Desde então, creio que nunca mais fui a um espectáculo de circo propriamente dito. Hoje, de manhã, fui com o Tomás ao Coliseu dos Recreios, para ver o circo. A prova de que o circo é um espectáculo de magia estava estampada nas caras de todas aquelas crianças, das mais diversas idades. Até o Tomás se riu com o espectáculo final dos palhaços. Da perspectiva de um adulto, supondo que também ele não se deixa levar pela mesma magia (é mentira: claro que se deixa levar), aquela alegria das crianças é só por si uma experiência única.
Mas houve algo que me deixou revoltado, porém. Já sabia que ia encontrar aquilo e estive mesmo até para não ir. Os animais continuam a fazer parte destes circos. Os animais que não escolheram seguir esta vida, os animais que não têm hipóteses de fugir à obrigação de servirem de espectáculo para os humanos, os animais que são tratados com todos os sorrisos e carinhos na pista, quando todos sabemos que, lá atrás, as condições são as piores possíveis. Enchi-me de vergonha por estar no meio de todos aqueles adultos que batiam palminhas aos patos que andavam de um lado para o outro, à cabra que teimava em não saltar os obstáculos, ao leãozinho cria que andava a ser mostrado pelas bancadas do coliseu. Filhos da puta. Sois a prova que, apesar de toda a evolução que a raça humana contemplou ao longo destes milénios, continuais a ser uma reles tribo de velhacos exploradores dos outros seres que vos rodeiam. Sois uns verdadeiros filhos da puta.
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