Se há algo a que podemos nos lembrar de chamar rock australiano, seja pelas razões que forem -- talvez aqueles stacattos de piano e guitarra acústica a lembrarem música de fronteira texmex, ainda que a Austrália só tenha fronteiras com o Oceano Pacífico, talvez os ritmos vincados da secção rítmica, talvez aquela mistura que puxa para cima os sons acústicos das guitarras e da bateria, talvez a pronúncia carregada dos vocalistas -- e que nos habituámos a escutar nos Triffids, nos Saints ou nos Boys Next Door de Nick Cave, essa acaba por ser, na verdade, a primeira imagem sonora com que se fica ao ouvir o novo álbum deste último filho da Austrália. A tese faz sentido principalmente num tema que há-de sobressair como um dos grandes do ano, pelo menos na avaliação aqui do tasco: "Supernaturally". É impossível não ouvi-lo cinco, seis, dez, vinte vezes seguidas. Mais considerações sobre o disco, cuja orientação nem sempre é clara, virão com o avançar do tempo. Para já, promete.
segunda-feira, 23 de agosto de 2004
Abbatoir Blues / The Lyre of Orpheus
Se há algo a que podemos nos lembrar de chamar rock australiano, seja pelas razões que forem -- talvez aqueles stacattos de piano e guitarra acústica a lembrarem música de fronteira texmex, ainda que a Austrália só tenha fronteiras com o Oceano Pacífico, talvez os ritmos vincados da secção rítmica, talvez aquela mistura que puxa para cima os sons acústicos das guitarras e da bateria, talvez a pronúncia carregada dos vocalistas -- e que nos habituámos a escutar nos Triffids, nos Saints ou nos Boys Next Door de Nick Cave, essa acaba por ser, na verdade, a primeira imagem sonora com que se fica ao ouvir o novo álbum deste último filho da Austrália. A tese faz sentido principalmente num tema que há-de sobressair como um dos grandes do ano, pelo menos na avaliação aqui do tasco: "Supernaturally". É impossível não ouvi-lo cinco, seis, dez, vinte vezes seguidas. Mais considerações sobre o disco, cuja orientação nem sempre é clara, virão com o avançar do tempo. Para já, promete.
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