segunda-feira, 12 de novembro de 2007

Mais duas ou três coisas sobre o Barreiro Rocks

Começo por arrumar desde já as coisas más. O som no pavilhão dos ferroviários é, quase sempre, uma "ganda jarda", uma torrente de milhares de trajectórias acústicas que afundam o som numa amálgama que roça o imperceptível. Os Black Lips, por exemplo, sofreram com isso, mas também por culpa própria. Não se tivessem atrasado, teriam tido tempo para um sound check e para um som que se entendesse. Mais, aos DJs, tanto os do Wonderland Club como o Shimmy, foi-lhes dado pouco espaço na noite, no meio das atribulações para mudanças de palco para a pós-festa. Como já é hábito, diz-se, o público é essencialmente constituído por barreirenses ou outros margem-sulistas, por espanhóis e pelas entourages das outras bandas. Como se costuma dizer, é mais fácil encontrar por lá um espanhol do que um lisboeta. E o barco demora apenas um quarto de hora a atravessar o rio. E os ferroviários são ali mesmo ao lado.
Arrumadas que estão as coisas más, diga-se então que o Barreiro Rocks é muito mais do que estes problemas. É um encontro anual entre amigos que aproveitam ao máximo estas duas noites de deboche até às tantas da manhã. É um clima de festa que só é apreendido por quem já lá foi e, daí, fica com vontade de regressar todos os anos. Em que outro sítio se encontra um simpático senhor de 79 anos, o grande Crooner Vieira (vejam no youtube!), a cantar Tom Jones, Elvis Costello, Frank Sinatra e outros na apresentação das bandas? Houve concertos óptimos, como os de duas das bandas portuguesas em cartaz, os Born a Lion e os Green Machine, ou como o da dupla italiana Mojomatics, houve coisas que fizeram lembrar os festivais de hardcore de escolas secundárias nos anos 80, com os ingleses Hipshakes, cheios de sangue na guelra.
Dá vontade de imitar a voz de um qualquer locutor de rádio dos anos 60 e dizer que "foram duas belas noites de róque". Para o ano há mais.

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