segunda-feira, 31 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº11



Teenage Fanclub, Festi.Mail, Coliseu dos Recreios, 1 de Maio de 1998

O meu Primavera Sounds 2010

Enquanto se dá descanso aos pés dos quilómetros percorridos e das horas em pé a ver concertos e a dançar, enquanto se dá descanso aos ouvidos e à cabeça de tanto rock’n’roll, enquanto se dá descanso ao corpo daquela coisa com nome de santo a que os espanhóis chamam cerveja, há tempo para um esforço de rememoração daquilo que se conseguiu ver e ouvir no Primavera Sound 2010. Notem que esta é apenas uma breve apreciação do que foi «o meu Primavera Sounds 2010». Se já quando se assina uma reportagem sobre um mero concerto a subjectividade é, por natureza, inescapável, muito mais próprio se torna o relato de um festival em que mais de meia-dúzia de palcos funcionam praticamente em simultâneo, em que a cada um cabe decidir o alinhamento do que pretende ver. E este ano, por várias razões, a começar pela memória do estouro físico e mental da experiência de 2009, «o meu Primavera Sounds 2010» foi bastante mais compacto. Mas vamos aos destaques destes três dias de festival no Forum de Barcelona:

Os baixos, as baterias e os músicos que tocam que se fartam
Do cartaz do Primavera Sound deste ano fizeram parte inúmeras bandas com sonoridade (e line-ups) assentes nas secções rítmicas. O protagonismo do baixo e da bateria era evidente nas várias correntes e gerações que passaram por estes palcos.
Da terra do kraut, veio Michael Rother acompanhado de Steve Shelley e Aaron Mullan, para uma enérgica e retemperadora revisitação do reportório dos Neu!, no último final de tarde soalheiro do festival. Do kraut também se ouviu revivalismo por parte de músicos mais novos, como foi o caso da bela surpresa chamada Beak>, o novo projecto de Geoff Barrows, dos Portishead.
Da terra do funk-punk, vieram os Liquid Liquid. Quem, como eu, imaginava que se ia apenas prestar tributo a mais um grupo icónico do passado agora regressado aos palcos, de músicos enferrujados pelo tempo, percebeu logo desde o início o engano. Foi, neste meu Primavera, o melhor de todos os espectáculos (em ex aequo com os Les Savy Fav, mas já lá vamos). Esta potente máquina de dança parece não ter parado no tempo, não só por causa do acaso circunstancial do legado da banda fazer todo o sentido nas pistas de dança de hoje, mas também, e ainda mais, porque os próprios músicos tocam com um rigor e uma energia tais que tornam a dança obrigatória desde o início e que, por várias ocasiões, produzem clímaxes de loucura indescritíveis.
Da terra do pós-rock, vieram os Ui e os Tortoise. Os primeiros, dois baixos e bateria, circunspectos mas exímios na linguagem que criaram nos anos 90. Mais abertos, mais completos, mais ágeis, mais ricos musicalmente, os Tortoise, com John McEntire e John Herndon a trazerem as suas baterias para a frente do palco, mostraram em palco aquilo que já tinham provado em estúdio com “Beacons of Ancestorship”, isto é, que este combo de músicos exímios e multifacetados merece continuar a prolongar a carreira, já tantos anos depois da euforia do pós-rock.

Who rocks the party?
Ainda que com pena de ter perdido, por diferentes motivos, os concertos de Monotonix (diz quem foi que a loucura se instalou no palco ATP, com estes punks israelitas a tocarem no meio da assistência), King Khan, Black Lips, Almighty Defenders (grupo que reúne elementos dos dois anteriores), «o meu Primavera Sounds 2010» ficou marcado pela actuação dos nova-iorquinos Les Savy Fav. Tim Harrington, o vocalista, é a grande figura desta edição do festival. Se em mais de vinte anos de concertos pensava que já tinha visto de tudo, eis Tim Harrington a mostrar o contrário. Ainda mal a actuação tinha começado e já ele, apenas em calções, depois de ter retirado o seu fato de panda mutante, se atirava para a plateia. Ele e a sua opulente barriga. Surfava por cima dos espectadores, subia às bancadas, ia o mais longe possível que o cabo permitia, voltava a palco para subir as estruturas laterais e tentar destruir um ou outro holofote, voltava a atirar-se para o público, fazia questão em aleijar-se ao mergulhar de cabeça para o chão ou cobria-se de pó de talco e atirava-se de novo para a plateia, enquanto cantava o perfeitamente explícito “Who Rocks the Party?”. Tudo isto sem se furtar à tarefa de ter a voz nos momentos certos, no decorrer do excelente alinhamento trazido pelos Les Savy Fav. No último crowd-surfing desapareceu no meio do público e já não voltou. Hoje deve estar com hematomas pelo corpo inteiro. Até o Iggy Pop passa por atinado ao lado de Tim Harrington, que ainda atravessou o palco de um lado ao outro no dia seguinte, na actuação dos Liquid Liquid (ver vídeo aqui). Who rocks the party? Who rocks the party?

Outras coisas
No palco principal, apenas prestei atenção a três actuações. Primeiro, The Fall, que tiveram um arranque enérgico, proporcionado por um dos temas-título do novo álbum “Your Future Our Clutter”, e a esperada sobranceria de Mark E. Smith, que se entreteve por várias vezes a mexer nos amplificadores dos seus músicos. Excelente versão do “Strychnine”, dos Sonics, uma vez gravada para uma Peel Session e depois tornada habitual ao vivo. Mais tarde, vieram os Pavement, com um alinhamento mais ou menos esperado, alguns convidados de ocasião (dos Monotonix e dos Broken Social Scene) e algumas histórias ao microfone: “I got in the elevator with Mark E. Smith, Colin Newman from Wire and two members of Mission of Burma – It was a punk rock wet dream”, dizia o Scott “Spiral Stairs” Kannberg. Na sexta-feira, foi o dia de Pixies. Tal como nos Pavement, ouviu-se aquilo que mais ou menos se esperava (exceptuando a magnífica versão de “Winterlong”) e também se ouviu muitos pregos de Kim Deal (e diz quem estava mais perto do palco que, perante os risos da baixista nestas ocasiões, Frank Black reagia com cara de poucos amigos...).
Um susto chamado Gary Numan: ao princípio, imaginei tratar-se de uma qualquer banda dos círculos góticos espanhóis. Não era de se supor que houvesse alguém a tocar àquela hora no palco Vice, sabendo-se que neste festival os horários são respeitados de forma absolutamente escrupulosa, mas era mesmo o Gary Numan que ali estava naqueles preparos. Entrou logo directamente para o lugar de pior experiência n’«o meu Primavera Sounds 2010».

É muita gente
Há uma razão, entre outras, para não gostar, de uma forma geral, do conceito de festival. As multidões. E se, no ano passado, a experiência do Primavera tinha sido interessante por justamente não ter sido afectada por este problema, à excepção do último dia, por causa da presença em cartaz de Neil Young, este ano teve multidões compactas todos os dias e logo desde bem cedo. Em vários dos espectáculos, principalmente nos mais apelativos do palco principal ou nos do palco ATP, tornou-se complicado conseguir bons lugares, com um mínimo de boa visibilidade. Para ajudar ao clima de caos que rapidamente se instalava com o movimento das massas, as redes de telemóvel deixavam de funcionar. Comunicação por voz tornava-se impossível, e por texto havia atrasos de 10 ou 20 minutos na entrega das mensagens. Estamos em 2010 e problemas de comunicações em situações de grandes aglomerações de povo são coisa que já nem sequer por cá existe.
Por este andar, não vai haver «o meu Primavera Sounds 2011».

O TOP 10 d’«o meu Primavera Sounds 2010»
1º Liquid Liquid
Les Savy Fav (ex aequo)
3º Michael Rother & Friends present Neu! Music
4º Shellac
5º Tortoise
6º Diplo
7º Lee ‘Scratch’ Perry
8º Beak>
9º Pavement
10º The Fall

(O que mais pena me deu de não ter visto: The Almighty Defenders, Monotonix, Apse, Scout Niblett, Thee Oh Sees, The King Khan & BBQ Show, Major Lazer, Dum Dum Girls, Atlas Sound)

terça-feira, 25 de maio de 2010

Shellac da Nort'América

Os Shellac não são uma banda. São um relógio suíço de frontispício em que, no lugar do cuco ou dos paisanos da aldeia surge um power trio clássico. São um metrónomo de três hastes, cada uma delas com um tique-taque sincronizado ao limite do absurdo, mais preciso que o relógio atómico de Greenwich. Eles nem se olham entre si quando acertam entre si as paragens, os arranques, as mudanças de tempos. E Steve Albini, como se tornou hábito dizer-se, é deus. E também é um óptimo guitarrista, que extrai da sua Travis Bean de alumínio o som rude, sujo e áspero do metal com que a maior parte de nós cresceu ao ouvir as bandas que Albini gravou e produziu ao longo das duas últimas décadas. E é ainda um poeta rock, em diferentes momentos do espectáculo, como em "The End of Radio". Nessas alturas, Albini pisa com toda a segurança o caminho de outros poetas americanos de palco como Patti Smith, Jim Morrison ou Jello Biafra. Mas Shellac não é só Albini. Bob Weston, que tem o sangue do hardcore de DC a correr pelas cordas do baixo, e Todd Trainer, um autêntico demónio na bateria (nota: não é figurativo), são as duas outras engrenagens do tal relógio suíço. O alinhamento teve vários pontos de contacto com o concerto do ano passado, no Primavera, e ainda mais terá certamente com o deste ano no mesmo local. Quem nunca passou pela experiência Shellac e na próxima sexta-feira, em Barcelona, se propuser a trocar parte dos Pixies ou dos The King Khan & BBQ Show, que tocam quase à mesma hora noutros palcos, não ficará seguramente a perder.
Assistiu-se, esta noite, a um dos maiores concertos deste ano. (Mission of Burma foi bom, óptimo até, mas depois do estrondo shellaquiano, fica-se com pouco para se dizer.)

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Quem se atreve a perder isto, hoje?





Hoje, na ZDB, a partir das 22h.
Como é que alguém no seu perfeito juízo se atreve a perder estes dois colossos do rock americano num cenário tão intimista (e tão sudorífero também) como o do aquário da ZDB?

sexta-feira, 21 de maio de 2010

A contenção de custos também chegou a Sines

A contenção de custos instalou-se um pouco por todo o lado. Das despesas públicas aos pequenos orçamentos familiares, (quase) todos vamos ter que nos habituarmos à palavra redução. Tal como também nos vamos ter de habituarmos a más notícias como esta. A Câmara Municipal de Sines, que todos os anos organiza o FMM, já confirmou o cancelamento do palco de Porto Covo na edição deste ano do festival, bem como das já habituais datas mais calmas, de segunda e terça-feira, no Centro de Artes. Ou seja, o FMM 2010 foi emagrecido para os dias 28 a 31 de Julho. Este ano, a grande festa começa na quarta-feira.

Comunicado da CMS:

A Câmara Municipal de Sines, entidade organizadora do FMM Sines – Festival Músicas do Mundo 2010, informa que foi decidido o cancelamento do palco de Porto Covo nesta edição.

A decisão tem como efeito imediato o avanço do início do festival para 28 de Julho, quarta-feira, em Sines, passando as datas do evento a ser 28, 29, 30 e 31 de Julho.

Esta alteração não afecta os concertos já anunciados para o Castelo e a Av. Vasco da Gama.

O cancelamento do palco de Porto Covo e, em paralelo, a introdução de medidas de gestão para tornar mais eficiente a realização do evento em Sines, inserem-se num plano de contenção de custos da autarquia motivado pela quebra de receitas agravada pela crise nacional e internacional que atinge actualmente um momento de especial gravidade.

A organização procurou uma solução que garantisse o cumprimento das datas e do modelo inicialmente anunciado, mas tal não se mostrou possível no seu actual quadro financeiro.

Nesta conjuntura, o esforço foi direccionado para diminuir o custos inerentes à dispersão de palcos e à longa duração, eliminar as despesas de produção que não afectam o resultado artístico e concentrar os meios no essencial: um programa que, embora mais curto, terá no seu alinhamento de concertos toda a qualidade e impacto positivo a que o público do FMM está habituado.

A Câmara Municipal de Sines pede a devida compreensão a todos e em particular aos participantes no festival em Porto Covo, assim como à população e comerciantes da freguesia, tendo em conta as suas expectativas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº10


Tricky, Coliseu dos Recreios, 29 de Junho de 1999

Ride, Pessoal e Transmissível

Fossemos súbditos da rainha de Inglaterra e ao Carlos Vaz Marques já teria sido atribuído um OBE ou qualquer outra comenda de distinção pelos serviços prestados à nação. Não leiam isto como um típico "aqui as coisas são assim" ou "lá fora é outra coisa". Nada disso. Nem tão pouco precisamos de OBEs nem de comendas atribuídas pelo Sr. Silva. O que precisamos é de gente como o CVM para fazer boas perguntas, com aquele ar de extrema curiosidade com que o faz (mesmo que só lhe oiçamos a voz, percebemos-lhe o ar) e de gente como, por exemplo, o (DJ) Ride para responder bem e, mais importante, ser um prodígio de esforço e talento na arte, na profissão, no métier a que se dedica. O exemplo não é fortuito. Foi mais um "Pessoal e Transmissível", ontem transmitido na TSF, e que pode agora ser escutado aqui.

terça-feira, 18 de maio de 2010

O Steve Shelley não pára

Gosto de gente assim. Gente que não pára, gente que tira proveito das oportunidades que a vida oferece, gente que faz as oportunidades acontecerem. Steve Shelley, baterista desde há 25 anos nos Sonic Youth, editor desde há 17 através da Smells Like Records, produtor e colaborador de um número imenso de músicos, DJ de ocasião (ainda ontem teve mais uma magnífica sessão, transmitida online, a qual pode agora ser escutada aqui), ainda arranja tempo para projectos como:

Michael Rother & Friends present Neu! music
É uma das coisas mais aguardadas no cartaz do Primavera Sound. A Michael Rother (Neu!, Harmonia e Kraftwerk) juntam-se Steve Shelley e Aaron Mullan (Tall Firs) para experimentarem um regresso ao riquíssimo património kraut dos Neu!. Sábado, dia 29 de Maio, pelas 19h. Mais informação aqui.

The High Confessions
É um supergrupo composto, além de Steve Shelley, por Chris Connelly (já há algum tempo que não ouvíamos falar da mente impulsionadora de projectos inesquecíveis como os Ministry, os Revolting Cocks e tantos outros nomes da cena industrial), Sanford Parker (Minsk, Buried at Sea, etc.) e Jeremy Lemos (técnico de gravações de boa gente como Stereolab, Jim O'Rourke ou Smog). O álbum de estreia, "Turning Lead into Gold with The High Confessions", sai nos EUA a 20 de Julho e já está em pré-venda no site da editora, a Relapse. Mais informação em myspace.com/thehighconfessions.

Gosto de gente assim.

30 anos



Há exactamente 30 anos, Ian Curtis punha fim à sua vida. Mas perdura até hoje e perdurará pelos anos e anos que vierem nas nossas memórias, nos nossos sentidos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº9


Trans Am, ZDB, 19 de Janeiro de 2000
(Nas costas de um pequeno autocolante do "La Iguana Club", de Vigo.)

Por falar em Trans Am, há aí álbum novo...

Horários do Primavera Sound 2010

Já há horários para o Primavera Sound. E quando o cartaz é composto por várias dezenas de nomes e diferentes palcos a funcionarem em simultâneo, o espectador "primaveril" incauto facilmente se baralha, facilmente se perde, facilmente chega ao que quer ver quando já acabou e regressa ao ponto de partida quando já nada há para ver entre o pretendia ver de início. Entre as opções de horários disponibilizados pela organização, mesmo o guia portátil distribuído no dia do festival, falta sempre, por exemplo, uma distribuição ordenada das actuações num mesmo dia. Algo que permita aos olhos facilmente percorrerem uma lista e perceberem que se os Tortoise começam às 23h, se pode ir, por enquanto, até ao palco ATP, para no fim fazer o percurso até ao principal, para ver os Pavement à 1h da manhã, porque já não vai dar para ver os Mission of Burma no Vice, pois o início está marcado para um quarto de hora antes da malta do "Slanted and Enchanted". Confuso? Pois é. Agora experimentem estes raciocínios às tantas da noite, com os horários que a organização oferece.
À semelhança do que julgo que partilhei no ano passado, aqui fica um instrumento essencial:
Horários do Primavera Sound

Música ao vivo no Reino Unido a crescer

Com bastante frequência, e também por aqui, tem-se falado do crescimento do mercado da música ao vivo, muitas vezes por comparação com os anos de decadência que já vai levando o mercado da música gravada.

Para o caso português, socorremo-nos do senso comum, que não é de desprezar quando queremos ter uma ideia geral, dada: (i) a quantidade de festivais que surgiram nos últimos anos; (ii) a insanidade de datas de pequenas e grandes bandas que cidades como Lisboa e Porto oferecem semanalmente; (iii) as possibilidades de pequenas digressões (se é que já lhe podemos chamar assim) que as bandas nacionais e estrangeiras conseguem fazer por esse país fora. Socorremo-nos do senso comum, dizia, porque faltam números. Não há uma associação corporativa de promotores de espectáculos que possa revelar números sobre os quais possamos avaliar tendências e as estatísticas oficiais ("Estatísticas da Cultura" - Instituto Nacional de Estatística") são pobres, pelo menos nesta área. Concorrerá para isto não só a pouca regulamentação estatística mas também a economia informal em que ainda assentam alguns dos negócios nesta área. Mas em países ou regiões com tradição na transparência estatística, como no Reino Unido, já não se passa assim.

E esta notícia da Billboard dá efectivamente conta, com números, da forma como o mercado "ao vivo" do Reino Unido está a crescer. Num clima de crise económica e de baixa inflação, o mercado britânico cresceu 4,3% em 2009, progressão semelhante à ocorrida no ano anterior. Durante o ano de 2009, foram gastos cerca de... 1,45 mil milhões de libras (1,7 mil milhões de euros). O sector que mais contribuiu para este crescimento foi o dos festivais, cujas receitas aumentaram 22%. Conclui por isso a notícia que o crescimento beneficiou sobretudo o mercado dos festivais. Afinal, aqueles ganhos adicionais correspondem a 83% dos ganhos adicionais totais.

E por cá, como será?

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº8


Mão Morta, Coliseu dos Recreios, 7 de Janeiro de 1999

Mais uma de Mão Morta. Esta pertencia à realizadora Mariana Otero, e serviu-lhe de auxílio às imagens que eram projectadas nos écrans e televisões em palco.

Mais novidades MED

Os nomes continuam a ser libertados a conta-gotas:
Vieux Farka Touré, Mali (26 de Junho)
René Aubry, França (26)
Boom Pam, Israel (26)
Watcha Clan, França (25)
Galandum Galundaina (25)
Virgem Suta (26)
Bernardo Sassetti, Mário Laginha & Pedro Burmester "3 Pianos" (23)
Diabo na Cruz (26)
Anaquim (25)

A estes juntam-se os que já aqui foram divulgados.

É hoje!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº7


Soulfly, Coliseu dos Recreios, 15 de Junho de 1998

(É uma setlist do técnico de som, neste caso, facto em relação ao qual as anotações não serão estranhas.)

terça-feira, 11 de maio de 2010

Primeiros nomes para o MED 2010 (E ORCHESTRA BAOBAB É UM DELES!)

Até já estava a parecer estranho este atraso em novidades do MED, o festival que nos últimos anos tem levado muitas músicas do mundo à cidade de Loulé. A sétima edição do MED acontece nos dias 23 a 26 de Junho e viu hoje confirmados pela organização os nomes da magnífica Orchestra Baobab, de Amparo Sánchez, a espanhola que antes era conhecida pelo nome de Amparanoia, sob o qual já se deslocou a Loulé, de Femi Kuti, o filho mais velho de Fela, que assim regressa também ao nosso país e ainda do "nosso" Legendary Tiger Man. Amparo Sánchez e Femi Kuti tocam no dia 23, a Orchestra Baobab e o Tiger Man no dia 25.
A avaliar pela forma como tem sido divulgados estes nomes, a organização continuará possivelmente a avançar com nomes a conta-gotas através do Facebook.
Entretanto, os bilhetes são também hoje colocados à venda, em todas as estações de correios do país, incluindo regiões autónomas, em três formatos: diário (12,5€), semanal (40,5€) e Premium (60,5€) - o Premium, que terá edição limitada (200), além do bilhete semanal, inclui uma t-shirt e ainda "estacionamento gratuito e vigiado e entrada preferencial", nas palavras de organização.

Até parece que o Chico Buarque vai estar na Crew Hassan

Chamam-se Graveola e o Lixo Polifônico (myspace.com/graveolaeolixopolifonico) e vêm de Belo Horizonte para uma mini-digressão pela Europa. Estão por Lisboa ("terra ancestral da poesia dessa língua") desde o passado fim-de-semana (vejam o blogue deles com alguns episódios da estadia) e vão tocar hoje na Crew Hassan e amanhã no Onda Jazz (ambos os concertos com entrada gratuita).

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº6



Värttinä, Festival Multimúsicas (Lisboa, largo de São Paulo), 21 de Junho de 1999 (*)

Não tenho a certeza se será mesmo do concerto no Multimúsicas ou de outro que vi, no ano anterior, num pequeno bar de Estocolmo. Está assinado por três das Värttinä. Como eu gostava destas finlandesas na altura.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº5


Pop Dell'Arte, Ritz Club (?) Forum Lisboa

Esta é uma de várias dos Pop Dell'Arte. Por ali ver o "Juramento...", sou levado a pensar, sem grandes certezas, que terá sido no Ritz, porque estava com o Adolfo Luxúria Canibal e lembro-me de como ele foi quase obrigado a subir ao palco para cantar o tema com o João Peste. Entre os concertos de Pop Dell'Arte que vi por esta altura, não me recordo de outra situação em que o Adolfo estivesse também presente para o dueto.

ACTUALIZAÇÃO: Por outro lado, tenho quase a certeza que o "Little Drummer Boy" foi estreado no Ritz e não aparece ali. Portanto, a menos que tenha havido dois concertos de Pop Dell'Arte no Ritz durante os anos 90 (a memória é complicada, mas há algo que me puxa para o sim), esta setlist terá pertencido a outro espectáculo.

ACTUALIZAÇÃO 2: Quase de certeza que é Forum Lisboa (ver comentários)

Devendra no Alive

E assim se junta ao cartaz do Alive o nome de Devendra Banhart, que sobe ao palco instalado no Passeio Marítimo de Algés a 8 de Julho, o primeiro dia do festival. O cartaz está assim composto nesta altura: Faith no More, Kasabian, Alice in Chains, Moonspell, Biffy Clyro, Burns, Calvin Harris, Florence + the Machine, La Roux, The XX, The Drums e Devendra Banhart (dia 8 de Julho); Deftones, Skunk Anansie, Mão Morta, Manic Street Preachers, Jet, Steve Aoki, Bloody Beetroots Death Crew 77, Booka Shade, Gossip, New Young Pony Club, Holy Ghost!, Hurts e The Maccabees (dia 9); LCD Soundsystem, Pearl Jam, Gogol Bordello, Dropkick Murphys, Gomez, Boys Noize, Crookers, Simian Mobile Disco, Peaches, The Big Pink, Girls e Miike Snow (dia 10).

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Os dias da folk inglesa



Os próximos dias vão ser marcados por duas apresentações de peso. Primeiro, a semi-novidade das irmãs Unthanks, depois o regresso da recentemente recuperada e regressada Vashti Bunyan.
Há dois anos, testemunhei um dos momentos mais bonitos de todas as edições do FMM: o concerto, a fim da tarde, ainda raiava o Sol, de Rachel Unthank and The Winterset. As manas Unthanks (a Rachel junta-se Becky) tiveram algumas mudanças na formação -- não deixo de constatar com alguma pena que a belíssima pianista Stef Conner, integrante da secção Winterset, já não faz parte -- e mudaram o nome, mas continuam a ser reconhecidas no meio da folk e não só. As autoras de "The Bairns" (2007), que Robert Wyatt chegou a eleger com um dos seus dez discos preferidos de sempre (ao que também não será inteiramente alheio o facto de o disco conter uma versão de "Sea Song"), vão pisar três palcos portugueses: amanhã, sábado, no Theatro Circo de Braga; domingo, no Auditório de Espinho; e, finalmente, segunda-feira, no Olga Cadaval de Sintra.
A presença de Vashti Bunyan é um dos acontecimentos do ano, já por aqui sobejamente falado. Em todo o caso, convém não esquecer: 13 de Maio, no Lux, com primeira parte a cargo de B Fachada.

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº4


Nick Cave and the Bad Seeds, Festival Imperial, relvado de treinos do Estádio das Antas, 1 de Julho de 1998

Esta é uma das minhas favoritas. Está assinada pelo Jarvis Cocker, que aproveitou para apontar o seu tema favorito dos Bad Seeds. Os Pulp também tocaram neste festival.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº3


Mão Morta, Pavilhão Carlos Lopes, no festival Combate Rock, 30 de Março de 1996
(em meia folha de mesa de restaurante)

Esta é uma de muitas de Mão Morta, como devem imaginar...

14 de Junho de 2010

Pop Dell'Arte - Slave for Sale from pm on Vimeo.



Este é um de dois vídeos que servem de apresentação ao próximo álbum dos Pop Dell'Arte, "Contra Mundum", por aqui já falado, e que podem ser vistos em popdellarte.posterous.com, onde também já se pode escutar o single "Ritual Transdisco". A saída do disco está agendada para 14 de Junho e a festa de lançamento, que decorrerá, em princípio, dois dias antes, promete.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Do tempo em que fazia colecção de setlists, nº1


Sonic Youth, Campo Pequeno, 14 de Julho de 1993
(no verso de uma folha A4 com o timbre de Aqualung Universal, Parque Deportivo y de Ocio La Ermita, Madrid)

Aparece "Spain" no canto superior direito, mas esteve no palco do primeiro concerto dos Sonic Youth em Portugal. É a primeira setlist de algumas escolhidas entre uma série por mim coleccionada ao longo dos anos 90.

El Guincho no Porto e em Coimbra!

E é já este fim-de-semana. O canarino Pablo Díaz-Reixa que há mais de dois anos surpreendeu muito boa gente debaixo do nome El Guincho com o álbum "Alegranza", preparando-se este ano para lançar o sucessor, vai estar, finalmente, por Portugal, para dois espectáculos agendados para as cidades de Porto e Coimbra. No sábado, estará pelo Plano B (notícia Bodyspace). No domingo, desce a Coimbra para a Queima das Fitas, numa noite em que estarão também em palco os Gala Drop.
(É aquela vez, cada-vez-mais-frequente-ou-talvez-não-tanto-assim dos lisboetas ficarem a chuchar no dedo.)

E porque Braga é sempre tema

O lip-dub da Velha-a-Branca: