"Ela veio da G... com sede de conhecimento."
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#236 - Van Morrison - Gloria
#235 - The Clash - Guns of Brixton
#234 - The Beatles - Helter Skelter
#233 - David Bowie - Rebel Rebel
#232 - The Rolling Stones - Gimme Shelter
#231 - Bob Marley - Redemption Song
#230 - Nick Cave & The Black Seeds - Jack the Ripper
#229 - The Velvet Underground - All Tomorrow's Parties
sexta-feira, 30 de junho de 2006
Novas formas de classificação
Há que acabar com o sistema dos números (5/10, 7/10, por ex.). Está visto demais. Ontem, a minha camarada SA falava da Petra dos Nobody's Bizness, durante mais um concerto nas catacumbas, como tendo uma "voz mete-nojo". Percebe-se, evidentemente, que a SA também canta, mas não é de todo descabido que qualquer um possa adoptar um sistema a partir desta dica genial. Dir-se-ia, por exemplo, que o disco X é mete-nojo. Já o disco Y, que é melhor que o disco X, seria o mete-muito-nojo. A trampa do ano, o disco Z, seria simplesmente nojo. Com duas ou três palavras constrói-se um sistema ideofónico perfeito.
Já no Incógnito, tive oportunidade de ensaiar outro sistema de classificação que vou passar a adoptar daqui para diante em relação aos giradisquistas. O Hugo Moutinho aka Mr. Mitsuhirato, que ontem estava a passar discos, é "um giradisquista que passa o Sex Beat dos Gun Club" (tradução: é um bom giradisquista, um 8/10, por ex.). Mas tenho a certeza de que se ficasse até ao fim da noite, ainda teria oportunidade de o classificar como "giradisquista que passa o Sex Beat dos Gun Club e o Teenage Kicks dos Undertones" (o que é um patamar ainda superior)...
Já no Incógnito, tive oportunidade de ensaiar outro sistema de classificação que vou passar a adoptar daqui para diante em relação aos giradisquistas. O Hugo Moutinho aka Mr. Mitsuhirato, que ontem estava a passar discos, é "um giradisquista que passa o Sex Beat dos Gun Club" (tradução: é um bom giradisquista, um 8/10, por ex.). Mas tenho a certeza de que se ficasse até ao fim da noite, ainda teria oportunidade de o classificar como "giradisquista que passa o Sex Beat dos Gun Club e o Teenage Kicks dos Undertones" (o que é um patamar ainda superior)...
quinta-feira, 29 de junho de 2006
Lá no morro, que é lugar de tirar onda
O que fazem os Think of One? Não há uma resposta única possível, porque esta trupe de flamengos já se meteu com a música do Brasil, de Marrocos, do Congo, das Balcãs, etc., dando-se ao luxo de pegar no jazz, no rock (e até mesmo no hardcore, como acontece no tema "Tahina") e misturar tudo como se fosse a coisa mais normal do mundo. Ontem, trouxeram ao Parque Mayer (Teatro Variedades) o capítulo das viagens pelo nordeste brasileiro, presente em discos como "Chuva em Pó" e o mais recente trabalho, "Tráfico". Nos seus mais de sessenta anos de idade, seria a Dona Cila do Côco a captar a maior atenção dos presentes, com a jovialidade e apego com que se entrega aos desvarios dos excelentes músicos flamengos e brasileiros que se espalhavam pelo palco. Cedo se instalou uma enorme festança, com as percussões a mandarem quase o teatro desta para melhor. Ao vivo, os Think of One excedem-se a um ponto quase inimaginável para quem os conhece dos discos. É um dos concertos do ano. Fica o aviso para quem ainda está indeciso para ir ao MED de Loulé: eles tocam lá hoje.
(Oiçam qualquer coisa em: www.thinkofone.be)
(Oiçam qualquer coisa em: www.thinkofone.be)
Charadas #237
"Escuta os orgãos. Tocam para ti. Que melodia terrível! Espero que gostes. É bonito, não?"
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#236 - Van Morrison - Gloria
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#233 - David Bowie - Rebel Rebel
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#229 - The Velvet Underground - All Tomorrow's Parties
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quarta-feira, 28 de junho de 2006
Todos a Loulé!
À terceira edição, o Festival MED de Loulé apresenta um cartaz enorme e recheado de um conjunto de bons nomes das músicas do mundo actuais. De hoje até domingo, vão passar pelo palco principal:
? Yasmin Levy (Israel) e Cristina Branco (Portugal) - hoje;
? Think of One (Bélgica - a propósito, eles também passam hoje pelo Parque Mayer, em Lisboa) e Capercaillie (Escócia) - amanhã;
? Amparanoia (Espanha) e Souad Massi (Argélia) - sexta-feira;
? Manecas Costa (Guiné-Bissau) e Babylon Circus (França) - sábado;
? Marenostrum com Maria Alice (Portugal/Cabo Verde) e Orchestre Nacional des Barbés (Argélia)
Nos outros palcos há também a presença de muitos grupos portugueses (Al-Driça, Dazkarieh, Mandrágora, etc.), dos irlandeses Klonakity e dos marroquinos Samarcanda, entre outros, prevendo-se ainda animação pela noite dentro com os DJs de serviço.
Sítio oficial: www.festivalmed.com.pt
? Yasmin Levy (Israel) e Cristina Branco (Portugal) - hoje;
? Think of One (Bélgica - a propósito, eles também passam hoje pelo Parque Mayer, em Lisboa) e Capercaillie (Escócia) - amanhã;
? Amparanoia (Espanha) e Souad Massi (Argélia) - sexta-feira;
? Manecas Costa (Guiné-Bissau) e Babylon Circus (França) - sábado;
? Marenostrum com Maria Alice (Portugal/Cabo Verde) e Orchestre Nacional des Barbés (Argélia)
Nos outros palcos há também a presença de muitos grupos portugueses (Al-Driça, Dazkarieh, Mandrágora, etc.), dos irlandeses Klonakity e dos marroquinos Samarcanda, entre outros, prevendo-se ainda animação pela noite dentro com os DJs de serviço.
Sítio oficial: www.festivalmed.com.pt
Charadas #236
"Queria falar-te da minha miúda. Tu sabes que ela aparece por aí, com o seu metro e sessenta da cabeça até ao chão..."
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terça-feira, 27 de junho de 2006
Charadas #235
"Quando eles te rebentarem a porta da frente, como vais reagir? Levas as mãos à cabeça ou ao gatilho da tua arma?"
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segunda-feira, 26 de junho de 2006
Finalmente, um hype em grande
Grandmaster Flash, Atmosphere, Diplo, Massive Attack, DJ Marlboro, Kudu, Buraka Som Sistema, Téléphatique e Mary B (DJ Oxigénio). Tudo isto, dia 8 de Julho, no Terrapleno de Santos, em Lisboa. Bilhetes a 30 euros.
Charadas #234
"Quando chego ao fim, volto ao início do escorrega."
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O codfish cowboy vem aí de novo
Diz o Disco Digital: Howe Gelb está de volta a Portugal. Desta vez, o codfish cowboy apresenta-se no Lisboa Soundz, a 22 de Julho (ainda não há informações a respeito do festival por parte da Música no Coração, mas o mesmo dever-se-á voltar a realizar em Algés). Do cartaz fazem também parte Strokes, She Wants Revenge, Los Hermanos, Dirty Pretty Things e We Are Scientists.
sábado, 24 de junho de 2006
Legendas cómicas #2
Filme: The Filth and the Fury, documentário de Julien Temple sobre os Sex Pistols
Cena (ou melhor, cenas): Sempre que alguém fala em "gig", a tradução é... "biscate", como em "tivemos um biscate em Los Angeles"...
Cena (ou melhor, cenas): Sempre que alguém fala em "gig", a tradução é... "biscate", como em "tivemos um biscate em Los Angeles"...
sexta-feira, 23 de junho de 2006
Charadas #233
"Tens a tua mãe numa agitação... Ela não sabe se és um rapaz ou uma rapariga."
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Vicissitudes
Um tipo vem da festa de finalistas da creche do seu filho, de olhos húmidos de alegria, para se agarrar à tarefa de escrever um artigo sobre os Current 93. Não é fácil, mesmo sabendo que Maldoror já não mora no coração deste renovado David Tibet. Bom, mas o melhor é meter mãos à obra, que o prazo para entrega do artigo aperta e a net paga-se neste cyber café.
quinta-feira, 22 de junho de 2006
W2
Sai amanhã, uma vez mais com o Público, o nº2 da W, revista dedicada às músicas do mundo. O destaque vai para a lista 50 concertos imperdíveis neste Verão.
Charadas #232
"Uma tempestade ameaça a minha vida hoje. Se não arranjo um abrigo, sim, vou desaparecer."
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#231 - Bob Marley - Redemption Song
#230 - Nick Cave & The Black Seeds - Jack the Ripper
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quarta-feira, 21 de junho de 2006
A festa "da nova" Blitz
Hoje há festa de lançamento, no Lux, a partir das 22h. Os convidados prometem:
Soul Jazz Records Sound System com Scotty B
SP & Wilson
Macaco
Blasted Mechanism
...e ainda uma surpresa intencional (diz-se que será com Matisyahu, o judeu que amanhã levará o seu reggae ao Coliseu dos Recreios).
Soul Jazz Records Sound System com Scotty B
SP & Wilson
Macaco
Blasted Mechanism
...e ainda uma surpresa intencional (diz-se que será com Matisyahu, o judeu que amanhã levará o seu reggae ao Coliseu dos Recreios).
Charadas #231
Velhos piratas, sim, roubaram eu.
#230 - Nick Cave & The Black Seeds - Jack the Ripper
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#229 - The Velvet Underground - All Tomorrow's Parties
A mudança de sexo
À(s) primeira(s) vista(s), a promessa do último editorial do Blitz (jornal) parece estar ganha. O número 1 da Blitz (revista) traz, aparentemente, o que se espera de uma publicação mensal de música popular. De âmbito generalista, procura ir a toda a pop, sem se perder pelo meio, como acontece em tantos outros exemplos, o que era talvez a maior crise de identidade redactorial do Blitz (jornal). Com peridiocidade mensal e dimensão alargada (124 páginas), consegue, como não é habitual por cá, dar tratamento de fundo a alguns assuntos, algo que era impossível no Blitz (jornal). Veja-se o artigos de Chris Jagger em relação à banda do seu irmão (e também o texto da Rita Vozone sobre os mesmos) ou Rita Marley escrevendo a respeito do seu companheiro de sempre. E esta não é uma revista de notícias, entrevistas e críticas. A excessiva formatação não impera aqui e encontram-se, amiúde, caixas, caixotes e caixinhas com curiosidades, entrevistas feitas de forma não padronizada, artigos feitos à medida do momento actual (como este que fala das apostas no mundial), entre outras manifestações de fuga à normalidade.
Para primeiro número, a Blitz entrou como aquele grupo que ganha um concerto ao abrir com um tema desgarrado. Convém é que não passe pelo síndroma do outro grupo ao qual se acaba a inspiração para fazer um segundo álbum tão bom quanto o primeiro.
Para primeiro número, a Blitz entrou como aquele grupo que ganha um concerto ao abrir com um tema desgarrado. Convém é que não passe pelo síndroma do outro grupo ao qual se acaba a inspiração para fazer um segundo álbum tão bom quanto o primeiro.
terça-feira, 20 de junho de 2006
Hoje, por Lisboa
No Teatro Variedades (Parque Mayer), o tributo a Thelonius Monk conduzido pelo Alexander von Schlippenbach's Monk Casino (22h). Na ZDB, os históricos Acid Mothers Temple (22h, com primeira parte dos portugueses, err..., Electrodomésticos).
Charadas #230
"Arranjei uma mulher que governa a minha casa com punho de ferro."
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#229 - The Velvet Underground - All Tomorrow's Parties
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segunda-feira, 19 de junho de 2006
Charadas #229
As charadas estão de volta. E esta nova série reza assim:
"E que vestido deverá a rapariga pobre usar."
Pede-se nome do grupo/artista e da canção. Como habitualmente, a série termina assim que alguém chegar às dez respostas certas.
"E que vestido deverá a rapariga pobre usar."
Pede-se nome do grupo/artista e da canção. Como habitualmente, a série termina assim que alguém chegar às dez respostas certas.
Pela noite dentro no FMM Sines
Está já definido o menu de pratos a girar pela noite dentro após os concertos no Festival de Músicas do Mundo em Sines:
Em Porto Covo,
21: BURAKA SOM SISTEMA
22: RAQUEL BULHA & JOÃO PEDRO
23: SINGLE AGAIN
24: GONÇALO FROTA & ANTÓNIO PIRES
25: MANUEL CALAPEZ & LEG CURL VIDEOS
Em Sines,
26: UNITY SOUND CREW
27: DJ YGGDRASIL
28: DJ MANKALA & FREESTYLAZ
29: BAILARICO SOFISTICADO
Mais informação sobre cada uma das sessões no site oficial.
Em Porto Covo,
21: BURAKA SOM SISTEMA
22: RAQUEL BULHA & JOÃO PEDRO
23: SINGLE AGAIN
24: GONÇALO FROTA & ANTÓNIO PIRES
25: MANUEL CALAPEZ & LEG CURL VIDEOS
Em Sines,
26: UNITY SOUND CREW
27: DJ YGGDRASIL
28: DJ MANKALA & FREESTYLAZ
29: BAILARICO SOFISTICADO
Mais informação sobre cada uma das sessões no site oficial.
De volta
De volta da intensa e majestosa Istambul, aproveito para roubar uma imagem ao vizinho JG. Eis a capa do novo, perdão, da nova Blitz:
O primeiro número desta nova vida do Blitz sai para as bancas no dia 21, ao preço de lançamento de um euro (os números seguintes terão o preço de capa de 2,5 euros e sairão na última sexta-feira de cada mês).
O primeiro número desta nova vida do Blitz sai para as bancas no dia 21, ao preço de lançamento de um euro (os números seguintes terão o preço de capa de 2,5 euros e sairão na última sexta-feira de cada mês).
segunda-feira, 12 de junho de 2006
Um grito
De amanhã até domingo, estarei por aqui:
Istambul, 2.45 da manhã. O ininteligível vozear da turba multicolorida do Grande Bazaar, na sua azáfama mercantil, e o insistente zumbido provocado pela amálgama de apitos e motores dos veículos a cruzarem a ponte Galata, deram lugar à quietude. Da janela do quarto avista-se o porto e as milhentas luzes dos navios ancorados; a cidade mergulha em socalcos até ao Bósforo, com os minaretes das mesquitas a riscarem o céu. Está um calor infernal, abafado. Uma ligeira aragem transporta uma longínqua canção árabe, que entra pelo quarto na sua hipnótica languidez... De repente, um grito! (...)
(Adolfo Luxúria Canibal)
Istambul, 2.45 da manhã. O ininteligível vozear da turba multicolorida do Grande Bazaar, na sua azáfama mercantil, e o insistente zumbido provocado pela amálgama de apitos e motores dos veículos a cruzarem a ponte Galata, deram lugar à quietude. Da janela do quarto avista-se o porto e as milhentas luzes dos navios ancorados; a cidade mergulha em socalcos até ao Bósforo, com os minaretes das mesquitas a riscarem o céu. Está um calor infernal, abafado. Uma ligeira aragem transporta uma longínqua canção árabe, que entra pelo quarto na sua hipnótica languidez... De repente, um grito! (...)
(Adolfo Luxúria Canibal)
sexta-feira, 9 de junho de 2006
Programa para hoje
Se os ouvidos não ficarem arrumados logo ao primeiro assalto, dado pelos CAVEIRA na Feira do Livro de Lisboa, vai haver oportunidade de assistir à estreia mundial em palcos (?) dos La Dolce Vita, no Maxime.
Mas quem raio são os La Dolce Vita? É o power trio de Michael Imperioli, actor da série Sopranos, que por cá se encontra a gravar o novo filme de Paul Auster, "The Inner Life of Martin Frost". Será que o escritor-realizador vai aparecer também? Mas, e esta é que é a pergunta realmente importante, será que Iréne Jacob, aquela que já foi considerada a actriz mais bonita do cinema actual pelo tipo que está a escrever isto, vai aparecer?
(CAVEIRA - Feira do Livro, 22h, entrada gratuita; La Dolce Vita - Maxime, 23h30, 10 euros)
Mas quem raio são os La Dolce Vita? É o power trio de Michael Imperioli, actor da série Sopranos, que por cá se encontra a gravar o novo filme de Paul Auster, "The Inner Life of Martin Frost". Será que o escritor-realizador vai aparecer também? Mas, e esta é que é a pergunta realmente importante, será que Iréne Jacob, aquela que já foi considerada a actriz mais bonita do cinema actual pelo tipo que está a escrever isto, vai aparecer?
(CAVEIRA - Feira do Livro, 22h, entrada gratuita; La Dolce Vita - Maxime, 23h30, 10 euros)
quinta-feira, 8 de junho de 2006
Bailarico Sofisticado no FMM Sines
A acabar o festival, junto à praia e pela manhã fora.
(E o Mário Dias que tenha cuidado que há também o reatar do duelo prometido, desta vez para Porto Covo.)
(E o Mário Dias que tenha cuidado que há também o reatar do duelo prometido, desta vez para Porto Covo.)
E mais um amigo na vizinhança
Mais um amigo que entra para este bairro cada vez mais acolhedor. O António Pires já tem o seu blogue. Chama-se Raízes e Antenas e fica aqui ao virar da esquina: raizeseantenas.blogspot.com.
António, quando precisares de sal ou assim, toca à campaínha.
(Por este andar, qualquer dia, ainda nos fazem pagar IMI para termos blogues...)
António, quando precisares de sal ou assim, toca à campaínha.
(Por este andar, qualquer dia, ainda nos fazem pagar IMI para termos blogues...)
Ela vai voltar
Informa o grande César, do Quantum Ducks, que a francesa Cécile Schott (vamos, tentem descobrir quem é ou que pseudónimo costuma usar) vai voltar a Portugal, para pelo menos um concerto nos Encontros de Música Experimental, em Setúbal, a 7 de Outubro. Ainda falta muito...
quarta-feira, 7 de junho de 2006
segunda-feira, 5 de junho de 2006
Bazar Juramento
A minha mulher tem um bilhete à venda para os dois dias do act II do SBSR, que decorre na quarta e quinta-feira, com a presença de Franz Ferdinand, dEUS, Editors, 50 Cent, entre muitos outros. O bilhete está à venda por 35 euros. Interessados, por favor, contactem-me: vitor (ponto) junqueira (at) gmail (ponto) com.
ACTUALIZAÇÃO: VENDIDO! ;)
ACTUALIZAÇÃO: VENDIDO! ;)
Hoje e amanhã
DEERHOOF ao vivo...
...hoje, a bordo do Porto Rio, com a primeira parte de Alla Pollaca (23h - 8 euros).
...amanhã, no Lux, com a primeira parte de Lobster (23h - 12 euros).
sexta-feira, 2 de junho de 2006
As 40 horas non stop de Serralves
Vai ser um fim-de-semana em grande lá para os lados da Fundação de Serralves, mais uma vez. Ao todo, serão 40 horas ininterruptas e mais de 70 actividades, entre música, exposições, teatro, performance, cinema, circo, oficinas nos mais diversos temas, etc.
A odisseia começa às 8h da manhã de sábado e dura até às 24h de Domingo. O PDF com o programa está disponível aqui.
A odisseia começa às 8h da manhã de sábado e dura até às 24h de Domingo. O PDF com o programa está disponível aqui.
quinta-feira, 1 de junho de 2006
ENTREVISTA: Badawi aka Raz Mesinai, o nómada
Raz Mesinai nasceu em 1973 em Jerusalém, mas desde muito novo que Nova Iorque é a sua cidade. E se ele sabe dizer onde fica a sua casa, mais difícil é tentar encontrar-lhe residência fixa na música. À parte das tradições médio-orientais que lhe correm no sangue, Mesinai tem vindo a absorver e a unir diversas outras formas de entender e trabalhar a música, da electrónica pura à electro-acústica, das técnicas do dub aos esoterismos do jazz moderno, do gira-discos de uma festa ao piano de cauda de um concerto. O seu currículo é igualmente diversificado, destacando-se as experiências na cena "illbient", com DJ Spooky e DJ Olive, as ligações à cena nova-iorquina que circula em torno de John Zorn, a sonorização de filmes e uma extensa e variada discografia repartida por várias editoras, como a Asphodelic, a ROIR ou a Tzadik.
"Safe" é o título do novo álbum editado sob o nome Badawi (provavelmente, o último). Desde logo, ajuda a perceber, para quem não conhecia nada até agora, que a biografia não era enganadora. Por ali passa mesmo um pouco disto e daquilo, num trabalho de fusão que é mais do que um simples trabalho de fusão e que só está ao alcance de verdadeiros músicos nómadas como Raz Mesinai (Bill Laswell, Jah Wobble e Marc Ribot seriam outros exemplos).
Raz Mesinai vai estar em Portugal, ao vivo, já neste próximo fim-de-semana. Na sexta-feira, dia 2, toca em Lisboa, na ZDB, num cartaz que inclui ainda Bryan Eubanks e Natasha Anderson (o 1º concerto começa às 23h). No dia seguinte, toca no Porto, inserido no programa das 40 horas non-stop da Fundação Serralves (o concerto de Mesinai está marcado para as 20h30).
E, agora, a entrevista, realizada recentemente por email:
Eyvind Kang na viola d?arco, Mark Feldman no violino, Marc Ribot na guitarra e toda a outra gente. Mais uma vez, reuniu um ensemble notável. Como conheceu e como veio a trabalhar no seio da cena downtown nova-iorquina?
O Elliot Sharp convidou-me para tocar numa das suas performances no The Cooler quando eu tinha cerca de 20 anos. Isso fez-me pensar muito em improvisação e eu acabei por me tornar frequentador habitual da cena, conhecendo mais tarde o John Zorn assim como muitos outros. Sempre fui um nómada que vaguei por várias cenas.
Como é que se processa, isto é, funciona como um grupo em tempo real, eventualmente respondendo a si como director, ou grava-os separadamente?
É uma coisa que varia de disco para disco. Tenho que chegar à melhor forma de obter um determinado efeito a partir dos músicos. Passa-se algo parecido com um director musical, mas eu também tenho composto muita música em papel primeiro.
Poder-se-á dizer que prossegue com o seu passado enquanto giradisquista, ao lado de DJ Olive e DJ Spooky? Isto é, colecciona e transforma as peças dos outros no seu trabalho próprio e único?
Na verdade, não. O giradisquismo é uma forma de xamanismo e também uma boa maneira de apreender o ritmo universal de que ando à procura.
Educado nas tradições médio-orientais, contaminado pela cena electro de NY e por tudo o resto como o hip hop, o dub, as novas formas do jazz, a composição clássica, as músicas do mundo, etc., acabou por dominar diferentes noções de música: os propósitos, as técnicas, os instrumentos, etc. Verdade ou não, os franceses dizem que ?Qui a deux femmes perd son ame, qui a deux maisons perd sa raison?. Como lida com isso?
Antes de mais, apenas tenho uma casa, que é Nova Iorque. E a minha música não é DO Médio Oriente. Apenas PASSA por lá. Para mim, é apenas som. Não penso em géneros, mas apenas no som.
Vê a percussão e o dub como possíveis pontes entre as diferentes culturas musicais? Que outras formas ou aspectos da música poderiam ter esta qualidade?
Não sei. Não tento salvar o mundo. Sou um anarquista e se não o posso ter no meu país, então insisto em fazê-lo na minha música.
Que Raz Mesinai estará presente nos concertos em Portugal? O pianista e percussionista? O programador? O director de ensembles? O giradisquista? Ou uma mistura de tudo isto?
Eu estou a atingir uma nova fase no meu trabalho. Não tenciono fazer mais discos sob o nome de Badawi. Sinto que só agora estou a sentir que a minha música está a chegar onde eu quero que chegue. Este disco, ?Safe?, já tem, na verdade, quatro anos. Daí que não mostre onde é que eu estou agora. O concerto vai dar às pessoas o sabor de um "trance" futurista livre de religião.
"Safe" é o título do novo álbum editado sob o nome Badawi (provavelmente, o último). Desde logo, ajuda a perceber, para quem não conhecia nada até agora, que a biografia não era enganadora. Por ali passa mesmo um pouco disto e daquilo, num trabalho de fusão que é mais do que um simples trabalho de fusão e que só está ao alcance de verdadeiros músicos nómadas como Raz Mesinai (Bill Laswell, Jah Wobble e Marc Ribot seriam outros exemplos).
Raz Mesinai vai estar em Portugal, ao vivo, já neste próximo fim-de-semana. Na sexta-feira, dia 2, toca em Lisboa, na ZDB, num cartaz que inclui ainda Bryan Eubanks e Natasha Anderson (o 1º concerto começa às 23h). No dia seguinte, toca no Porto, inserido no programa das 40 horas non-stop da Fundação Serralves (o concerto de Mesinai está marcado para as 20h30).
E, agora, a entrevista, realizada recentemente por email:
Eyvind Kang na viola d?arco, Mark Feldman no violino, Marc Ribot na guitarra e toda a outra gente. Mais uma vez, reuniu um ensemble notável. Como conheceu e como veio a trabalhar no seio da cena downtown nova-iorquina?
O Elliot Sharp convidou-me para tocar numa das suas performances no The Cooler quando eu tinha cerca de 20 anos. Isso fez-me pensar muito em improvisação e eu acabei por me tornar frequentador habitual da cena, conhecendo mais tarde o John Zorn assim como muitos outros. Sempre fui um nómada que vaguei por várias cenas.
Como é que se processa, isto é, funciona como um grupo em tempo real, eventualmente respondendo a si como director, ou grava-os separadamente?
É uma coisa que varia de disco para disco. Tenho que chegar à melhor forma de obter um determinado efeito a partir dos músicos. Passa-se algo parecido com um director musical, mas eu também tenho composto muita música em papel primeiro.
Poder-se-á dizer que prossegue com o seu passado enquanto giradisquista, ao lado de DJ Olive e DJ Spooky? Isto é, colecciona e transforma as peças dos outros no seu trabalho próprio e único?
Na verdade, não. O giradisquismo é uma forma de xamanismo e também uma boa maneira de apreender o ritmo universal de que ando à procura.
Educado nas tradições médio-orientais, contaminado pela cena electro de NY e por tudo o resto como o hip hop, o dub, as novas formas do jazz, a composição clássica, as músicas do mundo, etc., acabou por dominar diferentes noções de música: os propósitos, as técnicas, os instrumentos, etc. Verdade ou não, os franceses dizem que ?Qui a deux femmes perd son ame, qui a deux maisons perd sa raison?. Como lida com isso?
Antes de mais, apenas tenho uma casa, que é Nova Iorque. E a minha música não é DO Médio Oriente. Apenas PASSA por lá. Para mim, é apenas som. Não penso em géneros, mas apenas no som.
Vê a percussão e o dub como possíveis pontes entre as diferentes culturas musicais? Que outras formas ou aspectos da música poderiam ter esta qualidade?
Não sei. Não tento salvar o mundo. Sou um anarquista e se não o posso ter no meu país, então insisto em fazê-lo na minha música.
Que Raz Mesinai estará presente nos concertos em Portugal? O pianista e percussionista? O programador? O director de ensembles? O giradisquista? Ou uma mistura de tudo isto?
Eu estou a atingir uma nova fase no meu trabalho. Não tenciono fazer mais discos sob o nome de Badawi. Sinto que só agora estou a sentir que a minha música está a chegar onde eu quero que chegue. Este disco, ?Safe?, já tem, na verdade, quatro anos. Daí que não mostre onde é que eu estou agora. O concerto vai dar às pessoas o sabor de um "trance" futurista livre de religião.