quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Ainda a propósito do Juramento Sem Bandeira a uma voz

Quando há quatro anos e quatro meses decidi dar a este tasco o nome Juramento Sem Bandeira (um descaramento que teve, para descanso da minha consciência, a autorização do João Peste) não o fiz apenas por ser um dos meus temas favoritos dos Pop Dell'Arte. Na verdade, o tema simboliza para mim, desde as primeiras audições na tenra adolescência, o interessante espírito construtivo, militante até, que reinava numa certa cena artística portuguesa dos anos 80. Digo-o sem saudosismo, até porque voltei a encontrar esse espírito em muito do que tem sido feito por cá nos últimos anos. Hoje, como então, havia gente a dizer "vamos fazer" em vez de "podíamos fazer". Hoje, como então, as rivalidades não impedem que se trabalhe em conjunto para que "se faça". É isso que está implícito na assertividade do verbo jurar nas vozes de João Peste e de Adolfo Luxúria Canibal, simultaneamente cúmplices e rivais eternos. É por isso que a aparentemente inédita interpretação a uma só voz do tema, ontem à noite, me deixou algo perplexo. É apenas um tema, dirão. Mas carrega consigo um significado, penso.

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