Em relação ao quarto ponto anterior (os debates públicos), a associação 100 Ideias decidiu meter mãos à obra e organizar um ciclo de debates integrado no festival New Sounds from Portugal, que a mesma associação está a levar a cabo em Cascais (começou ontem e vai até ao final do mês -- o calendário de concertos, debates e demonstrações está disponível numa posta mais abaixo). É, conforme disse, uma ocasião rara, que traz à memória os prestimosos debates que todos os anos, por altura do festival SBSR, o casal António Sérgio e Ana Cristina têm vindo a realizar. Fora esses, poucas mais exemplos são vistos no panorama nacional.
Fui convidado há poucos dias para moderar o debate de hoje, o primeiro, em virtude da impossibilidade do Nuno Galopim poder dar a sua ajuda. "Vou pois. Agrada-me a ideia." Foi isso que deverá também ter respondido à organização o Rodrigo Cardoso, responsável pela editora Bor Land, que ultimamente tem dado a conhecer os nomes Alla Pollaca (onde ele também toca), Old Jerusalem, In Her Space, Bildmeister, Norton, entre muitos outros, entre muitas outras edições. Não sei o que os outros convidados terão então respondido, mas, segundo a organização, tanto o Nuno Gonçalves, dos Gift, como o Tozé Brito, da Universal, ou o Francisco Silva, da FNAC Cascais, estavam todos eles confirmados para aparecerem hoje no Centro Cultural de Cascais. Mas a verdade é que não apareceram mesmo e nem sequer se dignaram -- uma vez mais segundo a 100 Ideias -- a dar qualquer satisfação. Resumindo, o debate (sobre o preço alto a que a música é hoje vendida) não aconteceu.
É verdade que, apesar do empenho da organização, o público não acorreu em massa. É verdade que, dadas tais circunstâncias, o debate, a acontecer, nunca iria produzir grandes mais valias de conhecimento, a não ser nas poucas pessoas que ali estavam, a contar com os próprios oradores. Concordo em absoluto que alguns dos convidados terão coisas mais importantes para fazer numa tarde ensolarada de Domingo do que enfiar-se num pátio fechado (triste ideia do arquitecto ou do dono do espaço) do Centro Cultural de Cascais. Mas, e a confiar, sublinhe-se, nas palavras da organização, confirmar a presença e depois não aparecer é pouco ético, tanto mais neste meio, como dizia ao início, onde a falta de relacionamento é já tanta.
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