's jamspace, mixed by Amar, Menuck, Bryant and Moya at The Pines.
Mastered by Harris Newman at Greymarket.
Cover photograph by Charles-André Coderre. Burnt 16mm frames by Karl Lemieux, re-photographed by Yannick Grandmont. "Atonal Canada" photo by Timothy Herzog. Others images by Bryant/Menuck/Lemieux.
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
Tim Maia 70
Tim Maia, o soul man mais famoso da música brasileira faria 70 anos hoje, se fosse vivo. Na próxima segunda-feira, a Luaka Bop vai lançar "Nobody Can Live Forever: The Existential Soul of Tim Maia", uma coletânea de êxitos, e já hoje assinala o aniversário do nascimento do músico com uma festa global por várias cidades do mundo, entre as quais Lisboa. A festa vai ser no 49 da ZDB, à rua da Barroca, e por lá vão estar nos pratos o Mário Lopes, o Xavier de Almeida e este vosso escriba. A entrada é livre. [Evento no facebook]
terça-feira, 25 de setembro de 2012
O sample do "Antillas" do El Guincho
Lembram-se do "Antillas", a segunda faixa do "Alegranza", do El Guincho? Por aqui, houve várias ocasiões em que achei estar próximo da origem daquele magnífico sample. Mas todas saíram ao lado, até que hoje, por puro acaso, a encontrei a ouvir esta mixtape da boa gente da Rebel Up! (BE/PB/FR), mais precisamente a faixa 10, "Pelina", creditada a uns tais de Oriango & Kipchamba.
Ora reparem:
A cassette de Oriango & Kipchamba está disponível para descarga no sempre obrigatório Awesome Tapes from Africa.
Ora reparem:
A cassette de Oriango & Kipchamba está disponível para descarga no sempre obrigatório Awesome Tapes from Africa.
Há música debaixo da terra
Chama-se "Música a Metro" e é o primeiro festival de programação extensiva a decorrer nas estações do Metro de Lisboa. Acontece ao longo do mês de outubro, essencialmente na estação do Cais do Sodré. A entrada é gratuita, à exceção dos showcases móveis em que aquela estará sujeita à posse de título normal de acesso ao Metro.
Dia 1 (Dia mundial da música / Cais do Sodré / início às 17h)
ANTÓNIO ZAMBUJO
JP SIMÕES
ANA FIRMINO
MANUEL JOÃO VIEIRA
FILHO DA MÃE
Dia 3 (Cais do Sodré)
SUSANA TRAVASSOS
Mostra Restart
Dia 4 (Cais do Sodré)
YOUTHLESS
GUTA NAKI (showcase móvel)
OCTOBER FLIGHT
Dia 5 (Cais do Sodré)
WE TRUST (showcase móvel)
ARTMATA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 6 (Marquês de Pombal)
LONG WAY TO ALASKA (showcase móvel)
Dia 10 (Cais do Sodré)
DUAS SEMICOLCHEIAS INVERTIDAS
Mostra Hot Club de Portugal
Dia 11 (Cais do Sodré)
MPEX
ANDREA VERTESSEN
Dia 12 (Cais do Sodré)
VIRA LATA
MARIFA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 13 (Aeroporto)
GLI TRE PORTOGHESI (showcase móvel)
Dia 17 (Cais do Sodré)
CARACOL
ANARCHICKS
Dia 18 (Cais do Sodré)
MARIA JOÃO FURA
Especial FARRA FANFARRA vs. BIZU WALKING BAND (showcase móvel até ao Clube Ferroviário - 21h30)
Dia 19 (Cais do Sodré)
JORGE RIVOTTI e MIGUEL GELPI
CACHUPA PSICADÉLICA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 20 (Campo Grande)
Mostra ETIC
Dia 24 (Cais do Sodré)
ELEKTRA ZAGREB
OVO
Dia 25 (Cais do Sodré)
UNI_FORM
THE HYPERS
Dia 26 (Cais do Sodré)
CAVALIERS OF FUN
LISSABON
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 27 (Cais do Sodré, Campo Grande, Marquês de Pombal, Aeroporto)
Mostra Conservatório de Lisboa
Ainda não são conhecidos com precisão os horários, exceção feita para dois dos espetáculos (acima assinalados), mas a organização promete novidades para breve. Mais informação em www.musicaametro.pt ou www.facebook.com/FestivalMusicaAMetro.
Dia 1 (Dia mundial da música / Cais do Sodré / início às 17h)
ANTÓNIO ZAMBUJO
JP SIMÕES
ANA FIRMINO
MANUEL JOÃO VIEIRA
FILHO DA MÃE
Dia 3 (Cais do Sodré)
SUSANA TRAVASSOS
Mostra Restart
Dia 4 (Cais do Sodré)
YOUTHLESS
GUTA NAKI (showcase móvel)
OCTOBER FLIGHT
Dia 5 (Cais do Sodré)
WE TRUST (showcase móvel)
ARTMATA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 6 (Marquês de Pombal)
LONG WAY TO ALASKA (showcase móvel)
Dia 10 (Cais do Sodré)
DUAS SEMICOLCHEIAS INVERTIDAS
Mostra Hot Club de Portugal
Dia 11 (Cais do Sodré)
MPEX
ANDREA VERTESSEN
Dia 12 (Cais do Sodré)
VIRA LATA
MARIFA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 13 (Aeroporto)
GLI TRE PORTOGHESI (showcase móvel)
Dia 17 (Cais do Sodré)
CARACOL
ANARCHICKS
Dia 18 (Cais do Sodré)
MARIA JOÃO FURA
Especial FARRA FANFARRA vs. BIZU WALKING BAND (showcase móvel até ao Clube Ferroviário - 21h30)
Dia 19 (Cais do Sodré)
JORGE RIVOTTI e MIGUEL GELPI
CACHUPA PSICADÉLICA
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 20 (Campo Grande)
Mostra ETIC
Dia 24 (Cais do Sodré)
ELEKTRA ZAGREB
OVO
Dia 25 (Cais do Sodré)
UNI_FORM
THE HYPERS
Dia 26 (Cais do Sodré)
CAVALIERS OF FUN
LISSABON
Música Portuguesa a Gostar Dela Própria
Dia 27 (Cais do Sodré, Campo Grande, Marquês de Pombal, Aeroporto)
Mostra Conservatório de Lisboa
Ainda não são conhecidos com precisão os horários, exceção feita para dois dos espetáculos (acima assinalados), mas a organização promete novidades para breve. Mais informação em www.musicaametro.pt ou www.facebook.com/FestivalMusicaAMetro.
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
ZDB chega a maioridade e o Thurston Moore, o Peter Brötzmann e os Negativland vêm à festa
18 anos. Dezoito anos. Se fosse gente, a ZDB chegaria no mês de outubro à idade com que já poderia conduzir, comprar tabaco legalmente, consumir álcool sem que lhe apareça uma reportagem da televisão pela frente, dedicar-se ao sexo livre com outros da sua idade.
18 anos pedem uma festa em grande para os lados da rua da Barroca. No que diz apenas respeito à música, o Thurston Moore e os Negativland vão voltar e o Peter Brötzmann surge pela primeira vez na galeria.
O antigo SY vai estar no aquário a 4 de outubro, acompanhado desta vez pelos portugueses Gabriel Ferrandini (bateria) e Pedro Sousa (saxofone tenor), havendo ainda primeira parte, a cargo dos magníficos Sunflare. Já o dinamarquês toca com a Full Blast no dia 15. Os Negativland, que a ZDB já cá trouxe há quatro anos, para um concerto na Lx Factory, apresentam dia 21 o novo projeto, "A Booper Symphony". O mês fecha ainda com os norte-americanos Barn Owl (dia 25) e o rapper LE1f (dia 30).
18 anos pedem uma festa em grande para os lados da rua da Barroca. No que diz apenas respeito à música, o Thurston Moore e os Negativland vão voltar e o Peter Brötzmann surge pela primeira vez na galeria.
O antigo SY vai estar no aquário a 4 de outubro, acompanhado desta vez pelos portugueses Gabriel Ferrandini (bateria) e Pedro Sousa (saxofone tenor), havendo ainda primeira parte, a cargo dos magníficos Sunflare. Já o dinamarquês toca com a Full Blast no dia 15. Os Negativland, que a ZDB já cá trouxe há quatro anos, para um concerto na Lx Factory, apresentam dia 21 o novo projeto, "A Booper Symphony". O mês fecha ainda com os norte-americanos Barn Owl (dia 25) e o rapper LE1f (dia 30).
Valsa da Greve Geral, do novo do Norberto
O quarto álbum de Norberto Lobo vai chamar-se "Mel Azul" e sai em outubro, pela Mbari. Esta "Valsa da Greve Geral" é o primeiro tema a escutar:
Alinhamento de "Mel Azul":
Enzo Fought Back
Lúcia Lima
Vudu Xaile
Valsa da Greve Geral
Rustenburger Str
A Cor do Demo
Rua da Palma Blues
Golden Pony Blues
Lisboa Ginásio
Maga Raga
Mel Azul (Moebius)
O álbum conta exclusivamente com Norberto Lobo e a sua guitarra, à exceção da participação de Sei Miguel com o seu trompete de bolso na faixa derradeira. Foi gravado, misturado e masterizado nos estúdios Golden Pony, em Lisboa, por Eduardo Vinhas.
Alinhamento de "Mel Azul":
Enzo Fought Back
Lúcia Lima
Vudu Xaile
Valsa da Greve Geral
Rustenburger Str
A Cor do Demo
Rua da Palma Blues
Golden Pony Blues
Lisboa Ginásio
Maga Raga
Mel Azul (Moebius)
O álbum conta exclusivamente com Norberto Lobo e a sua guitarra, à exceção da participação de Sei Miguel com o seu trompete de bolso na faixa derradeira. Foi gravado, misturado e masterizado nos estúdios Golden Pony, em Lisboa, por Eduardo Vinhas.
terça-feira, 18 de setembro de 2012
A tragédia no Mali, também para a música
A tragédia humana pela qual o Mali passa desde o golpe de 22 de março deste ano está a produzir os seus efeitos na produção cultural daquela região, em particular na música. Habituámo-nos, nos últimos anos, a reconhecer a riqueza que provinha de um país com uma tradição ancestral forte, em que das famílias de griots -- os contadores de histórias que através da poesia e/ou da música vão passando conhecimento de geração em geração --, e não só, sobressaíam músicos aos quais o Ocidente tem prestado cada vez maior e mais merecida atenção.
Mas tudo isto está a perder-se. Já tínhamos tido, este ano em Sines, a denúncia de Oumou Sangaré, que tem aproveitado a sua digressão pela Europa para dar conta do que se vai passando no seu país. Neste artigo recente do El Pais, ficamos a saber que Niafunké, onde vivia a família do falecido Ali Farka Touré, é hoje uma aldeia fantasma. O Nordeste do Mali, onde muitas das manifestações culturais malianas aconteciam, incluindo o mítico Festival au Désert, é atualmente controlado por grupos de tuaregues que impuseram a lei islâmica, proibindo assim a música naquela região. No sul, na capital Bamako, onde outrora se acotovelavam produtores e agentes vindos do Ocidente à procura de novos talentos, está hoje, diz o artigo, irreconhecível, como resultado do clima de insegurança que por ali se vive. Muitos dos músicos estão, inclusive, a deixar os instrumentos de lado para se dedicarem a outras formas de sustento.
É todo o mundo que perde.
Mas tudo isto está a perder-se. Já tínhamos tido, este ano em Sines, a denúncia de Oumou Sangaré, que tem aproveitado a sua digressão pela Europa para dar conta do que se vai passando no seu país. Neste artigo recente do El Pais, ficamos a saber que Niafunké, onde vivia a família do falecido Ali Farka Touré, é hoje uma aldeia fantasma. O Nordeste do Mali, onde muitas das manifestações culturais malianas aconteciam, incluindo o mítico Festival au Désert, é atualmente controlado por grupos de tuaregues que impuseram a lei islâmica, proibindo assim a música naquela região. No sul, na capital Bamako, onde outrora se acotovelavam produtores e agentes vindos do Ocidente à procura de novos talentos, está hoje, diz o artigo, irreconhecível, como resultado do clima de insegurança que por ali se vive. Muitos dos músicos estão, inclusive, a deixar os instrumentos de lado para se dedicarem a outras formas de sustento.
É todo o mundo que perde.
segunda-feira, 17 de setembro de 2012
O cartaz do Out.Fest 2012
O Festival Internacional de Música Exploratória do Barreiro, que decorre entre 10 e 13 de outubro, já tem nomes anunciados para a edição deste ano:
Kevin Drumm
Helm
Steve Gunn
Helena Espvall
RED trio
Man Forever
The Fish (Jean-Luc Guionnet, Benjamin Duboc, Edward Perraud)
Yong Yong
Rodrigo Amaro
Para mais informações, o melhor é ir acompanhando aqui.
Kevin Drumm
Helm
Steve Gunn
Helena Espvall
RED trio
Man Forever
The Fish (Jean-Luc Guionnet, Benjamin Duboc, Edward Perraud)
Yong Yong
Rodrigo Amaro
Para mais informações, o melhor é ir acompanhando aqui.
quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Saiu hoje
(Novo livro do David Byrne. Saiu hoje nos EUA, estando para breve as edições europeias. Mais informação aqui.)
terça-feira, 11 de setembro de 2012
Josephine Foster de volta!
Mui apreciada por aqui -- alguns recordar-se-ão que a primeira vez que tocou em palcos portugueses, já lá vão sete anos, foi por iniciativa aqui do tasco -- a norte-americana Josephine Foster tem novo álbum, "Blood Rushing" (oiçam mais abaixo), e vai voltar para concertos: 17 de outubro no B.Leza, em Lisboa, e no dia seguinte, no portuense Passos Manuel.
quarta-feira, 5 de setembro de 2012
O regresso às aulas sabe bem
Com crise ou sem crise, o regresso às aulas, expressão no que ao circuito de concertos ao vivo merece respeito, não deixa de ser o que tem sido nos anos mais recentes. Felizmente.
Soube-se hoje que o Bombino vai regressar a Portugal, depois do concerto bombástico no FMM Sines (este ano) e da apresentação em versão mais serena no CCB (ano passado). Bombino vai tocar a 27 de outubro no clube mais africano de Lisboa, o B'Leza, nas suas novas instalações no Cais do Sodré. Por falar em África, e porque aqui ainda não se fez eco disso, outra africana, a linda Rokia Traoré e o charmoso Mário Lúcio têm também regresso marcado para Portugal, mais precisamente ao Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 10 e a 21 de outubro, respetivamente.
Eis uma seleção com dedo da casa do que há para ver e ouvir nos próximos meses (e ainda sem conhecermos a programação da ZDB para o outono):
- SETEMBRO -
7 a 9 - FESTA DO AVANTE! @ Seixal, Quinta da Atalaia
Entre outras coisas, vamos ter por lá os Gaiteiros de Lisboa a apresentar o novo "Avis Rara". EP para os três dias: 21€, só até amanhã; depois passa a 32€, havendo ainda preços inferiores para os últimos dias da festa.
14 - BEAK> @ Lisboa, Maria Matos
Kraut rock made in Bristol, com Geoff Barrow, dos Portishead. 15€ (c/desconto: 7,5€)
20 - BLACK DICE @ Lisboa, Musicbox
Os Black Dice evoluíram bastante. Vão por mim. Se estiverem próximos daquilo que mostraram no ATP de Minehead do ano passado, vai ser très, très fort. 10€.
21 - B FACHADA @ Lisboa, Lux
Apresentação do recente "Criôlo", aquele disco que se põe a tocar várias vezes sem parar. 10€.
22 - THE PARKINSONS @ Lisboa, Ritz Clube
10€.
24 - SONNY & THE SUNSETS @ Lisboa, Lounge
Já cá tivemos, por várias vezes, os Black Lips. Já cá tivemos os Strange Boys. E agora vamos ter, finalmente, os Sonny & The Sunsets. E com entrada livre.
28 - B FACHADA @ Porto, Passos Manuel
10€.
29 - HOWE GELB @ Guimarães, CCVF
Regresso do "Codfish Cowboy" a Portugal, para um concerto na Capital da Cultura.
10€.
- OUTUBRO -
4 - UM ZERO AMARELO @ Lisboa, Lounge
Uma das boas notícias deste ano foi a do regresso, pelo menos aos palcos, dos UZA. E Lisboa vai ter o privilégio de os receber, também. Entrada gratuita.
7 - LEONARD COHEN @ Lisboa, Pavilhão Atlântico
Simpatia do Sr. Cohen em aparecer por cá todos os anos. Entre 30 a 85€.
10 - MÁRIO LÚCIO @ Lisboa, Calouste Gulbenkian
16 a 22€.
10 - GAITEIROS DE LISBOA @ Porto, Casa da Música
18€.
13 - JELLO BIAFRA AND THE GUANTANAMO SCHOOL OF MEDICINE @ Corroios, Cine-Teatro do Ginásio
Regresso do Biafra àquela sala de Corroios. Primeiras partes de Gazua e Dalai Lume. 20€.
15 - GAITEIROS DE LISBOA @ Lisboa, Culturgest
18€ (5€ para sub-30).
20 - FAUSTO @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
É sempre um cabo dos trabalhos para meter o homem num palco, tendo ele mesmo chegado a dizer que nunca mais tocaria ao vivo. Oportunidades como esta não se perdem, portanto. 30€ a 60€.
21 - ROKIA TRAORÉ @ Lisboa, Calouste Gulbenkian
16 a 22€.
23 - EMILY JANE WHITE @ Carnaxide, Auditório Ruy de Carvalho
15€.
24 - DEAD CAN DANCE @ Porto, Casa da Música
Ainda o diabo não tinha levantado a mão para esfregar o olho e já os bilhetes tinham todos sido vendidos. Privilégio único para os que vão conseguir lá estar.
26 - BON IVER @ Lisboa, Campo Pequeno
25 a 35€.
26 - PAUS @ Lisboa, CCB
Ainda há dois anos os Paus apresentavam-se à sociedade com uma festa na garagem de ensaio, ali mesmo ao pé do CCB. O tempo corre e tem vindo a correr bem para os Paus, que o merecem. 5 a 15€.
26 a 28 - AMPLIFEST 2012 @ Porto, Hard Club e Passos Manuel
Esta é uma edição para rebentar com tudo. Os godspeed you! black emperor decidiram voltar aos palcos e são o grande chamariz deste festival de peso. Mas ainda há Six Organs of Admittance, Jozef van Wissem, Amenra, Bohren & Der Club of Gore, White Hills e Ufomammut, entre muitos outros que estão por anunciar. 60€ (bilhete único para os três dias).
27 - BOMBINO @ Lisboa, B'Leza
No jardim das Oliveiras, no CCB, apresentou-se sereno. E foi bom. Em Sines, expôs toda a descarga decibélica e hipnotizante de que são capazes as guitarras elétricas do deserto. E foi explosivo. 10€.
- NOVEMBRO -
1 a 19 - MISTY FEST @ Lisboa, São Jorge/Lux/CCB (e ainda Porto e Sintra)
Cartaz cheio de nomes bons: Tó Trips & Filho da Mãe & Frankie Chavez, Peter Hook, Celina da Piedade, Osso Vaidoso, B Fachada, Amélia Muge, etc., etc.
4 - THE WALKMEN @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
25€.
15 - OSSO VAIDOSO @ Lisboa, CCB
E ainda Lucas Bora-Bora. 12€.
20 - LULA PENA & MÚ @ Lisboa, Maria Matos
14€ (c/desconto: 7€).
27 - THE BLACK KEYS @ Lisboa, Pavilhão Atlântico
E ainda The Maccabees. 29€ a 39€.
Soube-se hoje que o Bombino vai regressar a Portugal, depois do concerto bombástico no FMM Sines (este ano) e da apresentação em versão mais serena no CCB (ano passado). Bombino vai tocar a 27 de outubro no clube mais africano de Lisboa, o B'Leza, nas suas novas instalações no Cais do Sodré. Por falar em África, e porque aqui ainda não se fez eco disso, outra africana, a linda Rokia Traoré e o charmoso Mário Lúcio têm também regresso marcado para Portugal, mais precisamente ao Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, a 10 e a 21 de outubro, respetivamente.
Eis uma seleção com dedo da casa do que há para ver e ouvir nos próximos meses (e ainda sem conhecermos a programação da ZDB para o outono):
- SETEMBRO -
7 a 9 - FESTA DO AVANTE! @ Seixal, Quinta da Atalaia
Entre outras coisas, vamos ter por lá os Gaiteiros de Lisboa a apresentar o novo "Avis Rara". EP para os três dias: 21€, só até amanhã; depois passa a 32€, havendo ainda preços inferiores para os últimos dias da festa.
14 - BEAK> @ Lisboa, Maria Matos
Kraut rock made in Bristol, com Geoff Barrow, dos Portishead. 15€ (c/desconto: 7,5€)
20 - BLACK DICE @ Lisboa, Musicbox
Os Black Dice evoluíram bastante. Vão por mim. Se estiverem próximos daquilo que mostraram no ATP de Minehead do ano passado, vai ser très, très fort. 10€.
21 - B FACHADA @ Lisboa, Lux
Apresentação do recente "Criôlo", aquele disco que se põe a tocar várias vezes sem parar. 10€.
22 - THE PARKINSONS @ Lisboa, Ritz Clube
10€.
24 - SONNY & THE SUNSETS @ Lisboa, Lounge
Já cá tivemos, por várias vezes, os Black Lips. Já cá tivemos os Strange Boys. E agora vamos ter, finalmente, os Sonny & The Sunsets. E com entrada livre.
28 - B FACHADA @ Porto, Passos Manuel
10€.
29 - HOWE GELB @ Guimarães, CCVF
Regresso do "Codfish Cowboy" a Portugal, para um concerto na Capital da Cultura.
10€.
- OUTUBRO -
4 - UM ZERO AMARELO @ Lisboa, Lounge
Uma das boas notícias deste ano foi a do regresso, pelo menos aos palcos, dos UZA. E Lisboa vai ter o privilégio de os receber, também. Entrada gratuita.
7 - LEONARD COHEN @ Lisboa, Pavilhão Atlântico
Simpatia do Sr. Cohen em aparecer por cá todos os anos. Entre 30 a 85€.
10 - MÁRIO LÚCIO @ Lisboa, Calouste Gulbenkian
16 a 22€.
10 - GAITEIROS DE LISBOA @ Porto, Casa da Música
18€.
13 - JELLO BIAFRA AND THE GUANTANAMO SCHOOL OF MEDICINE @ Corroios, Cine-Teatro do Ginásio
Regresso do Biafra àquela sala de Corroios. Primeiras partes de Gazua e Dalai Lume. 20€.
15 - GAITEIROS DE LISBOA @ Lisboa, Culturgest
18€ (5€ para sub-30).
20 - FAUSTO @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
É sempre um cabo dos trabalhos para meter o homem num palco, tendo ele mesmo chegado a dizer que nunca mais tocaria ao vivo. Oportunidades como esta não se perdem, portanto. 30€ a 60€.
21 - ROKIA TRAORÉ @ Lisboa, Calouste Gulbenkian
16 a 22€.
23 - EMILY JANE WHITE @ Carnaxide, Auditório Ruy de Carvalho
15€.
24 - DEAD CAN DANCE @ Porto, Casa da Música
Ainda o diabo não tinha levantado a mão para esfregar o olho e já os bilhetes tinham todos sido vendidos. Privilégio único para os que vão conseguir lá estar.
26 - BON IVER @ Lisboa, Campo Pequeno
25 a 35€.
26 - PAUS @ Lisboa, CCB
Ainda há dois anos os Paus apresentavam-se à sociedade com uma festa na garagem de ensaio, ali mesmo ao pé do CCB. O tempo corre e tem vindo a correr bem para os Paus, que o merecem. 5 a 15€.
26 a 28 - AMPLIFEST 2012 @ Porto, Hard Club e Passos Manuel
Esta é uma edição para rebentar com tudo. Os godspeed you! black emperor decidiram voltar aos palcos e são o grande chamariz deste festival de peso. Mas ainda há Six Organs of Admittance, Jozef van Wissem, Amenra, Bohren & Der Club of Gore, White Hills e Ufomammut, entre muitos outros que estão por anunciar. 60€ (bilhete único para os três dias).
27 - BOMBINO @ Lisboa, B'Leza
No jardim das Oliveiras, no CCB, apresentou-se sereno. E foi bom. Em Sines, expôs toda a descarga decibélica e hipnotizante de que são capazes as guitarras elétricas do deserto. E foi explosivo. 10€.
- NOVEMBRO -
1 a 19 - MISTY FEST @ Lisboa, São Jorge/Lux/CCB (e ainda Porto e Sintra)
Cartaz cheio de nomes bons: Tó Trips & Filho da Mãe & Frankie Chavez, Peter Hook, Celina da Piedade, Osso Vaidoso, B Fachada, Amélia Muge, etc., etc.
4 - THE WALKMEN @ Lisboa, Coliseu dos Recreios
25€.
15 - OSSO VAIDOSO @ Lisboa, CCB
E ainda Lucas Bora-Bora. 12€.
20 - LULA PENA & MÚ @ Lisboa, Maria Matos
14€ (c/desconto: 7€).
27 - THE BLACK KEYS @ Lisboa, Pavilhão Atlântico
E ainda The Maccabees. 29€ a 39€.
sexta-feira, 31 de agosto de 2012
O humor do Rabih Abouh-Khalil no Maré de Agosto
Acabado de carregar para o youtube:
terça-feira, 28 de agosto de 2012
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Um rescaldo rápido, muito rápido, quase tão rápido quanto o furacão Gordon, de uma passagem pelo Maré de Agosto
A ilha, a de Santa Maria, a mais meridional do arquipélago dos Açores, é pequena. E bonita. Numa tarde, e com carro, percorrem-se facilmente todos os seus belíssimos recantos. Pelo menos, aqueles que estão mais facilmente acessíveis. É pequena, mas neste fim-de-semana de agosto, como o que passou, Santa Maria enche-se de miúdos e graúdos, mais os primeiros, vindos de todo o arquipélago e de um e do outro lado do Atlântico.
É o grande festival da região. E no continente, quando se fala de festivais, frequentemente se ignora que este é o mais antigo dos que ainda se encontram em atividade (e não o de Paredes de Coura). Neste passado fim-de-semana, foi a 28ª edição. Vigésima-oitava. A equipa que o produz tem vindo a ser renovada e hoje a ACMA, Associação Cultural Maré de Agosto, é conduzida por jovens que sabem bem o que fazem, têm gosto pelo que fazem e que recebem como bons açorianos quem vem de fora. Sem tubarões à vista, outros que não os patrocinadores do costume. Adiante. O espetador não o vê, mas este é também o grande festival da região quando se percebe que muito do que ali é montado junto à praia Formosa é proveniente de vários pontos do arquipélago. Desta e daquela ilha aparece, por solidariedade regional, o PA, o palco, o material do backline. Um continental estranha.
A programação não é a mais coerente que por aí se vai vendo. O Maré de Agosto não é um festival de rock, não é um festival de world music, não é um festival de música de dança. Não é um festival para miúdos, não é um festival para graúdos. Tem um pouco de tudo, sem grandes preocupações na linha com que as diferentes partes da noite são cosidas. Ter o Hamilton de Holanda com o choro irrepreensivelmente a ser arrancado ao seu bandolim e acompanhado por um harpista colombiano seguido de uma popstar com o Charlie Winston ou, depois, o grupo incrível do libanês Rabih Abou-Khalil pisar o mesmo palco que os Crystal Fighters, lança quem sabe ao que vai, ou quem está habituado a outros enquadramentos, num mar de dúvidas. Mas a verdade é que esta miscelânea esquisita acaba por chegar a bom porto quando se percebe que aquela miudagem que enche o morro frontal à praia aprecia o que vai vendo, mesmo quando pouco ou nada conhece de um cartaz que, felizmente, não resvalou para o facilitismo do mainstream. Assim, vale a pena.
As condições para o público, que varia entre os dois ou os quatro milhares de pessoas, salvo erro, são boas, as bebidas não são caras e não obrigam a grandes filas de espera, durante o dia há praia de água quente como sopa, as próprias bandas sentem-se privilegiadas por estarem a tocar numa ilha tão bela. Que mais se pode querer? Venham mais marés e menos furacões. E sem tubarões. Só cachalotes.
É o grande festival da região. E no continente, quando se fala de festivais, frequentemente se ignora que este é o mais antigo dos que ainda se encontram em atividade (e não o de Paredes de Coura). Neste passado fim-de-semana, foi a 28ª edição. Vigésima-oitava. A equipa que o produz tem vindo a ser renovada e hoje a ACMA, Associação Cultural Maré de Agosto, é conduzida por jovens que sabem bem o que fazem, têm gosto pelo que fazem e que recebem como bons açorianos quem vem de fora. Sem tubarões à vista, outros que não os patrocinadores do costume. Adiante. O espetador não o vê, mas este é também o grande festival da região quando se percebe que muito do que ali é montado junto à praia Formosa é proveniente de vários pontos do arquipélago. Desta e daquela ilha aparece, por solidariedade regional, o PA, o palco, o material do backline. Um continental estranha.
A programação não é a mais coerente que por aí se vai vendo. O Maré de Agosto não é um festival de rock, não é um festival de world music, não é um festival de música de dança. Não é um festival para miúdos, não é um festival para graúdos. Tem um pouco de tudo, sem grandes preocupações na linha com que as diferentes partes da noite são cosidas. Ter o Hamilton de Holanda com o choro irrepreensivelmente a ser arrancado ao seu bandolim e acompanhado por um harpista colombiano seguido de uma popstar com o Charlie Winston ou, depois, o grupo incrível do libanês Rabih Abou-Khalil pisar o mesmo palco que os Crystal Fighters, lança quem sabe ao que vai, ou quem está habituado a outros enquadramentos, num mar de dúvidas. Mas a verdade é que esta miscelânea esquisita acaba por chegar a bom porto quando se percebe que aquela miudagem que enche o morro frontal à praia aprecia o que vai vendo, mesmo quando pouco ou nada conhece de um cartaz que, felizmente, não resvalou para o facilitismo do mainstream. Assim, vale a pena.
As condições para o público, que varia entre os dois ou os quatro milhares de pessoas, salvo erro, são boas, as bebidas não são caras e não obrigam a grandes filas de espera, durante o dia há praia de água quente como sopa, as próprias bandas sentem-se privilegiadas por estarem a tocar numa ilha tão bela. Que mais se pode querer? Venham mais marés e menos furacões. E sem tubarões. Só cachalotes.
terça-feira, 21 de agosto de 2012
Agora também concertos completos num youtube perto de si
Já se tornou coisa quase corriqueira apanhar filmes completos no youtube. Pelo menos, os filmes de culto antigos, em relação aos quais já não há quem se levante a reclamar propriedade de direitos. O mesmo anda a passar-se na música. A vaga de concertos e home videos que surgiu em VHS nos anos 80 e 90 tem vindo a aparecer no youtube. É só pôr o motor de pesquisa a funcionar e ligar as colunas.
Por curiosidade, andei à procura daquilo que tinha em cassettes de VHS nessa altura. Eis uma seleção:
BAUHAUS "Shadow of Light" link
BIRTHDAY PARTY "Pleasure Heads Must Burn" link (este foge à regra: está dividido em partes)
BRIAN ENO "Imaginary Landscapes" link
BUTTHOLE SURFERS "Blind Eye Sees All" link
THE CULT "Dreamtime Live at the Lyceum" link
CURRENT 93 "Since Yesterday" link
DAVID BOWIE "Serious Moonlight" link
DEAD KENNEDYS "Live in San Francisco" link
THE DOORS "Live at the Hollywood Bowl" link
EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN "Liebeslieder" link (por partes)
JOY DIVISION "Here Are the Young Men" link
JOHN CALE AND LOU REED "Songs for Drella" link
MINISTRY "In Case You Didn't Feel Like Showing Up" link
NEIL YOUNG... bah, ainda não se encontra nenhum dos VHS online.
NIRVANA "Live and Loud on MTV" link
PJ HARVEY "Reeling with PJ Harvey" link (por partes)
THE POGUES "Live at the Town & Country Club" link (por partes)
REVOLTING COCKS "You Goddamned Son of a Bitch" link (por partes)
SEPULTURA "Under Siege" link
SIOUXSIE AND THE BANSHEES "Nocturne" link
THE SISTERS OF MERCY "Wake" link
THE SMITHS "Live in Madrid" link
TEST DEPARTMENT "Program for Progress" link
TOM WAITS "Big Time" link
Há, ainda assim, alguns nomes que faltam, principalmente entre aqueles que ainda representam negócio significativo para quem quer que seja. E é ainda lamentavelmente notada a ausência do "1991 - The Year that Punk Broke".
Por curiosidade, andei à procura daquilo que tinha em cassettes de VHS nessa altura. Eis uma seleção:
BAUHAUS "Shadow of Light" link
BIRTHDAY PARTY "Pleasure Heads Must Burn" link (este foge à regra: está dividido em partes)
BRIAN ENO "Imaginary Landscapes" link
BUTTHOLE SURFERS "Blind Eye Sees All" link
THE CULT "Dreamtime Live at the Lyceum" link
CURRENT 93 "Since Yesterday" link
DAVID BOWIE "Serious Moonlight" link
DEAD KENNEDYS "Live in San Francisco" link
THE DOORS "Live at the Hollywood Bowl" link
EINSTÜRZENDE NEUBAUTEN "Liebeslieder" link (por partes)
JOY DIVISION "Here Are the Young Men" link
JOHN CALE AND LOU REED "Songs for Drella" link
MINISTRY "In Case You Didn't Feel Like Showing Up" link
NEIL YOUNG... bah, ainda não se encontra nenhum dos VHS online.
NIRVANA "Live and Loud on MTV" link
PJ HARVEY "Reeling with PJ Harvey" link (por partes)
THE POGUES "Live at the Town & Country Club" link (por partes)
REVOLTING COCKS "You Goddamned Son of a Bitch" link (por partes)
SEPULTURA "Under Siege" link
SIOUXSIE AND THE BANSHEES "Nocturne" link
THE SISTERS OF MERCY "Wake" link
THE SMITHS "Live in Madrid" link
TEST DEPARTMENT "Program for Progress" link
TOM WAITS "Big Time" link
Há, ainda assim, alguns nomes que faltam, principalmente entre aqueles que ainda representam negócio significativo para quem quer que seja. E é ainda lamentavelmente notada a ausência do "1991 - The Year that Punk Broke".
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
Mil pássaros na mão
"Ascent", o novo álbum de Six Organs of Admittance sai dia 21 deste mês. Eis "One Thousand Birds", o primeiro rock d'oeuvre a aparecer por aí para degustação:
terça-feira, 7 de agosto de 2012
Cinema no terraço em agosto
Este mês de agosto volta a contar com cinema no terraço da ZDB às quartas-feiras. A entrada é livre para sócios (os restantes cidadãos livres pagam dois euros) e os filmes começam a ser projetados às 22h de cada quarta-feira. Eis a programação (informação detalhada aqui):
8 - "Half Japanese – The band that would be king", de Jeff Feuerzeig
15 - "Instrument: Fugazi document", de Jem Cohen e Fugazi
22 - "We Jam Econo – The Story of the Minutemen", de Tim Irwin
29 - "The Decline of the Western Civilization", de Penelope Spheeris
8 - "Half Japanese – The band that would be king", de Jeff Feuerzeig
15 - "Instrument: Fugazi document", de Jem Cohen e Fugazi
22 - "We Jam Econo – The Story of the Minutemen", de Tim Irwin
29 - "The Decline of the Western Civilization", de Penelope Spheeris
Foi você que pediu o regresso de Um Zero Amarelo?
Pois então, depois do concerto em Guimarães, por ocasião da programação da Capital da Cultura, eis que Lisboa também vai ter direito a regalar-se com o regresso de um dos grupos minhotos mais adoráveis de sempre. Os Um Zero Amarelo vão ao Lounge no dia 4 de outubro!
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Breves memórias do FMM 2012: África e GNR
Regressado a Lisboa para uma breve escala antes de mais uma semana de férias, deixo aqui algumas das memórias a reter em mais um FMM que terminou. Talvez por desígnio do circuito de digressões dos grupos, este foi um FMM com lanças apontadas especialmente a África:
A Oumou e o Béla
Béla Fleck toca no banjo, acústico ou elétrico, como mais ninguém, aqui intrometendo-se na música do Mali e entregando ao seu instrumento, na maior parte das vezes, o pepel que a kora tradicionalmente assume nestas paragens da música africana, enquanto Oumou Sangaré domina o palco mostrando por que é uma das maiores divas da atualidade. É qualidade de sobra para um único projeto. Como se não bastasse, no grupo viajam ainda o baixista senegalês Alioune Wade -- de tal forma fluente na sua disciplina que quase faz esquecer o habitual companheiro de Fleck neste papel, o incrível Victor Wooten -- e o baterista Will Calhoun, dos Living Colour.
Fatoumata Diawara, a linda
Começou como Rokia Traoré, sua compatriota, no primeiro dos seus dois concertos em Sines. Calma, serena, intimista. Acabou como Rokia no segundo. Explosiva, festiva, imparável. Fatoumata Diawara, provavelmente a mulher mais bonita que alguma vez pisou o palco do castelo de Sines, foi a grande revelação deste ano.
Dhafer Youssef e o quarteto do mundo
Dhafer Youssef pode não ser o mais exímio dos intérpretes de alaúde -- e nesse campo, até já ali tínhamos visto, dias antes, o prodigioso Bassam Saba, com o seu Al-Madar -- mas se aliarmos a essa capacidade o seu arrepiante domínio da voz, fazendo lembrar Milton Nascimento do inicio, mas com técnica imensuravelmente melhor, e a forma como o quarteto se entende nos diversos diálogos que se vão construindo ao longo do espetáculo, percebemos um pouco da magia, dos sorrisos de alegria na plateia, do sorriso que Youssef levou para fora do palco. Foi talvez o melhor episódio deste FMM.
Masekela, o génio de palco
Já anda pelos setentas e afirma-se como músico desde os 5. Todos estes anos de digressões, discos, experiências bem sucedidas por África e pelos EUA, fizeram dele a maior lenda viva da música africana. E é ali no palco que ele o prova. Não só mantém intacta toda a sua capacidade técnica instrumental e vocal, como sabe como poucos como se dirigir a uma audiência, mesmo que seja para a “picar”.
Outros destaques
Há que guardar, uma vez mais, memória dos L’Enfance Rouge, que talvez nunca tenham tido na sua vida um palco tão grande como o do castelo de Sines e que estiveram irrepreensíveis nesta primeira apresentação do projeto com o tunisino Lofti Bouchnak, ele que se mostrou bastante divertido com a experiência de partilhar o palco com o power trio sónico e o pequeno ensemble magrebino.
Há que falar também no Bombino, que no primeiro dia do festival, levou a festa dos blues a todos os que ali estavam, num formato intenso e marcadamente hipnótico, muito diferente daquele que apresentou no ano passado, em Lisboa. O pobre do Otis Taylor, que tocou imediatamente antes, terá inventado “trance-blues”. Talvez tenha ficado envergonhado ao ouvir o trance no blues do guitarrista do Níger.
Junte-se ainda os Staff Benda Bilili, que regressaram àquele palco apenas dois anos depois, por força do cancelamento do concerto de Gurrumul. Houve festa rija, claro, ainda que pudesse ter ajudado ter havido um maior distanciamento face ao anterior concerto dos congoleses.
Mais destaques breves: Marc Ribot esteve impecável, tanto enquanto convidado dos Dead Combo, como na direção dos Cubanos Postizos. Diabo a Sete foi uma excelente revelação para este escriba (ao contrário dos Uxu “Absoluta Desilusão” Kalhus, que agora se perdem num hard rock sem qualquer tipo de piada). A nova banda do Lirinha deixa muito a desejar, mas os poemas do brasileiro continuam a ser explosivos. Os Osso Vaidoso são uma das melhores coisas a terem acontecido à música feita por cá nos últimos anos.
Pela lei e pela grei, dizem eles
A Guarda Nacional Republicana apareceu este ano com intenções de estragar a festa. Chegou mesmo a fechá-la quando irrompeu pelos bastidores do palco secundário, junto ao rochedo do Pontal, tendo alegadamente dado voz ao tradicional “acabam a bem ou acabam a mal?”. Mas este triste desfecho não foi o pior. O corpo de segurança pública que na sua insígnia carrega, sem que realmente se entenda porquê, a expressão “pela grei”, fez tudo o que esteve ao seu alcance ao longo de duas semanas para incomodar esse mesmo povo que pretendia estar ali no clima de festa que sempre foi próprio do FMM, ora com mega-operações à entrada da cidade, onde cães farejavam viaturas individuais e autocarros, ora com a barraca preta ao estilo de confessionário à porta do castelo para onde enfiavam o espetador que apresentasse “pinta” que não lhes agradasse, ora com a presença constante, em estilo de ameaça contida, nas imediações dos dois palcos. Como se nestas duas semanas se concentrassem em Sines os piores malfeitores do mundo. Triste e vergonhoso. Nestes dias que se seguem, é a vez do Boom. 1500 militares destacados para Idanha-a-Nova, dizem as notícias. Mil e quinhentos.
A Oumou e o Béla
Béla Fleck toca no banjo, acústico ou elétrico, como mais ninguém, aqui intrometendo-se na música do Mali e entregando ao seu instrumento, na maior parte das vezes, o pepel que a kora tradicionalmente assume nestas paragens da música africana, enquanto Oumou Sangaré domina o palco mostrando por que é uma das maiores divas da atualidade. É qualidade de sobra para um único projeto. Como se não bastasse, no grupo viajam ainda o baixista senegalês Alioune Wade -- de tal forma fluente na sua disciplina que quase faz esquecer o habitual companheiro de Fleck neste papel, o incrível Victor Wooten -- e o baterista Will Calhoun, dos Living Colour.
Fatoumata Diawara, a linda
Começou como Rokia Traoré, sua compatriota, no primeiro dos seus dois concertos em Sines. Calma, serena, intimista. Acabou como Rokia no segundo. Explosiva, festiva, imparável. Fatoumata Diawara, provavelmente a mulher mais bonita que alguma vez pisou o palco do castelo de Sines, foi a grande revelação deste ano.
Dhafer Youssef e o quarteto do mundo
Dhafer Youssef pode não ser o mais exímio dos intérpretes de alaúde -- e nesse campo, até já ali tínhamos visto, dias antes, o prodigioso Bassam Saba, com o seu Al-Madar -- mas se aliarmos a essa capacidade o seu arrepiante domínio da voz, fazendo lembrar Milton Nascimento do inicio, mas com técnica imensuravelmente melhor, e a forma como o quarteto se entende nos diversos diálogos que se vão construindo ao longo do espetáculo, percebemos um pouco da magia, dos sorrisos de alegria na plateia, do sorriso que Youssef levou para fora do palco. Foi talvez o melhor episódio deste FMM.
Masekela, o génio de palco
Já anda pelos setentas e afirma-se como músico desde os 5. Todos estes anos de digressões, discos, experiências bem sucedidas por África e pelos EUA, fizeram dele a maior lenda viva da música africana. E é ali no palco que ele o prova. Não só mantém intacta toda a sua capacidade técnica instrumental e vocal, como sabe como poucos como se dirigir a uma audiência, mesmo que seja para a “picar”.
Outros destaques
Há que guardar, uma vez mais, memória dos L’Enfance Rouge, que talvez nunca tenham tido na sua vida um palco tão grande como o do castelo de Sines e que estiveram irrepreensíveis nesta primeira apresentação do projeto com o tunisino Lofti Bouchnak, ele que se mostrou bastante divertido com a experiência de partilhar o palco com o power trio sónico e o pequeno ensemble magrebino.
Há que falar também no Bombino, que no primeiro dia do festival, levou a festa dos blues a todos os que ali estavam, num formato intenso e marcadamente hipnótico, muito diferente daquele que apresentou no ano passado, em Lisboa. O pobre do Otis Taylor, que tocou imediatamente antes, terá inventado “trance-blues”. Talvez tenha ficado envergonhado ao ouvir o trance no blues do guitarrista do Níger.
Junte-se ainda os Staff Benda Bilili, que regressaram àquele palco apenas dois anos depois, por força do cancelamento do concerto de Gurrumul. Houve festa rija, claro, ainda que pudesse ter ajudado ter havido um maior distanciamento face ao anterior concerto dos congoleses.
Mais destaques breves: Marc Ribot esteve impecável, tanto enquanto convidado dos Dead Combo, como na direção dos Cubanos Postizos. Diabo a Sete foi uma excelente revelação para este escriba (ao contrário dos Uxu “Absoluta Desilusão” Kalhus, que agora se perdem num hard rock sem qualquer tipo de piada). A nova banda do Lirinha deixa muito a desejar, mas os poemas do brasileiro continuam a ser explosivos. Os Osso Vaidoso são uma das melhores coisas a terem acontecido à música feita por cá nos últimos anos.
Pela lei e pela grei, dizem eles
A Guarda Nacional Republicana apareceu este ano com intenções de estragar a festa. Chegou mesmo a fechá-la quando irrompeu pelos bastidores do palco secundário, junto ao rochedo do Pontal, tendo alegadamente dado voz ao tradicional “acabam a bem ou acabam a mal?”. Mas este triste desfecho não foi o pior. O corpo de segurança pública que na sua insígnia carrega, sem que realmente se entenda porquê, a expressão “pela grei”, fez tudo o que esteve ao seu alcance ao longo de duas semanas para incomodar esse mesmo povo que pretendia estar ali no clima de festa que sempre foi próprio do FMM, ora com mega-operações à entrada da cidade, onde cães farejavam viaturas individuais e autocarros, ora com a barraca preta ao estilo de confessionário à porta do castelo para onde enfiavam o espetador que apresentasse “pinta” que não lhes agradasse, ora com a presença constante, em estilo de ameaça contida, nas imediações dos dois palcos. Como se nestas duas semanas se concentrassem em Sines os piores malfeitores do mundo. Triste e vergonhoso. Nestes dias que se seguem, é a vez do Boom. 1500 militares destacados para Idanha-a-Nova, dizem as notícias. Mil e quinhentos.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
20 concertos a não perder no FMM
Por ordem cronológica:
WAZIMBO
(Moçambique)
Dia 19 (quinta-feira), 21h45 - Castelo
Oportunidade para ouvir a voz da mítica Orquestra Marrabenta Star de Moçambique.
OTIS TAYLOR BAND
(EUA)
Dia 19 (quinta-feira), 23h15 - Castelo
Venha o blues de palco grande, para a festa!
BOMBINO
(Níger/Povo Tuaregue)
Dia 19 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
E logo a seguir o melhor do blues do deserto. Quem esteve no Jardim das Oliveiras, no ano passado, não vai perder.
AL MADAR
(Líbano/EUA)
Dia 20 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
Primeiro episódio da Nova Iorque multicultural neste FMM 2012, com a baterista April Centrone e o violinista Timba Harris a regressarem ao palco do castelo, depois dos Secret Chiefs no ano passado, agora neste projeto de raízes árabes centrado na figura do libanês Bassam Saba. Também vão à ZDB, já amanhã, quarta-feira.
L'ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK
(França/Itália/Tunísia)
Dia 20 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Um dos mais energéticos trios de rock dos últimos tempos volta a Sines, agora com direito a toda a magia do castelo e com um novo convidado tunisino, o cantor Lofti Bouchnak. Da outra vez que os L'ER trouxeram tunisinos, foi um fim de noite arrasador. O trio vai andar pelo país (Portalegre, Lisboa, Milhões de Festa), mas a apresentação com os músicos tunisinos é exclusiva do FMM.
DEAD COMBO & MARC RIBOT
(Portugal/EUA)
Dia 21 (sábado), 19h00 - Castelo
Sines é fértil em encontros de músicos e de culturas. E este é um dos mais especiais de toda o historial do festival.
OUMOU SANGARÉ & BÉLA FLECK
(Mali/EUA)
Dia 21 (sábado), 21h45 - Castelo
Outro encontro impossível de perder.
MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS
(EUA)
Dia 21 (sábado), 23h15 - Castelo
Mais um episódio da Nova Iorque multicultural. Marc Ribot volta a Sines, com o seu projeto mais famoso. Da outra vez foi tremendo. Agora pode ainda ser melhor.
JESSIKA KENNEY & EYVIND KANG
(EUA)
Dia 24 (terça-feira), 22h00 - Centro de Artes de Sines
Mais Nova Iorque (ou quase), no único concerto marcado para o CAS, numa atmosfera que se pretende mais intimista.
ENSEMBLE NOTTE DELLA TARANTA
(Itália)
Dia 25 (quarta-feira), 22h00 - Castelo
Noite especial com uma orquestra apuliana para fazer a malta dançar a pizzica.
STAFF BENDA BILILI
(RD Coongo)
Dia 26 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
O cancelamento do concerto do aborígene Gurrumul veio precipitar o regresso, passado tão pouco tempo, deste grupo de músicos de Kinshasa, protagonista de um dos melhores momentos do historial do FMM, há dois anos.
KOUYATÉ-NEERMAN
(Mali/França)
Dia 27 (sexta-feira), 20h00 - Pontal
Espécie de encontro entre o balafon do Mali e o vibrafone europeu, acompanhados de uma secção rítmica que parece ter saído do pós-rock ou do jazz-rock. Promete!
DHAFER YOUSSEF
(Tunísia)
Dia 27 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
O alaúde árabe no jazz europeu/escandinavo. Isto vai fazer estremecer as paredes do castelo.
MARI BOINE
(Noruega/Sápmi)
Dia 27 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Finalmente, porra. Mari Boine em Sines!
ZITA SWOON GROUP
(Bélgica/Burkina Faso)
Dia 27 (sexta-feira), 00h45 - Castelo
Também a Stef Kamil Carlens chegou o chamamento de África.
JUJU
(Gâmbia/Inglaterra)
Dia 27 (sexta-feira), 02h30 - Pontal
Mais um encontro Europa-África. Diz-se que o projeto está a funcionar melhor desde que surgiu em Sines pela primeira vez, já lá vão quatro anos.
ORQUESTRA TODOS
(Portugal/...)
Dia 28 (sábado), 18h45 - Castelo
O primeiro concerto da Orquestra Todos, no Largo do Intendente, no passado, foi uma experiência bonita a todos os níveis. O modelo adotado da Orchestra di Piazza Vittorio, é o de pôr em palco músicos residentes em Lisboa e provenientes dos mais diversos cantos e culturas do mundo. Não podia fazer mais sentido em Sines.
HUGH MASEKELA
(África do Sul)
Dia 28 (sábado), 21h45 - Castelo
O nome maior desta edição do FMM. Aos 73 anos, Masekela traz a Portugal um dos trompetes mais iconográficos da história da música africana, do jazz norte-americano e das lutas políticas do seu país.
TONY ALLEN FEAT. AMP FIDDLER
(Nigéria)
Dia 28 (sábado), 23h15 - Castelo
Agora, no castelo, a oportunidade para o Tony Allen se refazer, na companhia de Amp Fiddler (antigo companheiro de estrada de George Clinton), da fraca prestação de há anos, junto à praia. A secção de metais tem marca local: é constituída pelos professores da Escola de Artes de Sines. E deverá ser a primeira vez que se verá uma keytar (a de Amp Fiddler) em Sines.
LIRINHA
(Brasil)
Dia 28 (sábado), 02h30 - Pontal
Há seis anos, deixou o castelo de Sines semi-destruído na companhia dos já míticos Cordel do Fogo Encantado. Veio depois a separação e só agora José Paes de Lira volta aos palcos de música, a solo, apresentando um disco menos tribal, mais rock, mais eletrónica, a mesma carga emocional. Vai ser um encerramento bonito para o FMM 2012.
WAZIMBO
(Moçambique)
Dia 19 (quinta-feira), 21h45 - Castelo
Oportunidade para ouvir a voz da mítica Orquestra Marrabenta Star de Moçambique.
OTIS TAYLOR BAND
(EUA)
Dia 19 (quinta-feira), 23h15 - Castelo
Venha o blues de palco grande, para a festa!
BOMBINO
(Níger/Povo Tuaregue)
Dia 19 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
E logo a seguir o melhor do blues do deserto. Quem esteve no Jardim das Oliveiras, no ano passado, não vai perder.
AL MADAR
(Líbano/EUA)
Dia 20 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
Primeiro episódio da Nova Iorque multicultural neste FMM 2012, com a baterista April Centrone e o violinista Timba Harris a regressarem ao palco do castelo, depois dos Secret Chiefs no ano passado, agora neste projeto de raízes árabes centrado na figura do libanês Bassam Saba. Também vão à ZDB, já amanhã, quarta-feira.
L'ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK
(França/Itália/Tunísia)
Dia 20 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Um dos mais energéticos trios de rock dos últimos tempos volta a Sines, agora com direito a toda a magia do castelo e com um novo convidado tunisino, o cantor Lofti Bouchnak. Da outra vez que os L'ER trouxeram tunisinos, foi um fim de noite arrasador. O trio vai andar pelo país (Portalegre, Lisboa, Milhões de Festa), mas a apresentação com os músicos tunisinos é exclusiva do FMM.
DEAD COMBO & MARC RIBOT
(Portugal/EUA)
Dia 21 (sábado), 19h00 - Castelo
Sines é fértil em encontros de músicos e de culturas. E este é um dos mais especiais de toda o historial do festival.
OUMOU SANGARÉ & BÉLA FLECK
(Mali/EUA)
Dia 21 (sábado), 21h45 - Castelo
Outro encontro impossível de perder.
MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS
(EUA)
Dia 21 (sábado), 23h15 - Castelo
Mais um episódio da Nova Iorque multicultural. Marc Ribot volta a Sines, com o seu projeto mais famoso. Da outra vez foi tremendo. Agora pode ainda ser melhor.
JESSIKA KENNEY & EYVIND KANG
(EUA)
Dia 24 (terça-feira), 22h00 - Centro de Artes de Sines
Mais Nova Iorque (ou quase), no único concerto marcado para o CAS, numa atmosfera que se pretende mais intimista.
ENSEMBLE NOTTE DELLA TARANTA
(Itália)
Dia 25 (quarta-feira), 22h00 - Castelo
Noite especial com uma orquestra apuliana para fazer a malta dançar a pizzica.
STAFF BENDA BILILI
(RD Coongo)
Dia 26 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
O cancelamento do concerto do aborígene Gurrumul veio precipitar o regresso, passado tão pouco tempo, deste grupo de músicos de Kinshasa, protagonista de um dos melhores momentos do historial do FMM, há dois anos.
KOUYATÉ-NEERMAN
(Mali/França)
Dia 27 (sexta-feira), 20h00 - Pontal
Espécie de encontro entre o balafon do Mali e o vibrafone europeu, acompanhados de uma secção rítmica que parece ter saído do pós-rock ou do jazz-rock. Promete!
DHAFER YOUSSEF
(Tunísia)
Dia 27 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
O alaúde árabe no jazz europeu/escandinavo. Isto vai fazer estremecer as paredes do castelo.
MARI BOINE
(Noruega/Sápmi)
Dia 27 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Finalmente, porra. Mari Boine em Sines!
ZITA SWOON GROUP
(Bélgica/Burkina Faso)
Dia 27 (sexta-feira), 00h45 - Castelo
Também a Stef Kamil Carlens chegou o chamamento de África.
JUJU
(Gâmbia/Inglaterra)
Dia 27 (sexta-feira), 02h30 - Pontal
Mais um encontro Europa-África. Diz-se que o projeto está a funcionar melhor desde que surgiu em Sines pela primeira vez, já lá vão quatro anos.
ORQUESTRA TODOS
(Portugal/...)
Dia 28 (sábado), 18h45 - Castelo
O primeiro concerto da Orquestra Todos, no Largo do Intendente, no passado, foi uma experiência bonita a todos os níveis. O modelo adotado da Orchestra di Piazza Vittorio, é o de pôr em palco músicos residentes em Lisboa e provenientes dos mais diversos cantos e culturas do mundo. Não podia fazer mais sentido em Sines.
HUGH MASEKELA
(África do Sul)
Dia 28 (sábado), 21h45 - Castelo
O nome maior desta edição do FMM. Aos 73 anos, Masekela traz a Portugal um dos trompetes mais iconográficos da história da música africana, do jazz norte-americano e das lutas políticas do seu país.
TONY ALLEN FEAT. AMP FIDDLER
(Nigéria)
Dia 28 (sábado), 23h15 - Castelo
Agora, no castelo, a oportunidade para o Tony Allen se refazer, na companhia de Amp Fiddler (antigo companheiro de estrada de George Clinton), da fraca prestação de há anos, junto à praia. A secção de metais tem marca local: é constituída pelos professores da Escola de Artes de Sines. E deverá ser a primeira vez que se verá uma keytar (a de Amp Fiddler) em Sines.
LIRINHA
(Brasil)
Dia 28 (sábado), 02h30 - Pontal
Há seis anos, deixou o castelo de Sines semi-destruído na companhia dos já míticos Cordel do Fogo Encantado. Veio depois a separação e só agora José Paes de Lira volta aos palcos de música, a solo, apresentando um disco menos tribal, mais rock, mais eletrónica, a mesma carga emocional. Vai ser um encerramento bonito para o FMM 2012.
terça-feira, 17 de julho de 2012
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Entrevista ao sr. FMM, parte 7
(Continuação da entrevista ao diretor artístico e de produção do FMM Sines, Carlos Seixas)
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5 | Parte 6
7. Falemos então da edição deste ano. Quais são, para o programador do FMM, os principais destaques destes dois fins-de-semana de música?
Vítor, seria a última pessoa a quem poderias fazer uma pergunta destas! Mas, que fazer? Respondo sob protesto. Para mim não há destaques! O FMM funciona como um todo. Respondo-te de outro modo, sobre a 14ª, sem respeitar datas ou radiografar competências. Vou mais pelas emoções!
Como já tens notícia, o Gurrumul está doente e cancelou a digressão europeia. Estou desolado porque era para mim um dos concertos de maior expectativa. E não por ser estreia, mas porque gosto tanto daquelas canções, a voz emotiva, brilhante, apetece-me dizer a face identitária atual do povo aborígene! Tão maltratado e tão longe de nós.
Os blues americanos. E há tanto tempo que não vinham cá! Logo com o senhor Otis Taylor. Conheci-o, e ao dizer conhecer digo a sua música, alguns anos atrás através de um amigo que não me disse nada... Só me ofereceu um disco – "White African” – e logo ali me interroguei: como é que das montanhas rochosas me aparece este homem branco conhecedor da cultura afroamericana, inovador, multi-instrumentista, respeitado no meio como poucos, autêntico!
Hugh Masekela. Tantos anos a querer que ele viesse e sempre algum obstáculo, por vezes digressões fora de época, outras por negociações adiadas! Mas sempre a vontade presente de ver esta personagem lendária no palco do castelo. E de repente, outubro passado em Copenhaga, um encontro de minutos com o senhor Hugh Ramopolo Masekela. Sorrisos, um abraço, duas ou três palavras em português e um sim de convicção, final feliz! Vasco da Gama que se cuide!
Era uma ou a outra! Gosto tanto das duas mas tinha de ter calma como a que tive durante os anos que se passavam sem as poder ver nos palcos FMM. Mari Boine ou June Tabor? A folk na sua dimensão universal. O poder xamânico do joik adiantou-se à antiga "silly sister" de Maddy Prior e aí está para pôr à prova o público no terreiro do castelo. Atenção meus senhores, muita atenção ao voo dos pássaros!
E por falar em pássaros, que bom poder receber mais uma vez a senhora de Wassoulou num encontro que espero memorável com o galáctico do banjo, senhor de todos os grammys! Que felicidade ter o privilégio de ouvir o alaúde e a voz dos tunisinos Dhafer Youssef e Lotfi Bouchnak, do libanês Bassam Saba, este com um trabalho notável com a Orquestra Árabe de Nova Iorque. A vinda de repetentes como a April Centrone e o Timba Harris dos Secret Chiefs 3, do casal nómada François e Chiara de guitarras em punho, do sempre jovem Tony Allen, master drummer of afrobeat...
Que o público apareça em força. Há sempre lugar para mais um! A festa começa já para a semana, são 36 concertos 36, cinema, encontros, praia, peixe ou carne?, ateliês, vai e vem castelo - pontal - centro de artes, ervas de cheiro, compra de discos, olha o Bombino! E a vida é tão curta!
[Ali mais acima, o Carlos Seixas referia-se a isto. Toma cuidado, Vasquinho...]
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5 | Parte 6
7. Falemos então da edição deste ano. Quais são, para o programador do FMM, os principais destaques destes dois fins-de-semana de música?
Vítor, seria a última pessoa a quem poderias fazer uma pergunta destas! Mas, que fazer? Respondo sob protesto. Para mim não há destaques! O FMM funciona como um todo. Respondo-te de outro modo, sobre a 14ª, sem respeitar datas ou radiografar competências. Vou mais pelas emoções!
Como já tens notícia, o Gurrumul está doente e cancelou a digressão europeia. Estou desolado porque era para mim um dos concertos de maior expectativa. E não por ser estreia, mas porque gosto tanto daquelas canções, a voz emotiva, brilhante, apetece-me dizer a face identitária atual do povo aborígene! Tão maltratado e tão longe de nós.
Os blues americanos. E há tanto tempo que não vinham cá! Logo com o senhor Otis Taylor. Conheci-o, e ao dizer conhecer digo a sua música, alguns anos atrás através de um amigo que não me disse nada... Só me ofereceu um disco – "White African” – e logo ali me interroguei: como é que das montanhas rochosas me aparece este homem branco conhecedor da cultura afroamericana, inovador, multi-instrumentista, respeitado no meio como poucos, autêntico!
Hugh Masekela. Tantos anos a querer que ele viesse e sempre algum obstáculo, por vezes digressões fora de época, outras por negociações adiadas! Mas sempre a vontade presente de ver esta personagem lendária no palco do castelo. E de repente, outubro passado em Copenhaga, um encontro de minutos com o senhor Hugh Ramopolo Masekela. Sorrisos, um abraço, duas ou três palavras em português e um sim de convicção, final feliz! Vasco da Gama que se cuide!
Era uma ou a outra! Gosto tanto das duas mas tinha de ter calma como a que tive durante os anos que se passavam sem as poder ver nos palcos FMM. Mari Boine ou June Tabor? A folk na sua dimensão universal. O poder xamânico do joik adiantou-se à antiga "silly sister" de Maddy Prior e aí está para pôr à prova o público no terreiro do castelo. Atenção meus senhores, muita atenção ao voo dos pássaros!
E por falar em pássaros, que bom poder receber mais uma vez a senhora de Wassoulou num encontro que espero memorável com o galáctico do banjo, senhor de todos os grammys! Que felicidade ter o privilégio de ouvir o alaúde e a voz dos tunisinos Dhafer Youssef e Lotfi Bouchnak, do libanês Bassam Saba, este com um trabalho notável com a Orquestra Árabe de Nova Iorque. A vinda de repetentes como a April Centrone e o Timba Harris dos Secret Chiefs 3, do casal nómada François e Chiara de guitarras em punho, do sempre jovem Tony Allen, master drummer of afrobeat...
Que o público apareça em força. Há sempre lugar para mais um! A festa começa já para a semana, são 36 concertos 36, cinema, encontros, praia, peixe ou carne?, ateliês, vai e vem castelo - pontal - centro de artes, ervas de cheiro, compra de discos, olha o Bombino! E a vida é tão curta!
[Ali mais acima, o Carlos Seixas referia-se a isto. Toma cuidado, Vasquinho...]
L'Enfance Rouge também em Lisboa
Parecia que já não havia interesse dos promotores lisboetas em voltar a ter por cá uma das bandas mais explosivas dos últimos tempos, mas eis que afinal não é de todo assim.
Os L'Enfance Rouge, que vão passar por Sines com o novo projeto em que se juntam ao tunisino Lofti Bouchnak (20 de julho), e, já em formato de trio, pelo Milhões de Festa (22 de julho), vão também aproveitar a passagem por Portugal para tocarem em Lisboa. Vai também ser no formato de trio e precisamente entre aquelas duas datas, ou seja, 21 de julho. A sala que os acolhe é o Clube Ferroviário e a primeira parte vai estar a cargo dos dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, que através da sua Associação Terapêutica do Ruído, promovem o concerto. A entrada custa seis euros, com direito a duas imperiais ou uma bebida branca.
ATUALIZAÇÃO: Os L'ER vão também passar por Portalegre, no Centro de Artes do Espetáculo, no dia 18.
Os L'Enfance Rouge, que vão passar por Sines com o novo projeto em que se juntam ao tunisino Lofti Bouchnak (20 de julho), e, já em formato de trio, pelo Milhões de Festa (22 de julho), vão também aproveitar a passagem por Portugal para tocarem em Lisboa. Vai também ser no formato de trio e precisamente entre aquelas duas datas, ou seja, 21 de julho. A sala que os acolhe é o Clube Ferroviário e a primeira parte vai estar a cargo dos dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS, que através da sua Associação Terapêutica do Ruído, promovem o concerto. A entrada custa seis euros, com direito a duas imperiais ou uma bebida branca.
ATUALIZAÇÃO: Os L'ER vão também passar por Portalegre, no Centro de Artes do Espetáculo, no dia 18.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
E o que se ouve hoje na NPR? O novo de The Very Best!
Chama-se "MTMTMK" -- tem piada, porque ao contrário de "The Very Best", arranjaram agora um título facilmente googlável -- e sai já no dia 16 deste mês. É o novo álbum dos The Very Best e pode ser escutado na íntegra através da NPR. Alguém que dê um prémio de reconhecimento à NPR.
Entrevista ao sr. FMM, parte 6
(Continuação da entrevista ao diretor artístico e de produção do FMM Sines, Carlos Seixas)
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5
6. O FMM tem sido terreno fértil para encontros de artistas, de músicas, de culturas. Este ano, os Dead Combo vão estar em palco com o Marc Ribot. Como surgiu esta colaboração inédita? Que papel jogou o FMM (ou o seu programador) nesta e noutras ocasiões no passado?
A colaboração foi concretizada de uma forma pacífica no princípio do ano em conjunto com os agentes de ambos. Havia o "Lisboa Mulata" e eu tinha acabado de negociar a presença do Marc Ribot com os Cubanos Postizos. Andava desde há anos interessado em apresentar este projeto e, em 2005, na altura dos The Young Philadelphians, falei com o Marc sobre essa intenção. Felizmente que conseguimos este encontro que podemos nomear "em estreia mundial" :)
Sabes que o circuito da música ao vivo relacionado com músicos de outros continentes, sobretudo nos festivais de verão, depende muito das digressões europeias. Embora a oferta seja maioritariamente de "grupos formatados", há sempre a oportunidade de negociar alguns encontros. Com anos de contacto no meio e a confiança estabelecida com agentes, managers e músicos, estas situações começam a ser cada vez mais fáceis de concretizar.
No historial do FMM há exemplos de "encomendas", nem todas de caráter único e exclusivo, mas cozinhadas entre vários cúmplices, onde nós também tivemos a palavra. O caso do Trilok Gurtu com The Misra Brothers, a apresentação da Flat Earth Society com o Jimi Tenor, o David Murray com Pharoah Sanders, Jean-Paul Bourelly meets Melvin Gibbs & Will Calhoun, Cheick Tidiane Seck com Mamani Keita, Tuba Project com Bob Stewart e, para dar mais um exemplo onde entram músicos portugueses, Mandrágora & Special Guests (os Mandrágora estiveram durante um mês na Bretanha a trabalhar com músicos locais e a preparar esta apresentação). E para o ano há já pelo menos dois encontros em preparação! Afinal não é habitual um festival desta natureza, enquanto serviço público cultural, comemorar o 15º aniversário.
Parte 1 | Parte 2 | Parte 3 | Parte 4 | Parte 5
6. O FMM tem sido terreno fértil para encontros de artistas, de músicas, de culturas. Este ano, os Dead Combo vão estar em palco com o Marc Ribot. Como surgiu esta colaboração inédita? Que papel jogou o FMM (ou o seu programador) nesta e noutras ocasiões no passado?
A colaboração foi concretizada de uma forma pacífica no princípio do ano em conjunto com os agentes de ambos. Havia o "Lisboa Mulata" e eu tinha acabado de negociar a presença do Marc Ribot com os Cubanos Postizos. Andava desde há anos interessado em apresentar este projeto e, em 2005, na altura dos The Young Philadelphians, falei com o Marc sobre essa intenção. Felizmente que conseguimos este encontro que podemos nomear "em estreia mundial" :)
Sabes que o circuito da música ao vivo relacionado com músicos de outros continentes, sobretudo nos festivais de verão, depende muito das digressões europeias. Embora a oferta seja maioritariamente de "grupos formatados", há sempre a oportunidade de negociar alguns encontros. Com anos de contacto no meio e a confiança estabelecida com agentes, managers e músicos, estas situações começam a ser cada vez mais fáceis de concretizar.
No historial do FMM há exemplos de "encomendas", nem todas de caráter único e exclusivo, mas cozinhadas entre vários cúmplices, onde nós também tivemos a palavra. O caso do Trilok Gurtu com The Misra Brothers, a apresentação da Flat Earth Society com o Jimi Tenor, o David Murray com Pharoah Sanders, Jean-Paul Bourelly meets Melvin Gibbs & Will Calhoun, Cheick Tidiane Seck com Mamani Keita, Tuba Project com Bob Stewart e, para dar mais um exemplo onde entram músicos portugueses, Mandrágora & Special Guests (os Mandrágora estiveram durante um mês na Bretanha a trabalhar com músicos locais e a preparar esta apresentação). E para o ano há já pelo menos dois encontros em preparação! Afinal não é habitual um festival desta natureza, enquanto serviço público cultural, comemorar o 15º aniversário.
terça-feira, 10 de julho de 2012
Saiu hoje o novo do Delicate Steve e isso é motivo de festa por aqui
Por aqui, já sabe quem regularmente espreita estas letras em fundo amarelo, gosta-se muito do Delicate Steve. Muito. E o David Byrne também, porque a Luaka Bop volta a apostar no guitarrista de Nova Jérsei com um segundo álbum, "Positive Force", que sai precisamente hoje. O disco está em escuta na NPR. Já no site do músico pode-se descarregar desde há algum tempo o mp3 do "Afria Talks to You" (assim mesmo, Afria; não é erro).
E ainda há mais gente boa a gostar. Os Akron/Family, os Ra Ra Riot, a Tune-Yards, os Javelin, os Givers, os Wild Belle, o Janka Nabay, os Yeasayer, os Fang Island e os Yellow Ostrich participaram numa ação de marketing inédita (ou perto disso), o "Friendship Stream", divulgando, cada um, uma das faixas do novo disco do amigo Delicate Steve, através das suas páginas no facebook.
Faltam só nove dias para o Milhões
Está aí quase a chegar mais uma edição do Milhões de Festa. Dia 19 começa a maratona de concertos e mergulhos na piscina. Ao final do dia 22 contaremos os sobreviventes. Os bilhetes diários custam 25€ e os passes para o fim-de-semana 45€, sendo que a partir desta próxima quinta-feira aumentam para 52€ e na véspera do festival passam para 60€.
Segue-se a programação completa (via Blitz):
19 de julho
Patuscada
Pedro Santos 02h00
Ana 01h00
Gnod 00h00
The Glockenwise 23h00
Johnny Sem Dente 22h00
Pedro Santos 21h00
Red Bull City Gang
Cálculo 19h30
Aspen 18h30
Käil 17h30
The Glockenwise 16h30
20 de julho
Palco Milhões
Throes + The Shine 00h45
Baroness 23h00
Sensible Soccers 21h30
La La La Ressonance 20h00
Palco Vice
Glam Slam Dance 03h00
Meneo 02h15
Youthless 01h30
Holy Other 00h00
League 22h15
Ra / Löbo 20h45
Palco Piscina
Lovers & Lollypops SS 17h30
ALTO! 16h45
Equations 15h30
Jibóia 14h30
Palco Taina
Savanna 18h00
Burning Man 17h00
New Kind of Mambo 16h00
Tren Go! Soundsystem 15h00
21 de julho
Palco Milhões
Weedeater 01h00
Connan Mockasin 23h15
El Perro Del Mar 21h30
Blues Pills 20h00
Palco Vice
Hoy! 04h45
XXXY 03h30
Publicist 02h45
Ghunagangh 02h00
Gala Drop 00h15
Prinzhorn Dance School 22h30
Lüger 20h45
Palco Piscina
Da Chick (live act) 18h30
Moullinex + Xinobi 17h30
Bro-X 16h45
Revengeance 15h30
Gnod 14h30
Palco Taina
Unicornibot 18h00
Hunted Scriptum 17h00
Was An Outsider 16h00
Jorge Coelho 15h00
22 de julho
Palco Milhões
Red Fang 01h00
Alt-J 23h00
L'Enfance Rouge 21h30
Al-Madar 20h00
Palco Vice
Zombies For Money 03h45
Shangran Electro 02h45
The Discotexas Band 02h00
Black Bombaim / Gnod 00h00
Memória de Peixe 22h15
Riding Pânico 20h45
Palco Piscina
DJ Fitz 18h00
Moon Duo 17h00
Naytronix 15h45
Grup Ses Beats 14h30
Palco Taina
Quartel 469 18h00
Midnight Priest 17h00
Amazonas 16h00
Killimanjaro 15h00
Segue-se a programação completa (via Blitz):
19 de julho
Patuscada
Pedro Santos 02h00
Ana 01h00
Gnod 00h00
The Glockenwise 23h00
Johnny Sem Dente 22h00
Pedro Santos 21h00
Red Bull City Gang
Cálculo 19h30
Aspen 18h30
Käil 17h30
The Glockenwise 16h30
20 de julho
Palco Milhões
Throes + The Shine 00h45
Baroness 23h00
Sensible Soccers 21h30
La La La Ressonance 20h00
Palco Vice
Glam Slam Dance 03h00
Meneo 02h15
Youthless 01h30
Holy Other 00h00
League 22h15
Ra / Löbo 20h45
Palco Piscina
Lovers & Lollypops SS 17h30
ALTO! 16h45
Equations 15h30
Jibóia 14h30
Palco Taina
Savanna 18h00
Burning Man 17h00
New Kind of Mambo 16h00
Tren Go! Soundsystem 15h00
21 de julho
Palco Milhões
Weedeater 01h00
Connan Mockasin 23h15
El Perro Del Mar 21h30
Blues Pills 20h00
Palco Vice
Hoy! 04h45
XXXY 03h30
Publicist 02h45
Ghunagangh 02h00
Gala Drop 00h15
Prinzhorn Dance School 22h30
Lüger 20h45
Palco Piscina
Da Chick (live act) 18h30
Moullinex + Xinobi 17h30
Bro-X 16h45
Revengeance 15h30
Gnod 14h30
Palco Taina
Unicornibot 18h00
Hunted Scriptum 17h00
Was An Outsider 16h00
Jorge Coelho 15h00
22 de julho
Palco Milhões
Red Fang 01h00
Alt-J 23h00
L'Enfance Rouge 21h30
Al-Madar 20h00
Palco Vice
Zombies For Money 03h45
Shangran Electro 02h45
The Discotexas Band 02h00
Black Bombaim / Gnod 00h00
Memória de Peixe 22h15
Riding Pânico 20h45
Palco Piscina
DJ Fitz 18h00
Moon Duo 17h00
Naytronix 15h45
Grup Ses Beats 14h30
Palco Taina
Quartel 469 18h00
Midnight Priest 17h00
Amazonas 16h00
Killimanjaro 15h00
O Tiago Sousa e o povo queixam-se no Maria Matos
Em 2005, os artistas finlandeses Tellervo Kalleinen e Oliver Kochta-Kalleinen montaram o primeiro Complaints Choir em Birmingham, Inglaterra. A ideia, que tem vindo a ser replicada por várias cidades do mundo (vejam aqui), é a de juntar o contributo, ou seja, as queixas dos cidadãos que queiram participar, os quais se podem depois juntar ao coro que, a dia e hora marcados, cantarão para o público em geral. A partir desta ideia, o Teatro Maria Matos encomendou a Tiago Sousa que encabeçasse um projeto semelhante em Lisboa. A apresentação vai decorrer já neste próximo sábado, dia 14, a partir das 20h30, podendo os bilhetes (gratuitos) ser levantados a partir das 15h. Mais informação aqui.
Olha o Joãozinho, perdão, o Lil'John, perdão, o J-Wow, perdão, o Branko na Mad Decent
Branko é o novo "moniker" a solo do Lil'John, dos Buraka Som Sistema. De J-Wow mudou para Branko, para evitar confusões com uma apresentadora da televisão norte-americana com nome semelhante, e já com o novo nome lança este tema pela Mad Decent do Diplo (o que já não era inédito para ele, pois já lá estava como O Dedo -- tantos nomes, caramba).
Os festivais de músicas do mundo de verão, cinco anos depois (uma espécie de obituário)
Em julho de 2008, publicava-se aqui a nota "O Verão dos festivais de músicas do mundo e afins", dando-se conta da "febre" que então havia neste circuito específico de música ao vivo. Cinco anos passaram e algo mais mudou além do verão que o acordo ortográfico remeteu para a categoria das palavras normais. Dos festivais ali indicados, a maior parte ficou pelo caminho. Ora vejamos, começando precisamente pelo lado mau desta história:
Galaicofolia (Esposende) - teve aquela edição de 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí.
Festival Ollin Kan (Vila do Conde/Porto) - A extensão portuguesa do festival mexicano realizou-se de 2008 até ao ano passado. Não existe qualquer indicação que venha a realizar-se este ano.
CCB Fora de Si (Lisboa) - A programação de verão de músicas do mundo do CCB, que já ali trouxe Gilberto Gil, Rabih Abou-Khalil ou Toumani Diabaté, foi cancelada este ano, por alegado corte no financiamento do Turismo de Portugal.
Festival M.U.N.D.O. (Viana do Castelo) - Realizou-se em 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí. Entretanto, Viana passou a ter outro festival de verão, este dedicado às eletrónicas e com mais sucesso, o Neopop.
Ecofest (Odeceixe) - 2007, 2008 e, aparentemente, nada mais.
Músicas do Mar (Póvoa de Varzim) - 2007, 2008 e mais nada.
Vinhais Fest (Vinhais) - 2008 e mais nada.
Arraiais do Mundo (Tavira) - Outro festival da PédeXumbo. Fez-se nesse ano de 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí.
E muitos mais houve que tiveram a sua primeira ou segunda edição naquele ano e que a meio do percurso desapareceram. Outros surgiram, outros mantém-se desde então. Entre novos e velhos que se mantém, o destaque:
MED (Loulé) - Já teve lugar, há dois fins-de-semana. A programação tem vindo a descaracterizar-se cada vez mais e o anúncio do festival chegou tão tardiamente que chegou-se a pensar que já não aconteceria em 2012.
Festim (Águeda / Albergaria-a-Velha / Estarreja / Ovar / Sever do Vouga) - A d'Orfeu conseguiu a programação de vários eventos em cidades do distrito de Aveiro, ao longo dos meses de junho e de julho.
FMM (Sines) - Mantém-se desde 1999 e a 14ª edição começa já para a semana. Decorre de 19 a 28 de julho. Mais informação aqui.
Intercéltico de Sendim (Sendim, Miranda do Douro) - Um dos mais antigos festivais do país continua a marcar presença na agenda de 2012, a 3 e 4 de agosto, com um cartaz humilde mas honesto (parece coisa pouca, mas é algo de que nem todos os festivais mais antigos conseguiram manter até hoje). Mais informação aqui.
Andanças (São Pedro do Sul/Celorico da Beira) - O festival de danças que já se realiza desde 1996 está em... mudanças. Diz a PédeXumbo que procura nova localização. Entretanto, para que as danças não parem este ano, vai haver uma edição especial e condensada de 24 horas, entre os dias 4 e 5 de agosto, em Celorico da Beira (mais informação aqui).
Fatt - Festival de Didgeridoo (Ameixial/Estômbar) - É um pouco diferente de todos os outros, mas também se mantém (e já vai para a 10ª ediçã). Realiza-se a 9 e 11 de agosto. Mais aqui.
Maré de Agosto (Santa Maria, Açores) - Um dos mais antigos - já vai para a 28ª edição. Realiza-se entre 23 e 26 de agosto. Mais informação aqui.
Festa do Avante! (Seixal) - A festa continua, claro. Este ano acontece no fim-de-semana de 7 a 9 de setembro. Mais informação aqui.
Galaicofolia (Esposende) - teve aquela edição de 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí.
Festival Ollin Kan (Vila do Conde/Porto) - A extensão portuguesa do festival mexicano realizou-se de 2008 até ao ano passado. Não existe qualquer indicação que venha a realizar-se este ano.
CCB Fora de Si (Lisboa) - A programação de verão de músicas do mundo do CCB, que já ali trouxe Gilberto Gil, Rabih Abou-Khalil ou Toumani Diabaté, foi cancelada este ano, por alegado corte no financiamento do Turismo de Portugal.
Festival M.U.N.D.O. (Viana do Castelo) - Realizou-se em 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí. Entretanto, Viana passou a ter outro festival de verão, este dedicado às eletrónicas e com mais sucesso, o Neopop.
Ecofest (Odeceixe) - 2007, 2008 e, aparentemente, nada mais.
Músicas do Mar (Póvoa de Varzim) - 2007, 2008 e mais nada.
Vinhais Fest (Vinhais) - 2008 e mais nada.
Arraiais do Mundo (Tavira) - Outro festival da PédeXumbo. Fez-se nesse ano de 2008 e, aparentemente, ficou-se por aí.
E muitos mais houve que tiveram a sua primeira ou segunda edição naquele ano e que a meio do percurso desapareceram. Outros surgiram, outros mantém-se desde então. Entre novos e velhos que se mantém, o destaque:
MED (Loulé) - Já teve lugar, há dois fins-de-semana. A programação tem vindo a descaracterizar-se cada vez mais e o anúncio do festival chegou tão tardiamente que chegou-se a pensar que já não aconteceria em 2012.
Festim (Águeda / Albergaria-a-Velha / Estarreja / Ovar / Sever do Vouga) - A d'Orfeu conseguiu a programação de vários eventos em cidades do distrito de Aveiro, ao longo dos meses de junho e de julho.
FMM (Sines) - Mantém-se desde 1999 e a 14ª edição começa já para a semana. Decorre de 19 a 28 de julho. Mais informação aqui.
Intercéltico de Sendim (Sendim, Miranda do Douro) - Um dos mais antigos festivais do país continua a marcar presença na agenda de 2012, a 3 e 4 de agosto, com um cartaz humilde mas honesto (parece coisa pouca, mas é algo de que nem todos os festivais mais antigos conseguiram manter até hoje). Mais informação aqui.
Andanças (São Pedro do Sul/Celorico da Beira) - O festival de danças que já se realiza desde 1996 está em... mudanças. Diz a PédeXumbo que procura nova localização. Entretanto, para que as danças não parem este ano, vai haver uma edição especial e condensada de 24 horas, entre os dias 4 e 5 de agosto, em Celorico da Beira (mais informação aqui).
Fatt - Festival de Didgeridoo (Ameixial/Estômbar) - É um pouco diferente de todos os outros, mas também se mantém (e já vai para a 10ª ediçã). Realiza-se a 9 e 11 de agosto. Mais aqui.
Maré de Agosto (Santa Maria, Açores) - Um dos mais antigos - já vai para a 28ª edição. Realiza-se entre 23 e 26 de agosto. Mais informação aqui.
Festa do Avante! (Seixal) - A festa continua, claro. Este ano acontece no fim-de-semana de 7 a 9 de setembro. Mais informação aqui.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Detesto world music
"I Hate World Music" é o título de uma crónica de David Byrne a que o diretor do FMM Sines se refere mais abaixo. Foi publicada no New York Times, em 1999. Já passaram quase 13 anos, mas o texto do músico e do dono da Luaka Bop, a editora que nos EUA mais fez por tentar apagar as fronteiras que ainda hoje existem no mapa da música, continua perfeitamente atual. E tanto estas palavras tem para serem lidas com atenção e para serem usadas no confronto com a realidade dos dias de hoje, que o próprio texto vai servir de mote a duas sessões especiais de debate no âmbito das sessões paralelas do FMM, nos dias 24 e 25 de julho, assim organizadas:
24 de julho (terça)
17h30 – Abertura, pela Unipop
18h30 – Mesa-redonda, com Manuel Deniz Silva (musicólogo), JP Simões (músico), Raquel Bulha (jornalista e apresentadora do programa «Planeta 3», da Antena 3), Afonso Cortez (investigador e editor da coletânea Portuguese Nuggets) e Marta Lança (editora e programadora do projeto Buala)
25 de julho (quarta)
17h30 – Assembleia/seminário de discussão do texto «Transpor as fronteiras da música: I hate world music», de David Byrne
Aqui fica a reprodução do texto, também consultável no site do David Byrne:
I HATE WORLD MUSIC
David Byrne
New York Times, 3 de Outubro de 1999
I hate world music. That's probably one of the perverse reasons I have been asked to write about it. The term is a catchall that commonly refers to non-Western music of any and all sorts, popular music, traditional music and even classical music. It's a marketing as well as a pseudomusical term — and a name for a bin in the record store signifying stuff that doesn't belong anywhere else in the store. What's in that bin ranges from the most blatantly commercial music produced by a country, like Hindi film music (the singer Asha Bhosle being the best well known example), to the ultra-sophisticated, super-cosmopolitan art-pop of Brazil (Caetano Veloso, Tom Zé, Carlinhos Brown); from the somewhat bizarre and surreal concept of a former Bulgarian state-run folkloric choir being arranged by classically trained, Soviet-era composers (Le Mystère des Voix Bulgares) to Norteño songs from Texas and northern Mexico glorifying the exploits of drug dealers (Los Tigres del Norte).
Albums by Selena, Ricky Martin and Los Del Rio (the Macarena kings), artists who sell millions of records in the United States alone, are racked next to field recordings of Thai hill tribes. Equating apples and oranges indeed.
So, from a purely democratic standpoint, one in which all music is equal, regardless of sales and slickness of production, this is a musical utopia.
So Why Am I Complaining?
In my experience, the use of the term world music is a way of dismissing artists or their music as irrelevant to one's own life. It's a way of relegating this "thing" into the realm of something exotic and therefore cute, weird but safe, because exotica is beautiful but irrelevant; they are, by definition, not like us. Maybe that's why I hate the term. It groups everything and anything that isn't "us" into "them." This grouping is a convenient way of not seeing a band or artist as a creative individual, albeit from a culture somewhat different from that seen on American television. It's a label for anything at all that is not sung in English or anything that doesn't fit into the Anglo-Western pop universe this year. (So Ricky Martin is allowed out of the world music ghetto — for a while, anyway. Next year, who knows? If he makes a plena record, he might have to go back to the salsa bins and the Latin mom and pop record stores.) It's a none too subtle way of reasserting the hegemony of Western pop culture. It ghettoizes most of the world's music. A bold and audacious move, White Man!
There is some terrific music being made all over the world. In fact, there is more music, in sheer quantity, currently defined as world music, than any other kind. Not just kinds of music, but volume of recordings as well. When we talk about world music we find ourselves talking about 99 percent of the music on this planet. It would be strange to imagine, as many multinational corporations seem to, that Western pop holds the copyright on musical creativity.
No, the fact is, Western pop is the fast food of music, and there is more exciting creative music making going on outside the Western pop tradition than inside it. There is so much incredible noise happening that we'll never exhaust it. For example, there are guitar bands in Africa that can be, if you let them, as inspiring and transporting as any kind of rock, pop, soul, funk or disco you grew up with. And what is exciting for me is that they have taken elements of global (Western?) music apart, examined the pieces to see what might be of use and then re-invented and reassembled the parts to their own ends. Thus creating something entirely new. (Femi Kuti gave a great show the other night that was part Coltrane, part James Brown and all African, just like his daddy, Fela Kuti, the great Nigerian musical mastermind.)
To restrict your listening to English-language pop is like deciding to eat the same meal for the rest of your life. The "no-surprise surprise," as the Holiday Inn advertisement claims, is reassuring, I guess, but lacks kick. As ridiculous as they often sound, the conservative critics of rock-and-roll, and more recently of techno and rave, are not far off the mark. For at it's best, music truly is subversive and dangerous. Thank the gods.
Hearing the right piece of music at the right time of your life can inspire a radical change, destructive personal behavior or even fascist politics. Sometimes all at the same time.
On the other hand, music can inspire love, religious ecstasy, cathartic release, social bonding and a glimpse of another dimension. A sense that there is another time, another space and another, better, universe. It can heal a broken heart, offer a shoulder to cry on and a friend when no one else understands. There are times when you want to be transported, to get your mind around some stuff it never encountered before. And what if the thing transporting you doesn't come from your neighborhood?
Why Bother?
This interest in music not like that made in our own little villages (Dumbarton, Scotland, and Arbutus, Md., in my own case) is not, as it's often claimed, cultural tourism, because once you've let something in, let it grab hold of you, you're forever changed. Of course, you can also listen and remain completely unaffected and unmoved — like a tourist. Your loss. The fact is, after listening to some of this music for a while, it probably won't seem exotic any more, even if you still don't understand all the words. Thinking of things as exotic is only cool when it's your sister, your co-worker or wife; it's sometimes beneficial to exoticize that which has become overly familiar. But in other circumstances, viewing people and cultures as exotic is a distancing mechanism that too often allows for exploitation and racism.
Maybe it's naïve, but I would love to believe that once you grow to love some aspect of a culture — its music, for instance — you can never again think of the people of that culture as less than yourself. I would like to believe that if I am deeply moved by a song originating from some place other than my own hometown, then I have in some way shared an experience with the people of that culture. I have been pleasantly contaminated. I can identify in some small way with it and its people. Not that I will ever experience music exactly the same way as those who make it. I am not Hank Williams, or even Hank Jr., but I can still love his music and be moved by it. Doesn't mean I have to live like him. Or take as many drugs as he did, or, for that matter, as much as the great flamenco singer Cameron de la Isla did.
That's what art does; it communicates the vibe, the feeling, the attitude toward our lives, in a way that is personal and universal at the same time. And we don't have to go through all the personal torment that the artist went through to get it. I would like to think that if you love a piece of music, how can you help but love, or at least respect, the producers of it? On the other hand, I know plenty of racists who love "soul" music, rap and rhthym-and-blues, so dream on, Dave.
The Myth of the Authentic
The issue of "authenticity" is such a weird can of worms. Westerners get obsessed with it. They agonize over which is the "true" music, the real deal. I question the authenticity of some of the new-age ethnofusion music that's out there, but I also know that to rule out everything I personally abhor would be to rule out the possibility of a future miracle. Everybody knows the world has two types of music — my kind and everyone else's. And even my kind ain't always so great.
What is considered authentic today was probably some kind of bastard fusion a few years ago. An all-Japanese salsa orchestra's record (Orquestra de la Luz) was No. 1 on the salsa charts in the United States not long ago. Did the New York salseros care? No, most loved the songs and were frankly amazed. African guitar bands were doing their level best to copy Cuban rumbas, and in their twisted failure thay came up with something new. So let's not make any rules about who can make a specific style of music.
Mr. Juju himself, King Sunny Adé, name-checks the country and western crooner Jim Reeves as an influence. True. Rumor has it that the famous Balinese monkey chant was coordinated and choreographed by a German! The first South African pop record I bought was all tunes with American car race themes — the Indy 500 and the like. With sound effects, too! So let's forget about this authenticity bugaboo. If you are transported by the music, then knowing that the creators had open ears can only add to the enjoyment.
White folks needed to see Leadbelly in prison garb to feel they were getting the real thing. They need to be assured that rappers are "keeping it real," they need their Cuban musicians old and sweet, their Eastern and Asian artists "spiritual." The myths and clichés of national and cultural traits flourish in the marketing of music. There is the myth of the untutored, innocent savant whose rhymes contain funky Zen-like pearls of wisdom — the myth that exotic "traditional" music is more honest, more soulful and more in touch with a people's real and true feelings than the kid wearing jeans and the latest sports gear on Mexican television.
There is a perverse need to see foreign performers in their native dress rather than in the T-shirts and baggies that they usually wear off stage. We don't want them looking too much like us, because then we assume that their music is calculated, marketed, impure. Heaven forbid they should be at least as aware of the larger world as we are. All of which might be true, but more important, their larger awareness might also be relevant to their music, which in turn might connect it to our own lives and situations. Heaven forbid.
La Nueva Generación
In the last couple of years, there have been any number of articles in newspapers and magazines about how Latin music in particular was finally going to become hugely popular in the U.S. of A. Half — yes, half — of the current top 10 singles in Britain, that hot and sweaty country, are sort of Latin, if you count Geri Halliwell's "Mi Chico Latino," and why not? The others are watered-down remakes of Perez Prado's hits from the 50's and 60's. The Buena Vista Social Club record is the No. 1 selling record, in any category, in funky Germany. Les Nubians, a French-African group, is getting played on urban (translate as "black") radio in America. So is this a trend or what? Are these more than summer novelty tunes for anglos? Are we really going to learn to dance, or is this some kind of aberration?
But what about the alterna-Latino bands that are touring the United States and Europe in increasing numbers. The Columbian band Bloque (which, I confess, is on my label) was named best band of the year by a Chicago critic; Los Fabulosos Cadillacs won a Grammy last year. Both bands, and many, many others, mix the grooves of their neighborhoods with the sounds and attitudes of the North American tunes they also grew up with. They are a generation with a double heritage, and their music expresses it.
It's tough for this bunch to crack the American market: they're not always cute, safe or exotic. Their music is often more innovative than that of their northern counterparts, which is intimidating. And as cool as they are, they insist on singing in their own language, to an audience that identifies completely with them, thereby making it more difficult to gain a foothold in the States.
These bands are the musical equivalent of a generation of Latin American writers, including Gabriel García Márquez, Isabel Allende, José Amado and Mario Vargas Llosa, that was referred to as the Boom. These musicians are defining their generation, finding a unique voice, and will influence countless others outside their home countries. Here, I believe, is where change will happen. Although they don't sell very many records yet, these and others (for things analogous to this are happening everywhere, in Africa, in Morocco, in Turkey) will plant the seeds, and while I enjoy hearing Ricky Martin's merengue on the radio, these others will change my life.
24 de julho (terça)
17h30 – Abertura, pela Unipop
18h30 – Mesa-redonda, com Manuel Deniz Silva (musicólogo), JP Simões (músico), Raquel Bulha (jornalista e apresentadora do programa «Planeta 3», da Antena 3), Afonso Cortez (investigador e editor da coletânea Portuguese Nuggets) e Marta Lança (editora e programadora do projeto Buala)
25 de julho (quarta)
17h30 – Assembleia/seminário de discussão do texto «Transpor as fronteiras da música: I hate world music», de David Byrne
Aqui fica a reprodução do texto, também consultável no site do David Byrne:
I HATE WORLD MUSIC
David Byrne
New York Times, 3 de Outubro de 1999
I hate world music. That's probably one of the perverse reasons I have been asked to write about it. The term is a catchall that commonly refers to non-Western music of any and all sorts, popular music, traditional music and even classical music. It's a marketing as well as a pseudomusical term — and a name for a bin in the record store signifying stuff that doesn't belong anywhere else in the store. What's in that bin ranges from the most blatantly commercial music produced by a country, like Hindi film music (the singer Asha Bhosle being the best well known example), to the ultra-sophisticated, super-cosmopolitan art-pop of Brazil (Caetano Veloso, Tom Zé, Carlinhos Brown); from the somewhat bizarre and surreal concept of a former Bulgarian state-run folkloric choir being arranged by classically trained, Soviet-era composers (Le Mystère des Voix Bulgares) to Norteño songs from Texas and northern Mexico glorifying the exploits of drug dealers (Los Tigres del Norte).
Albums by Selena, Ricky Martin and Los Del Rio (the Macarena kings), artists who sell millions of records in the United States alone, are racked next to field recordings of Thai hill tribes. Equating apples and oranges indeed.
So, from a purely democratic standpoint, one in which all music is equal, regardless of sales and slickness of production, this is a musical utopia.
So Why Am I Complaining?
In my experience, the use of the term world music is a way of dismissing artists or their music as irrelevant to one's own life. It's a way of relegating this "thing" into the realm of something exotic and therefore cute, weird but safe, because exotica is beautiful but irrelevant; they are, by definition, not like us. Maybe that's why I hate the term. It groups everything and anything that isn't "us" into "them." This grouping is a convenient way of not seeing a band or artist as a creative individual, albeit from a culture somewhat different from that seen on American television. It's a label for anything at all that is not sung in English or anything that doesn't fit into the Anglo-Western pop universe this year. (So Ricky Martin is allowed out of the world music ghetto — for a while, anyway. Next year, who knows? If he makes a plena record, he might have to go back to the salsa bins and the Latin mom and pop record stores.) It's a none too subtle way of reasserting the hegemony of Western pop culture. It ghettoizes most of the world's music. A bold and audacious move, White Man!
There is some terrific music being made all over the world. In fact, there is more music, in sheer quantity, currently defined as world music, than any other kind. Not just kinds of music, but volume of recordings as well. When we talk about world music we find ourselves talking about 99 percent of the music on this planet. It would be strange to imagine, as many multinational corporations seem to, that Western pop holds the copyright on musical creativity.
No, the fact is, Western pop is the fast food of music, and there is more exciting creative music making going on outside the Western pop tradition than inside it. There is so much incredible noise happening that we'll never exhaust it. For example, there are guitar bands in Africa that can be, if you let them, as inspiring and transporting as any kind of rock, pop, soul, funk or disco you grew up with. And what is exciting for me is that they have taken elements of global (Western?) music apart, examined the pieces to see what might be of use and then re-invented and reassembled the parts to their own ends. Thus creating something entirely new. (Femi Kuti gave a great show the other night that was part Coltrane, part James Brown and all African, just like his daddy, Fela Kuti, the great Nigerian musical mastermind.)
To restrict your listening to English-language pop is like deciding to eat the same meal for the rest of your life. The "no-surprise surprise," as the Holiday Inn advertisement claims, is reassuring, I guess, but lacks kick. As ridiculous as they often sound, the conservative critics of rock-and-roll, and more recently of techno and rave, are not far off the mark. For at it's best, music truly is subversive and dangerous. Thank the gods.
Hearing the right piece of music at the right time of your life can inspire a radical change, destructive personal behavior or even fascist politics. Sometimes all at the same time.
On the other hand, music can inspire love, religious ecstasy, cathartic release, social bonding and a glimpse of another dimension. A sense that there is another time, another space and another, better, universe. It can heal a broken heart, offer a shoulder to cry on and a friend when no one else understands. There are times when you want to be transported, to get your mind around some stuff it never encountered before. And what if the thing transporting you doesn't come from your neighborhood?
Why Bother?
This interest in music not like that made in our own little villages (Dumbarton, Scotland, and Arbutus, Md., in my own case) is not, as it's often claimed, cultural tourism, because once you've let something in, let it grab hold of you, you're forever changed. Of course, you can also listen and remain completely unaffected and unmoved — like a tourist. Your loss. The fact is, after listening to some of this music for a while, it probably won't seem exotic any more, even if you still don't understand all the words. Thinking of things as exotic is only cool when it's your sister, your co-worker or wife; it's sometimes beneficial to exoticize that which has become overly familiar. But in other circumstances, viewing people and cultures as exotic is a distancing mechanism that too often allows for exploitation and racism.
Maybe it's naïve, but I would love to believe that once you grow to love some aspect of a culture — its music, for instance — you can never again think of the people of that culture as less than yourself. I would like to believe that if I am deeply moved by a song originating from some place other than my own hometown, then I have in some way shared an experience with the people of that culture. I have been pleasantly contaminated. I can identify in some small way with it and its people. Not that I will ever experience music exactly the same way as those who make it. I am not Hank Williams, or even Hank Jr., but I can still love his music and be moved by it. Doesn't mean I have to live like him. Or take as many drugs as he did, or, for that matter, as much as the great flamenco singer Cameron de la Isla did.
That's what art does; it communicates the vibe, the feeling, the attitude toward our lives, in a way that is personal and universal at the same time. And we don't have to go through all the personal torment that the artist went through to get it. I would like to think that if you love a piece of music, how can you help but love, or at least respect, the producers of it? On the other hand, I know plenty of racists who love "soul" music, rap and rhthym-and-blues, so dream on, Dave.
The Myth of the Authentic
The issue of "authenticity" is such a weird can of worms. Westerners get obsessed with it. They agonize over which is the "true" music, the real deal. I question the authenticity of some of the new-age ethnofusion music that's out there, but I also know that to rule out everything I personally abhor would be to rule out the possibility of a future miracle. Everybody knows the world has two types of music — my kind and everyone else's. And even my kind ain't always so great.
What is considered authentic today was probably some kind of bastard fusion a few years ago. An all-Japanese salsa orchestra's record (Orquestra de la Luz) was No. 1 on the salsa charts in the United States not long ago. Did the New York salseros care? No, most loved the songs and were frankly amazed. African guitar bands were doing their level best to copy Cuban rumbas, and in their twisted failure thay came up with something new. So let's not make any rules about who can make a specific style of music.
Mr. Juju himself, King Sunny Adé, name-checks the country and western crooner Jim Reeves as an influence. True. Rumor has it that the famous Balinese monkey chant was coordinated and choreographed by a German! The first South African pop record I bought was all tunes with American car race themes — the Indy 500 and the like. With sound effects, too! So let's forget about this authenticity bugaboo. If you are transported by the music, then knowing that the creators had open ears can only add to the enjoyment.
White folks needed to see Leadbelly in prison garb to feel they were getting the real thing. They need to be assured that rappers are "keeping it real," they need their Cuban musicians old and sweet, their Eastern and Asian artists "spiritual." The myths and clichés of national and cultural traits flourish in the marketing of music. There is the myth of the untutored, innocent savant whose rhymes contain funky Zen-like pearls of wisdom — the myth that exotic "traditional" music is more honest, more soulful and more in touch with a people's real and true feelings than the kid wearing jeans and the latest sports gear on Mexican television.
There is a perverse need to see foreign performers in their native dress rather than in the T-shirts and baggies that they usually wear off stage. We don't want them looking too much like us, because then we assume that their music is calculated, marketed, impure. Heaven forbid they should be at least as aware of the larger world as we are. All of which might be true, but more important, their larger awareness might also be relevant to their music, which in turn might connect it to our own lives and situations. Heaven forbid.
La Nueva Generación
In the last couple of years, there have been any number of articles in newspapers and magazines about how Latin music in particular was finally going to become hugely popular in the U.S. of A. Half — yes, half — of the current top 10 singles in Britain, that hot and sweaty country, are sort of Latin, if you count Geri Halliwell's "Mi Chico Latino," and why not? The others are watered-down remakes of Perez Prado's hits from the 50's and 60's. The Buena Vista Social Club record is the No. 1 selling record, in any category, in funky Germany. Les Nubians, a French-African group, is getting played on urban (translate as "black") radio in America. So is this a trend or what? Are these more than summer novelty tunes for anglos? Are we really going to learn to dance, or is this some kind of aberration?
But what about the alterna-Latino bands that are touring the United States and Europe in increasing numbers. The Columbian band Bloque (which, I confess, is on my label) was named best band of the year by a Chicago critic; Los Fabulosos Cadillacs won a Grammy last year. Both bands, and many, many others, mix the grooves of their neighborhoods with the sounds and attitudes of the North American tunes they also grew up with. They are a generation with a double heritage, and their music expresses it.
It's tough for this bunch to crack the American market: they're not always cute, safe or exotic. Their music is often more innovative than that of their northern counterparts, which is intimidating. And as cool as they are, they insist on singing in their own language, to an audience that identifies completely with them, thereby making it more difficult to gain a foothold in the States.
These bands are the musical equivalent of a generation of Latin American writers, including Gabriel García Márquez, Isabel Allende, José Amado and Mario Vargas Llosa, that was referred to as the Boom. These musicians are defining their generation, finding a unique voice, and will influence countless others outside their home countries. Here, I believe, is where change will happen. Although they don't sell very many records yet, these and others (for things analogous to this are happening everywhere, in Africa, in Morocco, in Turkey) will plant the seeds, and while I enjoy hearing Ricky Martin's merengue on the radio, these others will change my life.
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