R de Rua do Centro de Artes.
O moderno Centro de Artes de Sines é constituído, à superfície, por dois edifícios. Pelo meio, há uma rua em piso de liés (é assim que se chama?), que durante as noites de segunda e terça-feira do festival teve um ambiente bastante familiar, com várias dezenas de pessoas sentadas no chão a assistir pacificamente pelas vitrinas ou pelo écran de tv os espectáculos que decorriam no interior do auditório. O quadro era bem bonito.
S de Seixas.
Há imensa gente a trabalhar neste festival. Mas como no cinema de autor, há o realizador, particularmente na acepção francófona de miseur en scene. Aqui, o director artístico, que acaba por ser muito mais do que isso, é o Carlos Seixas. A ele e à Câmara de Sines se deve este magnífico festival. Obrigado.
T de Taha.
Receava-se que, à semelhança do que se viu há pouco tempo no youtube, a propósito de um concerto realizado algures na Europa, Rachid Taha se entornasse mais do que devia e ainda viesse a cair rotundo no palco. No backstage, na primeira vez que o vi, eu quase receei que ele caísse para cima das saladas do buffet. Ai, ai. Mais tarde, encontrei o tour manager que me deu um abraço forte como se dele fosse um amigo de há longuíssima data. Ai, ai. Mas a grande verdade é que, depois, o concerto acabou por ser realmente aquilo por que se ansiava. Hora e meia de material ao qual o corpo não consegue resistir, com incursões por "Barra Barra", "Ecoute-Moi Camarade", "Rock El Casbah" e outros temas obrigatórios. No final, na parte dos agradecimentos, percebeu-se ainda que toda a banda estava quase tão entornada como Rachid Taha.
U de uivos da Erika Stucky.
A suíça Erika Stucky foi uma das maiores surpresas deste festival. O uso que faz da voz, seja no formato spoken word (magnífica a versão para "These Boots Are Made for Walking"), seja na canção, seja nos yodelays, aliado à boa disposição que atravessou toda a actuação, ajudou a que este espectáculo possa ficar retido na memória por bastante tempo.
V de Vegetariano.
Não sou propriamente vegetariano, mas cada vez mais ponho a carne vermelha de lado na minha dieta. Mas isso não vem para o caso. O que me intriga, desde a primeira vez que venho ao FMM (2000 ou 2001), é o desprezo que é dado aos vegetarianos. Porventura, os agentes de restauração locais não verão a excelente oportunidade de negócio que teriam se apostassem em ementas alternativas, dado o tipo de público que aflui ao FMM? Bom, já têm os restaurantes sempre cheios... Talvez seja por isso. Cá fora, vale a roulotte do "Sabor Supremo", presente todos os anos no festival.
W de World Music.
Ah. É apenas uma forma esperta de gastar o W.
X de X FMM.
Para o ano, teremos o décimo FMM. Dez anos de crescimento constante. Mais uma forma esperta de gastar uma letra.
Y de Youtube.
Pelo Youtube circulam já diversos vídeos com actuações e entrevistas aos artistas ao festival (vejam o blogue). À margem dos vídeos oficiais, também se encontram no Youtube alguns vídeos que o João Gonçalves gravou na sessão do Bailarico Sofisticado (aqui e aqui).
Z de Zzzzzzz.
Dormir mais do que três ou quatro horas por dia ao longo destes dias era um luxo. Isto é, se se queria aproveitar tudo isto...