Ele achava que tinha inventado o punk. E até, justiça lhe seja feita, não estava muito longe da verdade. Sem ele, todo um capítulo imenso da história da cultura popular dos últimos 40 anos teria hoje outra redacção. Situacionista convicto, trouxe o choque e a provocação como tema ao trabalho que desde cedo empreendeu. Com a namorada Vivienne Westwood, abriu a Let it Rock (mais tarde Too Fast To Live Too Young To Die, mais tarde SEX), loja de roupa para teddy boys ou de roupa sado-maso na hoje famosa rua dos punks em Londres, a Kings Road. Em Nova Iorque, fez-se manager dos New York Dolls e levou o grupo ao fim quando os vestiu de uma estética provocativamente comunista numa América habitada pelos fantasmas da guerra fria. De regresso a Londres, criou literalmente os Sex Pistols com os quais construiu a estética que ficaria para sempre associada a Londres e ao ano de 1977. A relação com os Pistols foi efémera, tendo acabado mal, uma vez mais, mas o fenómeno que ajudou a criar foi marcante e teve efeitos duradouros. Criou ainda os Bow Wow Wow, onde uma vez mais gerou polémica, chegando a envolver a Scotland Yard, desta vez por causa das capas com a vocalista Annabella Lwin, menor de idade, em poses de nudez, e foi também manager de Adam and The Ants. Também veio a gravar, ele próprio, discos (curiosamente, ainda há dias comprei o seu segundo single, "Soweto", numa loja do Porto), trabalhou no cinema e, recentemente, chegou mesmo a concorrer às eleições para a câmara de Londres.
Malcom McLaren morreu em Nova Iorque esta manhã, vítima de cancro.
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