sábado, 25 de outubro de 2003

Número 4, primeira noite

Breve apreciação à primeira noite (ao que pude ver) do Número Festival:

Stealing Orchestra (8/10)
Muito mais roqueiros do que a última vez que os vi, muito mais orgânicos do que se apresentam em disco.

Animal Collective (7/10)
É verdade que por vezes conseguiram tornar-se o supra-sumo do aborrecimento, mas não é mentira também que conseguiram produzir dois ou três momentos de demência sónica verdadeiramente explosivos. Autênticos tribalistas que lograram trazer às cordas daquelas guitarras o espírito dos Suicide. Como dizia o meu amigo Mário Lopes, a sala de ensaio destes gajos deve ter sido construída por cima de um cemitério índio.

X-Wife (8/10)
Foi a primeira vez que os vi ao vivo. A batida certa daquele baterista chinês, que a toda a hora me fez lembrar o Dr. Avalanche, o som limpo do baixo, com um groove rock'n'rolleiro (se é que os termos se podem conciliar) irrepreensível, e os power chords e a voz lydoniana do Mr. Kitten somam um todo coeso capaz de fornecer uma óptima hora de entretenimento. Não é nenhuma novidade, obviamente, mas que interessa isso quando alguém nos põe a abanar a cabeça e o corpo e nos instiga a recuperar antigas formas de se receber um concerto?

Vi muito pouco de:
Ernesto e Guilhermo Rodrigues com Carlos Santos, Anabela Duarte Digital Quartet, twokinderman e @c+lia.

Não vi:
Derrick May (talvez tenha sido a maior explosão da noite para o público), Gabriel le Mar e outros...

Organização
Consegue sempre tornar-se, desde há quatro anos, a maior protagonista do festival. Ontem não apareceram Pole e Kristeen Young, como estavam prometidos, mas não é aí que residem os maiores problemas. Cancelamentos, mesmo que motivados por desatenção no acompanhamento de todos os pormenores como o de uma simples viagem de avião, acontecem em todos os festivais. O que se pede é um maior respeito pelo público que nem sequer é disso avisado, nem fora, nem dentro do recinto. Tal como não é avisado da hora do início de cada um dos diferentes espectáculos ou das alterações nos alinhamentos dos dois palcos. Quem é que está a tocar no palco secundário agora? Quem é que está a tocar neste palco agora? É favor perguntar, como se de um hipermercado se tratasse, a uma das pessoas que ande com um passe "staff". Ele saber-lhe-á responder. Ou então não.

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