quarta-feira, 3 de agosto de 2005

Ainda na ressaca de Sines

Passados estes dias, não foi ainda possível recuperar por inteiro do jet lag provocado pelo regresso ao quotidiano corriqueiro, após este fim-de-semana louco que, sinceramente, já é olhado com uma enorme saudade. Até agora, após as quatro edições em que marquei presença, este foi o meu FMM favorito sendo que, por conseguinte, mantenho a ideia que este é o melhor festival do país, pese embora as reservas naturais que tenha para fazer uma afirmação desse género e ainda esperar que seja nela lida qualquer espécie de isenção. Porém, a opinião dos amigos e das pessoas que fui encontrando por Sines só o vieram confirmar. Quem foi pela primeira vez, quer voltar para o ano (e por mais dias). Quem já conhecia, não lhe poupa elogios.
O que teve a edição deste ano de tão especial? Em primeiro lugar, porque afinal é isso que mais importa, grandes concertos, dos transes hipnóticos dos Master Musicians of Jajouka e dos Konono no.1 às explosões sónicas dos KTU ou de Marc Ribot & The Young Philadelphians, da hilariante boa disposição da mexicana Astrid Hadad à imensurável beleza da música maliana trazida pelo casal Amadou & Mariam, da folia cigana dos Mostar Sevdah Reunion aos delírios jazzísticos da trupe de Hermeto Pascoal. Em segundo lugar, porque não houve, à semelhança do que vinha já a acontecer noutras edições, maus concertos. Em qualquer outro festival, daqueles que os telejornais gostam de falar, encontramos sempre razões para ir beber uma cerveja bem longe do palco ou para ir dormir mais cedo, não porque estejamos cansados, mas porque os nossos ouvidos não suportam a música daquele nome que a organização decidiu enfiar no cartaz. Em Sines, a fasquia é outra e isso não acontece. Em terceiro lugar, porque todo o ambiente que envolve esta festa é único. É a confraternização, é aquela bela zona central de Sines, é aquele castelo acolhedor que domina sobre uma espécie de baía onde se espoja a praia Vasco da Gama, é as conversas com os músicos na capela, é isto e muito mais. O grande mal do FMM é ter-se que esperar mais doze meses para se poder voltar a sentir tudo isto.
Fica aqui um pequeno top dos concertos que mais gostei:
1. KTU
2. Marc Ribot & The Young Philadelphians
3. Amadou & Mariam
4. Konono no.1
5. Astrid Hadad

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