segunda-feira, 30 de julho de 2007

Rescaldo do FMM (A-I)

Ando desde ontem a abrir e fechar a página de edição de posts do blogger. Há naturalmente que falar destes nove dias fantásticos passados em Sines, mas tem sido doloroso recordar esta experiência. Mas antes que isto se arraste mais, aqui vai o rescaldo, servido através de um truque jornalístico frequentemente utilizado (e um tudo nada idiota):

A de Amigos.
Ninguém alguma vez pense ir para e estar em Sines sozinho. O FMM é para ir com amigos, é para estar com amigos, é para fazer novos amigos, é para celebrar esta capacidade tão engraçada que mulheres e homens têm de se relacionar uns com os outros.

B de Bellowhead.
Festa. Canções inglesas, ritmos irlandeses e muita festa no dia em que o castelo abriu as portas pela primeira vez à edição deste ano do festival.

C de Castelo.
Lá continua a servir de sala principal ao festival. Agora tem uma porta adicional, que facilita as entradas e saídas. No sábado à noite encheu ao ponto de ficar insuportável. Uma viagem da frente do palco até às casas de banho demorava imenso tempo.

D de Djambés.
Esta mania de alguns levarem djambés, pandeiretas, megafones e outros instrumentos para os recintos para com eles participarem nos concertos para os quais não foram convidados tem que acabar. Não foi nada que estivesse sempre a acontecer, mas se isto continua, ainda vou ficar com saudades do pessoal que bate palmas a acompanhar os temas por tudo e por nada.

E de Estrelas do céu de Porto Covo.
Nos primeiro fim-de-semana do FMM, que teve lugar em Porto Covo, o céu estrelado dava um ambiente magnífico aos concertos. A Lua, por sua vez, foi sempre crescendo até chegar à sua plenitude no último dia do festival.

F de Festival.
O FMM (ainda) é um festival na acepção mais genuína do termo. É sinónimo de festa entre todos, no público, na produção, nos artistas. É neste ambiente que acontecem de forma natural encontros como aquele que juntou Harry Manx com o percussionista da orquestra latina do Señor Coconut, numa improvisação que decorre da descontracção da festa.

G de Gogol Bordello.
Sábado à noite, a gogolândia instalou-se no Castelo. Não foi preciso muito para que aqueles milhares de pessoas começassem a suar abundamente aos pulos com que acompanhavam a música. Continuo a achar os Gogol Bordello demasiado azeiteiros, da voz a alguns padrões rítmicos muito semelhantes ao nosso "pimba", continuo a achar que estão muito longe de serem uma versão balcânica dos Pogues ou dos Ukrainians (porque estes sabiam tocar a sério e sem puxar alarvemente pelo lado "cheesy" da coisa), mas, porra, incendiaram o castelo (calhou-lhes bem o tradicional fogo de artifício do FMM). Fizeram aquilo que era pedido para terminar os concertos no castelo: uma enorme festarola.

H de Hypnotic Brass Ensemble.
Andaram pela praia, andaram pelas tasquinhas, andaram pelas ruas de Sines. Uma das mais belas surpresas deste FMM foi a brass band formada na sua maioria por filhos do trompetista da Arkestra de Sun Ra.

I de Instrumentos.
Todos os anos, o festival (como outros do género) ajuda a conhecer novas culturas e, com elas, novos instrumentos. Quem já viu Kepa Junkera ao vivo, já saberia o que é uma txalaparta, mas os outros tiveram oportunidade de a conhecer através das duas irmãs que formam o grupo Ttukunak. Outros instrumentos foram também protagonistas ao longo do festival, como as gaitas (no pun intended) dos Galandum Galundaina, a flauta (no pun intended again) do Rão Kyao, as percussões do Trilok Gurtu, a "sitarra" do Harry Manx, os gira-discos do DJ Ill Vibe, os saxofones de David Murray e amigos do WSQ, a voz de Erika Stucky, etc.

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