No ano seguinte deu um passo atrás no caminho que estava a seguir e decidiu passar a tocar sozinha, sem grandes promoções. Assim continuaria pelos anos seguintes. Tocar, gravar coisas que acabavam por não sair ou então terem uma edição limitada ou esquecida. Chegou a trabalhar num veterinário da King's Road e a viver numa barraca improvisada por baixo de um rododendro, num espaço verde do Bank of England. Em 1968, deixaria Londres numa carroça puxada a cavalo, em direcção à magnífica ilha de Skye, na Escócia, no desejo de encontrar Donovan, o maior nome de sempre da folk britânica e dono de uma das pequenas ilhas (Clett).
A viagem demorou cerca de dois anos e quando Vashti chegou à ilha, já Donovan tinha partido. Optou então por ir mais longe, e ir mais longe só podia ser seguir em direcção às Hébridas. A ilha de Berneray seria a sua nova residência, numa casa comprada com a ajuda do seguro recebido na sequência do acidente onde um carro atirou a sua carroça para as praias do Loch Ness.
Pouco depois, regressaria a Londres para gravar o álbum "Just Another Diamond Day", com o produtor Joe Boyd, que convidaria para o disco Robin Williamson, da Incredible String Band, e Dave Swarbrick e Simon Nicol dos Fairport Convention. Depois de gravado o disco, Vashti voltou às Hébridas, de onde se veria obrigada a sair, para procurar novo poiso, agora na costa ocidental da Irlanda, onde tem vivido todos estes anos desde então para cá, sem qualquer contacto com a música.
Em 2000, "Just Another Diamond Day", obra-prima injustamente esquecida pelo tempo, seria alvo de reedição em CD. Nem a própria Vashti conseguia acreditar:
«This was hard for me to believe. Nobody seemed to give it a second thought when it was released in 1970. In fact it was not really released, it just edged its way out, blushed and shuffled off into oblivion. I abandoned it, and music, forever as I went on to travel more with horses and wagons, with children and more dogs and chickens, eventually finding a place to make a more permanent home.
Hearing somebody say - 'I like it, it sounds distinctive, it should come out again' was a shock. I listened to it again with different ears, trying to hear it as it might sound thirty years on to people who were not around when the album was made - when it was possible to live as we lived, to have those sixties dreams and to be able to make them real. Some of the songs may sound childlike, but that was the way we were. Life on the road had a glow. It was hard and wet and mud-filled a lot of the time, and I would not do it again by choice probably, but I am proud of what we did. We had no home and no money and so made it up as we went along.»
Vashti merece ser redescoberta. Como ela própria se redescobriu a si própria, depois destes 30 anos de retiro, numa história caricata: Alguém lhe pôs um computador com internet à frente e a outrora cantora lembrou-se -- porque lhe terão dito que é o que toda a gente faz quando chega pela primeira vez à internet -- de utilizar num motor de busca o seu próprio nome. «Over the next few weeks I found to my happy surprise that recordings I had made 30 years before were on CDs here and there, and that the album I made with Joe Boyd was now a rare and sought after creature, and not long forgotten as I had thought.»
Outros já começaram a tarefa de redescobrir Vashti Bunyan. Stephen Malkmus, o ex-Pavement, convidou-a para participar, em 2003, num festival por si organizado. Os Animal Collective convidaram-na para gravar três canções. O menino bonito da nova folk, Devendra Banhart, gravou com ela um dueto inter-atlântico. Talvez Vashti regresse mesmo à música, como dizia em 2000: «People have asked if there will be any more music from me. Maybe, if I can find it amongst the life I have now. I am looking. I left my old Martin guitar hanging on walls for twenty five years before giving it to my eldest son. My daughter gave me a new guitar for my last birthday.»
(Nota: citações e informação coligida a partir do site oficial de Vashti Bunyan - www.anotherday.co.uk)
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