domingo, 6 de fevereiro de 2011

Um power trio maior que a tua mãe

Os L'Enfance Rouge não são franceses, como dizem por aí. Não são italianos, como sugerem os nomes Locardi e Andreini, a secção rítmica. Não são europeus, como disse o Thurston Moore quando lhe chamou uma das melhores bandas do velho continente. Não são tunisinos, como podia indicar o álbum anterior e a formação com que chegaram há dois anos a Sines. Os L'Enfance Rouge são uma raça alienígena proveniente de um planeta longínquo. Planeta de cujo o mais insigne espécie até cá chegado dá pelo nome de Steve Albini, compreendem? São daquela sociedade em que as crianças aprendem Black Flag na creche, Swans na primária e Big Black no ciclo, enquanto em simultâneo resolvem de cabeça inequações de 967º grau. Na verdade, os L'Enfance Rouge não existem. Ontem, no Musicbox, no encerramento do Festival Terapêutico do Ruído, o que houve foi uma magnífica alucinação colectiva que vai ser motivo de conversa para muitos anos.
(Título gentilmente roubado e alterado aos Paus.)

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