Esperei que a festa pudesse ser um tudo nada mais agitada, é certo. O Burnt Friedmann, por exemplo, já fez espectáculos melhores, diga-se. Mas o melhor da noite de ontem foi mesmo a descoberta daquele espaço fantástico. Contextualizo: a bienal Experimenta Design teve ontem a sua festa de inauguração no Restaurante Panorâmico de Monsanto, um misterioso edifício situado no centro da floresta de Lisboa, que em pouco -- ou mesmo nada -- fica a dever às bizarras construções dos mestres Schuiten & Peeters. Projectado, segundo palavras soltas ouvidas ontem, por Cassiano Branco, o grande urbatecta do Estado Novo, esta torre circular de oito andares não é usada para os fins que foi construída, isto é, o restaurante com uma bela vista sobre Lisboa, há mais de dez anos. E, no entanto, tudo parece estar na mais perfeita das condições, como se o último jantar ali servido tivesse sido apenas anteontem.
No último dos andares, parece que mora, qual Geovanni Batista, um caseiro. Depois há uma imensa cisterna que recolhe a água da chuva. Depois, as salas cheias de requinte onde ontem teve lugar a festa. E depois ainda fica uma enorme vontade de descobrir o resto, de protagonizar uma aventura aos confins do misterioso restaurante.
A Experimenta não podia seguramente ter escolhido melhor lugar para a festa.
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