(Algum respeito pelos músicos, caramba.)
quinta-feira, 30 de abril de 2009
Coisas-rock que irritam #22
DISC JOCKEYS (OU PRETENDENTES A TAL) QUE DIZEM QUE "VÃO TOCAR".
(Algum respeito pelos músicos, caramba.)
(Algum respeito pelos músicos, caramba.)
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Mais duas confirmações para Sines
A cantora israelita Mor Karbasi e o grupo inglês de jazz Portico Quartet vão apresentar-se ao vivo no Centro de Artes de Sines, no dia 20 de Julho, segunda-feira. A organização do FMM anunciou-os assim hoje:
Mor Karbasi
Na linha de Ofra Haza e Yasmin Levy, Mor Karbasi é o novo milagre da galeria dourada das vozes femininas do mundo judaico.
Com pouco mais de 20 anos, esta cantora israelita radicada no Reino Unido seduz o espectador com o poder delicado do seu desempenho vocal e com a riqueza das suas canções em hebraico, castelhano e Ladino, a língua extinta dos judeus da Península Ibérica.
A fonte de inspiração é a música dos judeus sefarditas, cabendo no seu repertório temas tradicionais do séc. XV e novas canções baseadas no Ladino compostas por si.
O flamenco é também referência, presente nos melismas da sua voz e na filigrana da guitarra de Joe Taylor.
Instrumentista e director musical, este artista britânico foi decisivo para a consistência que Mor Karbasi revela no seu álbum de estreia - “The Beauty and the Sea” (2008) - e mostra nos seus espectáculos ao vivo, ao mesmo tempo intimistas e electrizantes.
Quando já trabalha no segundo disco, Mor Karbasi chega ao FMM Sines com o estatuto firmado de “uma das grandes jovens divas da cena musical global” (The Guardian).
Portico Quartet
Nomeado para o Mercury Prize e considerado o melhor álbum de jazz, “world music” e folk pela revista Time Out, o disco “Knee-Deep In The North Sea” foi um dos fenómenos da música britânica em 2008.
O seu “som original” (The Times) é a criação inimitável do Portico Quartet, um quarteto de músicos na casa dos 20 anos com aspecto de banda “indie” que toca uma música que busca elementos sobretudo no jazz, mas também no rock, no minimalismo e em várias matrizes tradicionais do mundo.
Formado em 2005, o grupo foi descoberto a tocar na rua frente ao National Theatre de Londres pelo clube The Vortex, que criou uma etiqueta discográfica só para lançar a sua música.
O alinhamento é composto por Jack Wyllie, nos saxofones e na electrónica, Duncan Bellamy, na bateria e no “glockenspiel”, Milo Fitzpatrick, no contrabaixo, e Nick Mulvey, no “hang”, um instrumento de percussão criado em 2000 na Suíça que domina o som do grupo com a sua sonoridade exótica, entre os “steel drums” das Caraíbas e os gamelões indonésios.
Depois de Lee “Scratch” Perry (Jamaica), Chucho Valdés Big Band (Cuba), Debashish Bhattacharya (Índia) e James Blood Ulmer (EUA), Mor Karbasi (Israel / Reino Unido) e Portico Quartet (Reino Unido) são os quinto e sexto nomes oficialmente confirmados da programação do Festival Músicas do Mundo 2009, onde está prevista a realização de mais de 35 espectáculos e iniciativas paralelas.
Realizado todos os meses de Julho, em vários espaços da cidade e do concelho de Sines, o FMM é o maior evento nacional no seu género, tendo já acolhido um total de 164 projectos musicais, vistos por mais de 325 mil espectadores, ao longo de dez anos.
A edição 2009 tem lugar entre 17 e 25 de Julho.
Mais informação (MK): myspace.com/morkarbasi
Mais informação (PQ): myspace.com/porticoquartet
Mor Karbasi
Na linha de Ofra Haza e Yasmin Levy, Mor Karbasi é o novo milagre da galeria dourada das vozes femininas do mundo judaico.
Com pouco mais de 20 anos, esta cantora israelita radicada no Reino Unido seduz o espectador com o poder delicado do seu desempenho vocal e com a riqueza das suas canções em hebraico, castelhano e Ladino, a língua extinta dos judeus da Península Ibérica.
A fonte de inspiração é a música dos judeus sefarditas, cabendo no seu repertório temas tradicionais do séc. XV e novas canções baseadas no Ladino compostas por si.
O flamenco é também referência, presente nos melismas da sua voz e na filigrana da guitarra de Joe Taylor.
Instrumentista e director musical, este artista britânico foi decisivo para a consistência que Mor Karbasi revela no seu álbum de estreia - “The Beauty and the Sea” (2008) - e mostra nos seus espectáculos ao vivo, ao mesmo tempo intimistas e electrizantes.
Quando já trabalha no segundo disco, Mor Karbasi chega ao FMM Sines com o estatuto firmado de “uma das grandes jovens divas da cena musical global” (The Guardian).
Portico Quartet
Nomeado para o Mercury Prize e considerado o melhor álbum de jazz, “world music” e folk pela revista Time Out, o disco “Knee-Deep In The North Sea” foi um dos fenómenos da música britânica em 2008.
O seu “som original” (The Times) é a criação inimitável do Portico Quartet, um quarteto de músicos na casa dos 20 anos com aspecto de banda “indie” que toca uma música que busca elementos sobretudo no jazz, mas também no rock, no minimalismo e em várias matrizes tradicionais do mundo.
Formado em 2005, o grupo foi descoberto a tocar na rua frente ao National Theatre de Londres pelo clube The Vortex, que criou uma etiqueta discográfica só para lançar a sua música.
O alinhamento é composto por Jack Wyllie, nos saxofones e na electrónica, Duncan Bellamy, na bateria e no “glockenspiel”, Milo Fitzpatrick, no contrabaixo, e Nick Mulvey, no “hang”, um instrumento de percussão criado em 2000 na Suíça que domina o som do grupo com a sua sonoridade exótica, entre os “steel drums” das Caraíbas e os gamelões indonésios.
Depois de Lee “Scratch” Perry (Jamaica), Chucho Valdés Big Band (Cuba), Debashish Bhattacharya (Índia) e James Blood Ulmer (EUA), Mor Karbasi (Israel / Reino Unido) e Portico Quartet (Reino Unido) são os quinto e sexto nomes oficialmente confirmados da programação do Festival Músicas do Mundo 2009, onde está prevista a realização de mais de 35 espectáculos e iniciativas paralelas.
Realizado todos os meses de Julho, em vários espaços da cidade e do concelho de Sines, o FMM é o maior evento nacional no seu género, tendo já acolhido um total de 164 projectos musicais, vistos por mais de 325 mil espectadores, ao longo de dez anos.
A edição 2009 tem lugar entre 17 e 25 de Julho.
Mais informação (MK): myspace.com/morkarbasi
Mais informação (PQ): myspace.com/porticoquartet
Lounge, 10 anos
Dez anos a manter de portas abertas uma casa com tal vitalidade e tal diversidade de oferta é motivo para celebração. Parabéns ao Georg, ao Mike, ao Mário e a toda a malta que para tal tem contribuído ao longo desta primeira década.
O homem do espectáculo
Foi um bom espectáculo, antecipo já a conclusão, mas... há uma pedra no sapato que teima em não sair nesta espécie de passeio selectivo pela obra de David Byrne. Vejamos: há, e creio que será, mais do que uma opinião, uma constatação unânime, vários tipos de David Byrnes. Entre eles, o David "new wave" Byrne, o David "Luaka" Byrne, o David "renascentista" Byrne, o David "realizador de bandas sonoras" Byrne, o David "cool showman" Byrne (e paremos por aqui, não porque o génio não tenha mais facetas, mas porque já ficou demonstrado o exemplo). Se a primeira persona já está há muito desaparecida, não queria que o espectáculo desta noite fosse tomado, quase por inteiro, pela última. Afinal de contas e apesar de ter acompanhado a preparação do espectáculo quase diariamente, através do seu blogue, ainda cheguei a alimentar inconscientemente a esperança de que tudo fosse mais do que um alinhamento perfeito de coreografias, de marcações de palco, de deixas visuais para a mudança no ritmo das músicas, enfim, de um espartilho cheio de atilhos que pouco ou nada tem a ver com o que espero de um concerto de rock. A coreografia dos dançarinos não era chocante, nada disso, ainda que me tenha passado pela cabeça que o Tony Carreira também deverá usar bailarinos nos seus mega-espectáculos (se não usa, devia, que o público gosta sempre de todo o tipo de fogo-de-vista em palco). Esperava era mais David Byrnes em palco, portanto, o que até veio a acontecer, não tanto quanto desejaria, nos sucessivos encores, que fizeram a melhor parte da noite, coroada pelo sublime "Everything That Happens". Como espectáculo, foi bom, volto a repetir, e sublinho a palavra espectáculo, porque não há outra para descrever estas duas horas de música e dança, mas é uma noite que será coberta pelo manto do esquecimento mais cedo do que outras, aposto. Espectáculos há muitos. Para que fiquem na memória, precisam de ser mais do que um espectáculo.
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Meia dúzia de notas soltas e rápidas sobre um fim-de-semana curto demais por Londres
Um. Sol, muito sol, amarelo intenso como aquele que conhecemos por cá. Diziam ter sido o principal culpado para os londrinos não quererem meter-se dentro de um bar no final de um domingo que chamava para a praia e para os parques.
Dois. Ainda assim deu para um bailarico bastante divertido, com os amigos portugueses e gente de outras nacionalidades a apreciarem a música (como a namorada do Rui, do Zimbabué, que ficou radiante por ouvir os "seus" Four Brothers ou Bhundu Boys).
Três. Soube a pouco voltar a estar apenas por pouco mais do que 48h por esta terra abençoada pela multi-etnicidade, pela multi-culturalidade, pela tolerância e pela... educação.
Quatro. Em tão pouco tempo só deu para "atacar" três lojas de discos. A Rough Trade de Portobello Road, que continua como sempre, ou seja, como "andar modelo" de qualquer loja que se preze por esse mundo fora; A Honest Jon's, na mesma zona, cheia de vinil exótico; E, para o fim, a impressionante Stern's, em Warren St., que tinha fado a tocar quando chegámos e cujos escaparates carregados de música de todo o mundo, especialmente africana, são uma tentação que só não leva a consequências trágicas por causa da falta de dinheiro e da falta de espaço na bagagem.
Cinco. Se o tempo é pouco, há que poupar no descanso. Mas como fazê-lo se o café que se bebe em Londres é... uma merda? Não há sítio para onde se deite a vista que não se veja um Starbucks. Felizmente, há cafés portugueses, há bicas bem tiradas. Salvé, Casa Madeira.
Seis. Isto de estar de volta a Lisboa não tem piada nenhuma.
Dois. Ainda assim deu para um bailarico bastante divertido, com os amigos portugueses e gente de outras nacionalidades a apreciarem a música (como a namorada do Rui, do Zimbabué, que ficou radiante por ouvir os "seus" Four Brothers ou Bhundu Boys).
Três. Soube a pouco voltar a estar apenas por pouco mais do que 48h por esta terra abençoada pela multi-etnicidade, pela multi-culturalidade, pela tolerância e pela... educação.
Quatro. Em tão pouco tempo só deu para "atacar" três lojas de discos. A Rough Trade de Portobello Road, que continua como sempre, ou seja, como "andar modelo" de qualquer loja que se preze por esse mundo fora; A Honest Jon's, na mesma zona, cheia de vinil exótico; E, para o fim, a impressionante Stern's, em Warren St., que tinha fado a tocar quando chegámos e cujos escaparates carregados de música de todo o mundo, especialmente africana, são uma tentação que só não leva a consequências trágicas por causa da falta de dinheiro e da falta de espaço na bagagem.
Cinco. Se o tempo é pouco, há que poupar no descanso. Mas como fazê-lo se o café que se bebe em Londres é... uma merda? Não há sítio para onde se deite a vista que não se veja um Starbucks. Felizmente, há cafés portugueses, há bicas bem tiradas. Salvé, Casa Madeira.
Seis. Isto de estar de volta a Lisboa não tem piada nenhuma.
sábado, 18 de abril de 2009
Hoje é Dia das Lojas de Discos
Hoje, sábado, 18 de Abril, estamos no dia dedicado às lojas de discos. Convenhamos que tinha de haver um dia dedicado aos sítios onde um tipo consegue passar mais tempo do que aquele que perde numa loja de cidadão ou no almoço de domingo em casa da sogra.
Há pelo menos duas lojas -- antigamente dizia-se discotecas -- que vão assinalar o dia: a Louie Louie (em Lisboa, Braga e Porto) oferece descontos de 20%; a Flur, em Santa Apolónia, celebra com grande pompa e circunstância, com festa desde a abertura (15h) até ao fecho das portas (21h). Vai haver actuações de diversos DJs e até alguns live acts - todas as informações no blogue da Flur.
E, já que estamos neste dia, aqui vai uma actualização do roteiro das lojas vinílicas do Bairro Alto e Chiado, desta vez para Lisboa em geral. Em relação ao último roteiro, há a acrescentar a Flur e a Trem Azul (dedicada ao jazz), e -- a má notícia -- há que retirar a Ananana, cuja loja no Bairro Alto fechou portas há cerca de dois meses, depois de anos e anos (ali pela zona e, antes, nas Escolas Gerais) a vender e a ensinar música. Agradece-se correcções. Mapa: aqui.
A. Flur
www.flur.pt
Santa Apolónia
B. Trem Azul
www.tremazul.com
Rua do Alecrim, 21-A
C. Louie Louie
www.louielouie.biz
Rua Nova da Trindade, nº 8A
D. Prog CD
Calçada do Carmo, ?
E. Magic Bus
Calçada do Duque, 17-A
F. Discolecção
Calçada do Duque, 53-A
G. Vinyl for Life
Largo da Trindade, 10
H. Vynil Experience
Rua do Loreto, 61 - 1º esq
I. Embassy Sound
Rua da Atalaia, nº 17
J. V-Records
Travessa dos Inglesinhos, 41
K. Matéria Prima
www.materiaprima.pt
Rua da Rosa, 197
L. SoundCraft
Rua do Século, 19
M. Carbono
www.carbono.com.pt
Rua do Telhal, 6B
Há pelo menos duas lojas -- antigamente dizia-se discotecas -- que vão assinalar o dia: a Louie Louie (em Lisboa, Braga e Porto) oferece descontos de 20%; a Flur, em Santa Apolónia, celebra com grande pompa e circunstância, com festa desde a abertura (15h) até ao fecho das portas (21h). Vai haver actuações de diversos DJs e até alguns live acts - todas as informações no blogue da Flur.
E, já que estamos neste dia, aqui vai uma actualização do roteiro das lojas vinílicas do Bairro Alto e Chiado, desta vez para Lisboa em geral. Em relação ao último roteiro, há a acrescentar a Flur e a Trem Azul (dedicada ao jazz), e -- a má notícia -- há que retirar a Ananana, cuja loja no Bairro Alto fechou portas há cerca de dois meses, depois de anos e anos (ali pela zona e, antes, nas Escolas Gerais) a vender e a ensinar música. Agradece-se correcções. Mapa: aqui.
A. Flur
www.flur.pt
Santa Apolónia
B. Trem Azul
www.tremazul.com
Rua do Alecrim, 21-A
C. Louie Louie
www.louielouie.biz
Rua Nova da Trindade, nº 8A
D. Prog CD
Calçada do Carmo, ?
E. Magic Bus
Calçada do Duque, 17-A
F. Discolecção
Calçada do Duque, 53-A
G. Vinyl for Life
Largo da Trindade, 10
H. Vynil Experience
Rua do Loreto, 61 - 1º esq
I. Embassy Sound
Rua da Atalaia, nº 17
J. V-Records
Travessa dos Inglesinhos, 41
K. Matéria Prima
www.materiaprima.pt
Rua da Rosa, 197
L. SoundCraft
Rua do Século, 19
M. Carbono
www.carbono.com.pt
Rua do Telhal, 6B
terça-feira, 14 de abril de 2009
Mais detalhes sobre o Bailarico Sofisticado de Londres
(Falta uma semana e poucos dias para a estreia do Bailarico Sofisticado em Londres e o nervoso miudinho começa a chegar.)
Dia 26 de Abril, há mais uma edição de "O Baile". Nestas festas temáticas iniciadas em Fevereiro deste ano, Lumin e Madame (Joana Seguro e Mariana Duarte Silva) têm procurado levar pedaços da cena portuguesa a Londres. E nesta terceira edição, vão estar presentes, além do Bailarico, o colectivo de hip hop Império Suburbano e o fotógrafo Nuno Barão. A festa, que se realiza no Bar Music Hall, no bairro de Shoreditch (134 Curtain Road London EC2A 3AR), dura das 17h às 24h,
Amigos emigrados, apareçam!
Dia 26 de Abril, há mais uma edição de "O Baile". Nestas festas temáticas iniciadas em Fevereiro deste ano, Lumin e Madame (Joana Seguro e Mariana Duarte Silva) têm procurado levar pedaços da cena portuguesa a Londres. E nesta terceira edição, vão estar presentes, além do Bailarico, o colectivo de hip hop Império Suburbano e o fotógrafo Nuno Barão. A festa, que se realiza no Bar Music Hall, no bairro de Shoreditch (134 Curtain Road London EC2A 3AR), dura das 17h às 24h,
Amigos emigrados, apareçam!
segunda-feira, 13 de abril de 2009
Primavera
Finalmente, o primeiro ano em que não vou ficar a carpir de inveja dos amigos que vão a Barcelona. Eis o que vai passar pelo Primavera Sound, entre os próximos dias 28 e 30 de Maio:
Neil Young · My Bloody Valentine · Sonic Youth · Aphex Twin · Bloc Party · Jarvis Cocker · Yo La Tengo · The Jayhawks · Spiritualized · Michael Nyman · Throwing Muses · Saint Etienne · The Jesus Lizard · Ghostface Killah · The New Year · Phoenix · Shellac · Joe Henry · Art Brut · A Certain Ratio · Liars · Squarepusher · Herman Dune · The Vaselines · Spectrum · Deerhunter · Sunn O))) performing "The Grimmrobe Demos" · Black Lips · The Horrors · Andrew Bird · The Bad Plus · Jay Reatard · Gang Gang Dance · Kimya Dawson · Lightning Bolt · Magnolia Electric Co. · Oneida · Th' Faith Healers · DJ /rupture · Ariel Pink's Haunted Graffiti · Jason Lytle from Grandaddy · The Pains Of Being Pure At Heart · Dj Yoda · El-P · Simian Mobile Disco · Michael Mayer · Dan Deacon Ensemble · Jeremy Jay · A-Trak · Rhythm & Sound (Mark Ernestus) feat. Tikiman · Jesu · The Mae Shi · Alela Diane · Shearwater · Kitty, Daisy & Lewis · The Drones · Bat For Lashes · The Soft Pack · Damien Jurado · Fucked Up · Chad VanGaalen · The Bats · Tokyo Sex Destruction featuring Gregg Foreman · Crystal Stilts · Reigning Sound · Dälek · Marnie Stern · Dead Meadow · Vivian Girls · Ponytail · Ebony Bones · Wooden Shjips · Zu · Crystal Antlers · The Bug · Bowerbirds · Joe Crepúsculo y Los Destructores · Wavves · The Tallest Man On Earth · Tachenko · Agent Ribbons · Women · Uffie · John Maus · Magik Markers · The Extraordinaires · Stanley Brinks featuring Freschard & Ish Marquez · Angelo Spencer · Karl Blau · Plants & Animals · Extra Life · Mahjongg · Muletrain · Andy Votel · The Secret Society · Carsick Cars · Tim Burgess (The Charlatans) · La Bien Querida · The Intelligence · Sleepy Sun · Maika Makovski · Half Foot Outside · Zombie Zombie · Veracruz · The Right Ons · Los Punsetes · Klaus & Kinski · The Lions Constellation · Duchess Says · Mujeres · Elvira · Lemonade · Girls · The Disciplines · Dj Mehdi · Skatebård · Extraperlo · King Automatic · Cuzo · Alondra Bentley · PAL · Sedaiós · Hola A Todo El Mundo · Brian Hunt · Rosvita · QA'A · Meneo · Oniric · Centella · Bélmez · Wio Leokadio · Joan Colomo · Chris "The Judge" Arthur dj · Merienda Cena · Gúdar · Daniel Devine (WaKS records) · Dr. Kiko
Neil Young · My Bloody Valentine · Sonic Youth · Aphex Twin · Bloc Party · Jarvis Cocker · Yo La Tengo · The Jayhawks · Spiritualized · Michael Nyman · Throwing Muses · Saint Etienne · The Jesus Lizard · Ghostface Killah · The New Year · Phoenix · Shellac · Joe Henry · Art Brut · A Certain Ratio · Liars · Squarepusher · Herman Dune · The Vaselines · Spectrum · Deerhunter · Sunn O))) performing "The Grimmrobe Demos" · Black Lips · The Horrors · Andrew Bird · The Bad Plus · Jay Reatard · Gang Gang Dance · Kimya Dawson · Lightning Bolt · Magnolia Electric Co. · Oneida · Th' Faith Healers · DJ /rupture · Ariel Pink's Haunted Graffiti · Jason Lytle from Grandaddy · The Pains Of Being Pure At Heart · Dj Yoda · El-P · Simian Mobile Disco · Michael Mayer · Dan Deacon Ensemble · Jeremy Jay · A-Trak · Rhythm & Sound (Mark Ernestus) feat. Tikiman · Jesu · The Mae Shi · Alela Diane · Shearwater · Kitty, Daisy & Lewis · The Drones · Bat For Lashes · The Soft Pack · Damien Jurado · Fucked Up · Chad VanGaalen · The Bats · Tokyo Sex Destruction featuring Gregg Foreman · Crystal Stilts · Reigning Sound · Dälek · Marnie Stern · Dead Meadow · Vivian Girls · Ponytail · Ebony Bones · Wooden Shjips · Zu · Crystal Antlers · The Bug · Bowerbirds · Joe Crepúsculo y Los Destructores · Wavves · The Tallest Man On Earth · Tachenko · Agent Ribbons · Women · Uffie · John Maus · Magik Markers · The Extraordinaires · Stanley Brinks featuring Freschard & Ish Marquez · Angelo Spencer · Karl Blau · Plants & Animals · Extra Life · Mahjongg · Muletrain · Andy Votel · The Secret Society · Carsick Cars · Tim Burgess (The Charlatans) · La Bien Querida · The Intelligence · Sleepy Sun · Maika Makovski · Half Foot Outside · Zombie Zombie · Veracruz · The Right Ons · Los Punsetes · Klaus & Kinski · The Lions Constellation · Duchess Says · Mujeres · Elvira · Lemonade · Girls · The Disciplines · Dj Mehdi · Skatebård · Extraperlo · King Automatic · Cuzo · Alondra Bentley · PAL · Sedaiós · Hola A Todo El Mundo · Brian Hunt · Rosvita · QA'A · Meneo · Oniric · Centella · Bélmez · Wio Leokadio · Joan Colomo · Chris "The Judge" Arthur dj · Merienda Cena · Gúdar · Daniel Devine (WaKS records) · Dr. Kiko
quinta-feira, 9 de abril de 2009
Regressos a ter em conta na agenda
As Crónicas da Terra dão algumas novidades importantes:
1. Os Konono nº1 parecem estar mesmo de volta, com vistos passados, ou seja, com a garantia que desta vez a coisa não falha. Há datas marcadas para a Casa da Música (dia 2 de Julho), Torres Novas (3 de Julho) e para Lisboa (algures entre 31 de Julho e 2 de Agosto, provavelmente no CCB) - ver notícia.
2. De volta a Sines, e um ano depois de um belo convívio na Póvoa de Varzim, estão os finlandeses Alamaailman Vasarat, que se encontram com novo álbum gravado. Os "martelos do subterrâneo" vão invadir o Castelo de Sines no dia 25, o último dia do FMM, o que significa que o cartaz do castelo, para esta noite, estará já preenchido, juntamente com os nomes de Lee "Scratch" Perry e de James "Blood" Ulmer. Ver notícia.
3. Finalmente, registe-se o regresso do mestre libanês do alaúde, Rabih Abou-Khalil, que se junta uma vez mais ao fadista português Ricardo Ribeiro, com o qual gravou o álbum "Em Português", desta vez por ocasião de um festival, o "Tocar de Ouvido", que Évora recebe entre 18 e 20 de Junho e que contará ainda com Dazkarieh, Sara Tavares, A Barca (Brasil), Leilia (Galiza) e Kepa Junkera (País Basco). Ver notícia.
1. Os Konono nº1 parecem estar mesmo de volta, com vistos passados, ou seja, com a garantia que desta vez a coisa não falha. Há datas marcadas para a Casa da Música (dia 2 de Julho), Torres Novas (3 de Julho) e para Lisboa (algures entre 31 de Julho e 2 de Agosto, provavelmente no CCB) - ver notícia.
2. De volta a Sines, e um ano depois de um belo convívio na Póvoa de Varzim, estão os finlandeses Alamaailman Vasarat, que se encontram com novo álbum gravado. Os "martelos do subterrâneo" vão invadir o Castelo de Sines no dia 25, o último dia do FMM, o que significa que o cartaz do castelo, para esta noite, estará já preenchido, juntamente com os nomes de Lee "Scratch" Perry e de James "Blood" Ulmer. Ver notícia.
3. Finalmente, registe-se o regresso do mestre libanês do alaúde, Rabih Abou-Khalil, que se junta uma vez mais ao fadista português Ricardo Ribeiro, com o qual gravou o álbum "Em Português", desta vez por ocasião de um festival, o "Tocar de Ouvido", que Évora recebe entre 18 e 20 de Junho e que contará ainda com Dazkarieh, Sara Tavares, A Barca (Brasil), Leilia (Galiza) e Kepa Junkera (País Basco). Ver notícia.
quarta-feira, 8 de abril de 2009
Mixtape da casa #3
Contribuições:
Hanggai "My Banjo and I" (China, 2008)
The Fall "My New House" (Inglaterra, 1985)
Aluminum Babe "Psycho Killer" (EUA, 2007)
DJ Zebra "Amadou & Mariam Vs Blur - Amadou And The Boys" (França, ?)
Chicha Libre "Mi Plato de Barro" (EUA, 2008)
Armando Hernandez "La Zenaida" (Colômbia, ?)
La Sonora Cienaguera "La Piojosa" (Colômbia, ?)
José Orlando "Eu Também Quero Beijar" (Brasil, ?)
Four Brothers "Makorokoto" (Zimbabué, 1988)
Thomas Mapfumo and the Blacks Unlimited "Zimbabwe Yevatema" (Zimbabué, 1980)
K'Naan ft. Adam Levine "Bang Bang" (Somália, 2009)
The Gun Club "She's Like Heroin to Me" (EUA, 1981)
41'15" / 94,4MB
Disponível aqui.
segunda-feira, 6 de abril de 2009
O MySpace da semana #7
(Esta é uma tentativa mais ou menos séria para voltar a reabilitar a rubrica.)
myspace.com/bandalto
Projecto: ALTO!
Cidade: Barcelos
Elementos: Bruno Costa (guitarra/voz), Tiago Silva - (baixo/voz), João Pimenta (voz/antenas), Paulo Senra (bateria/voz)
Descrição tola de tão breve que é: É a nova banda do Joca, dos Green Machine. O EP "The See you in Hell, Ron", dedicado ao Ron Asheton, logo se vê, sai pela Lovers and Lollypops.
Tema a ouvir já: Pussy
Próximos concertos: 8 de abril - Lili Marlene (Almeria, ES), 9 de abril - Who Rock Club (Granada, ES), 10 de abril - Iroquai (Jaén, ES), 16 de abril - Plano B (Porto), 25 de abril - Beat Club, c/Les Baton Rouge (Leiria), 1 de maio - Galeria do Desasossego (Beja), 2 de maio - Alburrica (Barreiro), 20 de Junho - Auditório da Biblioteca c/Glockenwise (Barcelos)
myspace.com/bandalto
Projecto: ALTO!
Cidade: Barcelos
Elementos: Bruno Costa (guitarra/voz), Tiago Silva - (baixo/voz), João Pimenta (voz/antenas), Paulo Senra (bateria/voz)
Descrição tola de tão breve que é: É a nova banda do Joca, dos Green Machine. O EP "The See you in Hell, Ron", dedicado ao Ron Asheton, logo se vê, sai pela Lovers and Lollypops.
Tema a ouvir já: Pussy
Próximos concertos: 8 de abril - Lili Marlene (Almeria, ES), 9 de abril - Who Rock Club (Granada, ES), 10 de abril - Iroquai (Jaén, ES), 16 de abril - Plano B (Porto), 25 de abril - Beat Club, c/Les Baton Rouge (Leiria), 1 de maio - Galeria do Desasossego (Beja), 2 de maio - Alburrica (Barreiro), 20 de Junho - Auditório da Biblioteca c/Glockenwise (Barcelos)
Mais nomes para Sines
Da Índia, Debashish Bhattacharya. Dos EUA, James "Blood" Ulmer. A Câmara de Sines apresenta assim, oficialmente, mais dois nomes para o FMM, depois das confirmações de Lee "Scratch" Perry (dia 25 de Julho) e do pianista cubano Chucho Valdés (dia 23).
Debashish Bhattacharya é um dos pioneiros da slide guitar na Índia. Em guitarras adaptadas pelo próprio, o pandit Bhattacharya, antigo menino-prodígio que começou a deslizar pelo braço de uma guitarra com apenas três anos, busca as raízes mais profundas do modo raga da música clássica indiana. Recebeu, em 2007, o BBC Radio 3 World Music Award para melhor artista da região Ásia/Pacífico. Vem acompanhado por uma banda composta pelo seu irmão Subhasis, na tabla, e por Chitrangana Agle Reshwal e Charu Hariharan, as únicas mulheres indianas a tocarem as percussões "pakhawaj" e "mridangam". A actuação em Sines está marcada para o dia 24 de Julho, sexta-feira.
James "Blood" Ulmer é também um guitarrista (e vocalista), mas marca o seu território no continente do jazz. Já tocou com alguns dos nomes mais importantes da soul, do blues e do jazz norte-americanos: Art Blakey, Ornette Coleman, David Murray, entre outros. Tal como Bhattacharya, também começou a tocar muito jovem -- aos quatro anos. Vai estar no Castelo de Sines na última noite, dia 25.
Estes dois nomes, juntamente com as outras duas confirmações oficiais, integram um extenso cartaz, como é habitual, que vai sendo descoberto aos poucos e poucos, através das páginas e myspaces oficiais dos artistas:
Warsaw Village Band (Polónia) - é o regresso do grupo polaco ao FMM, descoberto pelo Luís Rei nas suas Crónicas da Terra
Acetre (Olivença... Portugal?) - mais outra novidade das CdT
OqueStrada (Portugal)
Circo Abusivo (Itália)
Kasaï Allstars (Congo-Kinshasa)
Dele Sosimi (Nigéria/Reino Unido)
Victor Démé (Burquina Faso)
Speed Caravan (Argélia/França)
Chicha Libre (EUA)
Debashish Bhattacharya é um dos pioneiros da slide guitar na Índia. Em guitarras adaptadas pelo próprio, o pandit Bhattacharya, antigo menino-prodígio que começou a deslizar pelo braço de uma guitarra com apenas três anos, busca as raízes mais profundas do modo raga da música clássica indiana. Recebeu, em 2007, o BBC Radio 3 World Music Award para melhor artista da região Ásia/Pacífico. Vem acompanhado por uma banda composta pelo seu irmão Subhasis, na tabla, e por Chitrangana Agle Reshwal e Charu Hariharan, as únicas mulheres indianas a tocarem as percussões "pakhawaj" e "mridangam". A actuação em Sines está marcada para o dia 24 de Julho, sexta-feira.
James "Blood" Ulmer é também um guitarrista (e vocalista), mas marca o seu território no continente do jazz. Já tocou com alguns dos nomes mais importantes da soul, do blues e do jazz norte-americanos: Art Blakey, Ornette Coleman, David Murray, entre outros. Tal como Bhattacharya, também começou a tocar muito jovem -- aos quatro anos. Vai estar no Castelo de Sines na última noite, dia 25.
Estes dois nomes, juntamente com as outras duas confirmações oficiais, integram um extenso cartaz, como é habitual, que vai sendo descoberto aos poucos e poucos, através das páginas e myspaces oficiais dos artistas:
Warsaw Village Band (Polónia) - é o regresso do grupo polaco ao FMM, descoberto pelo Luís Rei nas suas Crónicas da Terra
Acetre (Olivença... Portugal?) - mais outra novidade das CdT
OqueStrada (Portugal)
Circo Abusivo (Itália)
Kasaï Allstars (Congo-Kinshasa)
Dele Sosimi (Nigéria/Reino Unido)
Victor Démé (Burquina Faso)
Speed Caravan (Argélia/França)
Chicha Libre (EUA)
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Ainda sobre o cérebro emocional
Relendo o que escrevi ontem, parece-me agora óbvio que faltou dizer uma coisa, nomeadamente na ponte entre a citação do professor Damásio e as questões que lancei. Imagino eu, a partir do meu modesto -- diria nulo -- conhecimento dos meandros da mente e da ciência que a ela se dedica, que o professor se estivesse a referir a algo muito específico, isto é, a reacções emocionais no imediato, nos tais segundos que nos dão para, por exemplo, digerirmos as notícias de um telejornal. A ponte para o raciocínio e para as questões que imediatamente surgiram na minha cabeça pode, por isso, ser exagerada ou desadequada, mas, e não sendo aliás um tema novo, creio que algumas delas tenham alguma pertinência.
Uma outra questão que deriva daquela "reflexão" prende-se com o trabalho diário dos especialistas da matéria, no caso específico, da música, e, particularizando um pouco mais, dos críticos. Na mesma linha de pensamento, será que, perante a obrigação de conhecer tudo, conseguem eles reagir a algo, conseguem eles ser mais do que autómatos com funções cognitivas? No tempo em que desempenhava tais tarefas, principalmente nos últimos anos, acumulei uma espécie de stress ou cansaço que se resumia a algo como "estou farto de ouvir música" ou "estou farto de não ter prazer ao ouvir música". Tal opinião era partilhada por outros camaradas, como o Pedro Gonçalves, que chegou a escrever um editorial na revista "On", do Independente, a precisar, ponto por ponto, os sintomas dessa espécie de stress. Desde então, sempre imaginei que a origem do problema estivesse na mistura entre trabalho e prazer, isto é, que tudo era consequência de se transformar um prazer numa obrigação. Talvez assim seja, mas vai ganhando força a teoria de que também para isso contribuirá este desfasamento entre as velocidades da função cognitiva e da função emocional.
Uma outra questão que deriva daquela "reflexão" prende-se com o trabalho diário dos especialistas da matéria, no caso específico, da música, e, particularizando um pouco mais, dos críticos. Na mesma linha de pensamento, será que, perante a obrigação de conhecer tudo, conseguem eles reagir a algo, conseguem eles ser mais do que autómatos com funções cognitivas? No tempo em que desempenhava tais tarefas, principalmente nos últimos anos, acumulei uma espécie de stress ou cansaço que se resumia a algo como "estou farto de ouvir música" ou "estou farto de não ter prazer ao ouvir música". Tal opinião era partilhada por outros camaradas, como o Pedro Gonçalves, que chegou a escrever um editorial na revista "On", do Independente, a precisar, ponto por ponto, os sintomas dessa espécie de stress. Desde então, sempre imaginei que a origem do problema estivesse na mistura entre trabalho e prazer, isto é, que tudo era consequência de se transformar um prazer numa obrigação. Talvez assim seja, mas vai ganhando força a teoria de que também para isso contribuirá este desfasamento entre as velocidades da função cognitiva e da função emocional.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
A velocidade do cérebro emocional
Numa notável conversa com a jornalista Judite de Sousa no programa "Grande Entrevista", nesta noite, o conceituado neurologista António Damásio dizia, a certa altura, na sequência da abordagem do tema do aceleramento da vida diária:
«E há outro problema mais grave, para onde o nosso trabalho se está a dirigir. É um problema que tem a ver com a diferença de velocidades do nosso cérebro cognitivo e do nosso cérebro emocional. O cérebro emocional é um cérebro lento. Vem de há milhões de anos. É um cérebro que tem certas características de sistema neuronal, de mediador de estímulos, e que funciona numa escala relativamente lenta. É uma escala de segundos a, por vezes, minutos. O cérebro cognitivo funciona numa escala de centenas de milisegundos. Muito, muito rápido. Portanto, é perfeitamente possível para nós aprendermos muito rapidamente uma quantidade de factos, recolhermos uma quantidade de imagens e lembrarmo-nos delas, manipularmos essas imagens de uma forma inteligente. E, ao mesmo tempo, as emoções que deviam ser disparadas em relação a certos factos, em relação a certos acontecimentos, não conseguem ser disparadas porque não há tempo. Portanto, estamos a fazer uma separação, um divórcio completo entre estes dois cérebros, e isso, sim, isso pode ser muito perigoso.»
Enquanto ouvia estas palavras do professor Damásio, e nas linhas modestas com se cose o meu raciocínio, pensava no tema -- esbatido, admito -- dos modernos hábitos de consumo de objectos de arte e entretenimento, neste caso, da música. Ouvimos mais música, muito mais música. Conhecemos mais música, muito mais música. Mas teremos, de facto, tempo para lhe reagirmos... emocionalmente? Mesmo quando um novo disco nos cativa a atenção e o escutamos seis ou sete vezes ao dia, por quantos dias o fazemos até que outra ou outras descobertas ocupem esse privilégio no tempo que ocupamos durante o dia a ouvir música -- o qual também se prolongou consideravelmente, desde o despertar até ao deitar -- e deixemos para trás aquela paixão anterior, como se fossemos uma capa viva do NME, sempre em busca da next big thing?
Por vezes, dou por mim a levar a mala, para os Bailaricos Sofisticados, com discos que, na sua esmagadora maioria, têm mais de 10 ou 15 anos. Há dias, em Braga, numa conversa de amigos ao jantar, discutíamos que, apesar das quantidades massivas de nova música com que contactamos diariamente, o maior prazer acaba por ser tirado das coisas antigas. Uma das teorias na mesa, que vem ao encontro das palavras do professor Damásio, era a de que o trabalho de apreensão emocional já tinha sido feito no passado. Entra em acção a memória emocional, se assim se puder dizer sem fazer chocar nenhum neurologista.
Na mesma linha de raciocínio, há um exemplo que, apesar de poder (certamente que sim) derivar do desenvolvimento do marketing enquanto ferramenta de criação de mercados, ajuda a ilustrar esta questão. Porque é há hoje tantos discos, tantos eventos, tantos discos, tantos regressos de bandas, onde a palavra-chave é "nostalgia"? Os anos 70, os anos 80 ou até mesmo a década passada, nunca estiveram tanto na moda. Talvez nem mesmo na sua própria altura. E não é apenas na música que isto acontece. A minha memória é daquelas que mais cedo ou mais tarde vai carecer da pílula mágica em desenvolvimento de que o professor Damásio também falou nesta noite, mas sou perfeitamente capaz de me lembrar que há 15 ou 20 anos não havia nada que se parecesse com isto.
Nós, os da geração que cresceu antes da World Wide Web, ainda temos uma memória que recupera as emoções do tempo em que tínhamos tempo para as ter. Levamos bagagem para esta viagem, por assim dizer. Espero que o meu filho consiga ter tempo de fazer uma malita para transportar consigo (na viagem que é a vida, para este texto acabar de maneira bonita e singela, já agora).
«E há outro problema mais grave, para onde o nosso trabalho se está a dirigir. É um problema que tem a ver com a diferença de velocidades do nosso cérebro cognitivo e do nosso cérebro emocional. O cérebro emocional é um cérebro lento. Vem de há milhões de anos. É um cérebro que tem certas características de sistema neuronal, de mediador de estímulos, e que funciona numa escala relativamente lenta. É uma escala de segundos a, por vezes, minutos. O cérebro cognitivo funciona numa escala de centenas de milisegundos. Muito, muito rápido. Portanto, é perfeitamente possível para nós aprendermos muito rapidamente uma quantidade de factos, recolhermos uma quantidade de imagens e lembrarmo-nos delas, manipularmos essas imagens de uma forma inteligente. E, ao mesmo tempo, as emoções que deviam ser disparadas em relação a certos factos, em relação a certos acontecimentos, não conseguem ser disparadas porque não há tempo. Portanto, estamos a fazer uma separação, um divórcio completo entre estes dois cérebros, e isso, sim, isso pode ser muito perigoso.»
Enquanto ouvia estas palavras do professor Damásio, e nas linhas modestas com se cose o meu raciocínio, pensava no tema -- esbatido, admito -- dos modernos hábitos de consumo de objectos de arte e entretenimento, neste caso, da música. Ouvimos mais música, muito mais música. Conhecemos mais música, muito mais música. Mas teremos, de facto, tempo para lhe reagirmos... emocionalmente? Mesmo quando um novo disco nos cativa a atenção e o escutamos seis ou sete vezes ao dia, por quantos dias o fazemos até que outra ou outras descobertas ocupem esse privilégio no tempo que ocupamos durante o dia a ouvir música -- o qual também se prolongou consideravelmente, desde o despertar até ao deitar -- e deixemos para trás aquela paixão anterior, como se fossemos uma capa viva do NME, sempre em busca da next big thing?
Por vezes, dou por mim a levar a mala, para os Bailaricos Sofisticados, com discos que, na sua esmagadora maioria, têm mais de 10 ou 15 anos. Há dias, em Braga, numa conversa de amigos ao jantar, discutíamos que, apesar das quantidades massivas de nova música com que contactamos diariamente, o maior prazer acaba por ser tirado das coisas antigas. Uma das teorias na mesa, que vem ao encontro das palavras do professor Damásio, era a de que o trabalho de apreensão emocional já tinha sido feito no passado. Entra em acção a memória emocional, se assim se puder dizer sem fazer chocar nenhum neurologista.
Na mesma linha de raciocínio, há um exemplo que, apesar de poder (certamente que sim) derivar do desenvolvimento do marketing enquanto ferramenta de criação de mercados, ajuda a ilustrar esta questão. Porque é há hoje tantos discos, tantos eventos, tantos discos, tantos regressos de bandas, onde a palavra-chave é "nostalgia"? Os anos 70, os anos 80 ou até mesmo a década passada, nunca estiveram tanto na moda. Talvez nem mesmo na sua própria altura. E não é apenas na música que isto acontece. A minha memória é daquelas que mais cedo ou mais tarde vai carecer da pílula mágica em desenvolvimento de que o professor Damásio também falou nesta noite, mas sou perfeitamente capaz de me lembrar que há 15 ou 20 anos não havia nada que se parecesse com isto.
Nós, os da geração que cresceu antes da World Wide Web, ainda temos uma memória que recupera as emoções do tempo em que tínhamos tempo para as ter. Levamos bagagem para esta viagem, por assim dizer. Espero que o meu filho consiga ter tempo de fazer uma malita para transportar consigo (na viagem que é a vida, para este texto acabar de maneira bonita e singela, já agora).
Eram já imensas as saudades....
...de ver Mão Morta no registo que ontem trouxeram ao São Jorge, em mais uma etapa da Ventos Animais Tour. Saudades de estar no meio de uma plateia a ouvir e a sentir E se Depois, Oub'Lá, Quero Morder-te as Mãos, Barcelona, Lisboa, Charles Manson, Anarquista Duval, Velocidade Escaldante... E tantas, tantas outras, em quase duas horas de suor deixado em palco (e na camisa do Adolfo), com direito até a segundo encore não previsto, de tão especial que foi a noite. Escutou-se o Bófia. Sim, até o Bófia foi tocado, como dedicatória especial à Joana, que ontem fazia anos. E Ventos Animais, que dá nome à digressão e que, por isso mesmo, abriu a noite, e que faz parte do lote das canções dilectas de quem escreve isto. E o gajo que escreve isto, a propósito, reconciliou-se definitivamente, tantos anos passados, com o Budapeste.
Por mais canções que aqui citasse e apesar dos vinte e cinco anos que os Mão Morta vão celebrar em Novembro, o que eles fazem de um concerto não se resume a um mero alinhamento, uma enumeração de hits, como frequentemente vemos nos dinossauros do rock'n'roll. Em abono da verdade, até pode ser que isso aconteça por vezes. Mas não foi assim ontem. É perigoso falar pelos outros, mas aposto que para muitas das caras habituais que ontem marcaram presença no São Jorge, como o Bruno, que chegou ao 60º concerto, este não foi "mais um". O de ontem não foi, acreditem.
Tivesse sido em pé e teria havido mortos.
Por mais canções que aqui citasse e apesar dos vinte e cinco anos que os Mão Morta vão celebrar em Novembro, o que eles fazem de um concerto não se resume a um mero alinhamento, uma enumeração de hits, como frequentemente vemos nos dinossauros do rock'n'roll. Em abono da verdade, até pode ser que isso aconteça por vezes. Mas não foi assim ontem. É perigoso falar pelos outros, mas aposto que para muitas das caras habituais que ontem marcaram presença no São Jorge, como o Bruno, que chegou ao 60º concerto, este não foi "mais um". O de ontem não foi, acreditem.
Tivesse sido em pé e teria havido mortos.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
Robert Wyatt no 1º de Maio
Fonte interna da CGTP confirma: Robert Wyatt é o principal nome da festa do 1º de Maio da Alameda D. Afonso Henriques!
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