sexta-feira, 28 de outubro de 2011
E ainda faltavam estes
A acrescentar às propostas da postagem anterior: os Bardo Pond, que se estreiam por cá, com concerto na ZDB. Marcia Bassett & Margarida Garcia na primeira parte. Desdobrem-se como puderem.
Um sábado daqueles, em Lisboa
Para quem estiver por Lisboa e puder, a noite de amanhã oferece dois ou mais motivos para sair e curtir como se não houvesse domingo. Há concerto a não perder no Lounge, há concertos a não perder no Musicbox. Talvez as duas coisas não sejam inteiramente conciliáveis (quase de certeza que serão), mas aqui fica o conselho.
Vamos por partes. Primeiro, o Lounge recebe os franco-italianos L'Enfance Rouge. Quem por aqui passa com alguma regularidade, sabe que nunca poupei palavras a descrever os concertos deste "trio-poder", ora quando estiveram junto à praia de Sines, no FMM 2009, acompanhados dos músicos tunisinos que então ajudaram a fazer o magnífico "Tràpani - Halq Al Waady", penúltimo álbum, ora quando passaram pelo Musicbox, na última edição do Festival Terapêutico do Ruído. Nesta segunda vez, escrevi na altura palavras carregadas de um entusiasmo que até hoje mantenho:
Depois, manda este vosso amigo que se ponham a andar para o Musicbox. Em mais uma noite do festival patrocinado por uma marca de uisge beatha de bom gosto (ei, a propósito, hoje há Tom Vek) vão lá estar, entre outros, a Owiny Sigoma Band, os portugueses Tigrala e um DJ set que muito promete, pelas mãos dos The Very Best e com a voz do MC Mo Laudi. A Owiny Sigoma Band é um dos casos mais felizes de interesse ocidental pela música africana, em particular pelo Quénia. Notem que não é música benga, como se escuta na colaboração dos Golden com músicos dos Quénia, que resultou nos Extra Golden, mas é igualmente viciante. Reza a história que, em 2009, um conjunto de músicos londrinos viajaram para Nairobi para colaborar com músicos locais. Houve gravações que chegaram às mãos de Gilles Peterson, que logo as editou através do seu selo Brownswood. Veio depois um álbum (aproveitem a ocasião para comprá-lo, que vale bem a pena) e remisturas de tipos como o Theo Parrish, o Quantic, etc. É um privilégio único poder tê-los aqui num palco próximo de nós. Privilégio também será o de poder dançar às batidas dos The Very Best. Não fiquem de pé atrás por ser DJ set. No ano passado, o Radioclit e TVB Johan Karlberg também passou por um Baile na Lx Factory que, além de desafiar o próprio conceito de DJ set, ajudou a produzir uma festarola inesquecível. Com eles vem Mo-Laudi, MC originário da África do Sul, que rebentou em Londres e agora vive em Paris (escutem-no aqui). E ainda há Tigrala, a superbanda de Norberto Lobo, e mais gente nos pratos (Granada e Medásosangue). Querem mais do que isto para saírem de casa?
Vamos por partes. Primeiro, o Lounge recebe os franco-italianos L'Enfance Rouge. Quem por aqui passa com alguma regularidade, sabe que nunca poupei palavras a descrever os concertos deste "trio-poder", ora quando estiveram junto à praia de Sines, no FMM 2009, acompanhados dos músicos tunisinos que então ajudaram a fazer o magnífico "Tràpani - Halq Al Waady", penúltimo álbum, ora quando passaram pelo Musicbox, na última edição do Festival Terapêutico do Ruído. Nesta segunda vez, escrevi na altura palavras carregadas de um entusiasmo que até hoje mantenho:
“Os L'Enfance Rouge não são franceses, como dizem por aí. Não são italianos, como sugerem os nomes Locardi e Andreini, a secção rítmica. Não são europeus, como disse o Thurston Moore quando lhe chamou uma das melhores bandas do velho continente. Não são tunisinos, como podia indicar o álbum anterior e a formação com que chegaram há dois anos a Sines. Os L'Enfance Rouge são uma raça alienígena proveniente de um planeta longínquo. Planeta de cujo o mais insigne espécie até cá chegado dá pelo nome de Steve Albini, compreendem? São daquela sociedade em que as crianças aprendem Black Flag na creche, Swans na primária e Big Black no ciclo, enquanto em simultâneo resolvem de cabeça inequações de 967º grau. Na verdade, os L'Enfance Rouge não existem. Ontem, no encerramento do Festival Terapêutico do Ruído, o que houve foi uma magnífica alucinação colectiva que vai ser motivo de conversa para muitos anos.”
Depois, manda este vosso amigo que se ponham a andar para o Musicbox. Em mais uma noite do festival patrocinado por uma marca de uisge beatha de bom gosto (ei, a propósito, hoje há Tom Vek) vão lá estar, entre outros, a Owiny Sigoma Band, os portugueses Tigrala e um DJ set que muito promete, pelas mãos dos The Very Best e com a voz do MC Mo Laudi. A Owiny Sigoma Band é um dos casos mais felizes de interesse ocidental pela música africana, em particular pelo Quénia. Notem que não é música benga, como se escuta na colaboração dos Golden com músicos dos Quénia, que resultou nos Extra Golden, mas é igualmente viciante. Reza a história que, em 2009, um conjunto de músicos londrinos viajaram para Nairobi para colaborar com músicos locais. Houve gravações que chegaram às mãos de Gilles Peterson, que logo as editou através do seu selo Brownswood. Veio depois um álbum (aproveitem a ocasião para comprá-lo, que vale bem a pena) e remisturas de tipos como o Theo Parrish, o Quantic, etc. É um privilégio único poder tê-los aqui num palco próximo de nós. Privilégio também será o de poder dançar às batidas dos The Very Best. Não fiquem de pé atrás por ser DJ set. No ano passado, o Radioclit e TVB Johan Karlberg também passou por um Baile na Lx Factory que, além de desafiar o próprio conceito de DJ set, ajudou a produzir uma festarola inesquecível. Com eles vem Mo-Laudi, MC originário da África do Sul, que rebentou em Londres e agora vive em Paris (escutem-no aqui). E ainda há Tigrala, a superbanda de Norberto Lobo, e mais gente nos pratos (Granada e Medásosangue). Querem mais do que isto para saírem de casa?
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
O dia dos Paus
Dá-se hoje o lançamento do álbum de estreia dos Paus (sem título), com concerto no Lux. No dia 3 de Novembro é a vez do Hard Club os receber.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Já se ouve Lulu
Talvez seja melhor sentarem-se antes de apontarem o vosso browser para a escuta da estranha colaboração entre Lou Reed e Metallica. "Lulu", o resultado deste encontro em estúdio, sai no final deste mês e já pode ser ouvido (e pré-encomendado) em www.loureedmetallica.com. O disco parte de uma ideia de Lou Reed inspirada em duas peças, "Erdgeist"/"O Espírito da Terra" (1895) e "Die Büchse der Pandora"/"A Caixa de Pandora" (1904), do dramaturgo alemão Frank Wedekind. Ambas as peças alimentaram a ópera "Lulu", daí o nome do disco, de 1937, além de inúmeras outras adaptações. Talvez "Lulu", o disco, não consiga ser tão polémico quanto estas adaptações, mas, acreditem, talvez seja mesmo boa ideia sentarem-se antes de começarem a ouvi-lo.
K'naan de volta
Esteve por duas vezes em Sines, constituindo-se como uma das maiores revelações que o FMM trouxe até nós. Entretanto, à boleia do Campeonato do Mundo de Futebol do ano passado e de uma marca de refrigerantes, chegou ao conhecimento do mundo em geral. O rapper somali K'naan vai voltar a Portugal, a convite do Lisbon & Estoril Film Festival. O concerto vai acontecer no Nimas, em Lisboa, a 7 de Novembro.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
O IVA nos espetáculos
As contas são simples, mas as consequências podem ser devastadoras. Até agora, os espetáculos, em geral, faziam parte da lista de bens e serviços sujeitos à taxa reduzida de IVA (6%). O Orçamento do Estado de 2012, levado agora ao parlamento para aprovação, determina que a "verba 2.15" daquela lista, ou seja, a alínea que ali enquadrava os "espetáculos, provas e manifestações desportivas e outros divertimentos públicos" seja revogada. Ou seja, os bilhetes de um concerto, de uma peça de teatro ou de cinema, por exemplo, passam a estar sujeitos à taxa normal de IVA (23%).
Se o promotor de um evento optar por fazer incidir sobre o espetador a totalidade deste aumento, tal significa que um bilhete de 10 euros, por exemplo, passa a custar, sem arredondamentos, 11,6. Se custar 30, passa para os 34,81. Se custar 90 (pensemos nos festivais), passa para 104,43. Até que ponto os promotores vão ou não deixar que sejam os seus clientes a suportar estes acréscimos, não sabemos. Alguns, aqueles que se queixam da diminuição de público, opinião ainda mais legitimada pelas perspetivas de quebra de audiências em função do apertar do cinto que uma boa parte das famílias vai ter de encarar a partir de 2012, vão ter que endogeneizar parte deste aumento, para evitarem ainda mais cadeiras vazias. Alguns chegam mesmo a acenar com a hipótese de fecho de estruturas importantes, como é o caso de Álvaro Covões, que admite fechar o Coliseu dos Recreios se a revogação da "verba 2.15" vier a ser confirmada no parlamento (ver notícia).
Já não deverá ser novidade para ninguém, tal tem sido a eficiência da comunicação viral, mas é precisamente no Coliseu dos Recreios que ao final desta tarde se vão reunir profissionais das atividades culturais, para debater esta questão e discutir formas de reação à proposta do OE. O encontro está agendado para as 17h30.
Se o promotor de um evento optar por fazer incidir sobre o espetador a totalidade deste aumento, tal significa que um bilhete de 10 euros, por exemplo, passa a custar, sem arredondamentos, 11,6. Se custar 30, passa para os 34,81. Se custar 90 (pensemos nos festivais), passa para 104,43. Até que ponto os promotores vão ou não deixar que sejam os seus clientes a suportar estes acréscimos, não sabemos. Alguns, aqueles que se queixam da diminuição de público, opinião ainda mais legitimada pelas perspetivas de quebra de audiências em função do apertar do cinto que uma boa parte das famílias vai ter de encarar a partir de 2012, vão ter que endogeneizar parte deste aumento, para evitarem ainda mais cadeiras vazias. Alguns chegam mesmo a acenar com a hipótese de fecho de estruturas importantes, como é o caso de Álvaro Covões, que admite fechar o Coliseu dos Recreios se a revogação da "verba 2.15" vier a ser confirmada no parlamento (ver notícia).
Já não deverá ser novidade para ninguém, tal tem sido a eficiência da comunicação viral, mas é precisamente no Coliseu dos Recreios que ao final desta tarde se vão reunir profissionais das atividades culturais, para debater esta questão e discutir formas de reação à proposta do OE. O encontro está agendado para as 17h30.
domingo, 9 de outubro de 2011
Datas para o Barreiro Rocks 2011
Para quem ainda não tomou conhecimento, o Barreiro Rocks deste ano acontece a 2 e 3 de Dezembro. Resolvam lá os impedimentos e as desculpas que tenham para esse fim de semana, que o BRR é de ir, sempre.
(erm, para quem lê isto num agregador, apareceu ali um "não" a seguir a "BRR" por mera disfunção de escrita de um domingo à tarde, pós-encerramento de Out.Fest com um cataclismo chamado Oneida.)
(erm, para quem lê isto num agregador, apareceu ali um "não" a seguir a "BRR" por mera disfunção de escrita de um domingo à tarde, pós-encerramento de Out.Fest com um cataclismo chamado Oneida.)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
10 anos da DFA no Lux
Está no ipsílon de hoje. Barcelona, Paris e Lisboa são as três cidades europeias escolhidas para receber as festas de aniversário da DFA. A 4 de Novembro, o Lux acolhe então James Murphy e outra gente da mui nobre casa nova-iorquina: Alexis Taylor (Hot Chip), Shit Robot, Juan MacLean e Nancy Whang (a teclista dos LCD Soundsystem).
Bert Jansch (1943-2011)
Desapareceu esta quarta-feira um dos ícones da vaga folk escocesa dos anos 60, Bert Jansch, guitarrista que, a solo ou com os Pentangle, influenciou a forma de tocar de imensa gente ao longo das últimas décadas, ora no Reino Unido, ora do outro lado do Atlântico (Neil Young, por exemplo, que com ele tinha uma ligação óbvia, e ainda há pouco andou em digressão com ele, chegou a compará-lo com Jimi Hendrix, em versão acústica).
Hoje à noite há...
...Bailarico Sofisticado na inauguração do Zona Franca. E o que é o Zona Franca? Resposta abaixo.
Só pode ser surpresa, só pode ser verdade: o improvável conjunto (Rui Duarte, Marta Lança e Adriano Jordão), com o seu vasto conhecimento do universo boémio, vai programar, atacar, brincar e gerir o Bartô, o bar do Chapitô, a partir de Outubro. Zona Franca inicia-se nesta experiência mas há-de seguir viagem para outras paragens, e o princípio é dinamizar espaços de encontro, onde as artes convivam com as noites, sem temer a manhã.
Concentração agora no Bartô. Todas as noites (à excepção de segunda-feira, dia em que não há peixe) acolhemos e propomos coisas boas. Da rubrica fado é bondage aos sons africanos e (in)continentes ao domingo, passando pelas tertuliantes conversas bravias, até aos sábados onde se giródisco e não se toca o mesmo, podem escolher o melhor momento para nos brindar com companhia animada. Pegámos em conceitos que já existem (não vamos inventar a roda, certo?) e lavrámos a terra para nova colheita. E então, as bandas fazem-se ao tanque-palco, académicos trocam a aula por uma conversa de copo na mão, o dj transpira para tocar, e o artista não dá mais tiros sem ricochete. Um programa vivo e extremamente atraente, a ver vamos.
Atent@s às gulas nocturnas, podem contar com tábuas de enchidos, queijos e outras surpresas gustativas.O improvável conjunto cá vos espera.
ZONAFRANCA|ZONALIBERTADA inauguração do Zona Franca | Bartô | 7 de Outubro | 22h
A festa da inauguração serve para nos conhecermos, mostrar ao que vimos e rebentar a pista ao som dos incansáveis Bailarico Sofisticado. A exposição de Alejandro Levacov projecta as nossas utopias na tela, uma performance vem desafiar-nos, e a alegria de celebrar não nos larga.
quarta-feira, 5 de outubro de 2011
Hoje é dia de...
...Dieter Moebius! O germano-suíço que no final dos anos 60 fundou os Kluster com Hans-Joachim Roedelius e Conrad Schnitzler (falecido há dois meses), depois Cluster quando o trio passou a duo após a saída do último, e ainda os Harmonia, com Michael Röther dos Neu! e, ocasionalmente, Brian Eno, vai estar hoje ao vivo no Barreiro, nesta impressionante edição do Out.Fest que ontem teve início.
O Out.Fest termina no sábado e vai contar nesse dia com outra lenda viva do kraut, o japonês Damo Suzuki, que regressa a Portugal para mais uma paragem da sua digressão sem fim, improvisando desta vez na companhia dos portugueses Sunflare, numa noite que vai contar ainda com Oneida (!), entre outros. Há muito a acontecer no Barreiro por estes dias. O melhor é mesmo consultar a programação em outfest.outra.pt/2011.
A noite de hoje tem lugar no Convento da Madre de Deus da Verderena, começa às 21h30, com Kwjaz, e a entrada custa cinco euros.
O Out.Fest termina no sábado e vai contar nesse dia com outra lenda viva do kraut, o japonês Damo Suzuki, que regressa a Portugal para mais uma paragem da sua digressão sem fim, improvisando desta vez na companhia dos portugueses Sunflare, numa noite que vai contar ainda com Oneida (!), entre outros. Há muito a acontecer no Barreiro por estes dias. O melhor é mesmo consultar a programação em outfest.outra.pt/2011.
A noite de hoje tem lugar no Convento da Madre de Deus da Verderena, começa às 21h30, com Kwjaz, e a entrada custa cinco euros.
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