sábado, 29 de janeiro de 2011

Sobre o Maxime, as suas gentes e estes últimos tempos até ao dia de hoje

Kanimambo.

Diz o Wikipedia:

O Om (ॐ) é o mantra mais importante do hinduísmo e outras religiões. Diz-se que ele contém o conhecimento dos Vedas e é considerado o corpo sonoro do Absoluto, Shabda Brahman. O Om é o som do universo e a semente que "fecunda" os outros mantras. O som é formado pelo ditongo das vogais a e u, e a nasalização, representada pela letra m. Por isso é que, às vezes, aparece grafado Aum. Estas três letras correspondem, segundo a Maitrí Upanishad, aos três estados de consciência: vigília, sono e sonho. "Este Átman é o mantra eterno Om, os seus três sons, a, u e m, são os três primeiros estados de consciência, e estes três estados são os três sons" (VIII).

"O pranava — o mantra Om — é a jóia principal entre os outros mantras; o pranava é a ponte para atingir os outros mantras; todos os mantras recebem seu poder do pranava; a natureza do pranava é o Shabda Brahman (o Absoluto). Escutar o mantra Om é como escutar o próprio Brahman, o Ser. Pronunciar o mantra Om é como transportar-se à residência do Brahman. A visão do mantra Om é como a visão da própria forma. A contemplação do mantra Om é como atingir a forma de Brahman" Mantra Yoga Samhitá, 73.

Na Índia, o mantra Om está em todas partes. Hindus de todas as etnias, castas e idades conhecem perfeitamente o seu significado. Ele ecoa desde a noite das idades em todos os templos e comunidades ao longo do subcontinente.

Como fazer a vocalização correta sem nunca haver escutado este mantra da boca de alguém que sabe? O mantra se faz numa exalação profunda, e sempre em ritmo regular. Após a exalação vem uma inspiração nasal prolongada. Não pode haver tremor na voz ao repetir o mantra. A nota musical em que se emite o som não interessa em absoluto. É aquela que resultar mais natural para você. Quando houver mais pessoas junto, todos devem tentar afinar-se.

O Om começa com a boca aberta, emitindo um som mais parecido com um a, mantendo a língua colada no fundo da boca e a garganta relaxada. O som nasce no centro do crânio, se projeta para frente e vibra na garganta e no peito. Após alguns segundos de vocalização, a língua deve recolher-se para trás. Assim, aquele som similar ao a, se transforma numa espécie de o aberto, que vai fechando progressivamente.

No final, sem fechar a boca, a língua bloqueia a passagem de ar pela garganta e o som se transforma em um m, que em verdade não é exatamente um m, mas uma nasalização. Esta nasalização se chama anunásika em sânscrito, que significa literalmente com o nariz, e deriva da palavra násika, nariz. Mais claro, impossível. Em verdade, o mantra poderia grafar-se Aoõ. Neste ponto, o ar sai pelas narinas e o som vibra com mais intensidade no crânio. Aconselhamos que você treine colocando uma mão no peito e a outra na testa para perceber como a vibração vai subindo conforme o mantra evolui.

Porém, se você prestar atenção à vibração que acontece durante a vocalização, perceberá que ao emitir a letra o inicial (que começa como um a, não esqueça), a nasalização do m já está contida nela. Ou seja, é um som que se faz com o nariz, e não uma letra m. Ao perseverar na vocalização, você sentirá nitidamente que a vibração se origina no centro da cabeça e vai expandindo até abranger o tórax e o resto do corpo. resumindo, o Om começa com a boca aberta e termina com ela entreaberta.

Om é a vibração primordial, o som do qual emana o Universo, a substância essencial que constitui todos os outros mantras, sendo o mais poderoso de todos eles. Ele é o gérmen, a raiz de todos os sons da natureza.

"Com Om vamos até o fim o silêncio de Brahman (o Absoluto). O fim é imortalidade, união e paz. Tal como uma aranha alcança a liberdade do espaço por meio de seu fio, assim também o homem em contemplação alcança a liberdade por meio do Om."

Essa técnica é uma das mais antigas e eficazes que existem no Yoga. Estimula o ájña chakra, na região do intercílio, sede de manas, o pensamento, e buddhi, a intuição ou consciência superior. Existem sete formas diferentes de vocalizar o Om. Aqui veremos especificamente a sua utilização como dháraní, suporte para concentração.

Além desses bíja mantras principais, aparece ainda sobre as pétalas de cada chakra uma série de fonemas do alfabeto sânscrito são os bíjas menores, que representam as manifestações sonoras do tipo de energia de cada chakra. Desta forma, cada sílaba de cada mantra estimula uma pétala definida de um chakra particular. Este é o motivo pelo qual o sânscrito é considerado língua sagrada na Índia seu potencial vibratório produz efeitos em todos os níveis.


Mas esqueçam tudo isto. Era só mesmo para lembrar os mais distraídos que, depois dos Sunn o)), depois dos Master Musicians of Bukkake, a ZDB apresenta amanhã, domingo, os OM. A primeira parte fica a cargo do baterista-português-de-quem-se-fala-cada-vez-mais Gabriel Ferrandini. Os bilhetes custam 15 euros e estão à venda na ZDB (incluindo reservas). Os OM vão também ao Porto, ao Passos Manuel, no dia seguinte, com a primeira parte a cargo de outro-grande-baterista-português-sendo-que-este-já-dispensa-quaisquer-apresentações, Gustavo Costa. Os bilhetes custam 18 euros, mas parece que já estão... esgotados.
É IMPERDÍVEL, GENTES.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Os cartazes bonitos são para ser vistos


(Autor: Laro Lagosta)

Tyvek no Lounge!

Dia 23 de Fevereiro, com selo Filho Único. E ainda há o polaco Limboski, dia 4, e os portugueses The Underdogs, a 18.

É viajar, gentes

Cartaz do Coachella (Indio, Califórnia, 15 a 17 de Abril):

!!!, 12th Planet, Afrojack, Ariel Pink's Haunted Graffiti, A-Trak, Beardyman, Black Joe Lewis and the Honeybears, Boys Noize, Brandon Flowers, Brandt Brauer Frick, Breakage, Caifanes, Cee Lo Green, Clare Maguire, Cold Cave, Cold War Kids, Crystal Castles, Cut Copy, Emicida, Erick Morillo, Excision, Flogging Molly, Gayngs, Glasser G.Q., Gypsy and the Cat, Hurts, Interpol, Jakes, Kele, Kings of Leon, Klaxons, Kyle Hall, Magnetic Man, Marina and the Diamonds, Monarchy, Mount Kimbie, Moving Units, Ms. Lauryn Hill, Nosaj Thing, OFWGKTA, Omar Rodriguez Lopez, Ozomatli, Robyn, Sander Kleinenberg, Sasha, Scala & Kolacny Bros., Skrillex, Sleigh Bells, Tame Impala, The Aquabats, The Black Keys, The Chemical Brothers, The Drums, The Morning Benders, The Pains of Being Pure at Heart, The Rural Alberta Advantage, Titus Andronicus, Warpaint, YACHT, Alf Alpha, Andy C, Animal Collective, Arcade Fire, Big Audio Dynamite, Bomba Estereo, Bright Eyes, Broken Social Scene, Cage the Elephant, Chuckie, Cults, Daedelus, Delta Sprirt, DJ Hype, DJ Kentaro, DJ Marky, EE, Elbow, Electric Touch, Empire of the Sun, Erykah Badu, Fat Freddy's Drop, Fedde Le Grand, Foals, Francis and the Lights, Freelance Whales, Gogol Bordello, Goth Trad, Here We Go Magic, Jenny and Johnny, Joachim Garraud, Laidback Luke, Lil’ B The Based God, Mariachi El Bronx, Mary Anne Hobbs, Mumford & Sons, One Day as a Lion, Paul van Dyk, Phosphorescent, Raphael Saadiq, Ras G, SBTRKT, Scissor Sisters, Shpongle presents The Shpongletron Experience, Steve Angello, Thao with the Get Down Stay Down, The Felice Brothers, The Henry Clay People, The Joy Formidable, The London Suede, The Kills, The Love Language, The New Pornographers, The Radio Dept., The Swell Season, The Tallest Man on Earth, The Twelves, Trampled by Turtles, Two Door Cinema Club, Wire, Yelle, Angus and Julia Stone, Axwell, Best Coast, Bloody Beetroots Death Crew 77, Caspa, Chromeo, City and Colour, CSS, Death From Above 1979, Delorean, DJ Zinc, Duck Sauce, Duran Duran, Eliza Doolittle, Ellie Goulding, Fistful of Mercy, Foster the People, fun., Good Old War, Gord Downie, Green Velvet, HEALTH, High Contrast, Jack Beats, Jack's Mannequin, Joy Orbison, Kanye West, Kode9, Jimmy Eat World, Leftfield, Lightning Bolt, Lorn, Los Bunkers, MEN, Menomena, Nas & Damian Marley, Neon Trees, New Pants, OFF!, Phantogram, PJ Harvey, Plan B, Ramadanman, Ratatat, Riva Starr, Roska, Rye Rye, She Wants Revenge, Sven Vath, Take, Terror Danjah, The National, The Presets, The Strokes, Thunderball, Trentemoller, Tinie Tempah, Tokimonsta, Twin Shadow, Wiz Khalifa, Zed Bias


Cartaz (ainda por fechar) do ATP curado pelos Animal Collective (Minehead, 13 a 15 de Maio)

Animal Collective, Big Boi (Outkast), Beach House, Gang Gang Dance, Lee 'Scratch' Perry, Terry Riley, Ariel Pinl's Haunted Graffiti, Thinking Fellers Union Local 282, Black Dice, Atlas Sound, Meat Puppets performing Up On the Sun, The Frogs performing It's Only Right & Natural, I.U.D., Micachu and the Shapes, Omar-S, Prince Rama, Spectrum, Dent May, Group Doueh, The Brothers Unconnected (Sun City Girls), Slubime Frequencies DJs + Films, Deradoorian, Zomby, Vladislav Delay, The Entrance Band, Orthrelm, Tickley Feather, Drawlings, Teengirl Fantasy, Kría Brekkan, Eric Copeland (Black Dice), Ear Pwr, Floating Points, Mick Barr (solo) e Highlife.


Cartaz do Primavera Sound (Barcelona, 26 a 28 de Maio)

Aias, Animal Collective, Ariel Pink's Haunted Graffiti, Autolux, Belle & Sebastian, Blank Dogs, BMX Bandits, Caribou, Cloud Nothings, Comet Gain, Dan Melchior und Das Menace, Das Racist, Deakin, Dean Wareham plays Galaxie 500, Echo & The Bunnymen performing Heaven Up Here & Crocodiles, Emeralds, Factory Floor, Fleet Foxes, Games, Gang Gang Dance, Grinderman, Half Japanese, Islet, John Cale & Band + Orchestra perform PARIS 1919, Julian Lynch, Las Robertas, Lichens, Low, Male Bonding, Me And The Bees, Mercury Rev perform Deserter's Songs, Mogwai, Money Mark, My Teenage Stride, Nisennenmondai, Oneohtrix Point Never, Papas Fritas, Phosphorescent, Pissed Jeans, Pulp, Salem, Seefeel, Shellac, Sonny & The Sunsets, Suicide, Swans, Tennis, The Album Leaf, The Fiery Furnaces, The Flaming Lips, The Fresh & Onlys, The Jon Spencer Blues Explosion, The National, The Vaccines, The Walkmen, Triángulo De Amor Bizarro, Twin Shadow, Wolf People e Yuck.

Young Gods com data extra no Alquimista

Para quem ainda não reparou, depois de esgotados os bilhetes para o concerto de Young Gods no próximo domingo, o Santiago Alquimista anunciou nova data, no dia seguinte, 31. O preço dos bilhetes é o mesmo -- 20 euros -- e o espectáculo inicia-se às 22h30.
No sábado, actuam também no Hard Club, no Porto.

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

L'Enfance Rouge e outros no Terapêutico!

Vem aí a segunda edição do Festival Terapêutico do Ruído. O MusicBox vai voltar a acolher nos fim-de-semana de 3 a 5 de Fevereiro o festival promovido pela associação com o mesmo nome (e membros dos dUASsEMIcOLCHEIASiNVERTIDAS). Além do regresso dos chilenos Familea Miranda, o grande destaque desta edição tem que ir para os franceses L'Enfance Rouge, que também regressam a Portugal depois de uma pequena digressão há dois anos (em que, inclusivamente passaram pelo FMM Sines, para um concerto absolutamente incendiário). Mas há muito mais, entre nomes portugueses e estrangeiros. Eis o programa completo:

Quinta-feira, 3
23h30 - Most People Have Been Trained to Be Bored (Portugal)
00h15 - Familea Miranda (Chile)
01h15 - ORGanização (Portugal)

Sexta-feira, 4
23h30 - Alto de Pêga (Portugal)
00h15 - John Makay (França)
01h15 - Tigrala (Portugal)

Sábado, 5
23h30 - Tiago Sousa (Portugal)
00h15 - Bypass (Portugal)
01h15 - L'Enfance Rouge (França/Itália)

Nos intervalos entre concertos, há projecções de vídeo do ilustrador João Paulo Pires e a música dos pratos é dos Kafunko Soundsystem.

Os bilhetes variam entre oito (para quinta e para sexta-feira) e 10 euros (sábado), havendo ainda um passe para os três dias, a 20 euros. Para mais informações, é ir a terapiadoruido.pt.vu.

Eu vi o Bob Dylan na ZDB

Ou parecido. Parecido demais até. O Kalu dos Xutos dizia que o miúdo até se engavana a tocar guitarra tal e qual o Dylan. Mike Styles, 16 anos, barreirense. Quando vos disserem que ele é um decalque perfeito do Bob Dylan (enquanto artista jovem), acreditem, por favor. Até as músicas originais parecem ter sido gamadas ao senhor Zimmerman. E é num instante que passa da fase acústica (o seu concerto) à fase eléctrica (o "Like a Rolling Stone" em que acompanhou o "padrinho" Nick Nicotine, o nome principal no cartaz de sábado). Por este andar, amanhã está a fazer anúncios para refrigerantes.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

O Maxime vai... fechar

Já andava por aí a correr o boato e agora chegou a confirmação via comunicado oficial. Pode, apesar de tudo, não ser um encerramento definitivo, pode daqui vir uma mudança da equipa que explora o antigo cabarê para outro espaço em Lisboa, mas o melhor mesmo é irmo-nos preparando para a ideia de termos a sala da praça de Alegria... fechada. No próximo dia 29, há a promessa de uma festa de arromba, "daquelas em que vale tudo".

«A vida é como os interruptores, que ora estão para cima, ora estão para baixo…»
Cumpre-nos a ingrata tarefa de anunciar à população que o interruptor do Cabaret Maxime – uma das mais emblemáticas casas de espetáculos da capital – se desliga no próximo dia 29 de janeiro. Por isso torna-se imperioso fazer uma elegante festa de encerramento – daquelas em que “vale tudo”! – uma festa que fique nos anais e também nos orais (e até nos nasais...) do entretenimento em Portugal! Uma festa tremenda, soberba, excessiva, inesquecível, um acontecimento bestial com implicações no próprio Produto Interno Bruto, e até no clima do planeta, uma festa que até os nossos bisnetos irão relembrar com saudade!
“Auf Wiedersehen * Maxime * Goodbye” vai ser a noite das noites, o espetáculo dos espetáculos, a loucura das loucuras! Três horas de performance absolutamente vertiginosa, juntando no mesmo palco artistas de grande impacto me®diático, como são os casos dos Irmãos Catita (música); Miss Suzie (prestidigitação com rãs); Sandro Core (o cantor italiano tetra-romântico); Gretty Star (a bailarina erótica), e ainda Vitor Gomes, o rei dos Gatos Negros, o felino mais assanhado da manada…
Venha assistir a mais uma – a última! – noite de borga, porque Maxime há só um, o da Praça da Alegria e mais nenhum!


sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Panda Bear com "Tomboy" em Abril

O Panda Bear -- ou alguém na sua vez -- acaba de anunciar via facebook que o novo álbum, "Tomboy", está finalmente terminado e tem data de saída: 19 de Abril. Edição Paw Tracks.

(...) Tomboy, his long-awaited fourth album as Panda Bear, and follow-up to Person Pitch, is now complete and will be released on his own label, Paw Tracks, on April 19, 2011.

A Trish Keenan (Broadcast) morreu



A inglesa Trish Keenan, vocalista dos Broadcast, morreu esta manhã, vítima de uma pneumonia contraída num contexto de gripe H1N1.
Comunicado na Warp
Notícia na Spinner

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Raízes e Antenas, agora em livro (e finalmente!)



Já não é a primeira apresentação de "Raízes e Antenas - Mistérios e Maravilhas da World Music". Ainda há meses, em Sines, alguns de nós tivemos a oportunidade de travar conhecimento com o livro, de percorrer as páginas em que o António Pires elenca algumas das raízes e antenas mais importantes da música que é feita por esse mundo fora (e, conhecendo o António, já sabem que a etiqueta da "World Music" que surge no subtítulo do livro vai muito mais além do que os separadores com o mesmo nom que encontramos nas lojas de discos).

Mas, desta vez, vai ser a apresentação oficial, porque o livro, finalmente, vai estar à venda. Dia 18 de Janeiro, na próxima terça-feira, pelas 18h, o António vai estar na Leya/Ce Buchholz a apresentar o livro, que agora sai com chancela Formalpress/Media XXI. Vai também levar discos para que na apresentação se perceba, como se fosse preciso, por que é que a música é assim tão importante que motive a edição de livros como este.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Space entra a toda a brida

Há um novo espaço na noite lisboeta. Chama-se Space (uau, fantástico, não?), fica ali para os lados de Alcântara e começa cedo a apostar forte na programação. Reparem bem, dia 21 deste mês, vai por lá passar... Jimi Tenor! Os bilhetes estão à venda na Flur, na Louie Louie, na Matéria Prima e no próprio site do Space, a 12€ (no próprio dia, sobem para 15€). Os responsáveis do Space prometem ainda uma noite dupla de Gonzales em Fevereiro!

Programação do Space em Janeiro:

SEXTA 07 JANEIRO
Paul Chambers • The Wanna Be dj’s • Cpt.Luvlace

SÁBADO 08 JANEIRO
FUBAR!: Legowelt • Lisbon Alien Orchestra • Flip

SEXTA 14 JANEIRO
CLASHCLUB: Congorock • Haezer • Dj Manaia

SÁBADO 15 JANEIRO
Cio D’Or • Re:Axis • Yari

SEXTA 21 JANEIRO
LIVESPACE: Jimi Tenor – concerto • Zonk dj’s

SÁBADO 22 JANEIRO
Highbloo • Tropical Team

SEXTA 28 JANEIRO
Oliver $ • Rockets • Flip

SÁBADO 29 JANEIRO
BEATPORN: Move D • Zentex • Vitor Silveira

Amanhã, há...

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Os melhores concertos de 2010 (1 a 10)

1. Staff Benda Bilili @ FMM (31/7)
Escrevi, na altura: "E a última grande explosão (literalmente até, pois coube-lhes as honras de fogo de artifício com que o FMM todos os anos se despede do castelo) veio com os Staff Benda Bilili. O disco era estupendo, já se sabia. Mas que os Staff Benda Bilili conseguissem, mesmo que esquecidos ou ignorados todos os problemas físicos que os debilitam, multiplicar a um ponto impensável toda aquela energia para o palco com as suas rumbas diabólicas e fazer transpirar as gentes no castelo daquela forma insana, era algo que nem nas minhas perspectivas mais optimistas encontrava lugar." VÍDEO

2. Sonic Youth @ Coliseu dos Recreios (22/4)
Já vi Sonic Youth umas sete ou oito vezes. Esta é bem capaz de ter sido a melhor. Escrevi, na altura: "Perdoem-me os que não tiveram oportunidade de ver os Sonic Youth, no ano passado, no Primavera Sound, mas não consigo deixar de reagir ao concerto desta noite sem ter por referencial aqueloutro. Como é que dois espectáculos com alinhamentos tão semelhantes, conseguem ser tão diferentes, pelo menos nas reacções que provocaram a mim e, suspeito, a outros que, como eu, também lá estiveram? Será porque hoje estávamos numa sala cheia, comprimida, com muito calor e muito suor, e não numa doca, ao ar livre, entre largos milhares de pessoas, entre horários de dezenas e dezenas de outras actuações? Será porque os temas mais recentes estão agora mais rodados ao vivo? Será porque hoje a banda esteve efectivamente melhor, sem ostentar aquele ar de frete do ano passado? Será porque a empatia com o público foi outra? Será pelo clima de euforia com que toda a gente -- pelo menos ao meu redor -- ansiava pelo concerto de hoje? Não sei. O que sei é que tudo hoje, desde os temas mais recentes até coisas antiquíssimas como «Shadow of a Doubt0«, «Schizophrenia», «Cross the Breeze» ou «Death Valley '69» soava (e fazia suar) de uma forma que me fez sentir um miúdo a ir aos seus primeiros concertos no Coliseu (tal como o André, que tem 14 anos e saiu de lá com um sorriso de orelha a orelha). Estes foram os «meus» Sonic Youth. Os meus e os de muita gente, ao longo de várias gerações. E provavelmente vão por cá andar ainda em 2020 ou 2030, a conquistar novos públicos e a manter estas relações «para a vida» com as gerações mais antigas. Pelo menos, é o que o espectáculo de hoje sugere." VÍDEO

3. Shellac @ ZDB (24/5)
Eu disse que ia haver mais Shellac nesta lista. E de outro concerto na mesma semana que aquele que aqui já apareceu. Escrevi, na altura: "Os Shellac não são uma banda. São um relógio suíço de frontispício em que, no lugar do cuco ou dos paisanos da aldeia surge um power trio clássico. São um metrónomo de três hastes, cada uma delas com um tique-taque sincronizado ao limite do absurdo, mais preciso que o relógio atómico de Greenwich. Eles nem se olham entre si quando acertam entre si as paragens, os arranques, as mudanças de tempos. E Steve Albini, como se tornou hábito dizer-se, é deus. E também é um óptimo guitarrista, que extrai da sua Travis Bean de alumínio o som rude, sujo e áspero do metal com que a maior parte de nós cresceu ao ouvir as bandas que Albini gravou e produziu ao longo das duas últimas décadas. E é ainda um poeta rock, em diferentes momentos do espectáculo, como em "The End of Radio". Nessas alturas, Albini pisa com toda a segurança o caminho de outros poetas americanos de palco como Patti Smith, Jim Morrison ou Jello Biafra. Mas Shellac não é só Albini. Bob Weston, que tem o sangue do hardcore de DC a correr pelas cordas do baixo, e Todd Trainer, um autêntico demónio na bateria (nota: não é figurativo), são as duas outras engrenagens do tal relógio suíço." VÍDEO

4. N'Diale - Jacky Molard Quartet & Founé Diarra Trio @ FMM (29/7)
Escrevi, na altura: "Quem imaginaria que a música de tradição europeia a que o bretão Jacky Molard se tem dedicado ao longo da carreira, e que já apresentou por duas outras ocasiões em Sines, casaria tão bem com a música do trio maliano de Founé Diarra? Quem é que é capaz de dizer, sem mais nem menos, que um prato de peixe e de carne, em simultâneo, se pode tornar uma maravilha da gastronomia? A este respeito, aliás, o António Pires dizia que "o gajo que inventou a carne de porco à alentejana deve ter tido uma experiência semelhante". E como é que dançamos isto? Com as pernas para a frente ou com o rabo espetado para trás? Estas eram as interrogações iniciais de muitos, certamente, mas não foram mesmo mais do que isso mesmo: iniciais. Rapidamente, todos atirámos os axiomas etnomusicológicos para trás das costas e abraçámos calorosamente aquela que foi uma das experiências mais incríveis de sempre no palco do castelo." VÍDEO

5. Barbez @ FMM (30/7)
Escrevi, na altura: "Os Barbez, grupo de Nova Iorque com ligações à Tzadik de John Zorn, apareceram no FMM com toda a pinta de outsiders. O grupo de Dan Kaufman já por cá tinha passado para um concerto na ZDB, para um concerto mediano, mas agora, com formação alargada e com um som perfeito que permitiu a percepção ao detalhe das texturas e frases criadas em palco, misturando klezmer com rock de câmara ou jazz marginal, a lembrar bandas da editora Constellation, tudo foi diferente, para melhor. Muito melhor. Houve algo que se manteve, contudo: o papel central de Pamelia Kurstin na música do grupo. Nunca se viu em Sines alguém a "tocar" theremin, o estranho instrumento literalmente intocável que os russos desenvolveram nos anos 20 do século passado (e para o qual Lenine chegou a receber aulas), e a estreia coube, felizmente, a uma das suas mais incríveis intérpretes." VÍDEO

6. Yasmin Levy @ FMM (29/7)
Em 2009, o FMM ofereceu-nos Mor Karbasi. Em 2010, tivemos direito a Yasmin Levy, uma voz para a qual faltam adjectivos na língua portuguesa, uma actuação de fazer mexer com todos os sentidos. VÍDEO

7. Master Musicians Of Bukkake @ ZDB (17/10)
O reino dos MMB veio até nós. Antes mesmo do espectáculo começar, o cenário do palco dava desde logo a perceber que aquilo a que ali íamos assistir seria muito diferente do habitual. Em inúmeros aspectos. Hoje, que vivemos cada vez mais o tempo das imagens, o tempo do parecer em detrimento do ser, toda a actuação dos MMB, com todo aquele aparato cénico, podia cair dentro do saco das futilidades com que frequentemente somos brindados na música que vai sendo feita por aí, mas ali há muito mais do que cenário. Há até, pasme-se, profissionalismo e naturalidade em palco, como demonstrou o incidente em que a energia eléctrica foi abaixo e o colectivo continuou a tocar em formato acústico até o fuzz voltar aos amplificadores, sem nunca parar o tema. Houve até quem não se tivesse apercebido do incidente. VÍDEO

8. Faust & James Johnston @ Maria Matos (6/10)
E eis que tivemos a oportunidade de ver os Faust-que-não-eram-os-outros-Faust, os Faust-que-são-mais-malucos-do-que-os-outros-Faust, que o diga quem depois teve que limpar o palco do Maria Matos depois da encenação quase fiel, imaginamos, do apocalipse. Cereja no topo do bolo: a guitarra tresloucada de James Johnston, o eterno Gallon Drunk. VÍDEO

9. Liquid Liquid @ Primavera (29/5)
Já andamos todos um pouco fartos dos regressos de bandas míticas dos anos 70, 80 ou 90, não? Não são poucas vezes que saímos com aquela sensação de "naquele tempo deve ter sido bom, e esta apresentação é um documento importante para nós que não vivemos essa época" -- ao que imediatamente pensamos (ou dizemos entredentes) -- "mas foi uma seca do cacete". Ou, ainda pior, "eh pá, eles só voltaram para meter dinheiro ao bolso por conta dessas mentes nostálgicas que por aí pairam". Mas a actuação dos Liquid Liquid esteve o mais distante possível disso que possa haver. Este foi um dos casos raros em que que saímos a dizer "porra, isto faz todo o sentido hoje; FESTÃO como 99% dos miúdos que por aí andam não sonham conseguir vir a fazer." Ou algo do género. VÍDEO

10. Les Savy Fav @ Primavera (28/5)
Para quem gosta de loucos à solta num palco (E FORA DELE!) pouca concorrência haverá para os Les Savy Fav (esperem pelos Monotonix em Fevereiro). Convenhamos, às tantas já não sabemos se é só da performance do Tim Harrington (talvez seja, que os discos não são propriamente interessantes), mas que importa isso? É uma experiência como poucas. Já agora, se viram o vídeo dos Liquid Liquid, no posto acima, hão-de reparar na aparição do Tim. VÍDEO