sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Regresso à esquerda

O bar LEFT, em Santos, está de volta. E logo há festa a sério, com vários dos giradisquistas habituais da casa a passarem pelos pratos (ainda sem grandes garantias, há Bailarico Sofisticado a partir das 3h da manhã).

Charadas #420

Um peixe de cartola.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Stars of the Lid no Nimas

Já era sabido que os Stars of the Lid, uma das coisas mais esperadas desde há longo tempo, está de malas arrumadas para dar cá um salto no próximo mês. Faltava saber onde. Em Lisboa, vai ser no cinema Nimas, a 6 de Dezembro. Os bilhetes custam 12 euros e podem ser comprados na AnAnAnA, na Carbono, na Flur, na Matéria Prima (a de Lisboa) ou ainda na ZDB, em dias de concerto. O concerto, que vai contar além de Adam Wiltzie e de Brian McBride com um quarteto de cordas e quatro projectores de 16mm, começa às 22h. Dois dias depois, é a vez de Braga os receber no Theatro Circo. Os bilhetes vão custar 8 euros e o concerto começa perto da meia-noite.

Mas há mais notícias da parte da Filho Único, que em conjunto com a ZDB promove o concerto de Lisboa dos Stars of the Lid. Para dia 9, a partir das 16h30, está agendada uma matinée no Maxime, com a participação dos norte-americanos Sic Alps, dos galeses Nawadaha, e dos "nossos" Tó Trips e DJ Milkshake. Os bilhetes custam 7 euros e estão a partir de hoje à venda na AnAnAnA e na Flur. Mas ainda anntes disto, os Sic Alps repartem com os Nawadaha uma noite que a Lovers & Lollypops está a promover no Meu Mercedes é Maior que o Teu, no Porto, a 7 de Dezembro. No dia seguinte, dia 8, é a vez dos Nawadaha tocarem sozinhos em Barcelos, no Auditório do Museu de Olaria.

Charadas #419

É um casamento. No meio da foto de família aparecem os elementos da banda, mas em figuras de cartão de tamanho real, como aquelas dos escritores que encontramos nos hiper-mercados.

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Charadas #418

Um pugilista. Ah, talvez não seja importante, mas tem seis dedos na mão direita...

terça-feira, 27 de novembro de 2007

Duas ou três coisas sobre Control

"Control" é um filme sóbrio. O caminho mais fácil para este tipo de filmes biográficos resume-se muitas das vezes à expressão de uma devoção histérico-religiosa pelo biografado, relevando ao limite do absurdo as suas qualidades e explorando a esfera privada como um mero sucedâneo da esfera mediática. Também há, ainda que menos frequente, o outro extremo, em que o artista desaparece por completo e dá lugar à pessoa normal, igual a tantos de nós. "Control", porém, encontra-se algures a meio termo. Mostra Ian Curtis, o miúdo que casou cedo demais, e Ian Curtis, o proto-ícone do rock. Não é apenas um ou apenas o outro. São sete anos do jovem Ian (1973 a 1980) que nos são contados pela sua própria viúva, sobre cujo livro se apoia o guião do filme. Temos o ponto de vista de alguém a que assistiu, ainda que deixada à margem, ao conflito pessoal vivido pelo seu marido. Entre os dois (ou mais) Ian Curtis que conheceu, entre as motivações e frustrações de ambos, há relações de causa-efeito, mas as interpretações finais são deixadas para o espectador, se se quiser dar a esse trabalho especulativo. Não entrar explicitamente pelos campos da psicanálise, das questões que ficaram por ser respondidas, é um trunfo de "Control" que nem sempre é habitual ver-se neste tipo de cinema.
Noutro aspecto, "Control" é também um filme rigoroso. Além de Deborah Curtis, o recentemente falecido Tony Wilson (patrão da Factory) e os actuais New Order acompanharam de perto a produção. Até Peter Saville, que desenhava as capas da Factory, incluindo as dos Joy Division, aparece nos créditos. As semelhanças físicas dos actores chegam a ser assustadoras (Bernard Sumner incrível, por exemplo) e as actuações (os actores aprenderam mesmo a tocar os temas) são extremamente convincentes. E quem se habituou a ver fotografias dos Joy Division e de Ian Curtis ao longo de todos estes anos, não deixará certamente escapar um sorriso em vários dos planos captados por Anton Corbjin ao longo do filme.

Charadas #417

O cenário é constituído por faixas pretas e brancas, verticais. Eles vestem fato preto, camisa branca, gravata preta. Ela está à frente deles, de vestido branco.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Charadas #416

Na semana passada, tivemos as cabras e as ovelhas. E que tal uma vaca leiteira agora?

sexta-feira, 23 de novembro de 2007

Charadas #415

Esta é mais difícil. Se ontem tínhamos as cabras mais famosas das capas de discos, hoje é a vez das ovelhas, embora muito menos conhecidas. E são sete ou oito, estendidas num típico relvado inglês, muito verde e com uma árvore e uma cerca ao fundo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Louie Louie em Lisboa

Adeus Carbono, olá Louie Louie. O Jorge Dias deixou a Carbono e vai abrir uma nova loja de discos em Lisboa. Extensão na capital das lojas que existem já no Porto e em Braga, a Louie Louie alfacinha situa-se perto do Teatro da Trindade, precisamente na rua Nova do Trindade, nº 8 (mesmo em frente à porta das traseiras do "Espaço Chiado"). Vai haver discaria de toda a espécie, nova, usada, CDs, LPs, 12", 7", etc. A inauguração acontece já este próximo sábado, a partir das 14h.
(Lá se vai o dinheiro para o resto do mês, para refeições e outras necessidades básicas...)

Charadas #414

Devem ser as cabras mais famosas da história de capas de discos.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Charadas #413

O autor está sentado. Ao lado, está um tipo de pé, com uma máquina fotográfica segurada pela alça numa das mãos.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

O vinil da vizinhança

Já aqui tinha falado, por citação do Sound & Vision, que a Valentim de Carvalho se prepara para reeditar no final deste mês uma série de discos perdidos no tempo, como o "Independança", dos GNR ou "Com uma Viagem na Palma da Mão", de Jorge Palma. A colecção de reedições tem nome -- "Do Tempo do Vinil" -- e não vai ficar pelos discos que então foram anunciados. E tem um blogue: dotempodovinil.blogspot.com.
(Agora, em jeito de provocação, e até porque a colecção tem este nome, porque não reedições também em... vinil?)

Charadas #412

Uma rapariga mergulha, em grande voo, para o rio, com uma ponte belíssima a servir de pano de fundo.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

O uivo da resistência

O lobo vai voltar. Dia 3 de Dezembro, António Sérgio vai voltar à rádio, pouco tempo depois de ter sido dispensado pela Comercial. O novo programa de Sérgio chama-se "Viriato 25" e vai ser emitido na Radar, todos os dias da semana, a partir das 23h.

Histórias Peel #1

Era o final do ano de 1973 (belo ano, por sinal) e Robert Fripp e Brian Eno tinham acabado de editar "No Pussyfooting". Porque a tecnologia necessária para a gravação destes temas era complexa demais, em vez de levar Fripp e Eno aos estúdios da BBC para gravar uma sessão como faziam todos os outros músicos, o produtor das Peel Sessions aceitou antes comprar uma gravação alternativa à do álbum. Estranhou que soasse tão diferente do que estava no disco e confirmou com a editora. Era aquela a fita, não havia qualquer dúvida. Na noite em que passou na rádio, Brian Eno ia a conduzir. Teve que encostar para telefonar à BBC: "Tenho que falar com John Peel, pois ele está a tocar o meu álbum de trás para a frente". "É o que todos dizem, senhor", ter-lhe-á respondido a telefonista, não passando a chamada. As editoras costumavam enrolar as fitas com o fim da parte de fora, ao passo que a BBC colocava o início. "Felizmente, apenas o Eno deu conta", conta o produtor John Walters.

in "The Peel Sessions - A story of teenage dreams and one man's love of new music", Ken Garner, BBC Books, 2007

Charadas #411

De uma entrada para uma estação de metro sai fumaça cor-de-rosa.

sábado, 17 de novembro de 2007

Por favor...

...se por um destes dias virem uma senhora nos seus setenta anos a atender um telemóvel com o toque do "She's Lost Control", tenham respeito. É a minha mãe, o telemóvel já foi meu e não me apeteceu mudar-lhe o toque.

A surpresa

Quem é que mais esperariam que vos tocasse uma versão acústica do "Ghostrider", dos Suicide? Os Young Gods?
Pois, e que bela versão. As rendições acústicas de "Gasoline Man", "Kissing the Sun" ou "Charlotte" entre algumas outras deram também lugar a óptimos momentos. Outras houve que eram perfeitamente dispensáveis, como aquela versão do "Freedom" do Richie Havens. Mas foi uma agradável surpresa.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

O carteiro é bom companheiro



The Peel Sessions: A Story of Teenage Dreams and One Man's Love of New Music

Acabado de chegar... PARECE TER TUDO!

Charadas #410

Esta capa é bastante curiosa. O amarelo torrado não condiz com o título do álbum, a não ser que fechemos os olhos depois de os fixarmos por algum tempo na capa. Título do álbum e nome do grupo aparecem em grandes letras sobre o que, há que fechar os olhos novamente, parece ser... erva?

Young Gods em modo poupança de energia ou talvez não



Mais logo à noite, há Young Gods no cinema São Jorge, num concerto inserido no festival Cosmopolis. Apenas mais um concerto de Young Gods? Não, nunca seria assim, mas este também não vai ser mesmo assim, por outras razões. É que vai ser acústico. Noutras ocasiões, Franz Treichler chegava a pegar na guitarra acústica, mas agora o compromisso é total. Até Al Comet larga os samplers onde roubava os sons das guitarras eléctricas e pega numa acústica. Quase tão chocante como ver o Conor Oberst tocar heavy metal.
Espreitem este vídeo (as outras partes também se encontram no youtube) para terem um cheirinho do que vai ser a noite de logo. Ou então em Portalegre, no sábado.

Que é feito desse tributo?

Há por aí, metido dentro de uma gaveta qualquer, um tributo aos Velvet Underground feito por bandas portuguesas. Há versões muito interessantes (a dos Hipnótica é uma, a dos Rose Blanket, que aqui pode ser escutada, é outra), mas o tempo passa a olhos vistos e nada sai cá para fora. O que se passa? Aquisição dos direitos?

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

As lendas do número de telefone 1111

Para começar, ainda é coisa rara que em Portugal se escreva sobre a história de músicos, sobre música, em geral, ou sobre o fenómeno do rock, em particular. O panorama tem vindo a mudar, é certo, mas ainda há muito caminho a percorrer. Até porque ainda mais raro é nos serem oferecidas histórias que nos cativem, tanto pela riqueza do que há para contar (e há tanta coisa por contar), como pela forma como nos são relatadas. E a biografia do Quarteto 1111, "As Lendas do Quarteto 1111", escrita pelo António Pires e recentemente dada à estampa, consegue preencher de forma perfeita esses dois requisitos.
Primeiro, a história do Quarteto 1111 é boa demais para que possa ficar esquecida nas presentes e futuras gerações. Talvez o livro do António venha enterrar de uma vez por todas a frase feita que atribui a paternidade do rock a outro. Talvez agora se entenda finalmente que nos anos 60 já havia quem pegasse em guitarras para fazer barulho e não só José Cid e companhia, como o livro faz bem em dar conta. E que, para acabar com outra ideia errada, não eram apenas os chamados cantores de intervenção que eram alvo da censura e da perseguição da polícia política do regime de então. As histórias que são contadas em "As Lendas do Quarteto 1111" revelam o desbravamento que bandas como o 1111 tiveram que fazer, mas também recuperam de forma deliciosa o lado burlesco e divertido dos excessos, dos sucessos e das falhas, que fazem parte de qualquer história de rock'n'roll, sem grandes constrangimentos a pesarem sobre a pena (e só quem escreveu sobre uma banda sabe o que isto quer dizer), sem deixarem de ter um cunho rigoroso e quase enciclopédico naquilo que foi uma sequência de factos importante demais para ficar adormecida na ignorância do público.
Segundo, o António Pires conta a história como poucos (quase nenhuns, atrever-me-ia) têm sabido fazê-lo. Com o saudável vício de entrevistador, o António conta a história do Quarteto 1111 quase sempre na primeira pessoa, dando aos protagonistas o seu devido papel ao longo das páginas do livro.
"As Lendas do Quarteto 1111" vêm confirmar o que para muitos já era uma evidência: José Cid é um músico de talento enorme e multifacetado. Vem também dizer a toda a gente que, afinal, Tó-Zé Brito é um gajo porreiro, um verdadeiro rocker. Ah, é verdade, ele faz anos hoje. Parabéns ao Tó-Zé Brito.

Charadas #409

Em cima, o título do álbum. Em baixo, uma fotografia com um ar bastante funéreo e por isso controverso, porque o álbum saiu depois de... não interessa. Aquelas estátuas fazem mesmo parte do túmulo de uma família genovesa. Mas quem a escolheu, o tipo que fez a generalidade das capas desta editora, fê-lo antes da... não interessa.

quarta-feira, 14 de novembro de 2007

O myspace dos Mão Morta



Agora em versão oficial.
myspace.com/maomorta

Stars of the Lid, Sic Alps e outros em Dezembro

Para quem gosta de texturas sonoras relaxantes, não há como perder os Stars of the Lid em Dezembro (dia 6 em Lisboa, em local ainda a confirmar, e dia 8, em Braga, no Theatro Circo).
Noutro quadrante mais agitado, também não há como perder os concertos dos Sic Alps no mesmo mês (dia 7 no Porto, em local a anunciar, e dia 9 em Lisboa, no Maxime).

Charadas #408

É a apanha da maçã. São maçãs, não são? Pelo menos, três senhores de alguma idade dedicadam-se à apanha de um fruto das árvores. Dois deles têm escadotes para o fazer. Há alguns caixotes espalhados pela alameda que corre entre as árvores.

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Charadas #407

É um óleo sobre tela. É, não é preciso dizer muito mais.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

É feio escutar as conversas alheias

Um yuppie dizia hoje para outro, à hora de almoço:

- Vi os National [em Inglaterra]. Pá, é aquilo a que agora se chama indie rock... Para a semana é que vai lá haver hard rock. São os Black Rebel Motorcycle Club. É bom, é hard rock!

Lembram-se do Pluramon?

Lembram-se daquele alemão que aqui há anos assinava discos de electrónica a roçar pelo pós-rock na Mille Plateaux? Vai estar ao vivo no Du Arte Lounge, no Casino do Estoril, por ocasião do European Film Festival, com a companhia da voz de Julee Cruise. É nesta próxima quinta-feira.

Mais duas ou três coisas sobre o Barreiro Rocks

Começo por arrumar desde já as coisas más. O som no pavilhão dos ferroviários é, quase sempre, uma "ganda jarda", uma torrente de milhares de trajectórias acústicas que afundam o som numa amálgama que roça o imperceptível. Os Black Lips, por exemplo, sofreram com isso, mas também por culpa própria. Não se tivessem atrasado, teriam tido tempo para um sound check e para um som que se entendesse. Mais, aos DJs, tanto os do Wonderland Club como o Shimmy, foi-lhes dado pouco espaço na noite, no meio das atribulações para mudanças de palco para a pós-festa. Como já é hábito, diz-se, o público é essencialmente constituído por barreirenses ou outros margem-sulistas, por espanhóis e pelas entourages das outras bandas. Como se costuma dizer, é mais fácil encontrar por lá um espanhol do que um lisboeta. E o barco demora apenas um quarto de hora a atravessar o rio. E os ferroviários são ali mesmo ao lado.
Arrumadas que estão as coisas más, diga-se então que o Barreiro Rocks é muito mais do que estes problemas. É um encontro anual entre amigos que aproveitam ao máximo estas duas noites de deboche até às tantas da manhã. É um clima de festa que só é apreendido por quem já lá foi e, daí, fica com vontade de regressar todos os anos. Em que outro sítio se encontra um simpático senhor de 79 anos, o grande Crooner Vieira (vejam no youtube!), a cantar Tom Jones, Elvis Costello, Frank Sinatra e outros na apresentação das bandas? Houve concertos óptimos, como os de duas das bandas portuguesas em cartaz, os Born a Lion e os Green Machine, ou como o da dupla italiana Mojomatics, houve coisas que fizeram lembrar os festivais de hardcore de escolas secundárias nos anos 80, com os ingleses Hipshakes, cheios de sangue na guelra.
Dá vontade de imitar a voz de um qualquer locutor de rádio dos anos 60 e dizer que "foram duas belas noites de róque". Para o ano há mais.

Charadas #406

Há um macaco com um halo na cabeça. Há números e desenhos geométricos. É mais uma grande capa de um tipo que desenhou para quase todos os discos desta editora.

Rescaldo do fim-de-semana

Os ouvidos estão numa de greve e o corpo numa de jetlag.
(Viva o Barreiro Rocks, viva a malta da margem sul, vivam os espanhóis que acorrem em maior número que os lisboetas. Para o ano há mais!)

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Charadas #405

A fotografia pertence um filme. Alguém está deitado, como que morrendo. Não é uma senhora, não. É um dos maiores actores franceses de sempre.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Charadas #404

A namorada do vocalista veste-se de Rei Artur. Usa um elmo medieval com três pontas e segura um falcão enquanto vislumbra uma paisagem mística.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

O próximo fim-de-semana é Brr!

Onetwothreefour! No calendário do roquenró, este é o fim-de-semana do ano. É o fim-de-semana do Barreiro Rocks, o festival que a Hey Pachuco, um colectivo de indivíduos que nasceram e cresceram no Barreiro (só para dar conta do estado mental de tais pessoas), leva a cabo todos os anos. Sexta-feira e sábado, o Barreiro transformar-se-á na capital ibérica do rock de garagem, do punk, do surf. O pavilhão ferroviários será o saloon deste far west em que as seis cordas de uma guitarra fazem lei. E também há cerveja, um ou outro disparate menor, cerveja, números diversos de circo, cerveja e, bom, muito rock'n'roll. E cuidado com o rio ali mesmo ao lado. As taínhas vão estar com os dentes afiados desde os primeiros riffs.

E quem vai mandar na festa? O destaque deste ano vai para o regresso dos norte-americanos Black Lips, que já ali estiveram em 2005. Nitidamente influenciados pelo rock psicadélico dos anos 60 (Sonics, Seeds, Kim Fowley, etc.), os Black Lips já aparecem no Conan O'Brien, já são remisturados pelo Diplo, enfim, já não são os quatro miúdos que, vindos do nada, provocaram o grande estrondo, diz-se, no festival de há dois anos. Mas "Good Bad Not Evil", o novo álbum, apenas vem mostrar que, enfim, perder o concerto deles neste próximo sábado seria uma das coisas mais estúpidas deste ano...

Mas há mais, muito mais. Comecemos pela sexta-feira. A abrir, os Born a Lion, um trio da Marinha Grande, em que o baterista é também vocalista. Blues com garra de rock cabeludo, Yardbirds ou Motörhead sem verrugas. Depois, e vindos de Sheffield, em Inglaterra, mais um trio, The Hipshakes. Punk com muitas borbulhas, de uma cidade que nos anos 80 era mais conhecida pelos sintetizadores do que pelas guitarras. A primeira banda espanhola (a bem da verdade, galega!) a surgir no cartaz deste ano são os Samesugas. E são mais um trio. Fazem lembrar os "nossos" Vicious Five, que estiveram na edição do ano passado do Barreiro Rocks. O palco principal fecha com The Marahajas. Não, não são mais um trio. Desta vez são quatro e vêm da Suécia com algo que deve mais à América dos anos 60, do rock de garagem, dos psicadélicos que qualquer outra coisa que imaginemos na Escandinávia.
A sexta-feira não acaba assim. Já é tradição a pós-festa do Barreiro Rocks e este ano nem é preciso sair do pavilhão dos Fevorriários. Pelo resto da noite, vai haver ainda Tracy Lee Summer, Rob K & Uncle Butcher (que têm mais datas marcadas para o Lisboa, Porto e Coimbra) e o grande final com a discaria do sempre mui recomendável Wonderland Club.

E no sábado? Primeiro, Capitán Entresijos, uma dupla madrilenha que vêm substituir os Tres Delicias do cartaz. Depois, os portugueses Green Machine, que voltam ao Barreiro Rocks, agora com direito a palco principal. Já se falou muito deles aqui... porque são bons. De seguida, surgem, os italianos The Mojomatics, mais um duo guitarra-bateria, para a festa acabar em grande com os já mencionados Black Lips. Eu disse acabar? Não! Ainda há mais festa até à manhã de domingo, com mais prata da casa, através dos Act-Ups, dos espanhóis Los Chicos (é como se fossem do Barreiro, já que estão sempre lá batidos por esta altura do ano) e o homem dos sete polegadas, o DJ Shimmy, que volta a encerrar mais uma edição do Barreiro Rocks e que também passou a ser conhecido como "o cabrão que foi ver o concerto de regresso dos Sonics".

Pormenores práticos: os bilhetes custam €20 para os dois dias (ou menos €5 para quem for apenas um dia). Quem quiser entrar apenas para as pós-festas, tem que pagar bilhete de €5. Os concertos começam, em ambos os dias, às 22h, e acabam sabe-se lá quando (nunca depois das 22h do dia seguinte, presume-se). O pavilhão do GD dos Ferroviários fica muito perto da estação dos barcos. Para mais coisas, é favor ir ao myspace do festival (www.myspace.com/barreirorocks) ou ao forum da Hey Pachuco.
Agora, cuidado com o rio e com as taínhas assassinas!

Myspaces das bandas e djs:

Born a Lion myspace.com/bornalionband
The Hipshakes myspace.com/thehipshakes
Samesugas myspace.com/samesugas
The Maharajas myspace.com/themaharajas
Tracy Lee Summer myspace.com/tracyleesummer
Rob K & Uncle Butcher myspace.com/thejazzangels
Wonderland Club myspace.com/lovefingerclub

Capitán Entresijos myspace.com/capitanentresijos
Green Machine myspace.com/greenmachinesucks
The Mojomatics myspace.com/themojomatics
The Black Lips myspace.com/theblacklips
The Act-Ups myspace.com/actups
Los Chicos myspace.com/loschicosrocks
DJ Shimmy myspace.com/djshimmyusa

Pára tudo!

(Conforme deixava antever a resposta de Alex Hacke relativamente a próximos concertos...) Einstürzende Neubauten na Casa da Música e na Aula Magna, dias 3 e 4 de Maio de 2008, respectivamente.

Charadas #403

É um desenho da cauda de um Boeing. No lugar do emblema da companhia aérea surge o nome dos autores do álbum. Na contracapa percebe-se que o avião se esborrachou contra uma montanha. Parece até a beata de um cigarro.

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Que é feito de si?

Isto bem podia ser o início de uma nova rubrica. Hoje, em conversa com amigos, veio-me à memória Anton Fier, baterista que tocou nos Feelies, nos Lounge Lizards, nos Voidoids, que fundou os magníficos Golden Palominos e que colaborou com um largo número de pessoas como John Zorn, Bill Laswell, David Thomas, Peter Blegvad, etc. (uma lista bastante extensa dos discos em que Fier trabalhou pode ser vista aqui).
A verdade é que desde há alguns anos para cá que lhe perdi o rasto. Por andas tu, Anton Fier? Dá notícias!

Charadas #402

Do lado direito da capa, o nome da banda e o título do disco, um trocadilho rock. Do lado esquerdo, uma figura grotesca emerge da sobreposição das caras dos elementos da banda. E há mais na contra-capa e lá dentro. Autênticas aberrações, pá.

sexta-feira, 2 de novembro de 2007

Da terra de Bor

A editora Bor Land faz sete anos e continua a passar por cima da visão pessimista que assombra toda a indústria discográfica, das majors às independentes, com o mesmo objectivo de sempre, dar visibilidade aos pequenos, mostrando que afinal são grandes. E grandes, muito grandes mesmo, são os dois discos acabados de lançar. No panorama dos formatos, que cada vez fazem mais lei na forma como é oferecida a música, Norberto Lobo e Lobster estariam em campos diametralmente opostos. Mas na terra de Bor, isso nunca fez sentido. E ainda bem.

Norberto Lobo, guitarrista nos Norman, estreia-se a solo com "Mudar de Bina", trazendo a escola da guitarra dedilhada de John Fahey e discípulos para um contexto intrinsecamente português (parediano, se quisermos), como se dois mundos se abraçassem com a maior das naturalidades. Para melhor se entender a imagem deste abraço, talvez se possa ir buscar paralelamente os cruzamentos dos Dead Combo entre Ennio Morricone e o fado. Norberto dedilha a guitarra de forma exímia e não deixa sequer que da versão de "Mudar de Vida", de Carlos Paredes, transpareça qualquer sensação de sacrilégio. Um ouvido português sentiria isso à mínima falha. Um ouvido português delicia-se com este "Mudar de Bina". É novo e é antigo. É provocador e é respeitador. É estrangeiro e é nosso. É pai e mãe dando-se da melhor forma.

Depois das edições electrónicas via Merzbau, depois de inúmeros concertos por esse país fora, o duo terrorista formado por Ricardo Martins e Guilherme Canhão, os Lobster, estreia-se com "Sexually Transmitted Electricity", um compêndio arrasador de duelos instrumentais entre bateria e guitarra que, por vezes, encontra paralelo nos combates bateria & baixo dos Lightning Bolt. "Keep it Brutal", lema que dá nome a uma das faixas do disco, descreve perfeitamente a fúria que os dois músicos entregam à interpretação destes duelos, sem resvalar para o facilitismo, sem nunca deixarem de mostrar que dominam com perfeição as armas que escolheram.

Lobster e Norberto Lobo, este na primeira parte de Daniel Higgs, tocam hoje no Audiório de Vieira do Minho e no Maxime, respectivamente, para amanhã se juntarem no mesmo palco (já se disse, na terra de Bor é isto que faz sentido e ainda bem) no Passos Manuel (Porto). Mais concertos virão, que tanto um como os outros são animais de palco.

Charadas #401

Parece quase um filme negro. Um homem jaz morto no passeio. Mais abaixo, nesse mesmo passeio, encontra-se a provável arma do crime, um revólver.