quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Agora todos: N-M-K-Y!

Músicas do Mar começa hoje com Tony Allen

30 de Agosto (quinta-feira)
• Joel Xavier (Lisboa) @ Diana Bar, 21h
• Tony Allen (Lagos) @ Passeio Alegre, 22h15

31 de Agosto (sexta-feira)
• O'questrada (Almada) @ Diana Bar, 21h
• Alkinoos Ioannidis (Nicósia) @ Passeio Alegre, 22h15
• Raquel Bulha & Álvaro Costa (Lisboa/Porto) @ Auditório ao ar livre, 00h00

1 de Setembro (sábado)
• Anonima Nuvolari (Lisboa) @ ruas da cidade, 18h30
• Escalandrum (Buenos Aires) @ Diana Bar, 21h
• Eddie (Olinda, Brasil) @ Passeio Alegre, 22h15
• Bailarico Sofisticado (Lisboa) @ Auditório ao ar livre, 00h00

2 de Setembro (domingo)
• Kumpania Algazarra (Lisboa) @ ruas da cidade, 18h30
• La Troba Kung-Fú (Barcelona) @ Passeio Alegre, 22h15

Ligações:
www.africanmusicianprofiles.com/tonyallen.htm
www.oquestrada.com
www.alkinoos.gr
myspace.com/anonimanuvolari
www.escalandrum.com.ar
myspace.com/bailaricosofisticado
kumpanialgazarra.no.sapo.pt
www.latrobakungfun.net

Charadas #392

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

terça-feira, 28 de agosto de 2007

O novo de Múm



MÚM "They Made Frogs Smoke Til They Exploded"

Os Múm estão de volta com novo álbum, "Go Go Smear The Poison Ivy", três anos depois de "Summer Make Good". Este é o primeiro vídeo.

Charadas #390

Um dia em Nova Iorque

Um tipo passa o dia inteiro a ouvir o novo álbum do Thurston Moore (cresce a cada audição, por sinal). Chega a casa e põe-se a escutar o "Twelve" da Patti Smith. Isso serve-lhe de motivo para ir buscar os Television, o Richard Hell, os Dead Boys, os Ramones... Como se já não faltasse, a minha amiga Tânia, sem saber deste dia temático improvisado, apresenta-me os Japanther, um duo baixo-bateria sediado, ah, em Nova Iorque. E não é que são delirantemente divertidos? Ora vejam este "River Phoenix", do último álbum, aqui numa versão ao vivo:

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Nevralgia #8



Está aberta a caixa de pandora. Sai mais um clássico nova-iorquino. Agora, todos juntos, é favor entoar as palavras inesquecíveis: "I belong to the blank generation and I can take it or leave it each time". Richard Hell & The Voidoids, "Blank Generation", em 1976. "Blank Generation" acabou por servir de motto à geração punk de Nova Iorque. Existe inclusive um interessante documentário, com imagens de concertos no mítico CBGB por parte de grupos e pessoas como Blondie, Talking Heads, Patti Smith, Heartbreakers (grupo por onde Hell passou antes dos Voidoids), etc. Passou há dois ou três anos na Cinemateca.

Nevralgia #7



Esta tem sido uma noite à volta de Nova Iorque, muito por culpa da senhora Patti Smith. Nesta viagem, deu para ir buscar ao baú "Sonic Reducer", o clássico dos Dead Boys, um daqueles temas que me fazia destruir a mobília do quarto na casa dos pais... :)
Era uma vez uma banda chamada Rocket from the Tombs, de Cleveland, aos quais pertencem aliás os créditos deste tema. Quando acabaram, uns formaram os insuspeitos Pere Ubu, os outros juntaram-se ao frenético Stiv Bator (vejam o vídeo), fazendo assim nascer os Frankenstein, que depois, já em Nova Iorque, se passariam a chamar Dead Boys. "Primeiro chamaram-nos cópias do Iggy Pop, depois chamaram-nos cópias dos Ramones. Depois cortámos o cabelo e passaram-nos a chamar cópias dos Sex Pistols", terá dito Stiv Bators.

Os 12 (pequenos) trabalhos de Patti Smith

Chama-se "Twelve" e é o mais recente álbum de Patti Smith (não sendo propriamente uma novidade, só aqui chegou agora). À escolha do título não será estranho o facto do disco reunir 12 versões de canções bem conhecidas. Lamentavelmente, quem esperar encontrar grandes adaptações por parte da cantora norte-american é melhor que esqueça "Twelve". Ainda assim, há alguns momentos notáveis no disco. Aqui fica uma breve descrição das versões aqui incluídas.

1. "Are you Experienced?" (Jimi Hendrix)
Não é de esperar que as versões de Patti Smith nos façam esquecer os temas originais, tanto mais quando falamos de colossos como este. Mas podiam, como acontece lá mais à frente, fazer pensar que estamos, por segundos que sejam, perante Patti Smith e que nada mais há para trás. Mas não é o caso deste tema escolhido para a abertura. A toada é mais lenta, mas não há propriamente novidade alguma que justifique algum interesse real desta adaptação. Por curiosidade, lê-se no disco que esta versão foi gravada justamente nos estúdios Electric Ladyland.

2. "Everybody Wants to Rule the World" (Tears for Fears)
O mundo já tinha esquecido, e ainda bem, os Tears for Fears. Não havia necessidade de os relembrar. E a versão parece quase decalcada a papel químico.

3. "Helpless" (Neil Young)
É uma das mais bonitas canções alguma vez escritas e são serenos os arranjos desta versão, onde não se deixa de notar um belíssimo acordeão.

4. "Gimme Shelter" (Rolling Stones)
A única coisa a destacar é o slide na guitarra de Tom Verlaine. De resto, os arranjos são muito pobres.

5. "Within You Without You" (The Beatles)
Nada de especial a assinalar.

6. "White Rabbit" (Jefferson Airplane)
Este é um daqueles temas que parece ter sido escrito para ser cantado por Patti Smith. Não trazendo qualquer novidade de especial face aos arranjos originais, é precisamente essa identificação com o universo artístico da cantora que aqui joga em favor desta versão. Curiosamente, Patti Smith chama a Grace Slick, a vocalista dos Jefferson Airplane, a "rainha do rock'n'roll". Quem a ouvir a dizer estas palavras ainda vai julgar que ela estará a olhar para o espelho (talvez o "espelho" de Alice, a de Lewis Carrol, que serviu de inspiração para este tema).

7. "Changing of the Guards" (Bob Dylan)
A poetisa encontra o poeta e presta-lhe homenagem convincente. É uma das faixas onde mais bem sobressai a voz de Patti Smith.

8. "The Boy in the Bubble" (Paul Simon)
Esta é, pessoalmente, a grande surpresa deste disco. Ainda há dias gravava eu uma compilação para uma amiga onde na qual, ao abrir com o tema original de Paul Simon, lhe dava a entender que tinha sido ele, através de "Graceland", o álbum onde esta canção surge na abertura, a convidar-me a descobrir aquilo que hoje banalmente chamamos "músicas do mundo". E os arranjos desta versão são verdadeiramente arrojados, finalmente. Uma dulcimer (tocada por Rich Robinson, dos Black Crowes) dança apaixonadamente com um baixo tocado de forma vigorosa, ao que se alia a voz com um tudo nada de saturação de Smith. Tudo isto dá vontade de dançar, tal como dá o tema original, mas sem o repetir. E é um tema fortemente político, um terreno onde Patti Smith se sente em casa como ninguém. É um dos momentos do disco que fazem esquecer a mediocridade de tudo o resto.

9. "Soul Kitchen" (The Doors)
Conta Patti Smith que um dia teve um sonho onde um diabrete a mandava tocar este tema. Acordou, saiu à rua, e do rádio do camião do lixo que passava em frente à sua casa ouvia-se, justamente, "Soul Kitchen". Não é das piores versões deste disco, mas falta-lhe qualquer coisa que nos leve a querer voltar a ouvi-la.

10. "Smells Like Teen Spirit" (Nirvana)
Depois de "The Boy in the Bubble", o outro grande momento desta colecção de versões. Um contrabaixo e um baixo arrancam com o tema. A voz de Patti Smith surge como a de uma lasciva entertainer de cabarê. Surge um violino. Os arranjos, essencialmente acústicos, fazem lembrar Tom Waits e família, e conseguem criar uma tensão notável à medida que se aproximam os refrões. A voz de Smith transforma-se aos poucos e poucos, passando a assumir mais o papel de "diseur" activista que lhe cai tão bem. Fosse todo o álbum assim e teríamos disco do ano, não importando sequer que de um disco de versões se tratasse. Volta-se a ouvir uma, duas, três, as vezes que forem preciso. Este é um daqueles temas que não cansam.

11. "Midnight Rider" (Almann Brothers)
A voz de Patti Smith volta ao piloto automático.

12. "Pastime Paradise" (Stevie Wonder)
Depois do "sample" de Coolio nos anos 90, era relativamente arriscado fazer uma versão deste tema. Por mais inglória que possa ser a tentativa de recuperar "Pastime Paradise" às mãos do hip hop, fica aqui uma versão com arranjos competentes, sem serem extraordinários, e com uma colocação de voz soberba por parte de Smith.

Deve o Estado apoiar a cultura?, um recorte para guardar

Fica aqui uma espécie de tributo, através da abordagem deste tema recorrente, a Eduardo Prado Coelho, com uma crónica sua publicada no jornal Público, a 17 de Fevereiro de 2001. Como era habitual, especialmente neste tipo de crónica, o professor conseguia sistematizar em poucas linhas aquilo que mais importava reter de avanços no debate das ideias trazidos por outros intelectuais, ao mesmo tempo que os confrontava com realidades específicas como a nossa.


Deve o Estado apoiar a cultura?


A questão ganhou particular actualidade com episódios recentes, e felizmente encerrados, mas suscitou sobretudo opiniões desencontradas onde talvez fosse melhor haver mais estudo. Daí que faça sentido ir buscar um livro já antigo, "A Matter of Principle", de Ronald Dworkin, publicado em 1985 pela Harvard University Press. Um texto nele incluído denomina-se precisamente "Deve um Estado liberal subvencionar a cultura?", e teve origem numa comunicação a um colóquio no Metropolitan Museum de Nova Iorque, em Abril de 1984.Anote-se que Ronald Dworkin é um dos maiores pensadores políticos do nosso tempo, autor famoso de "Taking the Rights Seriously". Tem neste caso a imensa vantagem de ser americano, com a vantagem suplementar para alguns de não ser francês. Ele começa por distinguir entre duas estratégias argumentativas: a estratégia economicista e a estratégia elitista. A primeira diz que as pessoas devem ter a cultura que estiverem dispostas a pagar. A segunda diz que as pessoas devem ter a cultura que a humanidade merece e tem valor tudo o que contribui para o progresso e desenvolvimento da humanidade.Para a estratégia economicista, a solução é simples: o mercado é que diz o que as pessoas querem. Por esta lógica, um museu deveria fazer pagar a entrada a um preço que correspondesse à totalidade dos seus custos.Ronald Dworkin começa no entanto por fazer uma análise pormenorizada da posição economicista, sugerindo mesmo que ela poderia aceitar em certa medida alguma forma de subsídios. Primeiro argumento: a relação entre os preços do mercado e os desejos das pessoas está longe de ser sempre directa e simples. Porque os preços nem sempre dão a medida exacta do que pretende a população no seu conjunto: "Se as riquezas estão muito desigualmente distribuídas, o facto de um rico comer caviar, quando o pobre gostaria de ter possibilidade de comprar pão, não significa que o conjunto da sociedade dê mais valor ao caviar do que ao pão."O segundo tipo de argumento defende a noção de "bens colectivos". Na definição que dá, "bens colectivos são os bens cuja produção não pode ser deixada inteiramente nas mãos do mercado porque é impossível impedir que aqueles que não pagaram não acabem por retirar deles qualquer benefício". Uma pessoa não vai pagar aquilo que sabe que outros estarão dispostos a pagar. Mas se todos seguirem o mesmo raciocínio, "somos capazes de não gastar individualmente o que desejaríamos gastar colectivamente".Neste caso, a solução consiste em o Estado calcular as despesas a fazer e em fazê-las ele próprio a partir do dinheiro dos contribuintes. O apoio do Estado à cultura não seria senão uma solução pragmática para um problema técnico. Coloca-se aqui o problema da "entrada gratuita". Imaginemos um processo de vacinação contra uma dada epidemia. Em princípio, só deve pagar quem é vacinado. Mas aqueles que não quiserem pagar beneficiam do processo de vacinação porque quanto mais forem as pessoas vacinadas menos eles correm o risco de serem contaminados. Donde, eles beneficiam do que não pagaram - a isto se chama "a entrada gratuita".Um exemplo cultural: as pessoas podem não querer pagar para os museus porque não lhes interessa o que lá está dentro, ou não querem subvencionar teatro, porque não lhes interessa o que lá se passa. Mas beneficiam do afluxo de turistas que pode resultar de bons museus e de bons teatros. São atingidos por esta "externalidade".Contudo, como nota Dworkin, este argumento é um pau de dois bicos. Porque justificar os apoios à cultura pelos seus benefícios indirectos é retirar qualquer possibilidade de defendermos a cultura enquanto bem colectivo que beneficia a sociedade no seu conjunto. Esta última ideia poderá ser acompanhada por outra: a de que a cultura popular e a alta cultura são uma só forma de cultura em permanente interacção; as obras cultas passam lentamente para o plano popular e a cultura de elite recicla inúmeros contributos da cultura de massas. Mas aqui surge um problema central nestas coisas (e que Dworkin só aborda obliquamente): o tempo. Porque certas obras que começaram por ser de cultura sofisticada (mesmo quando eram deliberadamente contra ela: temos o exemplo de Andy Warhol) só lentamente passam para o plano popular (mas passam: vejam o êxito da exposição de Warhol em Serralves). Agora há aqui um outro problema: mas como se pode ter a certeza que passam? Não pode. Por isso costumo repetir que a investigação estética é análoga à científica: é preciso correr muitos riscos para acertar. Mas correr riscos custa dinheiro (e o sentimento de que por vezes esse dinheiro é perdido). No entanto, a análise de Dworkin vai mais longe, e considera ainda outro problema. Quando o Estado luta contra a poluição, parte do princípio de que sabe que o conjunto da população quer um ar respirável a um certo preço. Mas como saber se o conjunto da população quer ópera? Provavelmente muitos, se a ópera não existisse, nem davam por isso. Donde, dizer que a ópera é útil para eles, não é pressupor um juízo que eles fariam sobre as suas próprias vidas, mas partir de um juízo que nós fazemos sobre as vidas deles. É claro que podemos dizer que eles não sabem que a ópera lhes falta porque precisamente a ópera lhes falta. Mas será que este raciocínio circular convence os nossos economistas? Neste ponto, a conclusão de Dworkin é simples: não convence porque a abordagem económica não permite determinar se a cultura deve ser subvencionada e até que ponto.Passemos então para a abordagem elitista. Mas Dworkin - é essa a sua originalidade - pretende chegar às teses da abordagem elitista usando uma argumentação diferente da habitual. Para ele, a tese é: "A cultura desempenha dois papeis diferentes. Produz pinturas, espectáculos, romances, interiores de uma casa, desportos, folhetins policiais, que nós apreciamos e que nos dão prazer. E produz o quadro que torna possível a avaliação estética destes objectos."É este segundo ponto que é importante. Trata-se de colocar no centro das estruturas culturais "uma linguagem comum", que não é tecnicamente nem um bem público nem um bem privado, mas que "é uma fonte de avaliação mais do que uma avaliação em si mesma". O que faz que esta linguagem comum seja um bem colectivo muito especial é que "do ponto de vista daqueles que utilizam esta linguagem as 'entradas gratuitas' valem mais do que nenhuma entrada de todo".Porquê? Porque "somos todos beneficiários ou vítimas das modificações que se imprimem na nossa linguagem comum". Donde, ler e escrever sobre um livro, ver um filme, falar sobre um concerto, ouvir um disco, visitar um museu, são tudo transacções que contribuem para alterar a nossa linguagem comum, e nós podemos pressupor que as gerações futuras irão beneficiar de uma linguagem comum mais rica. Mas não será isto paternalismo? Não, porque, se o princípio liberal é permitir uma maior diversidade de escolhas, aumentando a densidade da nossa linguagem "estamos a aumentar mais do que a restringir a liberdade das nossas escolhas, porque é isto precisamente o que está em jogo no enriquecimento ou empobrecimento da linguagem". A acusação de elitismo desaparece, porque "estas estruturas afectam a vida de quase toda a gente; fazem-no de uma maneira tão fundamental e tão imprevisível que não temos nenhum dispositivo conceptual que nos permita saber quem irá beneficiar das diversas ideias e possibilidades que estas estruturas permitem produzir".Daí a conclusão: "Se é verdade que é a sociedade no seu conjunto, e não apenas as pessoas que frequentam directamente as instituições culturais, que goza do fundo comum das possibilidades estruturalmente abertas pela continuidade de linguagem, e pela conservação enciclopédica dos dados culturais, então temos boas razões para subvencionar a cultura como bem colectivo."

Charadas #389

sábado, 25 de agosto de 2007

Nevralgia #6



E em dia de aniversário, os Birthday Party, com "Nick the Stripper", num dos videoclips que mais marcou a minha adolescência.

Quatro

Iá, tipo, isto, o tasco, faz quatro anos hoje.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Nevralgia #5



Não temos nada melhor para fazer do que ver televisão e beber umas cervejas. O lado mais festivo dos Black Flag, em "TV Party", single de 1982, já com Henry Rollins como vocalista.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

O programa do Músicas do Mar

Foi hoje apresentado através de conferência de imprensa o programa do Músicas do Mar, o festival que a cidade da Póvoa de Varzim vai receber entre os dias 30 de Agosto e 2 de Setembro. Tony Allen é o grande nome do cartaz, mas há mais. E há Bailarico Sofisticado, no sábado à noite!

Foi você que pediu mais um concerto imperdível para a segunda quinzena de Outubro?

E serve-lhe Kurt Wagner, o líder dos Lambchop, em concerto a solo no Santiago Alquimista, no dia 17 de Outubro?
Está a ficar carregada a agenda de Outubro, principalmente na segunda metade do mês. Já tínhamos, entre outros eventuais destaques:

20 - Vert na ZDB (depois de passar, nos dias anteriores, pelos Maus Hábitos e pelo Teatro Académico Gil Vicente);
23 - Nine Horses (ou David Sylvian a solo, há que confirmar) no CCB (dois dias antes passa pelo Theatro Circo);
27 - Há que escolher entre Sea and Cake na ZDB ou Mark Kozelek no Santiago Alquimista (os Sea and Cake tocam também no Mercedes dois dias depois);
28 - Patti Smith no Coliseu dos Recreios...

E dinheiro para tudo isto?

No dia em que o monstro foi à feira popular



Já por aí rola o novo videoclip dos Animal Collective, para o tema "Peacebone", a primeira amostra do álbum "Strawberry Jam", que deverá chegar às lojas em Setembro. A realização cabe a Timothy Saccenti, fotógrafo de Nova Iorque que já trabalhou com muito boa gente, quer em imagens de promoção, quer em videoclips.
(Ah, e o álbum promete muito.)

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Nevralgia #4



A gravação é deste ano, mas a nostalgia, perdão, a nevralgia reporta a 1993, ano em que os American Music Club lançaram aquele que é provavelmente o seu melhor álbum e onde consta aquele que é provavelmente o tema mais conhecido do grupo, "Johnny Mathis' Feet".

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Não sei...

Sincereamente, não sei que história é essa do "adeus ao rock" por parte dos Mão Morta, em Paredes de Coura (podem parar com os SMS, obrigado), mas que me sinto assustado, sinto. Não há-de ser nada. Coisas que se dizem.

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Charadas #386

Renegados de Coura

Mais um ano que passa, mais um ano que integro o contigente de renegados de Coura... E se alguém durante estes dias me envia um SMS, me liga durante os concertos ou simplesmente toca em assuntos como New York Dolls, Mão Morta, Electrelane ou Sonic Youth, leva com um pontapé no nariz quando o vir. Assim, nem mais, nem menos. Eu juro.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Tony Wilson (1950-2007)

Já vem tarde a homenagem, mas...
Sem Tony Wilson, não teria havido a Factory Records, os Joy Division não teriam sido o que foram, os New Order não seriam o que são, Manchester não estaria no mapa da música popular dos nossos dias como está, o punk e muitas outras expressões marginais do rock inglês (e não só) não seriam como hoje os conhecemos. Os músicos são o mais importante, certamente, mas sem homens como Tony Wilson, agitadores por defeito do tédio e do marasmo que se encontra permanentemente à espreita para se instalar nos nossos quotidianos, homens que souberam inteligemente ganhar a pulso o seu poder nos meios de comunicação, o mundo da música e das artes em geral seria, desculpem repisar o cliché, completamente diferente. Se há filhos da mãe que ganharam ao longo da sua vida o pleno direito de serem convencidos e pedantes até ao tutano (veja-se o "24 Hour Party People"), Tony Wilson era certamente um deles.
(Para quem ainda não se apercebeu, o patrão da Factory faleceu há três dias, aos 57 anos, vítima de um maldito ataque cardíaco que surpreendeu o cancro que vinha a ser a sua companhia ao longo dos últimos tempos.)

Os mais ouvidos por aqui

O Last.fm dá-nos, como sabemos, uma lista dos artistas e dos temas que mais ouvimos na última semana, no último mês ou desde que nos lá inscrevemos. Mas porque ouvir uma faixa dos godspeed you black emperor! não é o mesmo que ouvir uma outra dos Ramones ou dos Napalm Death, houve quem se lembrasse de fazer um algoritmo que concebe a tabela dos artistas que mais tempo nos fizeram perder. Assim, eis a lista dos dez artistas que mais ouvi ao longo dos últimos três anos (em rigor, desde Novembro de 2004), no PC:

1. Animal Collective. 412 faixas. 2050 minutos.
2. Sonic Youth. 389 faixas. 1796 minutos.
3. LCD Soundsystem. 209 faixas. 1371 minutos.
4. Six Organs of Admittance. 253 faixas. 1286 minutos.
5. The National. 318 faixas. 1161 minutos.
6. The Angels of Light. 191 faixas. 993 minutos.
7. Liars. 251 faixas. 933 minutos.
8. Current 93. 211 faixas. 932 minutos.
9. Os Mutantes. 243 faixas. 911 minutos.
10. Univers Zero. 138 faixas. 909 minutos.

Charadas #385

sábado, 11 de agosto de 2007

Incrível Tasca Móvel, o espaço que os velhos não esquecem e os jovens adoram.

Festa do ano. Nas traseiras do Centro Cultural de Belém está montada uma tasca -- lembra mais um arraial -- ao ar livre, delimitada por uma longa gambiarra de muitas cores feita na Cova da Piedade, onde se fazem, como toda a gente sabe, as melhores gambiarras do mundo. Aos espectadores, perdão, aos comensais desta tasca sofisticada, a "Incrível Tasca Móvel", são servidos copos de ginginha (ou de qualquer outro licor alcoólico e açucarado). Logo daí a pouco começa-se a ouvir uma voz quente, muito quente, cantando "Guarda Che Luna", um êxito italiano dos anos 50, de Fred Buscaglione. É Miranda, a doce Miranda dos Ó'Questrada. São eles os grandes animadores desta tasca nesta noite. Eles e os italianos impagáveis que formam os Anonima Nuvolari e que se intrometem pelo meio. E o convidado especial desta sexta-feira, o fadista pugilista Toni Paiva. Inenarrável. Esta é uma noite de e para gente alegre que se senta à volta das mesas, que bebe um copo, dois, três e por aí fora, enquanto sorri à candura de Miranda, à viagem estética dos O'Questrada, à folia napolitana dos Anonima Nuvolari. (Não tenho por hábito fazer estes relatos assim que chegue a casa, nem tão pouco no tempo em que o devia fazer por razões profissionais. É por isso que, estes raros momentos em que o faço são também sinais de que a festa foi rija. Não percam amanhã ou no domingo. Custa apenas cinco euros e vale-vos para o resto do ano.)

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

A incrível tasca móvel

Vem no rico programa de exteriores que o CCB tem estado a levar a cabo durante este Verão. A "Incrível Tasca Móvel" assenta arraiais em Belém ao longo deste próximo fim-de-semana e o PR divulgado junto do público é deveras aliciante:

Com inspiração nas atmosferas das Tascas e Festas Populares a Piajio associação cultural concebeu A Incrível Tasca Móvel : abençoada pelas Colectividades, Filarmónicas e Tascas, esta jóia chega a Lisboa pela primeira vez e pousa no ringue do CCB qual tenda de circo.
Esta Incrível Tasca delineia-se por 6 estruturas metálicas que se debruçam sobre o espaço, suportando lustres e gambiarras numa dança de classe. Obra única de ferro e iluminação onde a luz delimita a fronteira entre público e privado.
Gerada na margem sul do Tejo, desbrava caminhos entre a tradição e a inovação, entre a arte e os copos de três, entre o fado e o circo, entre épocas diferentes - e lança o conceito de Tasca-Concerto.
Durante três noites insólitas e autênticas, a trupe musical O´queStrada e a sua sonoridade universal e indescritível convidam Anónima Nuvolari, os italianos mais lisboetas do país, para uma desgarrada única de glamour popular.

Young Gods em Portalegre, em formato... acústico


Será desta? Depois do cancelamento do festival que supostamente traria de volta o trio suíço a Portugal, mais concretamente a Gaia, parece que desta vez é para acontecer mesmo. Os Young Gods vão estar em Portalegre, no Grande Auditório do Centro das Artes do Espectáculo, dia 17 de Novembro. Podem levantar-se as vozes que forem preciso a dizerem "Young Gods, outra vez?", mas podem também voltarem a sentar-se, já que este espectáculo vai ter formato acústico, algo que nunca por cá foi visto (excepção feita a breves momentos do vocalista Franz Treichler, quando pega na guitarra acústica durante "Skinflowers"). Vamos a ver se o espectáculo se repete noutros locais do país.

Charadas #382

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Os clogs e aqueles graus de separação que nos fazem continuar a ouvir música com entusiasmo

Ouvir, descobrir, ouvir, descobrir. Um tipo vive este ritmo há anos e não se cansa, porque há sempre o que ouvir e há também sempre o que descobrir, com o mesmo entusiasmo com que se ouviam (e descobriam) as coisas há 10, 15 ou 20 anos. Esta recente pancada incondicional pelos National, por exemplo, levou-me a descobrir um outro grupo, os Clogs. Contam na sua formação com Bryce Dessner, um dos guitarristas, e com o australiano Padma Newsome, violinista que habitualmente se junta aos autores de "Boxer". Mais antigos que os National, os Clogs andam por aquilo que um dia alguém se lembrou chamar de rock de câmara (chamber rock), que teve nos norte-americanos Rachel's a melhor representação. Depois de escutar os quatro álbuns disponíveis dos Clogs ("Thom's Night Out", de 2001; "Lullaby For Sue", de 2003; "Stick Music", de 2004, e "Lantern", do ano passado), fico com a sensação que já não ouvia algo de tão bom, dentro do género, desde que o "The Sea and the Bells" ou o "Music for Egon Schiele", as duas grandes obras primas dos Rachel's, preenchiam as minhas audições da manhã à noite. Ora reparem neste filme com banda sonora dos Clogs:



Por curiosidade, vejam também esta gravação ao vivo de Maio deste ano, que junta Sufjan Stevens, Shara Worden e, claro, os Clogs.

Músicas do Mar, na Póvoa de Varzim - o programa completo

Eis, conforme prometido, o programa do Músicas do Mar, que acontece na Póvoa de Varzim, entre 30 de Agosto e 2 de Setembro. Todos os nomes provem de cidades que têm o mar por vizinho, daí a designação do festival.

30 de Agosto (quinta-feira)
• Joel Xavier (Lisboa) @ Diana Bar, 21h
• Tony Allen (Lagos) @ Passeio Alegre, 22h15

31 de Agosto (sexta-feira)
• O'questrada (Almada) @ Diana Bar, 21h
• Alkinoos Ioannidis (Nicósia) @ Passeio Alegre, 22h15
• Raquel Bulha & Álvaro Costa (Lisboa/Porto) @ Auditório ao ar livre, 00h00

1 de Setembro (sábado)
• Anonima Nuvolari (Lisboa) @ ruas da cidade, 18h30
• Escalandrum (Buenos Aires) @ Diana Bar, 21h
• Eddie (Olinda, Brasil) @ Passeio Alegre, 22h15
• Bailarico Sofisticado (Lisboa) @ Auditório ao ar livre, 00h00

2 de Setembro (domingo)
• Kumpania Algazarra (Lisboa) @ ruas da cidade, 18h30
• La Troba Kung-Fú (Barcelona) @ Passeio Alegre, 22h15

Bailarico na Póvoa

Já aqui tinha falado do Músicas do Mar, um festival de músicas do mundo que vai acontecer pela primeira vez na Póvoa de Varzim, entre 30 de Agosto e 2 de Setembro. Entre outros nomes, vai passar por lá o baterista nigeriano Tony Allen (se Fela Kuti era o rei do Afrobeat, Allen era o seu o cavaleiro mais nobre, certamente). O Bailarico Sofisticado foi também convidado para uma das noites, a de 1 de Setembro. Mais logo ou amanhã, deixo aqui detalhes sobre a programação completa.

Nevralgia #3



Nos anos 80, quase não havia sítio para dançar onde não se ouvisse o "Road to Nowhere", dos Talking Heads...

Charadas #381

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Música para crianças

Vem isto na sequência de uma troca de ideias aqui neste local. Existirá música para crianças? Bom, na prática sabemos que existe. Basta passar pelo supermercado ou ligar o Panda dois minutos. Mas existirá efectivamente uma verdadeira música para crianças além das portas de uma sala de reunião de marketeers?

A música para crianças, dir-se-ia, ostentará, além da vertente lúdica, uma indispensável vertente didáctica. Muito bem. Mas quais são os exemplos que encontramos hoje por aí em que isso efectivamente aconteça? No poim-poim do Avô Cantigas?

A música, nos seus aspectos mais básicos (tonalidade, harmonias, ritmo, melodias, etc.) é diferente da literatura, por exemplo. Os bebés conseguem apreender a harmonia entre diferentes sons desde os primeiros meses de vida (dentro até do ventre da mãe, de acordo com determinadas correntes). Já para a leitura propriamente dita precisam de ter absorvido um conjunto de conhecimentos que lhes permitam decifrar os códigos de linguagem, de escrita, de narrativa, etc. Daí que seja natural a existência de algo como "livros para crianças", cheios de bonecada para as mais tenras idades ou de linguagem simples para aqueles que começam a ter as suas primeiras leituras. Mas a música, repito, nos seus aspectos mais básicos, rever-se-á também nesta lógica?

O meu filho, com três anos e meio, adora os pinguins que ouve nos intervalos do Panda, mesmo que não perceba a ponta de um corno do francês. Mas também salta rapidamente do sofá para dançar freneticamente aos National, por exemplo, como testemunhei ontem. A propósito, a primeira coisa que o pai lhe deu a ouvir, um pouco por acidente, foi... Lightning Bolt. Baixinho, claro. E não mostrou qualquer desagrado. No FMM de Sines deste ano, as oficinas de trabalho foram pela primeira vez exclusivamente dedicadas a crianças. Os músicos que à noite faziam, hum, "música para adultos", estavam ali a partilhar as suas estranhas músicas a um público infantil que, diz-se, terá adorado. O que é que terá então a música para crianças assim de tão diferente das outras que ninguém diz que sejam para crianças, mas que são recebidas da mesma forma por estas?

A música é um produto comercial, evidentemente. Só numa lógica de criação de valor comercial num produto pelos departamentos de comunicação (a montante e jusante, simultaneamente, da escrita de música) é que se entende o conceito de música para crianças. Acaba por ser tão válido como alguns iogurtes para crianças que por dentro são iguais aos dos adultos. Apenas a embalagem difere. E se estas formatações artificiais (que rapidamente ganham legitimidade social, note-se) ficassem só por aqui, já não seria mau...

Charadas #380

Lee Hazlewood (1929-2007)



Morreu há dois dias um dos maiores compositores de canções de sempre. Para a história da música popular ficam gravadas pérolas como "Houston", "I've Been Down for So Long (It Looks Like up to Me)", "These Boots Are Made for Walking", "Sand", "Jackson", "Some Velvet Morning", estes representativos essencialmente da fase mais popular, em que colaborou de muito perto com Nancy Sinatra.

Some Velvet Morning

Lee:
Some velvet morning when I'm straight
I'm gonna open up your gate
And maybe tell you 'bout Phaedra
and how she gave me life
and how she made it in
Some velvet morning when I'm straight

Nancy:
Flowers growing on the hill
Dragonflies and daffodils
Learn from us very much
Look at us but do not touch
Phaedra is my name

Lee:
Some velvet morning when I'm straight
I'm gonna open up your gate
And maybe tell you 'bout Phaedra
and how she gave me life
and how she made it in
Some velvet morning when I'm straight

Nancy:
Flowers are the things we knew
Secrets are the things we grew
Learn from us very much
Look at us but do not touch
Phaedra is my name

Lee:
Some velvet morning when I'm straight
Nancy:
Flowers growing on the hill
Lee:
I'm gonna open up your gate
Nancy:
Dragonflies and daffodils
Lee:
And maybe tell you 'bout Phaedra
Nancy:
Learn from us very much
Lee:
And how she gave me life
Nancy:
Look at us but do not touch
Lee:
and how she made it in

Daqui a pouco...



Rendição tardia, mas incondicional. A única coisa que me faria ir ao Sudoeste (e confesso que, por quatro ou cinco minutos, no intervalo do Sporting-Benfica, estive quase a fazer-me à estrada). Parece que a Antena 3 vai transmitir o concerto, daqui a menos de uma hora, portanto.

domingo, 5 de agosto de 2007

Nevralgia #2



Na ressaca do concerto dos Human League, esta noite, no Terreiro do Paço, eis o primeiro single, "Being Boiled", que também fez parte do alinhamento do espectáculo, bastante saudosista por sinal.

sábado, 4 de agosto de 2007

Nevralgia #1



Daquelas coisas que sabem muito bem recordar... Os A Tribe Called Quest na estreia, em 1990, com "I Left My Wallet in el Segundo".

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Intercéltico de Sendim: começa hoje!

Pela oitava vez, a freguesia de Sendim, em Miranda do Douro, acolhe mais uma edição do intercéltico, com um cartaz recheado de óptimas propostas. Ao longo deste fim-de-semana, passarão por lá nomes como os de Kepa Junkera, Solas, Dazkarieh, Four Men and a Dog e muito mais, numa festa que, mais do que música, é também a vivência de aspectos comuns (ou não) de culturas ancestrais. Está tudo aqui. Que pena não estar a caminho de Trás-os-Montes neste momento...

Charadas #379

Grande noite do rock. Hoje!

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Bailarico by the sea



(Autoria: João Gonçalves; Julho de 2007)

Charadas #378

Mestre Diabaté no Avante!

O Luís Rei chama a atenção para o facto nas suas Crónicas da Terra: Toumani Diabaté, o grande mestre da kora, vai regressar a Portugal, para um concerto integrado na programação da próxima festa do Avante!. Depois de duas magníficas passagens pelo país, uma na companhia de Ali Farka Touré, em Lisboa, outra para um espectáculo em nome próprio no FMM 2006, o músico do Mali tem assim uma nova oportunidade para expor as virtudes da sua interpretação daquele instrumento de cordas. Mas há mais! Há os ciganos da Fanfare Ciocarlia, acompanhados por alguns dos convidados que trouxeram variedade ao mais recente álbum; há Levellers (!!!); há uma homenagem a Zeca Afonso com Cristina Branco, Couple Cofee e Jacinta; há Carlos Bica Azul Trio... Há muito mais. Parece que este ano a festa vai ser mesmo em grande!

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Charadas #377

Os gamíadas

O camarada António pôs-se a rimar
Ele tem nas palavras o seu ofício
Mas é um pouco duro estar a recordar
E, porra, isto das rimas é um vício

(aqui)