Na montra de uma loja de discos em Bruxelas, perto da Grote Markt / Grand Place. A loja estava fechada, infelizmente, mas uma investigação rápida em casa ofereceu a explicação: trata-se de uma reedição espanhola de 1973 para "Images", uma das primeiras compilações de lados-B e raridades, com capa e título diferentes.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
El Rey del Gay Power
Na montra de uma loja de discos em Bruxelas, perto da Grote Markt / Grand Place. A loja estava fechada, infelizmente, mas uma investigação rápida em casa ofereceu a explicação: trata-se de uma reedição espanhola de 1973 para "Images", uma das primeiras compilações de lados-B e raridades, com capa e título diferentes.
Mais alguns detalhes sobre o FMM 2008
10 dias
De 17 a 26 de Julho, são dez dias ao todo, tantos quanto as edições do FMM, incluindo esta, que marca o 10º aniversário do festival.
Bilhetes
Mantém-se o preço dos bilhetes no castelo (€10/noite) e os do espaço em Porto Covo (€5/noite). Os bilhetes para o Centro de Artes custam €10/noite e os restantes espaços onde acontecerão os concertos (ruas do Centro de Artes e palco da avenida da Praia) têm entrada livre.
Iniciativas paralelas
Destaque especial, neste ano, para o seminário "Música, cultura e nação", com a co-organização do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa, que decorrerá antes do arranque dos concertos, nos dias 15 e 16. Vai haver também o habitual ciclo de cinema, desta vez dedicado ao tema "Migrações", entre os dias 23 e 26. E há ainda, claro, os workshops, os ateliês para crianças, as conversas com os músicos e as jam sessions improvisadas (e estando por lá o Jacky Mollard novamente, pode ser que haja oportunidade para mais um encontro pela SMURSS como no ano passado).
Informações mais detalhadas em fmm.com.pt.
De 17 a 26 de Julho, são dez dias ao todo, tantos quanto as edições do FMM, incluindo esta, que marca o 10º aniversário do festival.
Bilhetes
Mantém-se o preço dos bilhetes no castelo (€10/noite) e os do espaço em Porto Covo (€5/noite). Os bilhetes para o Centro de Artes custam €10/noite e os restantes espaços onde acontecerão os concertos (ruas do Centro de Artes e palco da avenida da Praia) têm entrada livre.
Iniciativas paralelas
Destaque especial, neste ano, para o seminário "Música, cultura e nação", com a co-organização do Instituto de Etnomusicologia da Universidade Nova de Lisboa, que decorrerá antes do arranque dos concertos, nos dias 15 e 16. Vai haver também o habitual ciclo de cinema, desta vez dedicado ao tema "Migrações", entre os dias 23 e 26. E há ainda, claro, os workshops, os ateliês para crianças, as conversas com os músicos e as jam sessions improvisadas (e estando por lá o Jacky Mollard novamente, pode ser que haja oportunidade para mais um encontro pela SMURSS como no ano passado).
Informações mais detalhadas em fmm.com.pt.
Arquivismo
Vivam os arquivistas que por esse mundo foram montam sites, gerem blogues, usam as ferramentas que estão à sua disposição para manter vivo um passado que, de outra forma, cairia no esquecimento total. Há mais um blogue português dedicado à recuperação de sons antigos da música popular, concretamente de discos que nunca chegaram a ter uma reedição em CD:
discoscomsono.blogspot.com
Para já, encontram-se por lá o "Santa", dos Ban; "Vydia", o disco produzido por Vítor Rua a partir de colaborações de Telectu, Osso Exótico, Duplex Longa, Carlos Zíngaro, Nuno Rebelo e muita outra gente, em 1991; "Olho de Fogo", de Janita Salomé, entre outros. É aproveitar enquanto os links estão fresquinhos.
discoscomsono.blogspot.com
Para já, encontram-se por lá o "Santa", dos Ban; "Vydia", o disco produzido por Vítor Rua a partir de colaborações de Telectu, Osso Exótico, Duplex Longa, Carlos Zíngaro, Nuno Rebelo e muita outra gente, em 1991; "Olho de Fogo", de Janita Salomé, entre outros. É aproveitar enquanto os links estão fresquinhos.
FMM Sines: cartaz completo
(Mais detalhes amanhã ou depois.)
Quinta-feira, 17 de Julho
Siba e a Fuloresta (Brasil), 19h00, Ruas do CAS
Bassekou Kouyaté & Ngoni Ba (Mali), 22h00, Auditório do CAS
Serra-lhe Aí!!! & Os Rosais (Galiza), 00h00, Ruas do CAS
Sexta-feira, 18 de Julho
A Naifa (Portugal), 21h30, Porto Covo
Herminia (Cabo Verde), 23h00, Porto Covo
Hazmat Modine (EUA), 00h30, Porto Covo
Sábado, 19 de Julho
Flat Earth Society meets Jimi Tenor (Bélgica / Fin.), 21h30, Porto Covo
The Last Poets (EUA), 23h00, Porto Covo
Enzo Avitabile & Bottari (Itália), 00h30, Porto Covo
Domingo, 20 de Julho
Danças Ocultas (Portugal), 21h30, Porto Covo
Asha Bhosle (Índia), 23h00, Porto Covo
A Tribute to Andy Palacio feat. Special Guests (Belize / Honduras), 00h30, Porto Covo
Segunda-feira, 21 de Julho
Moscow Art Trio (Rússia / Noruega), 22h00, Auditório do CAS
Lo Còr de la Plana (Occitânia), 23h30, Auditório do CAS
Danae (Portugal), 01h00, Ruas do CAS
Terça-feira, 22 de Julho
Iva Bittová (Rep. Checa), 22h00, Auditório do CAS
Moriarty (EUA / França), 23h30, Auditório do CAS
Dead Combo (Portugal), 01h00, Ruas do CAS
Quarta-feira, 23 de Julho
Waldemar Bastos (Angola), 21h30, Castelo
Justin Adams & Juldeh Camara (R. Unido / Gâmbia), 23h00, Castelo
Kasaï Allstars (RD Congo), 00h30, Castelo
Anthony Joseph & The Spasm Band feat. Joe Bowie (Trinidad / R. Unido / Estados Unidos), 02h30, Av. Praia
Quinta-feira, 24 de Julho
Mandrágora & Special Guests (Portugal / Bretanha), 19h30, Av. Praia
Marful “Salón de Baile” (Galiza), 21h30, Castelo
Toto Bona Lokua (Antilhas Fr./Camarões/Congo), 23h00, Castelo
Orquestra Baobab (Senegal), 00h30, Castelo
Silvério Pessoa (Brasil), 02h15, Av. Praia
Toubab Krewe (EUA), 03h45, Av. Praia
Sexta-feira, 25 de Julho
Rachel Unthank & The Winterset (Reino Unido), 19h30, Av. Praia
Asif Ali Khan & Party (Paquistão), 21h30, Castelo
KTU (Finlândia/EUA), 23h00, Castelo
Cui Jian (China), 00h30, Castelo
Firewater (EUA), 02h15, Av. Praia
Nortec Collective presents Bostich and Fussible (México), 03h45, Av. Praia
Sábado, 26 de Julho
The Dizu Plaatjies’ Ibuyambo Ensemble (África Sul), 19h30, Av. Praia
Koby Israelite (Israel / Reino Unido), 21h30, Castelo
Rokia Traoré (Mali / França), 23h00, Castelo
Doran - Stucky - Studer - Tacuma (Irl. / Suíça / EUA), 00h30, Castelo
Antibalas (EUA), 02h30, Av. Praia
Boom Pam (Israel), 04h00, Av. Praia
Quinta-feira, 17 de Julho
Siba e a Fuloresta (Brasil), 19h00, Ruas do CAS
Bassekou Kouyaté & Ngoni Ba (Mali), 22h00, Auditório do CAS
Serra-lhe Aí!!! & Os Rosais (Galiza), 00h00, Ruas do CAS
Sexta-feira, 18 de Julho
A Naifa (Portugal), 21h30, Porto Covo
Herminia (Cabo Verde), 23h00, Porto Covo
Hazmat Modine (EUA), 00h30, Porto Covo
Sábado, 19 de Julho
Flat Earth Society meets Jimi Tenor (Bélgica / Fin.), 21h30, Porto Covo
The Last Poets (EUA), 23h00, Porto Covo
Enzo Avitabile & Bottari (Itália), 00h30, Porto Covo
Domingo, 20 de Julho
Danças Ocultas (Portugal), 21h30, Porto Covo
Asha Bhosle (Índia), 23h00, Porto Covo
A Tribute to Andy Palacio feat. Special Guests (Belize / Honduras), 00h30, Porto Covo
Segunda-feira, 21 de Julho
Moscow Art Trio (Rússia / Noruega), 22h00, Auditório do CAS
Lo Còr de la Plana (Occitânia), 23h30, Auditório do CAS
Danae (Portugal), 01h00, Ruas do CAS
Terça-feira, 22 de Julho
Iva Bittová (Rep. Checa), 22h00, Auditório do CAS
Moriarty (EUA / França), 23h30, Auditório do CAS
Dead Combo (Portugal), 01h00, Ruas do CAS
Quarta-feira, 23 de Julho
Waldemar Bastos (Angola), 21h30, Castelo
Justin Adams & Juldeh Camara (R. Unido / Gâmbia), 23h00, Castelo
Kasaï Allstars (RD Congo), 00h30, Castelo
Anthony Joseph & The Spasm Band feat. Joe Bowie (Trinidad / R. Unido / Estados Unidos), 02h30, Av. Praia
Quinta-feira, 24 de Julho
Mandrágora & Special Guests (Portugal / Bretanha), 19h30, Av. Praia
Marful “Salón de Baile” (Galiza), 21h30, Castelo
Toto Bona Lokua (Antilhas Fr./Camarões/Congo), 23h00, Castelo
Orquestra Baobab (Senegal), 00h30, Castelo
Silvério Pessoa (Brasil), 02h15, Av. Praia
Toubab Krewe (EUA), 03h45, Av. Praia
Sexta-feira, 25 de Julho
Rachel Unthank & The Winterset (Reino Unido), 19h30, Av. Praia
Asif Ali Khan & Party (Paquistão), 21h30, Castelo
KTU (Finlândia/EUA), 23h00, Castelo
Cui Jian (China), 00h30, Castelo
Firewater (EUA), 02h15, Av. Praia
Nortec Collective presents Bostich and Fussible (México), 03h45, Av. Praia
Sábado, 26 de Julho
The Dizu Plaatjies’ Ibuyambo Ensemble (África Sul), 19h30, Av. Praia
Koby Israelite (Israel / Reino Unido), 21h30, Castelo
Rokia Traoré (Mali / França), 23h00, Castelo
Doran - Stucky - Studer - Tacuma (Irl. / Suíça / EUA), 00h30, Castelo
Antibalas (EUA), 02h30, Av. Praia
Boom Pam (Israel), 04h00, Av. Praia
Trio eléctrico
Afinal, são os Animal Collective que andam atrás do El Guincho e não o contrário. A partir do "Peacebone" foi sempre a dançar. Houve direito a Panda Bear e tudo. Brother sport brother sport brother sport brother sport brother sport brother sport brother sport!
(Nota: nunca confiar em horários apertados de voos. Por pouco, a Portugália, o mau tempo ou qualquer outra razão que não foi nem nunca será explicada aos comuns passageiros, quase me faziam perder o concerto. E perder Animal Collective depois de ter perdido Boris ontem, era motivo mais do que suficiente para enveredar por essa carreira cada vez mais difícil dos piratas do ar.)
(Nota: nunca confiar em horários apertados de voos. Por pouco, a Portugália, o mau tempo ou qualquer outra razão que não foi nem nunca será explicada aos comuns passageiros, quase me faziam perder o concerto. E perder Animal Collective depois de ter perdido Boris ontem, era motivo mais do que suficiente para enveredar por essa carreira cada vez mais difícil dos piratas do ar.)
domingo, 25 de maio de 2008
Ó adoradores dos amplificadores
É já amanhã, segunda-feira, e no dia seguinte, que os japoneses Boris, acompanhados de Michio Kurihara (Ghost), vão pisar os palcos de Porto e Lisboa. Primeiro o Porto-Rio (será que o barco Gandufe se aguenta?), depois o LX Factory, o magnífico espaço em Alcântara de que a ZDB já se serviu para o concerto dos Negativland (para indicações em como chegar ao LX Factory, vejam aqui). Amanhã e terça-feira, estes serão pontos de romagem obrigatória para os peregrinos do milagre da distorção. Não esquecei de levar os tampões para os ouvidos.
Ah, e as primeiras partes de ambos os espectáculos vão ser asseguradas pelos Growing, que actualmente integram o roster da Social Registry.
Ah, e as primeiras partes de ambos os espectáculos vão ser asseguradas pelos Growing, que actualmente integram o roster da Social Registry.
quarta-feira, 21 de maio de 2008
E já me esquecia desta outra novidade
É um dia rico aqui no tasco no que diz respeito a novidades dos festivais de músicas do mundo. O Luís Rei já tinha também dado, via Crónicas da Terra, conta de dois outros nomes para o cartaz do FMM Sines. No último dia, há Koby Israelite (outro israelita para o dia final do FMM, além dos Boom Pam), membro da fileira da Tzadik de John Zorn. E dois dias antes, a 24 de Julho, há um encontro muito especial entre os portugueses Mandrágora e três músicos oriundos da Bretanha: Jacky Mollard (inesquecível a noite que o "fiddler" proporcionou no FMM do ano passado), a luso-francesa Simone Alves e Guillaume Guern. Isto está a compor-se cada vez mais.
Mais uns para o FMM
Voltando ao FMM, eis outra novidade para o cartaz deste ano: Dead Combo. Tó Trips e Pedro Gonçalves, que acabaram de lançar "Lusitânia Playboys", vão estar no festival de Sines a 22 de Julho, de acordo com as datas exibidas no myspace do duo, de onde constam, entre outras, algumas actuações no estrangeiro, designadamente em Itália, Inglaterra e Polónia.
Os palcos principais do MED
Por falar em António Pires, ele dá conta no Raízes & Antenas de mais novidades na quinta edição do MED de Loulé, com o cartaz completo dos palcos da Cerca e da Matriz, os dois pontos principais do festival de world music que este ano leva a definição do conceito bem mais longe do que é habitual. Ora veja-se:
(Dia 25 de Junho)
La Shica (Espanha), Balkan Beat Box (Israel/Estados Unidos) e Caravan Palace (França).
(Dia 26)
Roy Paci & Aretuska (Itália), Jimmy Cliff (Jamaica) e Muchachito Bombo Infierno (Espanha)
(dia 27)
Deolinda (Portugal), Zita Swoon (Bélgica), Zuco 103 (Brasil/Holanda) e Solomon Burke (Estados Unidos)
(dia 28)
Master Musicians of Jajouka (Marrocos), Ana Moura (Portugal), Amadou & Mariam (Mali) e Café Tacuba
(dia 29)
The Idan Raichel Project (Israel), Konono nº1 (Congo) e Les Tambours du Bronx (França)
...
E ainda faltam, de acordo com a promessa da organização, mais 23 nomes, entre grupos e DJs, para ocuparem os restantes três palcos da festa. É obra!
(Dia 25 de Junho)
La Shica (Espanha), Balkan Beat Box (Israel/Estados Unidos) e Caravan Palace (França).
(Dia 26)
Roy Paci & Aretuska (Itália), Jimmy Cliff (Jamaica) e Muchachito Bombo Infierno (Espanha)
(dia 27)
Deolinda (Portugal), Zita Swoon (Bélgica), Zuco 103 (Brasil/Holanda) e Solomon Burke (Estados Unidos)
(dia 28)
Master Musicians of Jajouka (Marrocos), Ana Moura (Portugal), Amadou & Mariam (Mali) e Café Tacuba
(dia 29)
The Idan Raichel Project (Israel), Konono nº1 (Congo) e Les Tambours du Bronx (França)
...
E ainda faltam, de acordo com a promessa da organização, mais 23 nomes, entre grupos e DJs, para ocuparem os restantes três palcos da festa. É obra!
Boom Pam e Bailarico Sofisticado em Sines
"Se Tarantino e Kusturica fizessem um filme a meias, os Boom Pam ficariam com a banda sonora.", já se disse. Israelitas a fazerem surf rock? Fãs do Link Wray e do Dick Dale? E das ciganadas dos balcãs? Duas guitarras eléctricas, uma tuba e uma bateria? É festa da grande e vai acontecer, conforme indica o myspace dos Boom Pam, na última noite do FMM Sines deste ano, a 26 de Julho. Vejam só um dos vídeos presentes no youtube:
Mas há mais novidades. Este ano, volta a haver Bailarico Sofisticado na avenida da Praia, no final de tudo, para os últimos resistentes do festival -- que decorrerá ao longo de dez dias nesta 10ª edição -- dançarem até à manhã de domingo. E, desta vez, o Bailarico terá um convidado muito especial, o grande, o insofismável, o inenarrável, o mestre, o educador do proletariado, o gajo que nos tem de pagar umas cervejas... António Pires!
Mas há mais novidades. Este ano, volta a haver Bailarico Sofisticado na avenida da Praia, no final de tudo, para os últimos resistentes do festival -- que decorrerá ao longo de dez dias nesta 10ª edição -- dançarem até à manhã de domingo. E, desta vez, o Bailarico terá um convidado muito especial, o grande, o insofismável, o inenarrável, o mestre, o educador do proletariado, o gajo que nos tem de pagar umas cervejas... António Pires!
Os jovens não acreditam no futuro e a culpa é nossa
Vítor Belanciano vai buscar o diploma de sociólogo ao armário para entrevistar Lawrence Grossberg, um dos primeiros académicos a levar a música e a "cultura popular jovem" para a universidade. Leitura obrigatória.
Alguns excertos:
A vida dos jovens, nos EUA, mudou imenso. O contexto da música também - a forma como se relacionam e a importância que lhe atribuem modificou-se. Em parte, pela tecnologia. Para a minha geração - talvez até aos anos 1980 - a música era das poucas coisas que tínhamos em comum. Intensificava o sentimento de pertença. Agora a música está integrada no quotidiano, ao lado dos computadores, internet, telemóveis. A forma como a música atribui identidade mudou. Não é menos ou mais intenso, mas o contexto é outro. Nos anos 1970, os gostos musicais definiam quem éramos e quem queríamos ser. Hoje, os jovens são mais abertos, mais eclécticos, menos cínicos - ou mais cínicos porque a minha geração acreditava na "autenticidade" e eles estão-se nas tintas. Acreditávamos que ser jovem era bom e a música era uma forma de o celebrarmos. Não creio que hoje pensem assim. É verdade: muitas das coisas que escrevi há 20 anos tornaram-se irrelevantes, já não captam as contradições e as dinâmicas da actualidade.
Não há novas visões do que pode ser o futuro. Nos anos 60 não existia uma noção específica do que esse futuro podia ser, mas havia a ideia que existiam outros estilos de vida. Nesse sentido, demos expressão à maior parte da "cultura jovem", que não era muito politizada, mas que - através do rock, por exemplo - foi capaz de rejeitar o american way of life. Agora não temos uma visão para oferecer de como o futuro pode ser. Estamos numa fase em que qualquer coisa está a desaparecer e existe outra que se prepara para nascer e ainda não conseguimos distinguir o que é.
Alguns excertos:
A vida dos jovens, nos EUA, mudou imenso. O contexto da música também - a forma como se relacionam e a importância que lhe atribuem modificou-se. Em parte, pela tecnologia. Para a minha geração - talvez até aos anos 1980 - a música era das poucas coisas que tínhamos em comum. Intensificava o sentimento de pertença. Agora a música está integrada no quotidiano, ao lado dos computadores, internet, telemóveis. A forma como a música atribui identidade mudou. Não é menos ou mais intenso, mas o contexto é outro. Nos anos 1970, os gostos musicais definiam quem éramos e quem queríamos ser. Hoje, os jovens são mais abertos, mais eclécticos, menos cínicos - ou mais cínicos porque a minha geração acreditava na "autenticidade" e eles estão-se nas tintas. Acreditávamos que ser jovem era bom e a música era uma forma de o celebrarmos. Não creio que hoje pensem assim. É verdade: muitas das coisas que escrevi há 20 anos tornaram-se irrelevantes, já não captam as contradições e as dinâmicas da actualidade.
Não há novas visões do que pode ser o futuro. Nos anos 60 não existia uma noção específica do que esse futuro podia ser, mas havia a ideia que existiam outros estilos de vida. Nesse sentido, demos expressão à maior parte da "cultura jovem", que não era muito politizada, mas que - através do rock, por exemplo - foi capaz de rejeitar o american way of life. Agora não temos uma visão para oferecer de como o futuro pode ser. Estamos numa fase em que qualquer coisa está a desaparecer e existe outra que se prepara para nascer e ainda não conseguimos distinguir o que é.
terça-feira, 20 de maio de 2008
Procura-se
Software intrusivo para telemóveis que permita entrar nos telemóveis de outros passageiros que usam os mesmos nos transportes públicos para ouvir rádio e música foleira (sem phones).
domingo, 18 de maio de 2008
sábado, 17 de maio de 2008
Momentos na história dos Negativland #4
Negativland, no início do espectáculo "It's All In Your Head FM" (ao vivo em Newport, Kentucky, em 2007). Continuação aqui.
Esta rubrica termina com o espectáculo que os Negativland trazem a Lisboa e Porto este fim-de-semana. A dimensão visual dos Negativland parece marcar ausência neste simulacro de programa de rádio, até porque os espectadores são convidados a colocar vendas nos olhos. "It's All in Your Head FM" recupera a ideia dos programas de rádio apresentados pelo Dr. Oslo Norway, pseudónimo de Don Joyce, um dos Negativland, e, tal como naqueles, procura provar a inexistência de deus, com recorrência a depoimentos e conversas acerca de cristianismo, judaísmo, islamismo e outras religiões. Em 2006, o grupo lançou um álbum com excertos deste espectáculo gravados ao longo de 2005 e que só se encontra à venda nos locais dos concertos (como, presume-se, os de hoje e amanhã).
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Rokia Traoré de volta a Sines
A cantora maliana Rokia Traoré está de volta ao palco do castelo de Sines, para a noite de encerramento do FMM deste ano, a 26 de Julho. Aquela que é uma das vozes mais apaixonantes das que foram ouvidas entre os muros daquele castelo, traz consigo o novo álbum, "Tchamanché", onde aproveita para namoriscar com o blues e o rock (diz-se que até toca com uma Gretsch!).
Mas há mais, embora esta já não seja uma novidade: Rokia Traoré vai também subir ao palco do Grande Auditório do CCB já na próxima terça-feira, dia 20, enquanto convidada do Kronos Quartet, para a interpretação dos dois temas que gravou com estes para o álbum "Bowmboï", que mereceu o prestigiado BBC 3 World Music Award em 2003.
Momentos na história dos Negativland #3
Negativland "The Greatest Taste Around" (de "Dispepsi", Seeland, 1997)
Uma vez mais, o mesmo modus operandi: polémica a partir do corte e colagem de samples não autorizados, agora com especial enfoque nas imagens, com este vídeo feito para o segundo single de "Dispepsi" e construído a partir de, entre outras, imagens de anúncios das duas principais marcas de refrigerante. "Dispepsi", que remete de imediato para dispepsia (indigestão), atacava directamente aquelas duas marcas mas acabou por passar ao largo de qualquer acção judicial.
quinta-feira, 15 de maio de 2008
Momentos na história dos Negativland #2
Negativland "I Still Haven't Found What I'm Looking For (Special Edit Radio Mix)" (de "U2", Seeland) [só música; sem vídeo]
Uma fase crucial da carreira dos Negativland, talvez a mais lembrada até aos dias de hoje, iniciou-se em 1991, quando o grupo lançou o EP "U2". Nele podia ouvir-se, além da melodia de "I Still Haven't Found What I'm Looking For", dos U2, diversos samples do grupo irlandês e da voz de Casey Kasem, o apresentador do "American Top 40", a partir de uma gravação deste em microfone fechado (ou não tão fechado assim), que circulava pelos estúdios de toda a América, onde se podia ouvir coisas como: "These guys are from England and who gives a shit?" (para os mais curiosos, aqui há uma transcrição completa da gravação de Kasem.)
A Island -- e não os U2, como habitualmente se vê por aí escrito -- reagiu e levantou um processo contra os Negativland. Não só a gravação violava a lei dos direitos de autor, no entendimento da editora, como a capa trazia estampado a toda a altura e largura da capa a expressão "U2" com o lettering que o grupo usava na altura e sobre o avião com o mesmo nome. O disco saiu de circulação, para aparecer mais tarde, em 2001, na bootleg semi-oficial "These Guys Are from England and Who Gives a Shit", que terá tido a aprovação dos próprios U2. Num episódio curioso decorrido em 1992, The Edge, o guitarrista dos U2 participou numa entrevista para apresentar a digressão Zoo TV (que passou por Portugal), e onde curiosamente se investia intensivamente nas técnicas de corte e colagem, muitas delas sem autorizações prévias, o que, por ironia, constituía precisamente o ofício dos Negativland. A meio da entrevista, The Edge soube que quem lhe estava a fazer as perguntas eram Mark Hosler e Don Joyce, o núcleo principal dos Negativland. Embaraçado, acabou por admitir que a queixa da Island tinha sido levantada sem o conhecimento dos U2 e que já era tarde demais para evitar fosse o que fosse nessa altura.
Tal como lembrou o leitor que ontem comentou esta rubrica, o concerto dos Negativland no próximo domingo, em Serralves, vai também ser transmitido pela rádio. "It's All In Your Head FM" vai poder ser ouvido através das emissões da Rádio Universitária do Minho (RUM), Rádio Zero e Rádio Universidade de Coimbra (RUC). Começa às 22h.
Uma casa portuguesa
No lufa-lufa das programações, há ainda quem consiga (ou quem tenha os meios para) fugir à rotina instalada e propor cartazes que, não sendo originais na ideia, são pouco frequentes e, portanto, dignos de toda a atenção. A Casa da Música alberga, a partir de hoje e até domingo, o festival Uma Casa Portuguesa, onde a cada noite propõe o encontro entre músicos portugueses e nórdicos.
Já hoje, Rão Kyao junta-se ao saxofonista norueguês Karl Seglem, numa reedição do encontro produzido na edição de 2007 do FMM Sines. Na primeira parte, tocam os Realejo.
Amanhã, é a vez de Gaiteiros de Lisboa e do sámi Lars-Ànte Kuhmunen pisarem o mesmo palco da sala Suggia da Casa da Música. A informação divulgada pela organização não é clara quanto à colaboração entre os músicos, mas é possível que esta venha a ocorrer.
No sábado, há concertos da dupla finlandesa constituída por Anna-Kaisa Liedes e Timo Väänänen e dos Toque do Caramulo. Para esta noite está ainda agendado um jantar que promete cruzar as gastronomias portuguesa e nórdica, ao que se seguirá uma jam session entre os portuenses Convinha Tradicional e todos os músicos que participam no festival.
Finalmente, no domingo, estarão no palco Júlio Pereira e a dupla dinamarquesa Haugaard and Hoirup.
Os bilhetes custam €10 para cada noite e os concertos têm horas de início diferenciadas de acordo com a noite. O melhor mesmo é consultar o site da Casa da Música.
Já hoje, Rão Kyao junta-se ao saxofonista norueguês Karl Seglem, numa reedição do encontro produzido na edição de 2007 do FMM Sines. Na primeira parte, tocam os Realejo.
Amanhã, é a vez de Gaiteiros de Lisboa e do sámi Lars-Ànte Kuhmunen pisarem o mesmo palco da sala Suggia da Casa da Música. A informação divulgada pela organização não é clara quanto à colaboração entre os músicos, mas é possível que esta venha a ocorrer.
No sábado, há concertos da dupla finlandesa constituída por Anna-Kaisa Liedes e Timo Väänänen e dos Toque do Caramulo. Para esta noite está ainda agendado um jantar que promete cruzar as gastronomias portuguesa e nórdica, ao que se seguirá uma jam session entre os portuenses Convinha Tradicional e todos os músicos que participam no festival.
Finalmente, no domingo, estarão no palco Júlio Pereira e a dupla dinamarquesa Haugaard and Hoirup.
Os bilhetes custam €10 para cada noite e os concertos têm horas de início diferenciadas de acordo com a noite. O melhor mesmo é consultar o site da Casa da Música.
quarta-feira, 14 de maio de 2008
Momentos na história dos Negativland #1
Negativland "Christianity is Stupid" (de "Escape from Noise", 1987)
Retirado de "Escape from Noise", o primeiro álbum gravado pelos Negativland para a SST Records, a editora originalmente associada ao movimento hardcore californiano (Black Flag, Minutemen, Meat Puppets, etc.), "Christianity is Stupid" explorava o tema do corte e colagem pelo efeito oposto que é possível obter quando se retira frases e palavras do contexto original. A voz que se ouve é do reverendo Estus Pirkle, no filme cristão baptista "If Footmen Tire You, What Will Horses Do?", onde, com a intenção contrária ao que soa o tema dos Negativland, aquele se referia à ameaça da invasão do comunismo na América com o exemplo de um regime totalitarista onde as colunas debitavam mensagens como esta para os cidadãos.
Para a digressão que se seguiu à edição de "Escape from Noise", os Negativland foram ainda mais longe e emitiram um press release inventado onde se afirmava que o tema tinha incitado um jovem a matar os seus pais à machadada, um caso real que abalou os EUA em 1988. A história correu rapidamente pelos meios de comunicação, que não se preocuparam em verificar outras fontes. De repente, os Negativland estavam no centro de uma polémica enorme, o que acabou por servir de conceito para o álbum seguinte, "Helter Stupid".
Entretanto, fica a notícia de que os Negativland vão também tocar em Serralves, no Porto, com o espectáculo "It's All In Your Head FM", a 18 de Maio. Dois dias antes, ou seja, na véspera do concerto em Lisboa, Mark Hosler, um dos elementos principais dos Negativland, vai estar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto, para uma conferência que abordará certamente a posição crítica do colectivo no seio da indústria cultural ao longo de quase trinta anos, designadamente nas questões relativas a direitos de autores, sobre as quais se fala sempre que se pensa nos Negativland. Começa às 14h30.
A letter to Eva Braun
Não os conheço, mas este cartaz tem que entrar nos anais dos cartazes de concertos:
MED de Loulé com... Zita Swoon?
Já era muito interessante o anúncio da participação do mítico Solomon Burke no cartaz do próximo festival MED, que se realiza entre 25 e 29 de Junho em Loulé (ver notícia mais abaixo), mas ainda mais surpreendente, como diz o Luís Rei nas Crónicas da Terra, que dão a novidade, é a inclusão dos belgas Zita Swoon. Será para o dia 27 de Junho, o mesmo dia em que tocarão também os Deolinda.
Continuando com as novidades divulgadas pelas CdT, há ainda a esperar em Loulé, no último dia, os congoleses Konono no.1 (já não vão ao Mestiço, na Casa da Música, mas participam ainda na festa de Serralves, a 8 de Junho, e tocam no CCB, a 2 de Agosto).
Continuando com as novidades divulgadas pelas CdT, há ainda a esperar em Loulé, no último dia, os congoleses Konono no.1 (já não vão ao Mestiço, na Casa da Música, mas participam ainda na festa de Serralves, a 8 de Junho, e tocam no CCB, a 2 de Agosto).
Neil Young em versão aranha e Blu-Ray
Está na Pitchfork. Um investigador da Universidade da East Carolina descobriu uma nova aranha e deu-lhe o nome... Myrmekiaphila Neilyoungi!
A notícia descobre ainda o véu sobre os arquivos de Neil Young, um dos projectos em que o músico de origem canadiana tem estado imerso nos últimos tempos. Está prevista para o próximo Outono a edição de uma primeira caixa com gravações antigas. Sairá, assim, em dez discos blu-ray (hum, quem é que tem blu-ray?) a primeira parte do Neil Young Archive, cobrindo a obra criada entre 1963 e 1972.
Neil Young tem um concerto marcado para o nosso país, mais precisamente a 12 de Julho, no âmbito do festival Alive.
A notícia descobre ainda o véu sobre os arquivos de Neil Young, um dos projectos em que o músico de origem canadiana tem estado imerso nos últimos tempos. Está prevista para o próximo Outono a edição de uma primeira caixa com gravações antigas. Sairá, assim, em dez discos blu-ray (hum, quem é que tem blu-ray?) a primeira parte do Neil Young Archive, cobrindo a obra criada entre 1963 e 1972.
Neil Young tem um concerto marcado para o nosso país, mais precisamente a 12 de Julho, no âmbito do festival Alive.
terça-feira, 13 de maio de 2008
O LX Factory. Onde?
Há por aí gente que vem ter comigo a dizer que o concerto dos Negativland, no sábado (e, já agora, a etapa lisboeta dos Boris e Growing, no dia 27) é na ZDB. Também eu cheguei a pensar que era, mas não é. Apesar de produzidos pela ZDB, estes concertos vão ter lugar no LX Factory. Na sequência, há também quem pergunte pela localização exacta do LX Factory.
Muito bem, antes de mais, LX Factory é o nome da imobiliária que gere o projecto Test, on art-Centro de Arte Contemporânea, futuro novo espaço dedicado às artes em Lisboa, mais precisamente na zona do Calvário, em Alcântara, nas instalações da antiga Gráfica Mirandela (vejam notícia da TimeOut ou da RTP.
Melhor ainda, eis um mapa da localização:
Muito bem, antes de mais, LX Factory é o nome da imobiliária que gere o projecto Test, on art-Centro de Arte Contemporânea, futuro novo espaço dedicado às artes em Lisboa, mais precisamente na zona do Calvário, em Alcântara, nas instalações da antiga Gráfica Mirandela (vejam notícia da TimeOut ou da RTP.
Melhor ainda, eis um mapa da localização:
O arquivo Sonic Youth
KILL YR IDOLS
Sonic Youth & Side Projects Rarities Sharing
www.freewebs.com/sonikyouth
A epígrafe do site Kill Yr Idols diz tudo. Bootlegs de concertos (por exemplo, os do Campo Pequeno e do Coliseu dos Recreios), temas raros que saíram apenas em compilações ou em fanzines, sessões de estúdio, covers, tributos de outros músicos, lados B esquecidos no tempo, gravações dos projectos paralelos de Thurston Moore, Lee Ranaldo, Kim Gordon e Steve Shelley, etc. Quase tudo se pode descarregar neste arquivo imenso da obra dos Sonic Youth. É de loucos.
(Obrigado pela dica, Spinafro.)
Sonic Youth & Side Projects Rarities Sharing
www.freewebs.com/sonikyouth
A epígrafe do site Kill Yr Idols diz tudo. Bootlegs de concertos (por exemplo, os do Campo Pequeno e do Coliseu dos Recreios), temas raros que saíram apenas em compilações ou em fanzines, sessões de estúdio, covers, tributos de outros músicos, lados B esquecidos no tempo, gravações dos projectos paralelos de Thurston Moore, Lee Ranaldo, Kim Gordon e Steve Shelley, etc. Quase tudo se pode descarregar neste arquivo imenso da obra dos Sonic Youth. É de loucos.
(Obrigado pela dica, Spinafro.)
Ainda não me tinha apercebido...
...que este ano não há mesmo África Festival.
:(
:(
segunda-feira, 12 de maio de 2008
O MySpace dos SMGETV
No campo do experimentalismo das guitarras distorcidas, das escolas Sonic Youth, Swans ou My Bloody Valentine, ninguém por cá ousou chegar ao ponto que os Santa Maria Gasolina em Teu Ventre atingiram em "Free Terminator" (LP editado pela Ama Romanta em 1989) ou no EP sem título editado pelo grupo em 1991, onde constava o mítico "Go West, Céline", com a voz de Adolfo Luxúria Canibal. Este e outros temas estão agora de novo disponíveis para escuta, através do myspace criado para recordar os Santa Maria Gasolina em Teu Ventre. Salvé, Tom Anderson e companhia.
É ir aqui:
myspace.com/smgetv
É ir aqui:
myspace.com/smgetv
Solomon Burke no MED 2008!
A Câmara Municipal de Loulé deu na passada sexta-feira o primeiro passo na divulgação do cartaz do MED, que todos anos organiza. Foram divulgados apenas três nomes, por enquanto, e a (boa) surpresa para um festival que habitualmente centra as apostas nas músicas do mundo está na vinda de Solomon Burke, figura lendária do rock'n'roll e da soul (são músicas do mundo, não?), para um concerto no dia 27 de Junho. Os outros nomes são os do colectivo de DJs e MCs Balkan Beat Box (dia 25), que têm contribuído fortemente para que as músicas ciganas tenham uma presença cada vez mais forte nas pistas de dança alternativas, e o casal maliano Amadou & Mariam, que depois do inesquecível concerto no FMM Sines, há três anos, voltam a Portugal, para encabeçarem a noite de dia 28 no MED (também vão estar, no dia seguinte, no Festival Mestiço organizado pela Casa da Música).
O MED de Loulé vai decorrer entre 25 e 29 de Junho, na cidade de Loulé. Por enquanto, ainda não há mais novidades da organização, mas este é o site oficial onde serão divulgadas mais informações: www.festivalmed.com.pt
Vem aí mais um Out.Fest
O Barreiro prepara-se para receber, no final desta semana, mais uma edição do Out.Fest - Encontros de Música e Imagem do Barreiro.
O cartaz dos concertos está assim alinhado:
No dia 16 (sexta-feira), no Auditório Municipal Augusto Cabrita, a partir das 21h30,
- David Maranha
- Uton
- One Might Add
- A Parte Maldita
- Peter Bastien
Dia 17 (sábado), no mesmo local e a partir da mesma hora,
- Flower/Corsano duo
- Ignatz
- Aluk Todolo
- Calhau!
- Agape
Paralelamente, decorre a exposição "Retratos a preto e branco", da fotógrafa Vera Marmelo, e a exibição de dois documentários: "Imagine the Sound", de Ron Mann, sobre o jazz vanguardista dos anos 60; "Global Metal", de Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre o heavy metal. A exibição dos filmes tem também lugar no AMAC, nos dias 15 ("Imagine the Sound") e 22 ("Global Metal"), a partir das 21h30. Mais informações em www.outfest.pt.vu.
E, já que se fala em Sam Dunn, a CNN hoje publicou no seu site um artigo onde justamente cita o antropólogo do heavy metal, curiosamente intitulado Heavy metal and violence: More than a myth?
O cartaz dos concertos está assim alinhado:
No dia 16 (sexta-feira), no Auditório Municipal Augusto Cabrita, a partir das 21h30,
- David Maranha
- Uton
- One Might Add
- A Parte Maldita
- Peter Bastien
Dia 17 (sábado), no mesmo local e a partir da mesma hora,
- Flower/Corsano duo
- Ignatz
- Aluk Todolo
- Calhau!
- Agape
Paralelamente, decorre a exposição "Retratos a preto e branco", da fotógrafa Vera Marmelo, e a exibição de dois documentários: "Imagine the Sound", de Ron Mann, sobre o jazz vanguardista dos anos 60; "Global Metal", de Sam Dunn e Scot McFadyen, sobre o heavy metal. A exibição dos filmes tem também lugar no AMAC, nos dias 15 ("Imagine the Sound") e 22 ("Global Metal"), a partir das 21h30. Mais informações em www.outfest.pt.vu.
E, já que se fala em Sam Dunn, a CNN hoje publicou no seu site um artigo onde justamente cita o antropólogo do heavy metal, curiosamente intitulado Heavy metal and violence: More than a myth?
Provavelmente...
...este concerto dos National teve o mesmo significado para a geração que hoje tem 20-25 anos e que hoje enchia a Aula Magna que o concerto dos Tindersticks, naquele mesmo local, teve para a minha geração.
Palminhas, palminhas
Há quem seja pago para ir bater palminhas para os programas da Fátima Lopes ou do Fernando Mendes. Há quem pague para bater palminhas sempre que vai à Aula Magna.
(Mas, tirando a histeria do público, o espectáculo dos National foi muito, muito bom. Obrigado pela perseverança, Sílvia!)
(Mas, tirando a histeria do público, o espectáculo dos National foi muito, muito bom. Obrigado pela perseverança, Sílvia!)
domingo, 11 de maio de 2008
O legado do Fernando Magalhães
O Fernando Magalhães deixou-nos há cerca de três anos. Um número substancial de leitores habituais ficaram orfãos de novos textos com um "FM" no final, onde, com a extensa base de conhecimento e o humor que era característico do Fernando, dava a conhecer músicas novas e antigas. Parte do legado crítico do FM começa agora a ter uma presença na net, através do seguinte blogue:
poeira-cosmica-fm.blogspot.com
Apesar de ser preciso subir muito até se encontrar a cabeça de Cope a pairar acima das nuvens, não quer dizer que o “acid head” esteja louco. Está é “alto” há uma quantidade de tempo. Mas já foi pior. Ele afirma que deixou de ingerir ácido há oito anos, preferindo actualmente os cogumelos e a erva. (...)
O fogo de Kundalini (energia sexual transmutada em energia mental, na iniciação tântrica) continua a subir pela espinha de Julian Cope até ao “chakra” (centro nervoso do corpo astral) superior da nuca, como se vê pela imagem da contracapa desta alucinada caixinha… Resta saber até quando conseguirá ele manejar as suas labaredas sem se queimar. Para já, o cérebro fugiu num foguetão.
(in crítica a "Interpreter", de Julian Cope, 23 de Outubro de 1996, suplemento Pop-Rock do Público.)
poeira-cosmica-fm.blogspot.com
Apesar de ser preciso subir muito até se encontrar a cabeça de Cope a pairar acima das nuvens, não quer dizer que o “acid head” esteja louco. Está é “alto” há uma quantidade de tempo. Mas já foi pior. Ele afirma que deixou de ingerir ácido há oito anos, preferindo actualmente os cogumelos e a erva. (...)
O fogo de Kundalini (energia sexual transmutada em energia mental, na iniciação tântrica) continua a subir pela espinha de Julian Cope até ao “chakra” (centro nervoso do corpo astral) superior da nuca, como se vê pela imagem da contracapa desta alucinada caixinha… Resta saber até quando conseguirá ele manejar as suas labaredas sem se queimar. Para já, o cérebro fugiu num foguetão.
(in crítica a "Interpreter", de Julian Cope, 23 de Outubro de 1996, suplemento Pop-Rock do Público.)
sábado, 10 de maio de 2008
Uma tarde pelo castelo
Razões para dar hoje um pulo até ao Castelo de São Jorge:
- O António Pires mete discos das 15h às 17h;
- A Raquel Bulha mete discos das 18h às 20h;
- Os Anonima Nuvolari metem a dançar quem ainda estava parado lá por volta das 20h/21h.
- O António Pires mete discos das 15h às 17h;
- A Raquel Bulha mete discos das 18h às 20h;
- Os Anonima Nuvolari metem a dançar quem ainda estava parado lá por volta das 20h/21h.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
Peditório The National
Erm... bilhete, alguém vende?
Ao fado também se dança
Os Deolinda ainda vão comer bastantes quilómetros de estrada e de céu por esse mundo fora. Numa opinião que não será unânime com a dos seguidores que esta noite esgotaram o São Jorge -- sim, os Deolinda estão agora a lançar o primeiro disco e já conseguem encher um espaço como o São Jorge -- estão ainda distantes de serem a grande revelação da música popular portuguesa após Madredeus, que servirão sempre de comparação, mas hão-de vir a pisar o mesmo caminho. A voz de Ana Bacalhau, quase sempre excelente, claudica porém em certos pontos, ora quando ataca frequências mais graves onde não se dá tão bem, ora quando, com alguma frequência até, esbanja na colocação de voz aquilo que perde na dicção (dirão que no canto lírico acontece o mesmo, mas nem é isso que se pede na música dos Deolinda, nem nunca a esse ponto se chega). No resto da banda, falta por vezes algo mais que as duas guitarras clássicas (que mal se ouviram, mas podia ser do sítio) e o contrabaixo para que aquela sequência de fados gingões, de chorinhos, de mornas e até de um quase tango (tudo família do fado, como se vê) chegue mais perto da perfeição. Mas se musicalmente poderia haver outro arrojo, é nas letras e nos ambientes criados pelas canções que chega a subversão dos Deolinda. Há o magnífico novo hino de Portugal, aqui e ali se afirma que ao fado também se dança, e num dos temas, Ana Bacalhau chega a encarnar com enorme à vontade a personagem de uma brasileira garçonette para explicar como a alegria e o ritmo também podem entrar no fado. Caso para dizer que, embora isso não seja culpa dos Deolinda, com tanta promoção ao lado sério, negro e melancólico do fado ao longo dos anos, seja agora preciso ir buscar uma personagem do outro lado do Atlântico para mostrar que afinal fado também pode ser acompanhado por um belo abanar de ancas...
À parte de tudo isto, houvesse casa de apostas onde se jogasse o futuro de grupos portugueses, a noite de hoje iria fazer toda esta gente apostar já nos Deolinda. Daqui a uns anos vão estar a fazer digressões pelo Japão!
À parte de tudo isto, houvesse casa de apostas onde se jogasse o futuro de grupos portugueses, a noite de hoje iria fazer toda esta gente apostar já nos Deolinda. Daqui a uns anos vão estar a fazer digressões pelo Japão!
quarta-feira, 7 de maio de 2008
Hoje há Deolinda
«O seu nome é Deolinda e tem idade suficiente para saber que a vida não é tão fácil como parece, solteira de amores, casada com desamores, natural de Lisboa, habita um rés-do-chão algures nos subúrbios da capital. Compõe as suas canções a olhar por entre as cortinas da janela, inspirada pelos discos de grafonola da avó e pela vida bizarra dos vizinhos. Vive com 2 gatos e um peixinho vermelho...»
(in myspace.com/deolindalisboa)
Os Deolinda, grupo de Lisboa que encontrou no fado e noutras expressões da música popular portuguesa o ponto de partida para as canções que faz, apresenta hoje o seu álbum de estreia no São Jorge, a partir das 21h30.
(in myspace.com/deolindalisboa)
Os Deolinda, grupo de Lisboa que encontrou no fado e noutras expressões da música popular portuguesa o ponto de partida para as canções que faz, apresenta hoje o seu álbum de estreia no São Jorge, a partir das 21h30.
terça-feira, 6 de maio de 2008
Vem aí a MONSTRA
Está aí às portas a sétima edição do MONSTRA, Festival de Animação de Lisboa, com muito cinema de animação para ser visto entre 8 e 18 de Maio, em espaços como o Teatro Maria Matos, o Cinema São Jorge, o Cinema King ou o Museu do Oriente. A programação é bastante extensa e inclui uma retrospectiva da cinematografia inglesa (desde os pioneiros aos estúdios Aardman), a secção de competição de curtas-metragens (depois das longas-metragens do ano passado) e programas infantis e juvenis, entre muitas outras actividades.
Na próxima quinta-feira, a abertura do festival vai ser feita com um espectáculo encomendado ao duo Ela-Não-É-Francesa-Ele-Não-É-Espanhol, que desta vez terá um nome ainda mais comprido (junte-se "...Mas-Ele-É-Inglês"), em virtude da colaboração ao vivo com o realizador Thomas Hicks. Vai ser no Maria Matos e começa às 21h30. Nos outros dias, haverá concertos de Rubber Soul Project (dia 9), de München e JP Simões (dia 10) e do Ensemble JER (dia 16). Estão também previstas diversas sessões de giradisquismo no café do Maria Matos.
Para mais informações, é favor visitar o www.monstrafestival.com
Na próxima quinta-feira, a abertura do festival vai ser feita com um espectáculo encomendado ao duo Ela-Não-É-Francesa-Ele-Não-É-Espanhol, que desta vez terá um nome ainda mais comprido (junte-se "...Mas-Ele-É-Inglês"), em virtude da colaboração ao vivo com o realizador Thomas Hicks. Vai ser no Maria Matos e começa às 21h30. Nos outros dias, haverá concertos de Rubber Soul Project (dia 9), de München e JP Simões (dia 10) e do Ensemble JER (dia 16). Estão também previstas diversas sessões de giradisquismo no café do Maria Matos.
Para mais informações, é favor visitar o www.monstrafestival.com
segunda-feira, 5 de maio de 2008
Prova de vida
Houve, por alturas da edição de "Alles Wieder Offen", uma facção da crítica que se propôs a caracterizar os Einstürzende Neubauten como um projecto cristalizado no tempo, sem a ousadia de outrora. Não é novidade. Já o mesmo vinha a ser dito, aqui e ali, sempre que se falava de um álbum novo para os berlinenses. Mesmo a propósito, esta noite, na Aula Magna, ao longo de mais duas horas, quase todos os temas tocados pelos Einstürzende Neubauten foram criados nos anos mais recentes. E o espectáculo foi... tremendo. Não só a maior parte dos temas eram novos (destaque para as magníficas versões ao vivo de "Let's Do it a dada", de "Weil Weil Weil" ou de "Susej", a tal que usava o som percussivo da guitarra de Blixa Bargeld em 1982), como até houve oportunidade para demonstrar ao vivo o sistema de cartas DAVE, do qual Alex Hacke falava aqui, para apresentar ao público um tema inédito por natureza. O público também merece ser destacado. Nem parecia a Aula Magna, palco habitual para urros no meio das músicas, palmas a marcar o ritmo e outras histerias afins. Até o próprio Blixa fez o elogio: "esta já é a nossa 13ª ou 14ª data da digressão e não encontrámos um público tão bom [ok, isto é banal] e tão... disciplinado [isto sim, é novidade] como este".
sexta-feira, 2 de maio de 2008
\oo/
1. Sentar na esplanada.
2. Mandar vir cerveja.
3. Ligar o leitor de MP3.
4. Colocar os auscultadores.
5. Escolher um destes:
6. Voltar ao passo 2 e repetir, até aparecer algum amigo.
BORIS!
(Concerto mais aguardado de Maio, aqui por estas bandas.)
2. Mandar vir cerveja.
3. Ligar o leitor de MP3.
4. Colocar os auscultadores.
5. Escolher um destes:
6. Voltar ao passo 2 e repetir, até aparecer algum amigo.
BORIS!
(Concerto mais aguardado de Maio, aqui por estas bandas.)
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