segunda-feira, 4 de julho de 2011

Quebra homóloga de 50% na venda de discos?

É raro vermos a nossa comunicação social atenta ao que se passa no negócio da indústria musical portuguesa. Sabemos com frequência o que se passa nos grandes (e até nos pequenos) mercados internacionais e, claro, desconfiamos que por cá o cenário não seja muito diferente do negro com que se pinta lá por fora. Vamos ouvindo os amigos que trabalham em departamentos de editoras ou que fazem do que cada vez menos vão vendendo nas lojas o seu ganha-pão e a ideia confirma-se. Mas as redações, ora na área da música, ora na área dos negócios, ora as mais generalistas, têm uma certa tendência para passar ao lado. Talvez seja algo tão insignificante que não mereça a pena ser falado. Nem para o que tem corrido mal (as vendas de discos), nem para o que tem corrido aparentemente bem (os festivais).

Mas nem sempre é assim. Hoje, por exemplo, a minha cara Ana Baptista deu conta de alguns números em artigo no Dinheiro Vivo. Para o Tozé Brito, atual presidente da SPA e antigo gestor da Universal e da BMG, o mercado discográfico nacional valia 120 milhões de euros em 2000, tendo caído para apenas cerca de 36 milhões, em 2010. Mas os dados mais atuais, aqueles que motivam a notícia, ainda são mais assustadores: Eduardo Simões, o presidente da AFP, espera uma quebra de 50% na venda de discos no segundo trimestre de 2011 face a idêntico período do ano passado. Já no primeiro trimestre, a quebra homóloga havia sido de 40%... No primeiro trimestre de 2011, faturaram-se apenas quatro milhões de euros... (Estes últimos dados referem-se exclusivamente à venda de discos em suporte físico, mas as vendas digitais, além de insignificantes neste contexto, estão também elas em quebra.)

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