terça-feira, 31 de maio de 2005

Estranhos encontros #1: Ennio Morricone e Joan Baez

O culpado deste encontro, ocorrido no início dos anos 70, é o filme "Sacco e Vanzetti". Realizada por Giuliano Montaldo, a película recuperava a história real de uma dupla de anarquistas italianos emigrados nos EUA, Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, que nos anos 20 protagonizaram um dos mais famosos julgamentos de sempre, havendo ambos sido condenados à morte, deixando que a dúvida sobre a real autoria dos crimes de homicídio e roubo que lhes eram imputados perdurasse até aos dias de hoje. A banda sonora de "Sacco e Vanzetti" era de Ennio Morricone e Joan Baez escreveria e cantaria as letras de algumas das canções, como a fantástica "Here's to You", que, aliás, aparece também na banda sonora do recente "The Life Aquatic With Steve Zissou".
Here's to you Nicholas and Bart
Rest forever here in our hearts
The last and final moment is yours
That agony is your triumph!

Charadas #162

O fotoblogue da Rita

Então a Rita Carmo, fotógrafa do Blitz desde 92, tem um blogue e não dizia nada? Ora façam lá o favor a vocês mesmo de prestar uma visita a ritacarmo.blogspot.com e ver algumas das (excelentes) fotografias dela.

Black Dice e Animal Collective

Se a malta do Porto tem a sorte de poder já ver os Black Dice para a próxima semana (dia 7, na Fundação Serralves), a de Lisboa terá esse privilégio depois do Verão, lá para o mês de Outubro, na ZDB (a não ser que se faça à estrada ou aos carris do comboio e resolva já isso). Também por essas alturas a ZDB receberá os Animal Collective para duas noites de concertos, sendo provável que outras salas do país venham também a contar com a presença do projecto de Avey Tare e Panda Bear.

segunda-feira, 30 de maio de 2005

Agenda recuperada

A agenda (ver barra preta do lado esquerdo) foi revista e aumentada. Há muitas datas novas, atestando o facto de cada vez termos mais e mais concertos por esta terra. Se houver algum erro, agradeço que avisem.

Charadas #161

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Os sobreviventes

O rapazito rebelde que em tempos se terá chamado James Newell Osterberg já tem 58 anos, mas a sua entrega em palco supera a de muitos "early twenties" que lideram as bandas de hoje. Do peito nu de Iggy Pop ainda escorrem fios de sangue, exactamente como há mais de dez anos, quando cá veio em nome próprio. Ontem, apareceu acompanhado pelos irmãos Asheton, com os quais formou os Stooges há quase quarenta anos, e por um Mike Watt absolutamente eléctrico no tratamento do baixo. T.V. Eye, Dirt, I Wanna Be Your Dog (duas vezes), No Fun (que me fez saltar para o pogo dancing da frente, de onde não mais saí), 1969, 1970, e muito mais... Foi alucinante.

sexta-feira, 20 de maio de 2005

Enxurrada de notas breves

1. A primeira nota tem que abordar, obviamente, esta estranha semana, que ficará para sempre gravada na minha memória. Desapareceu uma das pessoas que me deixou uma grande influência e uma enorme sensação de perda. Há que agradecer aos elementos dos Gaiteiros de Lisboa e outros gaiteiros da Associação Nacional de Gaitas de Foles por terem dado um contributo tão especial na última despedida ao Fernando Magalhães, nesta passada quinta-feira.
(Em breve, haverá novidades a respeito de um encontro de amigos e leitores do Fernando, num bar, com música trazida por todos, entre os inacabáveis exemplos de coisas com que ele se entusiasmava e entusiasmava os que o rodeavam. O mote está dado aqui.)

2. Há mais nomes para Sines. Os malianos Amadou & Mariam e... Marc Ribot, com o seu novo projecto The Young Philadelphians. Junte-se KTU (o mirabolante projecto de Kimmo Pohjonen, Samuli Kosminen e dois elementos de King Crimson), os inenarráveis Konono no.1 e mais alguns nomes sonantes nas músicas do mundo (e não só) e começa-se a ter um cartaz explosivo...

3. Por falar em músicas do mundo, outra grande notícia é a vinda do maliano Ali Farka Touré a Lisboa, para um festival de música africana que terá logar na floresta de Monsanto. Parece que o agricultor Farka Touré tirou licença das suas plantações e veio dar a sua meia dúzia de concertos pela Europa. Finalmente, somos contemplados com a sua vinda. O festival decorre lá para finais de Junho, precisamente uma semana antes do festival de Sines.

4. Ainda no domínio das músicas do mundo, não esquecer o Festival Islâmico de Mértola, uma mostra que vai para além da música e que ganha de ano para ano cada vez mais destaque. Já começou ontem e dura até ao próximo domingo.

5. Virando as agulhas para o rock, já começou o Festival Tímpano, na Casa das Artes de Famalicão. Depois de Perry Blake, que por lá passou nesta quarta-feira (e que, já agora, tem hoje concerto em Lisboa, no Santiago Alquimista) outras propostas de grande interesse: Micah P. Hinson e Nina Nastasia (hoje), Lydia Lunch (amanhã), Mark Kozelek e Lisa Cerbone (dia 25), Neon Road (dia 27), Quinteto Tati e Dead Combo (dia 28).

6. Cambiando agora a direcção para o lado das electrónicas, é certo que desta vez o BRG vai mesmo acontecer. Falo do BRG2005, festival de músicas electrónicas de Braga, que vai ter lugar no novo Estádio Municipal e contará com a presença de alguns nomes importantes, onde se destaca o Monolake e os "portugueses" Mécanosphère. Mas há várias outras opções num cartaz que será levado à cena entre os próximos dias 26 e 28 de Maio.

7. Paredes de Coura, última contagem: Killing Joke, Kaiser Chiefs, !!!, The Bravery, Death From Above 1979, Pixies, The Roots, Hot Hot Heat, The Arcade Fire, Nick Cave & The Bad Seeds e Juliette & The Licks.

8. Hip hip hurra. Os Hood vêm cá. Dias 30 e 31 de Maio, na ZDB e no Mercedes, respectivamente.

9. E é altura de despedidas. O Juramento -- é assim que um bloguista fala -- vai de férias por alguns dias, voltando no outro fim-de-semana, com a certeza de que não poderá perder o concerto dos Stooges no Super Blargh Rock. As charadas regressam lá para sexta-feira.

quarta-feira, 18 de maio de 2005

Uma racha no crâneo (por Fernando Magalhães)

Os discos importados e as interferências da rádio, a bizarria progressiva, o krautrock e o ódio ao punk. Mas o que realmente fica é a revelação de que os perigos que o consumo e audição desenfreados de álbuns podem não ser psicológicos. É o que acontece quando um disco dos Public Image Ltd nos acerta em cheio no crâneo.


O disco que mais me marcou em toda a minha vida foi, sem dúvida, "Metal Box", dos Public Image Lda. Vinha embalado numa caixa circular em metal. Calhou, numa certa data fatídica, cair da estante em que se encontrava, atingindo-me em cheio no crâneo. Fiquei marcado para sempre. Cinco pontos no occipital mais um trauma profundo que me fez odiar para sempre John Lydon e a música dos PIL. Foi, de qualquer forma, o contacto mais físico que alguma vez tive com um disco.

Mas a minha relação com a música popular e com os discos começara muitos anos antes do acidente. Carregando na tecla "rewind", chego a 1968, aos 13 anos de idade. Como ainda não possuía gira-discos, ouvia rádio. Aliás, como toda a gente interessada pela música nessa época. Só mais tarde me apercebi dos perigos, não só lesivos da integridade física, como, sobretudo, psicológicos, que o consumo e audição desenfreados de álbuns de música pop/rock implicava.

No início, ouvir música era uma actividade inocente. Fixava o nome de canções, por vezes tomava notas ou elaborava as minhas próprias listas de preferências. Lembro-me de escutar até ao enjoo, quer obras-primas como "The Dock Of The Bay", de Otis Redding, quer coisas tão prosaicas como "The Legend Of Xanadu", de Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick and Tich ou "Bonnie & Clide", de George Fame. "Light My Fire", escutei-a pela primeira vez na voz de José Feliciano. Quando ouvi o original, dos Doors, senti-me chocado. A voz de Jim Morrison não tremia o suficiente...

Fui passando o tempo desta maneira até que, na transição para a década de 70, a loucura explodiu, tornando-se galopante como o passar dos anos. Um programa da Rádio Renascença fez nascer em mim o gosto pelas músicas bizarras e pelas sonoridades mais retorcidas da então emergente "música progressiva", esse papão das décadas seguintes. Chamava-se o programa Página Um, com locução e realização de José Manuel Nunes. Abriram-se mundos. Cada audição de ábuns com o selo de editoras, como a Vertigo, Island, Harvest ou Neon constituía uma descoberta: Trees, Savoy Brown, Jethro Tull, Forest, Incredible String Band, Gracious, The Greatest Show on Earth, Warm Dust, Quatermass eram nomes que se me iluminavam na imaginação envolvidos numa mística própria. A música tinha cor e sabor. Nas discotecas (por vezes minúsculas lojas de electrodomésticos) encontravam-se muitos desses discos (invariavelmente com capas de abrir) que hoje são preciosidades para o coleccionador. Comprei uns tantos e desdenhei uma quantidade de outros. "It's All Work Out In Boomland", dos T2, "Ben", dos Ben, "Pre-Flight", dos Room, "Three Parts Of My Soul", dos Dr. Z, "The Polite Force", dos Egg, "Sorcerers" dos Jan Dukes de Grey, entre outras raridades, passaram-me pelas mãos...

Também ganhei o hábito de escutar -- em péssimas condições, diga-se de passagem, tal a quantidade de interferências -- a Rádio Luxembourg, só por causa de um programa chamado Dimensions. A locução estava a cargo de Kid Jensen, que hoje ganha a vida a fazer anúncios de colectâneas saudosistas no Quantum Channel, mas nessa altura era um guru, concorrente de John Peel. Por vezes passava faixas inteiras, interessantíssimas, de 20 minutos, de bandas desconhecidas. Quem seriam? Terrível expectativa. Quando, finalmente, o Kid se prestava a revelar o segredo, lá vinha a onda de ruído tapar a audição do nome do intérprete. Mas lá fui apanhando uns quantos nomes: Focus, Clarck Hutchinson, Dando Shaft, Mogul Trash, entre dezenas de outros que hoje preenchem o catálogo de reedições em compacto da Repertoire.

Claro que, entretanto, a compra de álbuns já se tornara um imperativo estético e moral (há quem lhe chame vício). Com o "pequeno" senão da mais do que frequente falta de liquidez obstar a aquisição de todos os objectos de desejo. Acabei por descobrir que saía mais barato mandar vir os discos de fora. Através de firmas exportadoras como a Tandy's e, mais tarde, a COB. Horas e horas de angústia, com as semanas a passar devagar, até a campainha da porta tocar, por fim, de uma forma especial, e aparecer-me pela frente o carteiro segurando nas mãos o mágico embrulho de cartão. Rasgado furiosamente o pacote, seguia-se o prazer da revelação, o manuseamento da capa, terminando na audição de álbuns que muitas vezes encomendava sem nunca os ter ouvido antes, apenas pela foto da capa ou pela leitura de uma crítica mais sugestiva no "Melody Maker", no "New Musical Express" ou nas revistas francesas "Rock & Folk" e "Best". Muitas vezes por simples intuição.

Anos de magia, em que parecia dispor de todo o tempo para ouvir um disco, as vezes que quisesse, até conhecer de cor as letras e as melodias. Um, dois por mês, chegavam, a princípio, para me ocupar até à encomenda seguinte. Depois, à medida que as posses iam aumentando, aumentava proporcionalmente o ritmo de compra com o consequente descalabro económico. Era o vício a ditar as suas leis.

Foram esses os anos do deslumbramento, da procura inflamada da criatividade e da diferença que determinariam a partir daí a minha forma de ouvir música.

A aventura continuou por outras descobertas e latitudes. Do "krautrock" (Tangerine Dream, Harmonia, Cluster, Kraftwerk, Neu!, Yatha Sidhra, Release Music Orchestra, Parzival, Klaus Schulze, Eroc, Wallenstein, as edições originais encontravam-se com facilidade...), dos tesouros de Canterbury (Soft Machine, Hatfield and the North, Caravan, Khan, Gong, Gilgamesh, National Health, Kevin Ayers...) das pérolas da Virgin (David Vorhaus, Comus, Henry Cow, Faust...). E ouvia os programas de rádio do António Sérgio. Até ao ano da grande desilusão: 1976. Confesso: odiei o "punk" desde o primeiro momento. Curiosamente, foi o mesmo António Sérgio o primeiro a divulgar a praga em Portugal. Ouvia e amaldiçoava os Sex Pistols, Sham 69, X-Ray Spex, 999, The Damned (apesar de Lol Coxhill tocar num dos seus discos...). A salvação chegou dos Estados Unidos, com os Suicide, Devo, Talking Heads, Pere Ubu. A Inglaterra contribuiu com os Cabaret Voltaire e os Human League, de "Reproduction", "Travelogue" e do EP "The Dignity Of Labour".

O passo seguinte foi o mergulho insano nos "industriais" (o que prejudicou grandemente a minha saúde mental). O lema era Einstürzende Neubauten, Test Department e SPK; bidões, Black & Decker e martelos pneumáticos. Mas antes o fogo e metal das fábricas do apocalipse que o pontapé na avó da punkalhada.

Com a chegada dos anos 80, após um flirt com a Made To Measure (Hector Zazou, Daniel Schell, Benjamin Lew & Steven Brown) transferi-me com armas e bagagem para o universo da Recommended Records, onde o espírito do Progressivo adquirira novas formas de beleza e esquizofrenia criativa: Roberto Musci & Giovanni Venosta, Doctor Nerve, Jocelyn Robert, Biota, Steve Moore, Wha Ha Ha, Boris Kovac, Non Credo, Wondeur Brass... Alguém se deve lembrar de uma certa lista dos melhores álbuns dos anos 80 que apareceu publicada, em duas semanas, consecutivas, no jornal "Blitz"... Quando, por fim, já nos anos 90, comecei a escrever sobre música, a razão deu início à sua actividade de médico legista. Mas as autópsias não conseguiram arrefecer a paixão. Foram milhares e milhares de sons sulcados pela agulha do gira-discos e pelo laser do CD que sulcaram igualmente a minha alma.

Discos da minha vida, há vários. Contudo, apenas um me fez chorar, quando o ouvi pela primeira vez: "Pawn Hearts" dos Van der Graaf Generator, onde percebi que a santidade e a loucura podiam ser só uma e a mesma coisa e coexistir num homem só. Fui conferindo a minha própria loucura pelos poemas e pela música de Peter Hammill. Estremeci com "In Camera", que me fez compreender onde termina uma canção e começa o inferno.

É verdade, e a folk? Essa é outra história. Uma história de amor sem o reverso da medalha. Encetou-se em 1969 quando uma amiga me ofereceu "Liege & Lief" dos Fairport Convention. A partir daí fluiu como um rio com o caudal cada vez mais forte. Até hoje.

Termino com uma lista (não há quem lhes resista) de dez discos cujas primeiras audições, no mínimo, me fizeram acreditar que a música popular pode ser algo mais do que uma maquinação da indústria. Discos que me fizeram sentir o mesmo frémito da "primeira vez":

"Ummagumma" (o disco de estúdio) (Pink Floyd, 69)
"Acquiring the Taste" (Gentle Giant, 70)
"Magma" (Magma, 70)
"Faust" (Faust, 71)
"Ege Bamyasi" (Can, 72)
"The Henry Cow Leg End" (Henry Cow, 73)
"Rock Bottom" (Robert Wyatt, 74)
"Autobahn" (Kraftwerk, 74)
"Suicide" (Suicide, 77)
"Low" (David Bowie, 77)
"Berlin" (Art Zoyd, 87)


Fernando Magalhães
Supl. Sons, Público
08/01/99

segunda-feira, 16 de maio de 2005

Desaparece um amigo...

O Fernando Magalhães deixou-nos este domingo. Não sei exactamente o que escrever... não possuo, neste momento, qualquer espécie de discernimento para tal. Só sei que tenho a obrigação de prestar homenagem a uma pessoa com quem aprendi muito sobre as mais diversas linguagens da música popular, com os seus textos sempre excelentes. A uma pessoa que sempre me deixava bem disposto nas mais diversas ocasiões em que partilhávamos gostos semelhantes, da folk à kraut, dos Monty Python ao Sporting, ...
Até sempre, Fernando.

ACTUALIZAÇÃO: O funeral realiza-se na próxima quinta-feira, às 14h, no cemitério do Alto de S. João. Antes, pelas 13h30, haverá um serviço religioso na igreja S. João de Deus (na Praça de Londres), local onde o corpo estará em velório a partir de amanhã, quarta-feira (18h).

sexta-feira, 13 de maio de 2005

Breves de final de mais uma semana

1. Hoje decorre a apresentação de, "Mirror Man", a ópera do Pere Ubu David Thomas no Teatro Nacional São João. Adorava estar no Porto esta noite...

2. Excelente prestação a dos GANG GANG DANCE, ontem, na ZDB. Razoavelmente distantes da anterior passagem por aquele espaço, em Outubro do ano passado. Um amigo dizia-me que era uma banda gótica da Turquia e essa é mesmo capaz de ser a melhor descrição para o som renovado do grupo, igualmente constatável no novo álbum, "God's Money". Povo do Norte, não os percam hoje na Casa das Artes de Famalicão.

3. Hoje continua o festival da ZDB, com os JACKIE-O MOTHERFUCKER, que finalmente se estreiam por cá (ou, melhor, já se estrearam ontem no Porto), a encabeçar o cartaz.

4. GUARDA cresce no mapa dos eventos musicais. É interessante ver uma cidade como a Guarda, enraizada no (cada vez menos) longínquo interior do país a assumir relevo na produção de eventos culturais. Sem falar no já histórico "Ó da Guarda!", que este ano voltará a ter um cartaz apelativo, e entre outros motivos de interesse, o novíssimo teatro municipal acolhe já amanhã Anthony Braxton e prepara-se para receber, no primeiro dia de Julho, o inenarrável Tom Zé. Força, Guarda!

5. Também no interior do país e não muito longe da cidade da Guarda, mais precisamente na Serra da Estrela, está em preparação um festival de rock português. Não são conhecidos ainda grandes detalhes.

6. E, em Torres Vedras, começa hoje um festival de electrónica, com o projecto fino-português PEAK-PONG. Daqui a oito dias, é a vez dos MECANOSPHERE/BASS TRAP (isto é, Benjamin Brejon e Henrique Fernandes) e, na outra sexta-feira, a última noite, com os THE PRODUCERS. A mostra decorre no Centro de Cultura Contemporânea e a entrada é livre.

Charadas #160

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terça-feira, 10 de maio de 2005

Mais música no forum

É a segunda leva do forUmusic, sequência programada de concertos de bandas portuguesas no Forum Lisboa. Depois dos Mão Morta ou dos Rádio Macau, por exemplo, é agora a vez dos seguintes grupos subirem ao palco do antigo cinema Roma:

25 de Maio - Quinteto Tati
26 de Maio - Irmãos Catita
15 de Junho - Peste & Sida (!?)
16 de Junho - Repórter Estrábico
27 de Julho - Pop Dell'Arte
28 de Julho - Ena Pá 2000

Bilhetes a 12,5 euros, à venda nos locais habituais.
(fonte: Cotonete)

A Ananana faz quinze anos

No dia 12, ou seja, na próxima quinta-feira, a loja de discos Ananana celebra quinze anos desde que abriu portas nas Escolas Gerais. Desde há algum tempo instalada no Bairro Alto, a Ananana vai comemorar o aniversário com um cocktail no fim da tarde e, à noite, uma festa no Incógnito. E haverá descontos nos discos, também.

Aha!

Afinal, o Gonçalo Frota confirma a minha tese inicial, aqui colocada em dúvida há dias atrás, a respeito do nome dos M'As Foice. Na entrevista hoje publicada no Blitz, o grupo é sempre referido por essa designação.
Claro está que não é isso que importa. O que importa mesmo é a edição histórica que o jornal lança para as ruas, em colaboração com a Lux Records, nesta e na próxima semana. Seria bom que esta recuperação de temas dos M'As Foice encontrasse eco junto do público, para que outros projectos, como aqueles dos quais aqui já falámos, pudessem também ser condignamente relembrados nos dias que correm.

Yuppie Yuppie Lá Lá Lá Lá Lá Lá

Charadas #157

Não se faz

Os Van Der Graaf Generator, que recentemente se reagruparam, produzindo um novo disco ("Present"), têm concerto marcado para dia 30 de Julho, na Aula Magna. O problema é que calha justamente no principal dia do Festival de Músicas do Mundo de Sines. Ver notícia (cheia de gralhas) do DN.

Laibach: bilhetes já à venda

O concerto dos Laibach em Portugal decorre, como já se sabia, no próximo dia 22 de Maio, no Hard Club de Gaia, e os bilhetes já estão à venda. É favor consultar o site do Fade IN Festival para conhecer as modalidades de compra disponíveis.

segunda-feira, 9 de maio de 2005

Paredes de Coura começa a ganhar peso

Bandas já confirmadas até agora:
Juliette and the Licks (a banda da actriz Juliette Lewis), Pixies, Nick Cave & The Bad Seeds, The Roots, Kaiser Chiefs, Hot Hot Heat, Arcade Fire e !!!.

Charadas #156

Selecção de sábado @ Alquimista

four tet - twenty three (domino)
spring heel jack - obscured (thirsty ear)
rashanim - olamim (masada) (tzadik)
jesus lizard the lounge lizards - tarantella (milan)
the one ensemble of daniel padden - farewell my porcupine (textile)
jesus lizard the lounge lizards - voice of chunk (milan)
ui - molloy's march (southern)
from monument to masses - comrades & friends (dim mak)
tortoise - tin cans & twine (city slang)
efterklang - prey & predator (leaf)

[videoclip]

polmo polpo - requiem for a fox (constellation)

[concerto de bypass]

liars - grown men don't fall in the river, just like that (blast first)
sex pistols - pretty vacant (virgin)
franz ferdinand - cheating on you (domino)
bloc party - this modern love (v2)
yeah yeah yeahs - pin (interscope)
futureheads - meantime (sire)
electrelane - only one thing is needed (too pure)
trans am - television eyes (thrill jockey)
bypass - tobogan
sonic youth - youth against fascism (geffen)
the fall - my new house (beggars banquet)
xtc - making plans for nigel (virgin)
the jam - 'a' bomb in wardour street (polydor)
iggy pop - nightclubbing (virgin)
the clash - lost in the supermarket (epic)
the stranglers - curfew (a&m)
lou reed - vicious (rca)
einstürzende neubauten - feurio! (rough trade)
young gods - did you miss me (organik)
throbbing gristle - distant dreams part two (mute)
björk vs fantômas - where is the light
jorge perestrelo - golo

PÁRA TUDO!

O astronauta bahiano vai voltar!

25 de Junho - Porto, Jardins do Palácio de Cristal
27 de Junho - Lisboa, Aula Magna
29 de Junho - Loulé, Festivalmed
1 de Julho - Guarda, Teatro Municipal

sexta-feira, 6 de maio de 2005

Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich #2

ALEXANDER HACKE: Naquele tempo, o Blixa estava em constante delírio de cocaína. Ele trabalhava como projeccionista no cinema Tali em Kottbusser Damm. Hoje é o Moviemento. Eles apenas passavam o "Rocky Horror Picture Show". O cinema era gerido por Elsa Maxwell e pelo Blixa. Nunca pagaram ao distribuidor e, um dia, tiveram que desistir do cinema. Qualquer dinheiro que entrasse ia directamente para os narizes deles. Na altura, a cocaína não era tão mais barata como hoje. Era um estado de paranóia total. Eu quase nem bebia álcool e tinha acabado de aprender a enrolar um charro. Depois do filme acabar, havia vezes em que eu tinha que ir pelas coxias com uma lanterna porque o Blixa estava demasiado paranóico para ir ver se ainda havia gente ou, como ele receava, se alguém se escondia. Isto foi antes dos Neubauten. Os punks apareciam por lá, também, para gozar com os fãs do Rocky Horror. O cinema era uma espécie de ponto de encontro -- ias lá para gozar com a assistência.

Excerto de "Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich / No Beauty Without Danger", de Max Dax e Robert Defcon, biografia dos Einstürzende Neubauten, recentemente publicada através de edição limitada disponível apenas nos concertos da presente digressão e no site do grupo.

Amanhã, para os lisboetas

Hoje e amanhã, no S. João



Que vontade de estar no Porto...

Charadas #155



(A charada hoje é do mais chunga que pode haver, passe a excessiva evidência de tal facto, mas a resposta não...)

quinta-feira, 5 de maio de 2005

Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich #1

ALEXANDER HACKE: Eu ouvia essencialmente noise. Coisas do verdadeiro noise industrial. E, claro, coisas mais antigas, como os Stooges, que estavam comigo a toda a hora. Ouvia mesmo muito Stooges. Ao contrário do Andrew, que não se interessava de todo pela música e que também não ouvia música em casa. Apenas tinha discos dos Beatles. Era os únicos discos que possuia. E as colunas dele estavam envolvidas em folha de alumínio porque ele gostava do som da folha que a vibração das colunas produzia. O Blixa tinha um gosto diferente de todos nós. Quando o conheci, ouvíamos reggae a toda a hora, por mais surpreendente que isso possa parecer. Ele tinha uma colecção incrível de discos de reggae. Coleccionava essencialmente singles de reggae, sem quaisquer palavras nos títulos. Singles que tinham nomes como "Wagga-dagga-da" ou coisas assim. Achava aquilo fantástico. De cada vez que o visitava, ele tinha um novo single: "Ouve isto -- e o refrão ia 'whoappa, whoappa, whoappa...'!" O Blixa costumava ouvir muito reggae.

Excerto de "Nur Was Nicht Ist, Ist Möglich / No Beauty Without Danger", de Max Dax e Robert Defcon, biografia dos Einstürzende Neubauten, recentemente publicada através de edição limitada disponível apenas nos concertos da presente digressão e no site do grupo. Ocasionalmente, trarei aqui outros excertos deste interessante trabalho.

Charadas #154

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quarta-feira, 4 de maio de 2005

Breves a meio da semana

1. Kubik está de volta com o sucessor de "Oblique Musique". O segundo álbum de Victor Afonso vai chamar-se "Metamorphosia" e estará disponível no final deste mês, ostentando de novo o selo da portuguesa Zounds. "Metamorphosia" junta vários convidados, designadamente Adolfo Luxúria Canibal (voz), Old Jerusalem (voz), Américo Rodrigues (voz), César Prata (gaita de foles e voz), Luís Andrade (guitarra, baixo e programações) e Alberto Rodrigues (saxofone alto). O disco inclui ainda uma remistura de Kubik para o tema "Driving With Your Fingers Crossed", dos Bypass. A primeira apresentação ao vivo decorrerá no café-concerto do novo teatro municipal da Guarda, a 2 de Junho. Ah, e parece que o Mike Patton, que convidou Kubik para a primeira parte dos Fantômas na Aula Magna, no ano passado, voltou a gostar bastante deste novo disco.

2. Por falar em Bypass, aqui vão mais alguns pormenores em relação ao concerto do próximo sábado, no Santiago Alquimista: será uma pré-apresentação do álbum "Mighty Sounds Pristine", começa por volta da meia-noite, vai ter o acompanhamento visual de uma equipa dos vjs Videojack e ainda a selecção musical pré- e pós-concerto patrocinada aqui pelo Juramento. Os bilhetes custam cinco euros.

3. A próxima Semana Académica de Lisboa (vulga SAL) é a coisa mais insonsa que alguma vez se viu no panorama festivo da academia lisboeta. Dos Toranja aos EZ Special, do Luís Represas à Mafalda Veiga (até parece que foram negociados em pacote... de leite estragado), há imensos motivos para fugir. Para quem o desejar, fica aqui a ligação para os horários da CP do Intercidades. É que semana académica (ou Queima, no caso), só mesmo em Coimbra.

Charadas #153

terça-feira, 3 de maio de 2005

A petição do Ritz Club

Já aqui se falou da petição do Ritz. Agora também pode ser assinada no petitionoline.com:
http://www.petitiononline.com/ritzclub/petition.html

Charadas #152

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Afinal, em que ficamos?

Aqui há uns tempos rematei um artigo para o Disco Digital, sobre visões e "entrevisões" do mercado da música, da seguinte forma:
«(...) Vai nascer daqui ? já nasceu porventura há mais tempo, mas talvez ainda não nos tenhamos apercebido completamente disso ? um novo conceito, o «mobile friendly», por analogia ao já corriqueiro «radio friendly». Caricaturando, imagino os executivos da indústria a julgar e decidir os potenciais êxitos futuros com base nos quatro a dezasseis segundos que a mesma pode ter num telefone portátil. (...)»

Na altura da publicação, houve logo várias reacções, entre as quais a de um amigo meu, ligado a uma major, que me veio dizer que não era bem-assim-que-as-editoras-não-ganhavam-nada-bla-bla.

Eu sempre tive a ideia que os meus antigos camaradas espanhóis da ya.com negociavam licenciamentos a editoras como a Sony, por exemplo, para poderem fornecer conteúdos para telemóveis ou para o online, mas se agora estas outras pessoas diziam que a minha perspectiva estava errada, quem era eu para fazer outra coisa que não aceitar a correcção e, no fundo, aprender?

Não me incomoda nada ser corrigido, até porque, muitas das vezes, é com os erros que aprendemos. Não sei é como reagir quando mais tarde leio coisas que afinal confirmam aquilo que eu escrevi. Hoje, no Blitz, numa notícia:
«Mas é no mercado da 'mobile music' (toques de telemóvel) que a Universal regista resultados mais animadores: de 2003 a 2005 passou de 300 mil para 6 milhões de euros de receitas.»

segunda-feira, 2 de maio de 2005

Project Rockstar de novo

Já por aqui falei do Project Rockstar. Trata-se, basicamente, de um jogo online de origem inglesa, participado por vários milhares de pessoas de todo o mundo, onde se assume o papel de um manager (e ainda de um agente e de um editor, se quisermos) no mundo do rock'n'roll.
As possibilidades são imensas -- desde a gestão do tempo de uma pequena banda, entre tocar ao vivo, escrever canções ou promover discos, por exemplo, até à construção de uma editora e tratamento de uma variada gama de assuntos que interferem com a actividade desta.
Para estimular a competição entre os milhares de utilizadores, há tabelas de singles, de álbuns, de assistências nos concertos, de ranking dos managers, etc. Volta e meia, por exemplo, há que saber dar a resposta certa a problemas que se colocam (ei, andam a dizer que o guitarrista da tua banda de country é gay, o que é que vais fazer?) e saber gerir os convites que as editoras de outros fazem às nossas bandas (será que duas mil libras por um contrato de um álbum e cinco singles compensa?).
O melhor de tudo é que o jogo, ao contrário de outras experiências online do tipo, precisa apenas, em média, de dez ou quinze minutos diários. Além de fazer perder pouco tempo, o jogo permite assim um equilíbrio competitivo entre todos os utilizadores. E permite ainda o agendamento de tarefas, útil para quem não tem acesso à internet todos os dias.
Experimentem. E assinem as vossas bandas de rock pela Juramento Sem Bandeira Records (procurar pelo utilizador junqueira73). ;)

De onde raio é que vem o nome? #32: Sétima Legião

Não consegui confirmar, mas a VII Legião terá sido uma das legiões convocadas por Roma para controlar o território da Lusitânia. Daí surgiu o nome para a banda de Pedro Oliveira, Rodrigo Leão e Paulo Marinho, entre outros.

De onde raio é que vem o nome? #31: A Certain Ratio

Depois de Leeds e dos Kaiser Chiefs, recuamos no tempo e vamos a Manchester, ao encontro dos A Certain Ratio. O nome vem alegadamente de uma letra de Brian Eno, do tema "The True Wheel", retirado do álbum "Taking Tiger Mountain (by Strategy)".
(...)
Looking for a certain ratio
Someone must have left it underneath the carpet
Looking up and down the radio
Oh, oh, nothing there this time
Looking for a certain ratio
Someone said they saw it parking in a car lot
Looking up and down the radio
Oh, oh, nothing there this time
Going back down to the rodeo
Oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, oh, here we go!
(...)

De onde raio é que vem o nome? #30: Kaiser Chiefs

(Na sequência de charadas recentes, eis mais alguns apontamentos desta rubrica)
Depois de terem sido começado por chamar-se Parva (nome bem mais interessante, diga-se de passagem), a nova next-big-band da pop indie britânica mudou para Kaiser Chiefs, uma referência directa aos sul-africanos Kaizer Chiefs (com Z), um dos maiores clubes de futebol sul-africanos, onde jogava Lucas Radebe, o capitão do Leeds United.

O Tímpano

Está já inteiramente definido o cartaz do Festival Tímpano, que decorrerá entre os dias 18 e 30 deste mês, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão.

18 | grande auditório, Quarta (22h00)
PERRY BLAKE - 10 Euros

20 | grande auditório, Sexta (22h00)
MICAH P. HINSON + THE ENTRANCE - 5 Euros

21 | grande auditório, Sábado (22h00)
LYDIA LUNCH - 15 Euros

21 | café-concerto, Sábado (23h30)
sUBMARINe - 5 Euros

25 | grande auditório, Quarta (22h00)
MARK KOZELEK + LISA CERBONE - 5 Euros

27 | grande auditório, Sexta (22h00)
THE NEON ROAD - 5 euros

28 | grande auditório, Sábado (22h00)
QUINTETO TATI + DEAD COMBO - 5 Euros

30 | grande auditório, Segunda (22h00)
ANTONY AND THE JOHNSONS - 15 euros

(Informação retirada do som activo)


O Tímpano é organizado pelas edições Quasi pela Casa das Artes, com a colaboração das Edições Quasi -- altura do texto propícia para uma descarada publicidade ao "Narradores da Decadência" -- e da Transporte.

Charadas #151

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