Foi uma semana louca, incrível, inesquecível. Os concertos, a convivência com os amigos, o clima de festa permanente... Ao último som do FMM, quando já eram quase oito horas da manhã de domingo, uma rapariga dizia para outra que aquele era o melhor festival do país; perto dela, os outros resistentes pediam por mais e, pouco depois, o meu amigo PL, quarenta anos feitos de muitos concertos e rock'n'róis, dizia-me que este tinha sido o maior festival de sempre a que ele tinha ido. Para mim também. E lembro-me daquele texto laudatório ao festival, no Notícias de Sines, que às tantas dizia, certamente por inadvertência, uma coisa como estas: "a world music não consegue ter a energia do rock". Pois não. O FMM mostrou que ela ainda pode é produzir mais força junto até dos mais incréus...Seguem-se alguns comentários soltos, breves e sem grandes explicações ou justificações desta semana que passou. Ainda não tenho net por casa, nem muito tempo para estar aqui, frente a um computador...
1. Concertos preferidos:
1) Trilok Gurtu & The Misra Brothers
2) Seun Kuti & Egypt 80
3) Gaiteiros de Lisboa
4) Toumani Diabaté & Symmetric Orchestra
5) Cordel do Fogo Encantado
2. Grandes surpresas: K'Naan e Mariem Hassan.
3. A desilusão: Tony Allen (embora haja quem me diga que ele tenha estado às 7 da manhã a tocar com os friques do djembé... não é qualquer um, ainda por cima com a sua idade e o seu estatuto, que alinha numa coisa destas...)
4. Coisas que não vi e gostaria muito de ter visto: Boris Kovac, Mayra Andrade e Actores Alidos (diziam-me, por lá, que estes deram uma das maiores actuações do festival).
5. Gente, gente, gente. O FMM é um fenómeno cada vez mais popular. 50 mil espectadores-descobridores, como lhes chama a organização, é o número deste ano. Na última noite, quando o Bailarico Sofisticado estava a passar discos, vi a avenida da Praia de uma forma como nunca tinha visto. Até onde conseguia vislumbrar (uns 500 metros?), havia magotes intermináveis de gente, a dançarem, a pularem, a fazerem a festa.
6. Queria também agradecer a todos os amigos com quem partilhei esta magnífica semana (Bruno, Pedro, Pedro, Nuno, António, Dário, Petra, Neusa, Vítor, Jorge, João, Cristina, Rita, Gonçalo, Cristiano, Ana, Luís, Tânia, Pedro, Ana, e... porra, vocês eram tantos que me vou esquecer de algum, com certeza). O meu FMM também foi assim tão bom por vossa culpa, naturalmente. O mesmo agradecimento vai para para a Câmara de Sines e para a equipa de produção (Carlos, Carmen, Massimo, Mário, a malta do Estádio, etc.)
7. Já agora, se tiverem fotografias do festival, enviem-mas, que farei por publicá-las aqui, quando voltar a um computador, para a semana que vem. A que aqui aparece, com o Trilok Gurtu, pertence à Câmara de Sines e é da autoria do meu amigo Cameraman Metálico, também conhecido por António Melão.
8. Faltam trezentos e cinquenta e tal dias para o próximo FMM.
E o fogo-de-artifício volta aos braços do afro beat. Se há dois anos foi Femi Kuti que encerrou o festival no castelo, é agora o seu irmão Seun Kuti a receber as honras da festa do fogo, no último dia (sábado). Melhor ainda, o momento será celebrado com a subida ao palco do baterista Tony Allen (existe essa promessa, pelo menos), antigo compagnon de route do pai daqueles dois herdeiros do afro beat. Ah, e Seun vai estar acompanhado pelos Egypt 80, aquela que foi a última banda de Fela Kuti. Que querem mais? Assombrações? Estamos em Sines, caramba, não num flashback do do Lost!
Está desde hoje nas bancas, para compra em conjunto com a revista Visão ou com o jornal Público, o DVD de "Movimentos Perpétuos", um "cine-tributo" a Carlos Paredes realizado por Edgar Pêra. O documentário tinha já sido apresentado aqui há vários meses na ZDB (vão por mim: é um excelente trabalho, mais um, do Edgar Pêra). Há imagens de Carlos Paredes ao vivo e muitos depoimentos (do próprio, inclusive) que ajudam a conhecer melhor a vida especial de um guitarrista tão especial que não compreendia como o podiam achar tão especial.


O FMM começa mais cedo este ano, com um programa prévio em Porto Covo. Sexta-feira, a lusofonia sobe ao palco pela voz de Francis Hime (compositor brasileiro, antigo camarada de nomes como Vinicius de Moraes ou Chico Buarque, entre outros) e Mayra Andrade (jovem promessa da música cabo-verdiana). No dia seguinte, Boris Kovac apresenta o seu pseudo-tango balcânico, denso e apocalíptico, e, no domingo, a Sardenha polifónica viaja para a costa alentejana com os Actores Alidos. A segunda-feira (o primeiro dia a que vou) é dia de festança, com o rock'n'roll cozido em molho unza unza dos Vaguement La Jungle (foto). Na terça, o último dia de Porto Covo, há dose dupla, com os portugueses Dazkarieh e o espanhol Eliseo Parra. E é na quarta-feira que o FMM volta à cidade de Sines, para dois concertos junto à praia: a "procissão céltica" do guitarrista bretão Jacques Pellen e, ao fim da noite, o rapper somali K'naan. No dia seguinte, a coisa já vai estourar no Castelo, mas fica para uma próxima postagem.
Aproxima-se mais uma edição do Andanças, festival de música e danças de todo o mundo. Pela 11ª vez, entre 31 de Julho e 6 de Agosto, a localidade de Carvalhais, em São Pedro do Sul, vai receber milhares de "bailonautas" para uma festa que dizem ser única ("dizem", porque o tipo que está a escrever isto promete todos os Verões que "para o ano é que é", mas nunca chega a ser). O programa já está a ser adiantado e pode ser consultado na página da 


