Mostrar mensagens com a etiqueta dead combo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta dead combo. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

A cidade vai arder esta noite

Tanta coisa boa (e obrigatória) a que ir:

Os PERE UBU regressam a Lisboa, 14 anos depois. Vai ser na ZDB e a lotação, a menos que haja desistência de reservas, está esgotada.

Os DEAD COMBO dão um daqueles concertos que promete ser inesquecível, no Coliseu de Recreios. O palco vai estar montado na plateia, o público vai dispor-se ao redor. (Curiosamente, já os vi neste formato, mas num espaço várias centenas de vezes mais pequeno.)

O MUSICBOX celebra os sete anos e a festa vai ser de partir os quadris. Destaque total para a presença de Brian Shimkovitz -- o autor do blogue mais notável de sempre, o AWESOME TAPES FROM AFRICA --, mas também para os FUMAÇA PRETA. A festa do Musicbox continua ainda pelo fim de semana (ver mais aqui).

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Breves memórias do FMM 2012: África e GNR

Regressado a Lisboa para uma breve escala antes de mais uma semana de férias, deixo aqui algumas das memórias a reter em mais um FMM que terminou. Talvez por desígnio do circuito de digressões dos grupos, este foi um FMM com lanças apontadas especialmente a África:

A Oumou e o Béla

Béla Fleck toca no banjo, acústico ou elétrico, como mais ninguém, aqui intrometendo-se na música do Mali e entregando ao seu instrumento, na maior parte das vezes, o pepel que a kora tradicionalmente assume nestas paragens da música africana, enquanto Oumou Sangaré domina o palco mostrando por que é uma das maiores divas da atualidade. É qualidade de sobra para um único projeto. Como se não bastasse, no grupo viajam ainda o baixista senegalês Alioune Wade -- de tal forma fluente na sua disciplina que quase faz esquecer o habitual companheiro de Fleck neste papel, o incrível Victor Wooten -- e o baterista Will Calhoun, dos Living Colour.



Fatoumata Diawara, a linda

Começou como Rokia Traoré, sua compatriota, no primeiro dos seus dois concertos em Sines. Calma, serena, intimista. Acabou como Rokia no segundo. Explosiva, festiva, imparável. Fatoumata Diawara, provavelmente a mulher mais bonita que alguma vez pisou o palco do castelo de Sines, foi a grande revelação deste ano.



Dhafer Youssef e o quarteto do mundo

Dhafer Youssef pode não ser o mais exímio dos intérpretes de alaúde -- e nesse campo, até já ali tínhamos visto, dias antes, o prodigioso Bassam Saba, com o seu Al-Madar -- mas se aliarmos a essa capacidade o seu arrepiante domínio da voz, fazendo lembrar Milton Nascimento do inicio, mas com técnica imensuravelmente melhor, e a forma como o quarteto se entende nos diversos diálogos que se vão construindo ao longo do espetáculo, percebemos um pouco da magia, dos sorrisos de alegria na plateia, do sorriso que Youssef levou para fora do palco. Foi talvez o melhor episódio deste FMM.



Masekela, o génio de palco

Já anda pelos setentas e afirma-se como músico desde os 5. Todos estes anos de digressões, discos, experiências bem sucedidas por África e pelos EUA, fizeram dele a maior lenda viva da música africana. E é ali no palco que ele o prova. Não só mantém intacta toda a sua capacidade técnica instrumental e vocal, como sabe como poucos como se dirigir a uma audiência, mesmo que seja para a “picar”.

Outros destaques

Há que guardar, uma vez mais, memória dos L’Enfance Rouge, que talvez nunca tenham tido na sua vida um palco tão grande como o do castelo de Sines e que estiveram irrepreensíveis nesta primeira apresentação do projeto com o tunisino Lofti Bouchnak, ele que se mostrou bastante divertido com a experiência de partilhar o palco com o power trio sónico e o pequeno ensemble magrebino.
Há que falar também no Bombino, que no primeiro dia do festival, levou a festa dos blues a todos os que ali estavam, num formato intenso e marcadamente hipnótico, muito diferente daquele que apresentou no ano passado, em Lisboa. O pobre do Otis Taylor, que tocou imediatamente antes, terá inventado “trance-blues”. Talvez tenha ficado envergonhado ao ouvir o trance no blues do guitarrista do Níger.
Junte-se ainda os Staff Benda Bilili, que regressaram àquele palco apenas dois anos depois, por força do cancelamento do concerto de Gurrumul. Houve festa rija, claro, ainda que pudesse ter ajudado ter havido um maior distanciamento face ao anterior concerto dos congoleses.
Mais destaques breves: Marc Ribot esteve impecável, tanto enquanto convidado dos Dead Combo, como na direção dos Cubanos Postizos. Diabo a Sete foi uma excelente revelação para este escriba (ao contrário dos Uxu “Absoluta Desilusão” Kalhus, que agora se perdem num hard rock sem qualquer tipo de piada). A nova banda do Lirinha deixa muito a desejar, mas os poemas do brasileiro continuam a ser explosivos. Os Osso Vaidoso são uma das melhores coisas a terem acontecido à música feita por cá nos últimos anos.

Pela lei e pela grei, dizem eles

A Guarda Nacional Republicana apareceu este ano com intenções de estragar a festa. Chegou mesmo a fechá-la quando irrompeu pelos bastidores do palco secundário, junto ao rochedo do Pontal, tendo alegadamente dado voz ao tradicional “acabam a bem ou acabam a mal?”. Mas este triste desfecho não foi o pior. O corpo de segurança pública que na sua insígnia carrega, sem que realmente se entenda porquê, a expressão “pela grei”, fez tudo o que esteve ao seu alcance ao longo de duas semanas para incomodar esse mesmo povo que pretendia estar ali no clima de festa que sempre foi próprio do FMM, ora com mega-operações à entrada da cidade, onde cães farejavam viaturas individuais e autocarros, ora com a barraca preta ao estilo de confessionário à porta do castelo para onde enfiavam o espetador que apresentasse “pinta” que não lhes agradasse, ora com a presença constante, em estilo de ameaça contida, nas imediações dos dois palcos. Como se nestas duas semanas se concentrassem em Sines os piores malfeitores do mundo. Triste e vergonhoso. Nestes dias que se seguem, é a vez do Boom. 1500 militares destacados para Idanha-a-Nova, dizem as notícias. Mil e quinhentos.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

20 concertos a não perder no FMM

Por ordem cronológica:



WAZIMBO
(Moçambique)

Dia 19 (quinta-feira), 21h45 - Castelo
Oportunidade para ouvir a voz da mítica Orquestra Marrabenta Star de Moçambique.



OTIS TAYLOR BAND
(EUA)

Dia 19 (quinta-feira), 23h15 - Castelo
Venha o blues de palco grande, para a festa!



BOMBINO
(Níger/Povo Tuaregue)

Dia 19 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
E logo a seguir o melhor do blues do deserto. Quem esteve no Jardim das Oliveiras, no ano passado, não vai perder.



AL MADAR
(Líbano/EUA)

Dia 20 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
Primeiro episódio da Nova Iorque multicultural neste FMM 2012, com a baterista April Centrone e o violinista Timba Harris a regressarem ao palco do castelo, depois dos Secret Chiefs no ano passado, agora neste projeto de raízes árabes centrado na figura do libanês Bassam Saba. Também vão à ZDB, já amanhã, quarta-feira.



L'ENFANCE ROUGE & LOFTI BOUCHNAK
(França/Itália/Tunísia)

Dia 20 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Um dos mais energéticos trios de rock dos últimos tempos volta a Sines, agora com direito a toda a magia do castelo e com um novo convidado tunisino, o cantor Lofti Bouchnak. Da outra vez que os L'ER trouxeram tunisinos, foi um fim de noite arrasador. O trio vai andar pelo país (Portalegre, Lisboa, Milhões de Festa), mas a apresentação com os músicos tunisinos é exclusiva do FMM.



DEAD COMBO & MARC RIBOT
(Portugal/EUA)

Dia 21 (sábado), 19h00 - Castelo
Sines é fértil em encontros de músicos e de culturas. E este é um dos mais especiais de toda o historial do festival.



OUMOU SANGARÉ & BÉLA FLECK
(Mali/EUA)

Dia 21 (sábado), 21h45 - Castelo
Outro encontro impossível de perder.



MARC RIBOT Y LOS CUBANOS POSTIZOS
(EUA)

Dia 21 (sábado), 23h15 - Castelo
Mais um episódio da Nova Iorque multicultural. Marc Ribot volta a Sines, com o seu projeto mais famoso. Da outra vez foi tremendo. Agora pode ainda ser melhor.



JESSIKA KENNEY & EYVIND KANG
(EUA)

Dia 24 (terça-feira), 22h00 - Centro de Artes de Sines
Mais Nova Iorque (ou quase), no único concerto marcado para o CAS, numa atmosfera que se pretende mais intimista.



ENSEMBLE NOTTE DELLA TARANTA
(Itália)

Dia 25 (quarta-feira), 22h00 - Castelo
Noite especial com uma orquestra apuliana para fazer a malta dançar a pizzica.



STAFF BENDA BILILI
(RD Coongo)

Dia 26 (quinta-feira), 00h45 - Castelo
O cancelamento do concerto do aborígene Gurrumul veio precipitar o regresso, passado tão pouco tempo, deste grupo de músicos de Kinshasa, protagonista de um dos melhores momentos do historial do FMM, há dois anos.



KOUYATÉ-NEERMAN
(Mali/França)

Dia 27 (sexta-feira), 20h00 - Pontal
Espécie de encontro entre o balafon do Mali e o vibrafone europeu, acompanhados de uma secção rítmica que parece ter saído do pós-rock ou do jazz-rock. Promete!



DHAFER YOUSSEF
(Tunísia)

Dia 27 (sexta-feira), 21h45 - Castelo
O alaúde árabe no jazz europeu/escandinavo. Isto vai fazer estremecer as paredes do castelo.



MARI BOINE
(Noruega/Sápmi)

Dia 27 (sexta-feira), 23h15 - Castelo
Finalmente, porra. Mari Boine em Sines!



ZITA SWOON GROUP
(Bélgica/Burkina Faso)

Dia 27 (sexta-feira), 00h45 - Castelo
Também a Stef Kamil Carlens chegou o chamamento de África.



JUJU
(Gâmbia/Inglaterra)

Dia 27 (sexta-feira), 02h30 - Pontal
Mais um encontro Europa-África. Diz-se que o projeto está a funcionar melhor desde que surgiu em Sines pela primeira vez, já lá vão quatro anos.



ORQUESTRA TODOS
(Portugal/...)

Dia 28 (sábado), 18h45 - Castelo
O primeiro concerto da Orquestra Todos, no Largo do Intendente, no passado, foi uma experiência bonita a todos os níveis. O modelo adotado da Orchestra di Piazza Vittorio, é o de pôr em palco músicos residentes em Lisboa e provenientes dos mais diversos cantos e culturas do mundo. Não podia fazer mais sentido em Sines.



HUGH MASEKELA
(África do Sul)

Dia 28 (sábado), 21h45 - Castelo
O nome maior desta edição do FMM. Aos 73 anos, Masekela traz a Portugal um dos trompetes mais iconográficos da história da música africana, do jazz norte-americano e das lutas políticas do seu país.



TONY ALLEN FEAT. AMP FIDDLER
(Nigéria)

Dia 28 (sábado), 23h15 - Castelo
Agora, no castelo, a oportunidade para o Tony Allen se refazer, na companhia de Amp Fiddler (antigo companheiro de estrada de George Clinton), da fraca prestação de há anos, junto à praia. A secção de metais tem marca local: é constituída pelos professores da Escola de Artes de Sines. E deverá ser a primeira vez que se verá uma keytar (a de Amp Fiddler) em Sines.



LIRINHA
(Brasil)

Dia 28 (sábado), 02h30 - Pontal
Há seis anos, deixou o castelo de Sines semi-destruído na companhia dos já míticos Cordel do Fogo Encantado. Veio depois a separação e só agora José Paes de Lira volta aos palcos de música, a solo, apresentando um disco menos tribal, mais rock, mais eletrónica, a mesma carga emocional. Vai ser um encerramento bonito para o FMM 2012.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Vamos a Cem Soldos?

Pode não ter sido baptizado da melhor forma (Festival Bons Sons é uma designação horrível, francamente), apesar até de se realizar numa aldeia com um nome com o interesse diametralmente oposto (Cem Soldos, no concelho de Tomar), mas o que importa é que neste próximo fim-de-semana vai ali levar um bom conjunto de grupos e artistas (o Fausto! conseguiram arrastar o Fausto para um palco!), num ambiente rural que certamente ajudará muito à festa.

Entre sexta e sábado, o Festival Bons Sons (desculpem, mas argh!) leva a Cem Soldos:

Dia 20:
19h00 - Curtas em flagrante (cinema)
21h00 - Princezito (Cabo Verde)
22h30 - Dead Combo
00h00 - Diabo a Sete
01h30 - Melech Mechaya
03h00 - Nuno Coelho (DJ)

Dia 21:
17h00 - Lula Pena
18h00 - Norberto Lobo
19h00 - B Fachada
21h00 - Madmud (espectáculo de dança da Tânia Carvalho)
22h30 - Diabo na Cruz
00h00 - Dazkarieh
01h30 - Terrakota
03h00 - MissBoopsieCola (DJ)

Dia 22:
11h00 - Música para crianças
14h00 - Drama e Beiço
17h00 - Adufeiras de Monsanto
18h00 - Grupo de cantares alentejanos de Serpa
19h00 - Curtas em flagrante (cinema)
21h00 - Danças Ocultas
22h00 - Fausto
00h00 - BlackBambi

Os bilhetes custam seis e 10 euros, para um e três dias, respectivamente. Mais informações, como lá chegar, etc., em www.bonssons.com

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Liberdade e irreverência na "música para uma nova tradição"

"A música tradicional como espaço de liberdade e de irreverência." A frase de Carlos Guerreiro, surgida a meio da actuação dos Gaiteiros de Lisboa resumia de forma particularmente feliz a noite de ontem e o espírito que atravessou não só as actuações dos quatro grupos envolvidos mas também a mensagem deixada pelo homenageado, João Aguardela, e que os seus amigos pretendem continuar a fazer passar através das iniciativas do projecto Megafone 5. Tradição, liberdade e irreverência estão nos Gaiteiros desde o primeiro disco, estão na folia de tasca dos Oquestrada, surgem subrepticiamente nos instrumentais dos Dead Combo, estão na voz de Maria Antónia Mendes, d'A Naifa. Não havia maneira de celebrar melhor esta ideia.

A história do Megafone 5 é uma história bonita desde o princípio. Há nove meses, logo na noite imediata ao funeral de João Aguardela, Nuno Calado, da Antena 3, liga o chat do gmail e põe-se à conversa com Pedro Gonçalves (o jornalista). "Temos que fazer qualquer coisa." A bola passa para depois para o Luís Varatojo e para a Sandra Baptista, que desenvolvem a ideia até chegar ao ponto em que a conhecemos hoje. Megafone 5 não foi apenas a habitual noite de homenagem. É um site (www.aguardela.com) com tudo sobre a obra do João, incluindo o download livre dos quatro volumes de Megafone, as transformações que o músico fez de recolhas da música tradicional portuguesa, e é também algo que vai muito mais longe e se projecta no futuro da música feita por cá, com a criação de um prémio para distinção da nova música tradicional portuguesa, em colaboração com a SPA. E tudo isto começou com um "temos que fazer qualquer coisa".

Voltando à noite de ontem, a coisa começou por ameaçar correr mal. Os Gaiteiros de Lisboa, que continuo a ter para mim como um dos dois ou três melhores grupos portugueses, especialmente ao vivo (embora, infelizmente, isso pareça ser cada vez coisa mais rara), tiveram um som baixíssimo. Sou quase capaz de jurar que a percussão não estava amplificada. Em dias normais, a percussão dos Gaiteiros esmaga-nos contra as costas das cadeiras. Ainda por cima, o grupo aproveitou para introduzir variações particularmente curiosas nos temas (um deles até era, aparentemente, inédito). Depois da experiência do "Três Cantos", comecei até a recear que viesse aí a moda do "veja primeiro, oiça depois (com o CD e DVD)". Contudo, os níveis de volume atingiram o desejável na actuação seguinte, com os Oquestrada. E aqui o público acordou. Com a vocalista Miranda, sempre despachada, sempre irrequieta (o raio da mulher não aguenta mesmo o palco, passeia pela plateia, mete-se com fotógrafos e espectadores), a festa instalou-se no grande auditório do CCB. Só foi pena a actuação do "fadista pugilista" -- figura de Alfama que costuma animar, e bem, a "Incrível Tasca Móvel", o espectáculo que os Oquestrada têm com os Anonima Nuvolari -- que fugia constantemente aos tempos do fado que saía dos Casios do Lima e do Donatello (fado com Casios, claro -- "liberdade e irreverência"). Depois do intervalo, os Dead Combo levaram o espectáculo para o terreno da serenidade que tão bem conseguem recriar, especialmente em ambientes como estes do CCB. E se esta noite era como que um showcase da "música para uma nova tradição", aos Dead Combo ficou nitidamente atribuído o papel de enunciar que não é preciso cantar, nem tão pouco recriar ponto por ponto as frases melódicas e rítmicas da muitas músicas tradicionais portuguesas para conseguir exprimir algo que é intrinsecamente nosso. Para o final, veio A Naifa. Ao primeiro tema, o lugar de Aguardela estava ali guardado, vazio, mas poucos esperavam (nem tão pouco alguns dos elementos da própria organização) que aquele espaço viesse a ser ocupado pela... Sandra Baptista. E houve mais momentos bonitos e enternecedores na actuação d'A Naifa, como aquele em que a vocalista Maria Antónia Mendes revelou à audiência a história por trás das letras de "Uma Inocente Inclinação para o Mal", o último álbum do grupo. No disco, as letras surgem creditas a Maria Rodrigues Teixeira. Era o nome de uma avó de João Aguardela, e, afinal, era ele o verdadeiro autor das letras, sem sequer a própria banda o ter sabido na altura...

Foi uma noite muito bonita, muito bonita mesmo.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Lisboa, Capital, República, Popular!

É incrível o cartaz que o Musicbox vai promover em Abril, sob a designação "Lisboa, Capital, República, Popular":

Quinta-feira, 16 de Abril
Sérgio Godinho + J.P. Simões + Couple Coffee
Sexta-feira, 17 de Abril
Janita Salomé + Sam the Kid + Cool Hipnoise
Sábado, 18 / 04
José Mário Branco + Camané + Dead Combo

O PR deste evento, que a seguir se publica, explicita de forma perfeita o leitmotiv destas noites. Os bilhetes custam 10 euros/dia e podem ser comprados nos locais habituais, além da própria bilheteira do MusicBox.

Será que hoje, volvidos 35 anos sobre a revolução dos cravos, em plena era digital em que as novas velocidades da comunicação alteraram quer a ordem mundial quer a forma como vemos e nos vemos no mundo, ainda farão sentido as palavras de ordem que foram apanágio do 25 de Abril?

Será que o combate pela Liberdade, Igualdade e Democracia ainda está na ordem do dia?

Será que, neste momento da história em que se questionam todos os sistemas políticos, os ideais humanistas e o desejo de criar uma sociedade mais justa, ainda prevalecem como razões para a luta?

Será que os ideais que moveram os capitães de Abril ainda se justificam como motor de um qualquer movimento social?

Apesar de nas últimas três décadas a nossa sociedade ter assistido a um desenvolvimento crescente, e de actualmente o acesso à saúde, à educação e à cultura - e a muitas das outras chamadas conquistas de Abril - serem um facto adquirido para a generalidade da população, é inegável o desconforto social vigente, tenha ele origem nas crescentes assimetrias, desigualdades e falta de oportunidades, ou no colapso do “el dourado” sistema económico liberal.

Numa era em que se vislumbram novas formas de controlo do tecido e contestação social, em que alguns agentes nos impõem novos formatos de censura através de uma profusão de informação em que se torna difícil descortinar a verdade faz, ainda e como é óbvio, sentido falar de Liberdade; dessa Liberdade que nos urge a não deixar apagar da memória colectiva as lutas e os combates travados por ideais que são de sempre. Mas, mais do que lembrar Abril, há que dar-lhe vida e fazer da Revolução que elegeu uma flor – o cravo – como símbolo de paz, mudança e transformação, o motivo e o mote para uma reflexão permanente e actual.

Aqui lançamos debate: Quais são hoje as grandes causas? Como nos relacionamos com elas? Como é que as comunicamos? Como, e para quê, se mobilizam as novas gerações? Como se motivam as mais velhas?

Aqui estamos prontos para o combate e a nossa arma é uma das mais poderosas: a Canção. Eis pois Lisboa, Capital, República, Popular! Um evento para lembrar Abril e os seus arquitectos, um acontecimento que queremos como inspiração para pensar e agir, como ponte entre o passado e o futuro.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Álbuns portugueses do 08 (lista dos leitores)



1. "Gala Drop", Gala Drop
2. "Black Diamond", Buraka Som Sistema
3. "Maldoror", Mão Morta
4. "Sempre de Mim", Camané
5. "Lusitânia Playboys", Dead Combo

quarta-feira, 21 de maio de 2008

Mais uns para o FMM

Voltando ao FMM, eis outra novidade para o cartaz deste ano: Dead Combo. Tó Trips e Pedro Gonçalves, que acabaram de lançar "Lusitânia Playboys", vão estar no festival de Sines a 22 de Julho, de acordo com as datas exibidas no myspace do duo, de onde constam, entre outras, algumas actuações no estrangeiro, designadamente em Itália, Inglaterra e Polónia.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

O tributo aos Mão Morta

E SE DEPOIS...

01. Dead Combo – Aum
02. WrayGunn – E se depois
03. CineMuerte – Chabala
04. Dr.Frankenstein – Anjos Marotos/Marraquexe (Pç. das Moscas Mortas)
05. The Temple – Budapeste (Sempre a Rock & Rollar)
06. Bunnyranch – As tetas da alienação
07. Balla – Oub’lá
08. Volstad – É um jogo
09. Houdini Blues – Charles Manson
10. [f.e.v.e.r.] – Vamos fugir
11. D’Evil Leech Project – Cão da Morte
12. The Ultimate Architects – Bófia
13. Acromaníacos – Revi a malvada prima
14. Demon Dagger – Anarquista Duval
15. Mécanosphère – Istambul (um grito)
16. TwentyInchBurial – Em directo (para a teelvisão)

Se não chegou ainda, deve estar prestes a aparecer nos escaparates das lojas. Já está disponível no site da editora.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Dead Combo ao vivo na rádio

Portugália, o programa de Henrique Amaro na Antena 3, apresenta hoje a actuação dos Dead Combo no festival holandês Eurosonic. A gravação vai também estar disponível via internet a partir de amanhã.
Antena 3

terça-feira, 30 de janeiro de 2007

O regresso do amigo Howe


Hoje e amanhã, Lisboa e Braga recebem mais uma visita de Howe Gelb, que agora traz novo álbum, "Sno Angel Like You". A primeira parte vai estar a cargo dos Dead Combo que, curiosamente, nasceram a partir do primeiro concerto de Howe em Portugal, aquele que A Mula organizou no Musicais (actual Clube Lua) há atrasado.
Os concertos de hoje, em Lisboa, acontecem no Santiago Alquimista (por onde Howe já passou, então acompanhado da sua banda), e começam a partir das 22h. Amanhã é a vez de Braga, no (impagável) Theatro Circo, com os concertos a começarem a partir das 21h30. A entrada custa €15 em Lisboa e €10 em Braga.

sábado, 13 de janeiro de 2007

Uma nova vida para a ZDB?

Já lá vão mais de 12 anos desde que um grupo de artistas fundou a Galeria Zé dos Bois. Ao longo de todo este tempo, o projecto tem vindo a albergar e a promover iniciativas artísticas e intercâmbios culturais de uma forma que sempre foi além da simples exposição de objectos, como o nome Galeria poderia erradamente deixar pressupor. Linguagens como a da música ao vivo, da performance dramática, entre muitas outras, têm tido o seu espaço pelos diversos locais em que a ZDB já se instalou. E, muita das vezes, permite-se (e, mais, estimula-se) o cruzamento sadio entre estas mesmas linguagens e até entre os diferentes públicos. E depois ainda há o trabalho de retaguarda, como as residências para criadores (e os intercâmbios com projectos congéneres no estrangeiro), a criação de raiz de projectos artísticos ou as salas de ensaio para bandas como os Cool Hipnoise ou os Dead Combo, entre várias outras que por ali já passaram.

Desde o início, como dizia acima, a ZDB tem sabido dar espaço à música ao vivo. Mas certamente que não passa despercebido o trabalho que veio a ser desenvolvido desde, mais coisa, menos coisa, o Verão de 2003. Aquilo que antes eram apresentações mais ou menos regulares de alguns músicos, essencialmente portugueses, transformou-se numa programação recheada de inúmeros concertos todas as semanas, com alguns dos nomes mais cativantes da música subterrânea europeia ou norte-americana, atravessada por vezes, por algumas piscadelas de olho às músicas provenientes de África e não só. Nem toda a gente o saberá, mas esta etapa da vida da ZDB teve dois rostos, os dos programadores Pedro Gomes e Nélson Gomes, que agora deixam a casa. Eles já prometeram que vão continuar a apostar com garra na vinda de bons nomes a Portugal. O corte com a ZDB não é também total, já que vão continuar a produzir uma noite por mês (Hospitals e Lobster, a 8 de Fevereiro, tem a mão deles, e muita coisa boa, daquela que ainda não se pode dizer, virá em breve, tomem nota).

Resta deixar uma nota de incentivo aos Gomes para continuarem com o bom trabalho, por um lado, e também ao Manuel Poças, sobre o qual recai agora a responsabilidade de continuar a tocar o barco da ZDB para a frente. Força Manel, o povo está contigo!

quinta-feira, 11 de janeiro de 2007

Classe de 2006 - os álbuns portugueses

Os clientes do tasco foram convidados a deixarem as suas preferências de 2006. Este é o resultado da votação para os melhores álbuns de 2006, no que toca à produção nacional. Obrigado a todos.



1. dead combo - quando a alma não é pequena vol.2
2. bunnyranch - luna dance
3. legendary tiger man - masquerade
4. carlos bica - believer
5. gaiteiros de lisboa - sátiro

domingo, 7 de janeiro de 2007

Os concertaços que aí vêm

24 Jan. - Klezmatics @ Culturgest
24 Jan. - Micah P. Hinson & Will Johnson @ Clube Lua
25 Jan. - Xela + Helios @ Teatro Académico Gil Vicente
30 Jan. - Howe Gelb + Dead Combo @ Santiago Alquimista
31 Jan. - Michel Camilo & Tomatito @ Casa da Música
3 Fev. - Felix Kubin @ Theatro Circo
8 Fev. - The Hospitals + Lobster @ ZDB
11, 12 e 13 Fev. - Nine Inch Nails @ Coliseu dos Recreios
16 Fev. - Tuxedomoon @ Centro de Artes e Espectáculos de Portalegre
18 e 19 Fev. - Festival Entrudanças @ Castro Verde
24 Fev. - Cannibal Corpse (!) @ Ginásio de Corroios (!!)
10 Mar. - Susheela Raman @ Centro Cultural Vila Flor (Guimarães)
4 Abr. - !!! @ Sá da Bandeira
5 Abr. - !!! @ CCB
21 e 22 Abr. - Gouveia Art Rock

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

12º aniversário da ZDB

Não vai haver, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos, um evento especial para a celebração de mais um aniversário da galeria, se assim não considerarmos o concerto das norte-americanas Blectum from Blechdom e o "Vampyros Lesbos Strip Show" que decorrerá no próximo dia 26. Mas as semanas que se seguem estão recheadas de (bons) concertos:

21 Out. - Rafael Toral (c/César Burago, Pedro Lourenço, Fala Mariam e Sei Miguel), Sei Miguel. Nota: o concerto vai decorrer no espaço Negócio, na Rua do Século.
26 Out. - Blectum from Blechdom, Vampyros Lesbos strip show with MARGOT. Noite de aniversário da ZDB.
31 Out. - Noxagt, Dawnrider. Vai ser uma das noites mais concorridas das próximas semanas...
1 Nov. - Tetuzi Akiyama
4 Nov. - Nicotine's Orchestra, Norberto Lobo, Tsuki, Most People Have Been Trained To Be Bored. Mais uma "Noite às Novas", com quatro projectos portugueses. Atenção, muita atenção, à Nicotine's Orchestra...
9 Nov. - Carla Bozulich with The Evangelista Band, Dead Combo, HRSTA. Que noite esta. Atenção aos HRSTA, do Mike Moya, antigo guitarrista dos godspeed you black emperor!.
10 Nov. - Keith Rowe, Ernesto Rodrigues + Guilherme Rodrigues + Pedro Rebelo
17 Nov. - Six Organs of Admittance. Toca a tirar proveito da estadia por cá do Ben Chasny!

sexta-feira, 6 de outubro de 2006

Acorda!

Henrique Amaro teve a ideia e a Cobra, editora ligada a elementos dos Mão Morta, levou-a avante. Sessenta temas em formato mp3, gravados por trinta bandas portuguesas sem edição -- ou apenas com edições de autor ou através de editoras independentes -- fazem parte da colectânea "Acorda!". O objectivo é, claro, a divulgação da música portuguesa, mas há mais: todos os autores abdicaram dos seus direitos e, por cada disco vendido, o Instituto Português de Oncologia recebe 5 euros que ajudarão o serviço de pediatria do hospital.
Bandas participantes: Ovo + The Weatherman + Spartak! + Buraka Som Sistema + Nigga Poison + Vicious 5 + Linda Martini + Dead Combo + Old Jerusalem + Cacique 97 + Tora Tora Big Band +Sativa + Kumpánia Algazarra + Freddy Locks + Coca o F.S.M. + Mazgani + Nuno Prata + 2008 + Rock Group Tiger + Sizo + Fat Freddy + Partisan Seed + Houdini Blues + Rocky Marsiano + Sagas + Camarão & Dk + O Projecto é Grave! + SP/Wilson + Sir Scratch +Soma + Micro Audio Waves + Nicorette + 1 Uik Project + Cartell 70 + One Sun Tribe + SAMP +Gaia Beat + The Ultimate Architects + Novembro +Frequency +Electric Willow + The Soaked Lamb + Munchen + The Boy With the Broken Leg + Genius Loki + Hiena + Green Machine + Tatsumaki + Orangotang + Monstro Mau + L ? Hyo + Woman in Panic + Alex Fx + Erro! + Gnu + At Freddy´s House + Veados com Fome + Intermission + Oddawn + StereoBoy

domingo, 25 de setembro de 2005

Exploratory music from Portugal 05

Mais um ano e mais uma edição da compilação "Exploratory Music from Portugal". O Miguel Santos continua empenhado no seu trabalho de divulgação da música portuguesa em terras britânicas. A compilação -- que mais uma vez será distribuída com a revista The Wire (próxima edição) e junto de todos os profissionais da feira Womex -- vai incluir faixas de Joana Amendoeira, Hélder Moutinho, Dead Combo, The Legendary Tiger Man, WrayGunn, Fat Freddy, Ana da Silva, The Gift, 1-Uik Project, Blasted Mechanism, Luís Tinoco, Carlos Bechegas, Américo Rodrigues, Adriana Sá, Ernesto Rodrigues c/Guilherme Rodrigues, Sei Miguel (quinteto com César Burago, Fala Mariam, Manuel Mota e Rafael Toral), Manuel Mota, Margarida Garcia e Rafael Toral.

segunda-feira, 2 de maio de 2005

O Tímpano

Está já inteiramente definido o cartaz do Festival Tímpano, que decorrerá entre os dias 18 e 30 deste mês, na Casa das Artes de Vila Nova de Famalicão.

18 | grande auditório, Quarta (22h00)
PERRY BLAKE - 10 Euros

20 | grande auditório, Sexta (22h00)
MICAH P. HINSON + THE ENTRANCE - 5 Euros

21 | grande auditório, Sábado (22h00)
LYDIA LUNCH - 15 Euros

21 | café-concerto, Sábado (23h30)
sUBMARINe - 5 Euros

25 | grande auditório, Quarta (22h00)
MARK KOZELEK + LISA CERBONE - 5 Euros

27 | grande auditório, Sexta (22h00)
THE NEON ROAD - 5 euros

28 | grande auditório, Sábado (22h00)
QUINTETO TATI + DEAD COMBO - 5 Euros

30 | grande auditório, Segunda (22h00)
ANTONY AND THE JOHNSONS - 15 euros

(Informação retirada do som activo)


O Tímpano é organizado pelas edições Quasi pela Casa das Artes, com a colaboração das Edições Quasi -- altura do texto propícia para uma descarada publicidade ao "Narradores da Decadência" -- e da Transporte.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2005

Ganharam os Dead Combo (os nossos)

Está finalmente vingada a terrível goleada que a selecção portuguesa sofreu da Finlândia aqui há uns anos. No confronto de ontem, na ZDB, entre os Dead Combo portugueses e os Dead Combo fino-nova-iorquinos, a vitória sorriu claramente aos da casa. Relato telegráfico da noite de ontem:
Deadcombo.pt: Cowboys e vaqueros armados até aos dentes, em tiroteio pelas esquinas escuras de Alfama ao Cais do Sodré. Sobriedade qb. Homenagens a Carlos Paredes, ao Marc Ribot, ao Tiago da Bíblia, à Ana, ao gato da tia, ao cão da prima. Público tagarela como nunca.
Deadcombo.fi: Show-off. Absolut vodka dois litros, em partilha comunitária. Show-off. O gajo está em palco há mais de meia hora a tentar começar qualquer coisa, a fazer poses rock'n'rolleiras e a dizer piadas idiotas, mas o concerto ainda não começou. Finalmente, começa. Mais show-off e o vocalista já nada no Absolut que emborcou. Um pouquito de Suicide. Show-off. Um poucachinho de rock de Detroit, anos 70. Show-off. Electro-clash. Banhada.

terça-feira, 4 de janeiro de 2005

O balanço do Juramento #8

(ESCOLHAS DOS LEITORES)



Álbum português do ano: MÃO MORTA "NUS"
(destacadíssimo)

2. Dead Combo "Vol 1"
3. Quinteto Tati "Exílio"
4. Humanos "Humanos - As Canções que António Variações Nunca Gravou"
5. Wraygunn "Ecclesiastes 1.11"