quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Pop already ate itself

Em 1982, abriam guerra às guerras da Irlanda do Norte ao Chile, em nome da paz.
Em 1984, lembravam heróis passados e presentes das lutas pela integração racial no mundo.
Em 1984, alertavam o mundo para a fome em África.
Em 1986, tornavam-se uma das vozes mais importantes da Amnistia Internacional.
Em 1992, aliavam-se à Greenpeace pelo ambiente.
Em 1994, ridicularizavam os líderes mundiais que permitiam e fomentavam a guerra da Bósnia.
Em 1997, caricaturavam o peso emergente de referências capitalistas e consumistas na cultura popular.
Em 2000, ele aliava-se à campanha pelo perdão da dívida dos países do Terceiro Mundo.
Em 2001, lembravam Aung San Suu Kyi, Nobel da Paz e prisioneira política birmanesa até há pouco tempo.
Em 2002, ele fez campanha contra a SIDA em África.
Em 2005, estiveram em campanhas para ajudar as vítimas do furacão Katrina.
Em 2006, ele entrou na luta financeira contra a pobreza.

Em 2014? Em 2014, ajudam a vender telemóveis e afins para as classes média e alta.

Mas é mais do que isso.

Desde que se começou a discutir o declínio da indústria discográfica, mantenho a opinião de que o principal fator subjacente à crise nas vendas não é a pirataria, ainda que esta seja obviamente determinante. É a alteração dos hábitos de consumo, ou melhor, o surgimento e a intensa diversificação de novas necessidades junto da população mais jovem, aquela que antes sustentava a indústria.

Roupas caras, computadores e jogos, viagens de turismo, intercâmbios estudantis, concertos e festivais para todos os gostos, maior oferta na noite, e, claro, os telemóveis, dos equipamentos aos planos mensais de preços, para este e para aquele serviço.

Muitos destes "novos" bens e serviços tornam-se necessidade e ganham até a maior quota-parte do seu preço final através do ato publicitário, por mais que qualquer profissional de marketing nos venha dizer que a necessidade já lá estava à espera de ser acordada. E que seja, então, porque a conclusão não é radicalmente diferente.

Mais, muitos destes "novos" bens e serviços são eles próprios o suporte privilegiado para a afirmação da pirataria. Como se houvesse aqui um duplo ataque ao velho paradigma da indústria discográfica: tomam o lugar da música no orçamento mensal e ainda permitem que se partilhe e oiça música sem que os antigos agentes do negócio, incluindo os próprios autores, sejam daí remunerados.

E quem tem ajudado a vender estes bens e serviços, quem tem ajudado a diversificar o destino dos orçamentos (cada vez mais magros nesta altura de crise geral) dos jovens? A própria música.

A novidade é que já não são pequenas bandas, daquelas que precisam de exposição e dinheiro para o arranque, como quando os Dandy Warhols plagiavam os Specials nos anos 90 num dos maiores sucessos mundiais da publicidade. Agora é uma das maiores bandas de sempre, aquela para quem aliás parece ter sido cunhada a expressão "a maior banda do mundo", aquela que era conhecida pelos seus atos de filantropia e de ativismo social e político.

No reino das metáforas, o novo álbum dos U2 é a pedra da lápide que faltava.

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Pere Ubu no aquário, Bonnie 'Prince' Billy no São Luiz e outros para a festa da ZDB

Há muito, muito tempo, eras tu uma criança que brincava no...
Parem já tudo e celebrem: A ZDB faz 20 anos e traz os Pere Ubu para a festa. Tomem nota do dia 4 de dezembro próximo. Os Pere Ubu -- a banda, claro -- voltam a Lisboa, 14 anos (CATORZE ANOS, PORRA!) depois da Aula Magna, seis anos depois da Casa da Música.

Esta é apenas uma das novidades da programação de outono da ZDB, parte dela integrada no 20.º aniversário da casa. Junte-se ainda o já anunciado Ty Segall, o sempre bem-vindo Bonnie 'Prince' Billy, o velho amigo Lee Ranaldo, os Black Bananas (da Jennifer Herrema, ex-Royal Trux), e mais, mais, mais:

Setembro
18 - Rashad Becker + Ondness
20 - Lust For Youth + Bispo
26 - Waterfalls c/ Raw Forest + Afonso Simões + Trash Kit + Taxila

Outubro:
4 - Amen Dunes + Modernos
5 - Marissa Nadler
7 - Nate Wooley + Chris Corsano + Hugo Antunes – Malus
15 - bEEdEEgEE | Jejuno
18 - Lee Ranaldo @ Igreja de St.George
25 - Ty Segall

Novembro:
1 - Black Bananas + Putas Bêbadas
15 - Bonnie ‘Prince’ Billy @ Teatro São Luiz

Dezembro:
4 - Pere Ubu

E há ainda a promessa de que serão anunciadas mais datas para este outono festivo. Mais informações em www.zedosbois.org.

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Festão na Casa Independente

A Casa Independente, em Lisboa, acolhe no próximo sábado a primeira edição do Magafest, repleto de nomes fortes da cena atual:

15h00 - 16h00 Norberto lobo e Gabriel Ferrandini
16h00 - 17h00 João lobo
17h00 - 18h00 Nome Comum
18h00 - 19h00 Não Simão
19h00 - 20h00 Noz 2

Jantar

21h00 - 22h00 Bruno Pernadas
22h00 - 23h00 Memória de Peixe
23h00 - 00h00 Tiago Sousa
00h00 - 01h00 JP Simões

A entrada custa 15 euros. Mais informações em magasessions.com