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4. A propósito de números, o crescimento trouxe ou virá a trazer ao FMM sustentabilidade financeira ou a sua realização estará sempre dependente do financiamento da autarquia? Como é que a crise das finanças públicas tem afetado, nesse contexto, o FMM?
A sustentabilidade de qualquer serviço público cultural é problema sério! Exceto se há mecenato forte e duradouro por trás ou pela frente! Ou então uma qualquer candidatura específica a financiamento de Bruxelas! Mas sempre a prazo. Como sabes basta haver uma leve crise financeira ou, em caso extremo, uma delegação externa a dirigir um baile mandado e o primeiro setor a levar com restrições é o da cultura.
Quanto ao FMM afina por este diapasão. Para simplificar, digo direto: a produção é cara e tem qualidade, o bilhete é barato e mesmo assim com algum público renitente em comprá-lo preferindo assistir através dos ecrãs ou reservando-se para os concertos gratuitos. As receitas de bilheteira vão um pouco mais além de um terço do orçamento global. O apoio e mecenato de empresas com outras receitas provenientes de licenciamento de vendas ao público, merchandising e afins dão para outro terço. O restante dos custos era suportado pela autarquia.
No entanto, desde 2010 e até 2013, o FMM é cofinanciado pela Rede Urbana Mobilidade Inovação e Memória / Rede de Cidades do Litoral Alentejano, no âmbito do programa operacional INALENTEJO do QREN 2007-2013, com fundos FEDER/UE. O que garante uma comparticipação financeira da autarquia muito leve. E após 2013??
Mas, sem espanto, as estatísticas oficiais servem para reativar memórias: "em 2010, realizaram-se 30 088 sessões de espetáculos ao vivo, com um total de 10,2 milhões de espetadores, dos quais 4,6 milhões pagaram bilhete"! Afinal esta coisa até é relevante para a economia nacional. No caso específico da música: número de espectadores a roçar os quatro milhões e receitas de bilheteira na ordem dos cinquenta milhões de euros.
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