Não é só ele a escrever nestes dias "o último texto para o Blitz". Quase toda a redacção rescindiu o vínculo com a Impresa. É com muita tristeza que vejo alguns bons amigos perderem as suas ocupações diárias, a fonte de rendimento que, por mais parca que fosse, permitia pagar a casa, a comida e os vícios que a cada um e só a cada um dizem respeito. Da parte que me toca, porque já passei exactamente pelo mesmo, só posso dar o conselho: não parem. Por mais infrutíferas e por mais desgastantes que sejam as vossas tentativas de continuarem a fazer alguma coisa, pior é pararem e abraçarem o desespero. Porque é aí que a expressão recorrente "isto está difícil" assume o seu pior significado: "isto está difícil, porque hei-de eu ir à procura das coisas?" Isto é uma nota que também serve para outro bom amigo, o JC, ex-editor d'A Capital, desempregado desde há bastante tempo, que ontem também apareceu pela ZDB. Isto é também ainda um conselho para outro grande cromo, o PG, que cada vez menos vejo nestes meios. Não desistam, porra.
Não tenho grandes dúvidas que ele vai saber rapidamente dar a volta, mas não deixa de ser estranho estar a aguardar aquele que vai ser o seu último texto no Blitz. É aqui que vem a parte da lamechice. Ainda me lembro do entusiasmo infantil de quando "conheci" pela primeira vez aquele gajo da t-shirt do Unknown Pleasures. Teria eu uns 16 ou 17 anos, quando fui à redacção instalada no Dafundo para levantar um prémio qualquer. Entre outros escribas de eleição, foi um dos que mais conseguiu estimular o gosto pela música. Foi? Bah, continuará a ser, certamente.
AP, GF, LG, GP e todos os outros: não parem, porra.
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