quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Concertos Confortáveis, n.º 6

21 de abril de 1979, Patti Smith na televisão alemã. Duas vezes por ano, o programa famoso Rockpalast cumpre a tradição, que já vem de 1977, de apresentar várias bandas em palco. Desta vez, além Patti Smith Group, aparecia também a J. Geils Band e Johnny Winter.

"She didn't care to do anything with the J. Geils Band, but she was proud to play with Johnny Winter. Albrecht had no chance to announce her because she kept opening and closing the stage door and simply climbed on-stage. She had already let all of Europe know her wishes for this time period: "Let me get on that fucking stage!" There are many differences of opinion on her concert. One possibility: On-stage stood a self-proclaimed high priestess of rock who emphatically presented her charismatic charm. That impressed a lot of people on that night." - in "10 Jahre Rockpalast" (e aqui)

01 Rock 'n' Roll Star (5'59'')
02 Hymn (1'10'')
03 Rock 'n' Roll Nigger (4'23'')
04 Privilege (4'41'')
05 Dancing Barefoot (6'31'')
06 Redondo Beach (3'30'')
07 25th Floor (4'00'')
08 Revenge (5'10'')
09 5-4-3-2-1-Wave (2'23'')
10 Pumpin' My Heart (3'23'')
11 7 Ways Of Going (9'48'')
12 Because The Night (3'31'')
13 Frederic (5'26'')
14 Jailhouse Rock (2'19'')
15 Gloria (9'20'')
16 My Generation (5'00'')

Patti Smith - guitarra, clarinete, voz
Lenny Kaye - guitarra, baixo, voz
Ivan Kral - guitarra, baixo, voz
Jay Dee Daugherty - bateria
Bruce Brody - teclados

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Hoje temos a Samara por cá



Samara Lubelski toca hoje no Lounge, a partir das 22h30. Amanhã, segue para Viseu, onde vai tocar no Café-Concerto do Teatro Viriato. No dia seguinte, estará no Café-Concerto do Teatro Municipal da Guarda. A minidigressão portuguesa de Samara Lubelski termina no dia 2 de fevereiro, no Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Um sonho hippie, n.º 5

"(...) apareceu um tipo, pegou na minha guitarra e começou a tocar uma data de canções nela. Chamava-se Charlie. (...) As suas canções eram improvisações que ele ia fazendo e nenhuma era igual à anterior. Parecido com o Dylan, ainda que diferente porque era difícil encontrar uma mensagem nelas, mas as canções eram fascinantes. Era muito bom.
"Perguntei-lhe se tinha um contrato de gravação. Disse-me que não e que queria gravar discos. Falei dele ao Mo Ostin da Reprise. O Terry Melcher era um produtor da altura que fazia discos de sucesso influentes. Aparentemente, o Melcher já tinha andado a ver o Charlie e tinha optado por não o fazer.
"Pouco depois, os homicídios Sharon Tate-LaBianca aconteceram e, de súbito, o nome Charlie Manson dava a volta ao mundo."


Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Um sonho hippie, n.º 4

"Há uma série de coisas que podem correr mal na estrada. Se adoeces, tens que tocar à mesma, mas as pessoas acham que estás a perder a pica. Se tens a casa meio cheia, as pessoas não se sentem como fazendo parte de alguma coisa. Se não tiveres uma equipa fantástica, a tua cena não soa bem. Se não tiveres o melhor material, o teu espetáculo pode não soar tão fantástico como o anterior ou o próximo. Se tiveres uma reputação, ela está em jogo. Se te esqueces do que estás a fazer, aparece no YouTube. Se te lembras do que estás a fazer, aparece no YouTube. Se fazes algo novo que ainda não esteja pronto, ou algo de antigo em que fazes asneira, aparece no YouTube. Se sai ranho do teu nariz enquanto tocas a harmónica e escorrega por esta até chegar à T-shirt, aparece no YouTube. Se disseres alguma coisa estúpida..."

Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)

O provável fim dos Staff Benda Bilili

Tudo aponta para que a história bonita dos Staff Benda Bilili tenha chegado ao fim. O grupo de músicos deficientes de Kinshasa, que desde 2009 tem vindo a incendiar as plateias europeias -- recebemo-los por cá em 2010 e 2012 -- deixou de ser representado pelo manager que os levou ao mundo, o belga Michel Winter (o homem que nos trouxe os Taraf de Haïdouks, a Kočani Orkestar, as Tartit, os Konono nº1 ou os Kasaï Allstars) e de trabalhar com a agência francesa Run Productions. Depois, saíram dois elementos fulcrais do grupo, Théo Nzonza Nsituvuidi e Coco Yakala Ngambali, e foram cancelados todos os concertos marcados (ver notícia no Libération).

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Um sonho hippie, n.º 3

"Lembram-se da galinha dos ovos de ouro? Este livro é todo sobre isso. Este livro vai manter-me fora dos palcos (além de uns poucos concertos de caridade -- Farm Aid e a Bridge School) por mais de um ano. Preciso de me afastar e recuperar energias. Este livro é algo que faço para me manter afastado dos palcos. Tudo começou quando eu parti um dedo do pé na piscina. (...)
"Por isso, tenho que ir devagar. Daí estar a escrever este livro
agora.
"Ou então é porque já não fumo erva. Estou mais focado agora. É estranho. Por um lado, ponho a imaginar-me se consigo escrever canções limpo e, por outro, estou a dizer que é por estar limpo que estou, provavelmente, a escrever este livro. Alguém devia tomar nota disto para a sua investigação no assunto da sobriedade, mas não eu.
"Sinto-me muito na moda por ter parado de fumar e de beber. Devia estar na revista
People ou na Entertainment Tonight. Estou a perder imensa exposição. (Na verdade, não consigo imaginar algo tão mais distante do que me vai na cabeça do que fazer esse tipo de coisas, graças a Deus).
"Não tem piada ver TV comigo ao lado. Estou constantemente a fazer apartes, a criticar e a fazer piadas. Suponho que venha a estar na TV a vender este livro, contudo.
"O Jonathan Demme fez recentemente outro filme com uma das minhas atuações. É o último de uma trilogia. (...) Ao promovê-lo, eu podia ir ao
Colbert! Esse gajo é mesmo cómico. Ou o Jon Stewart! Graças a Deus pelo humor! Estes gajos são brilhantes. Tenho sempre medo que vá a meio da descrição longa de uma história e que me esqueça do que estava a falar. Vai espalhar-se o segredo de que estou a perder a minha razão aos poucos e poucos. É um medo real. Toda a gente vai saber! Mas não é novo. Não é uma evolução recente. Fui sempre assim. É o que torna tão difícil a deteção dos primeiros níveis da demência em mim. Talvez nunca venham a existir. Talvez esteja tudo na minha cabeça."

Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Concertos Confortáveis, n.º 5

Alegadamente, é a gravação mais antiga dos R.E.M. a chegar ao conhecimento do público. O concerto aconteceu nos subterrãneos do complexo Village Subway, em Raleigh (Carolina do Norte), a 10 de outubro de 1982, menos de dois meses antes da edição do EP de estreia do grupo, "Chronic Town".
Alinhamento (com notas recolhidas da descrição introduzida por quem carregou o concerto no youtube):

1. Wolves, Lower (CHRONIC TOWN)
2. Laughing (MURMUR)
3. 1,000,000 (CHRONIC TOWN) - Note: Mitch Easter, who produced CHRONIC TOWN as well as the band's first two LPs, MURMUR and RECKONING (with Don Dixon), joins the band on guitar.
4. Moral Kiosk (MURMUR)
5. Catapult (MURMUR)
6. West of the Fields (MURMUR)
7. Radio Free Europe (MURMUR)
8. Ages of You - Note: Originally intended for CHRONIC TOWN, replaced by "Wolves, Lower" at the request of Miles Copeland.
9. We Walk (MURMUR)
10. Carnival of Sorts (Box Cars) (CHRONIC TOWN)
11. Skank

Um sonho hippie, n.º 2

"Um dia, quando o Ben Young era pequeno e nós procurávamos uma escola para ele, a Pegi ficou quase em lágrimas depois de uma vista de olhos particularmente deprimente que demos a uma sala de aula para deficientes, na Califórnia. Saiu-lhe então: 'por que é que não chamamos os nossos amigos, fazemos um concerto para angariar fundos e abrimos uma escola? Podíamos ter o Bruce Springsteen!' Limitei-me a olhar para ela, calado que fiquei com esta ideia audaciosa.
"Graças à sua bondade, o Bruce fê-lo e esgotou os nossos primeiros concertos. Abrimos a escola com estes fundos. O Bruce Springsteen é coisa séria. Estava no seu primeiro pico de carreira e a sua aparição foi magnífica a todos os níveis. (...)
"O Bruce ainda é meu amigo. Não falamos muito. Não precisamos de o fazer. Ele é genial e na sua própria liga. Eu não sou ele, nem ele é eu. Mas fazemos caminhos semelhantes, escrevendo e cantando o nosso tipo de canções pelo mundo fora, tal como o Bob e alguns outros cantautores. É uma espécie de fraternidade silenciosa. Ocupamos este espaço na mente das pessoas com a nossa música. No ano passado, perdi o homem à minha direita, o 'pedal steel guitarist' Ben Keith. Este ano, o Bruce perdeu o homem à sua direita, o saxofonista Clarence Clemons. É altura para outra conversa; os amigos podem ajudar-se uns aos outros apenas estando lá. Agora, cada um de nós vai olhar para a sua direita e ver um buraco gigantesco, uma memória, o passado e o futuro. Eu não tocarei com outro músico de 'pedal steel' tentando recriar as partes do Ben, e sei que o Bruce não tocará com outro homem do saxofone que tente fazer as do Clarence. Essas partes não vão voltar a acontecer. Já aconteceram. E isso tira muito dos nossos repertórios."


Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Um sonho hippie, n.º 1

"E então que faço agora, que tenho 65 anos? Reformo-me? Népia. Não consigo parar de me mexer o suficiente para o fazer. Amanhã vou até ao Havai e vou continuar a escrever isto. Adoro aquilo por lá. Deixo-me, sei lá, descomprimir. A Pegi vai para o Havai, também, daqui a alguns dias, mas eu não posso esperar tanto tempo para ir para lá. Ela acabou agora mesmo de fazer um grande disco e quer terminar tudo o que tenha a ver com isso antes de se juntar a mim. E não será assim tanto tempo para voltarmos a estar juntos. Adoro isso. Ela é a minha parceira de vida. A minha confidente. Posso contar-lhe tudo. Depois de todos estes anos juntos, ainda estou a conhecê-la. Eu seria uma ilha sem o meu oceano se não estivéssemos juntos nos nossos corações. Sou o homem mais sortudo do mundo por poder ir até ao Havai, descansar um pouco e esperar que ela se junte. Não que eu saiba descansar como as outras pessoas fazem. Trabalho criativo e a escrita são relaxantes para mim."

Neil Young, in "Waging Heavy Peace: A Hippie Dream" (Viking, 2012)

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Concertos Confortáveis, n.º 4

David Bowie faz hoje 66 anos. No Concerto Confortável desta semana, ele tinha apenas 31 e andava a apresentar ao mundo os dois primeiros álbuns da trilogia de Berlim, "Low" e "Heroes". Aqui, encontramo-lo em Bremen, na Alemanha, a 30 de maio de 1978. Alinhamento: Sense of Doubt, Beauty and the Beast, Heroes, Stay, Jean Genie, TVC15, Moon of Alabama, Rebel Rebel.

terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Concertos Confortáveis, n.º 3

Último dia do ano de 1977, no Rainbow Theatre de Londres. Os Ramones gravavam aquilo que ia ser um dos mais famosos (e melhores) álbuns ao vivo da história do rock. E um dos mais vendidos, também, pelo menos por cá (nos anos 80, havia duas coisas que encontrava em casa de quase todos os amigos: o Atlas do Círculo de Leitores e o "It's Alive", dos Ramones). A gravação do concerto saiu também, com edição reduzida, em DVD ("It's Alive 1974-1996"), há cerca de cinco anos, e encontra-se hoje no youtube.
(Bom ano para todos!)