"Por isso, tenho que ir devagar. Daí estar a escrever este livro agora.
"Ou então é porque já não fumo erva. Estou mais focado agora. É estranho. Por um lado, ponho a imaginar-me se consigo escrever canções limpo e, por outro, estou a dizer que é por estar limpo que estou, provavelmente, a escrever este livro. Alguém devia tomar nota disto para a sua investigação no assunto da sobriedade, mas não eu.
"Sinto-me muito na moda por ter parado de fumar e de beber. Devia estar na revista People ou na Entertainment Tonight. Estou a perder imensa exposição. (Na verdade, não consigo imaginar algo tão mais distante do que me vai na cabeça do que fazer esse tipo de coisas, graças a Deus).
"Não tem piada ver TV comigo ao lado. Estou constantemente a fazer apartes, a criticar e a fazer piadas. Suponho que venha a estar na TV a vender este livro, contudo.
"O Jonathan Demme fez recentemente outro filme com uma das minhas atuações. É o último de uma trilogia. (...) Ao promovê-lo, eu podia ir ao Colbert! Esse gajo é mesmo cómico. Ou o Jon Stewart! Graças a Deus pelo humor! Estes gajos são brilhantes. Tenho sempre medo que vá a meio da descrição longa de uma história e que me esqueça do que estava a falar. Vai espalhar-se o segredo de que estou a perder a minha razão aos poucos e poucos. É um medo real. Toda a gente vai saber! Mas não é novo. Não é uma evolução recente. Fui sempre assim. É o que torna tão difícil a deteção dos primeiros níveis da demência em mim. Talvez nunca venham a existir. Talvez esteja tudo na minha cabeça."
Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)
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