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5. Deixemos os números para trás. O saxofonista norte-americano David Murray esteve no FMM em 2001. Voltou em 2002 e 2004. Arranjou até casa em Sines e hoje é uma figura fácil de encontrar pela cidade. É o caso extremo de uma relação que os músicos constroem com o festival, com a zona. Que outras histórias há para contar?
Vítor, o David já esteve em mais edições! Também em 2007 e 2010. As cinco vezes com projetos diferentes, que revelam a criatividade e trabalho de composição notável deste músico maior. Vive em Paris mas passa aqui em Sines alguns meses por ano, intervalo entre palcos. Comprou casa com vista para o mar, sedimentou amizades e sente-se integradíssimo na comunidade local.
Penso que um festival com objetivos bem definidos como este tem uma palavra a dizer quanto à ligação da comunidade com os artistas que a visitam. Como sabes, durante o período da festa há alguns músicos que se misturam facilmente com a população e os visitantes. Outros ficam pela região mais uns dias para férias. Há pequenas histórias, histórias simples com gente afável e sem vedetismo! Que gostam tanto de nós como nós gostamos deles. Profundamente!
E tudo isto me leva ao texto do Byrne, "i hate world music", ficando feliz porque isso acontece aqui:
"…Talvez esteja a ser ingénuo, mas gostaria de acreditar que assim que passamos a amar certos aspetos de uma cultura – a sua música, por exemplo –, nunca mais poderemos pensar no povo dessa cultura como menor do que nós próprios. Gostaria de acreditar que se me emocionar profundamente com uma canção que tenha origem num lugar diferente do sítio onde vivo, terei, em certo sentido, partilhado uma experiência com o povo dessa cultura. Terei sido agradavelmente contaminado..."
(Na fotografia, Carlos Seixas e David Murray)
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