Melhores os segundos que os primeiros, talvez pela rodagem, talvez porque os X-Wife funcionem melhor num ambiente de festa como o que se pretendia neste dia (nota mental: não perder loosers na ZDB, por exemplo, numa próxima ocasião), talvez porque os Loosers tiveram a ingrata tarefa de abrir um dia de festival a uma hora quente, que obrigava a rumar às tendas de cerveja, enquanto ainda se podia fazê-lo com calma.
Liars
SÃO OS MAIORES! OS M-A-I-O-R-E-S! Com um espectáculo ainda mais avariado que aquele que trouxeram ao Lux, no ano passado (nota rememorativa: concerto do ano, do ano passado), os Liars começaram por partir parte da louça que os Pixies teriam, não fossem os nova-iorquinos, inteiramente por sua conta. Angus Andrew (nota eu-já-disse-isto-aqui: o australiano parece-se mesmo com o Nick Cave, não só pela cara, mas também por aquela silhueta esguia que atira um braço ou outro para a frente a tomar o pulso ao ritmo... GÉMEOS!) prometeu que o grupo estava a planear mudar-se para Lisboa. Sim, para Lisboa. Ao que parece, ficaram a gostar desta coisa e querem tornar-se alfacinhas. Eu pago-lhe um copo se isso for verdade. Um não, dois ou três.
Wray Gunn
Cinco músicos em palco, acompanhados de um coro de gospel. Mas... que raio de som. Foi melhorando progressivamente, mas o equalizador mental teve algumas dificuldades em acompanhar as mudanças. No entanto, e não querendo desprezar a banda de Coimbra (nota justa: grande disco, o último), serviu muito bem para aquecimento aos Pixies que estavam quase, quase a pisar o palco principal.
Pixies
SÃO OS MAIORES! OS M-A-I-O-R-E-S! A loucura instalou-se rapidamente. Assim que começou a soar a linha de baixo de "Bone Machine", foi furar, furar, furar, furar, furar, até, ufff., chegar à frente, onde toda a gente pulava, dançava, "slamava", enfim... a maior das alegrias por ver e ouvir de perto o quarteto fantástico. Por duas ou três vezes, os ténis iam ficando pelo caminho, os óculos saltando, as forças faltando, mas... cada momento era celebrado como se nada mais fosse importante. Cada tema tocado servia de motivo a enormes explosões de alegria, de gozo pela experiência ali sentida. "Where is My Mind", "Hey", "Caribou", "In Heaven (Lady in the Radiator Song)" ou "Monkey Gone to Heaven" foram momentos mágicos. "I Bleed", "Something Against You" (quase inaudível para quem estava lá mais à frente), "Isla de Encanta" ou "Vamos" foram absolutamente trepidantes. Mas houve muito mais. Nunca mais esquecerei o final, perfeitamente diabólico, com "Tame"...
E o resto
O resto? Não há muito que falar do resto. Depois dos Pixies, nada mais interessava. A não ser aquele bófia agarrado aos... err... Bom, o que interessava mesmo é que houvesse mais barracas da cervejeira (nota etílico-facciosa: e que porcaria é aquela marca de cerveja) que patrocina o evento, para que as filas (nota de rigor: filas? aquelas multidões que mais pareciam a plateia do Coliseu dos Recreios em volta do palco, perdão, da barraca de cerveja?) não se tornassem literalmente impossíveis... Mais de uma hora à espera por um cachorro frio é desesperante, não? 50 ou 60 ou 70 mil pessoas é muita, muita gente. E quando não há logística de apoio, a paciência perde-se facilmente. Tanto para mais quando no palco se pavoneia um azeiteiro de segunda (nota agrícola: se fosse um azeiteiro de primeira, a coisa ainda puxava pelo lado kitsch). O resto ficou, portanto, para ver... Alguém quer continuar?
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