Enfim, as expectativas eram exageradas, que é como dizer que o monte de Sião pariu um rato ou que a banda de Efrim Menuck não é menos aborrecida do que os exércitos de imitadores que seguiram as suas pisadas ao longo dos últimos anos. Não que tenha sido propriamente uma má noite. Mas a sensação que ficou não anda muito longe daquela do espectador de futebol que vê a equipa ganhar os três pontos numa maçada de jogo...
Nota positiva para o humor de Efrim, que, apesar de já ser evidente, ainda que de forma discreta, até mesmo no tempo dos godspeed, não era algo que se esperasse nesta forma directa, em palco, com intervenções sempre a propósito nas pausas entre os temas. Ao início, apresentou-se como Sting e disse que "13 Blues..." era sobre uma rapariga chamada Roxanne. No final, depois do "nooooo" do público a "this is goin' to be our last song", saiu-se com um "but it'll be looooong!". Quem sabe brincar consigo próprio não é má pessoa.
Alinhamento:
13 Blues for Thirteen Moon
1,000,000 Died to Make This Sound
God Bless Our Dead Marines
Take These Hands And Throw Them In A River
There's a Light
Microphones in the Trees (encore)



É já um lugar comum falar-se na importância que as tecnologias de comunicação tem vindo a ter, no âmbito desta sociedade global, porventura cada vez mais homogénea, no encurtamento das distâncias que separam os indivíduos de todo o mundo. Hoje, por exemplo, temos amigos no Japão, trocamos ideias com argentinos ou sabemos mais, se quisermos, do que é a África outrora escondida ou não alinhada, como se dizia. Mas nos anos 50 do século passado, os situacionistas usavam o termo psicogeografia para abordarem uma questão que lhes era muito cara: a geografia tinha uma influência fundamental no comportamento dos indivíduos e das sociedades. Não é difícil de perceber a mecânica desta relação entre espaço e acção. Na música, por exemplo, sempre se usou, por vezes de forma abusiva, o termo "cena" para designar fenómenos locais que surgiam a partir de uma cidade ou região. Ora porque os músicos se conheciam dos mesmos locais de paragem (o disco no Studio 54 de Nova Iorque ou o punk de Londres, por exemplo), ora porque selo com um carácter editorial bem definido funcionava como pólo aglutinador dos músicos mais criativos da zona (a Factory de Manchester), ora porque a confluência entre tradições locais e contaminações externas faziam da cidade laboratório para novas formas de expressão (o afro-beat de Lagos), os fenómenos nasciam e consolidavam-se num sítio específico, só se expandindo mais tarde, em função da popularidade, por esse mundo fora. Ainda hoje encontramos alguns exemplos desta ligação umbilical entre geografia e música: Brooklyn, em Nova Iorque, por exemplo.

A pitchfork apresenta 








Há ainda outro festival a acontecer este fim-de-semana na zona de Lisboa. O
Ena, um festival de rockenró em Lisboa, já no próximo fim-de-semana. Vai ser a segunda edição do




