domingo, 21 de outubro de 2012

Rokia

Há de haver alguém com mais tempo para escrever como foi o concerto da Rokia Traoré no final desta tarde, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian. Para escrever que foi diferente, em vários aspetos, de outras passagens da maliana pelos nossos palcos. Mas também para escrever o quão bom foi.
A mim, cabe-me notar apenas uma das muitas pequenas coisas deste concerto. Há uma altura em que Rokia cede o lugar e o microfone da frente a uma das cantoras do coro. Com um gesto de humildade que não se costuma ver nos palcos, habitats frequentes dos mais disparatados egos, Rokia assume o lugar da cantora no coro enquanto dura a canção. Mais adiante, faz o mesmo com as outras duas cantoras e explica ao público que esta ideia faz parte do projeto desenvolvido para este espetáculo.
Já perto do fim, no início do encore, quando todos os elementos da banda já estão nos seus lugares, ao invés de seguir a auto-estrada de luz que conduz, neste como noutros milhões de palcos por todo o mundo, noutras milhões de ocasiões por toda a história da música ao vivo, dizia, Rokia entra por trás do coro.
É uma pequena coisa, uma entre muitas que possivelmente poderão passar despercebidas por entre quem escrever o quão bom foi o concerto. Mas estas pequenas coisas fazem a diferença.

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