quinta-feira, 6 de abril de 2006
Bah - eu sabia
Bah. Que dinheiro mais mal gasto num concerto. Os Sisters of Mercy tocam como se o Vision Thing, álbum de 1991, tivesse acabado de sair. Nem é propriamente hábito nestes grupos-zombie que vivem de sucessivos regressos aos palcos (leia-se vida mundana). Regresso por regresso, saudosismo por saudosismo, ao menos que mimassem, por mais patético que isso fosse, as diferentes fases pelas quais o grupo passou. Mas nem tão pouco isso. Os Sisters of Mercy de hoje (e de há quinze anos, portanto) pertencem a essa espécie abominável do goticus americanus, hard rock fm armado em industrial, que se desenvolveu tardiamente no outro lado do Atlântico (não admira que tenham tanto sucesso por lá). E tudo é regado com esse azeite de qualidade duvidosa, mesmo os temas mais antigos como Alice ou Temple of Love, entre outros impossíveis de identificar no meio da omnipresença do ultraraver Dr. Avalanche. Os Sisters of Mercy de hoje (e de há quinze anos, como da primeira vez que passaram pelo Coliseu dos Recreios) são um espectáculo de luz e fumo, com todos os tiques e toda a reverberação de concerto de estádio. É um pormenor pouco importante, mas não deixa, porém, de ser curiosa a forma como os elementos visuais permitem caracterizar a figura de Andrew Eldritch. Há momentos em que parece o busto do logotipo da Merciful Release e há outros em que parece o Nosferatu do Murnau. A música? Não me façam lembrar...
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